Give Up? Never. escrita por rowena


Capítulo 3
Seguindo Ela.


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoinhas? Demorei muito? Desculpa aí hein. Meus pais decidiram viajar todos os fins de semana para a casa de meus tios, e lá pouco pega sinal. Bem, queria agradecer pelos comentários. Eu amei todos, e logo logo irei responde-los, ok? Fico muito feliz que estejam gostando da história!! Aproveitem o capítulo, tá?



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P.o.v Austin

Escutei atentamente o que a morena dizia. A voz dela soava como uma melodia para os meus ouvidos. Os gestos que ela fazia, explicando os detalhes da história, e a movimentação de seus lábios delicados. Senti um desejo estranho e incontrolável de beija-la, o que eu sabia que não iria acontecer. Durante todas as duas aulas que o Sr. Smith deu, eu fiquei trocando olhares com a morena, ou, devia chama-la pelo próprio nome: Ally... Mas eu percebi que ela se incomodou um pouco com essas ações nossas, e por mais que eu não quisesse e não estivesse com saco, eu tentei prestar atenção na aula.

Eu pude perceber a sua reação ao ler o conto. Tinha algo de errado, ela não estava bem. Eu ouvia a sua voz embargar, e a sua luta para não chorar. A maioria dos alunos ali estavam mais preocupados em saber o final da história, já eu, de alguma forma, estava preocupado em saber como a Ally estava.

Ela terminou de ler, e seus olhos estavam cheios de água. Eu conseguia reparar e enxergar cada detalhe daquela garota, por mais que ela tentasse esconder.

E me impressionei com a história que ela contou, ainda mais pelo fato de que foi ela quem escreveu. Mas, por as entrelinhas, percebi que aquele não era apenas um conto despejado, uma simples redação. A minha desconfiança aumentou conforme ela aparentava estar mal. Caminhou de volta para a sua carteira e vi que aquela garota de cabelos encaracolados tocou em seu braço e lhe disse algumas palavras, que eu, obviamente, não consegui entender. A morena sorriu fraco, me deixando atordoado com o gesto. Seu sorriso era simplesmente perfeito. Ela sentou-se, e eu acompanhava cada movimento seu. Eu realmente não pensava mais em nada a não ser ela. Eu não sei nada sobre essa garota, mal me apresentei a ela corretamente, não devemos ter trocado nem mesmo dez palavras, e isso é o que mais me frustra. Estou me sentindo atraído, para não dizer apaixonado, por uma garota completamente estranha. O que está acontecendo comigo? Por mais que fosse difícil, eu tentei me livrar desses pensamentos totalmente ligados a essa garota e me virei para frente, ignorando a vontade e o desejo de olhar para ela, ir até ela, falar com ela... Mas eu sei, não vou conseguir evitar algum tipo de aproximação. Isso eu sei muito bem.

"Triin"

O sinal do colégio tocou, indicando que teríamos agora o intervalo. Arrumei as minhas coisas calmamente, mas vi quando a morena saiu pela porta apressada, alguma coisa me dizia que essa pressa toda não era para ir para a cantina da escola. A curiosidade tomou posse de todo o meu corpo, e eu não resisti em fazer o que me vinha a cabeça. Terminei de arrumar as coisas e saí da sala de aula, seguindo discretamente aquela garota, que me intrigava a cada segundo.

P.o.v Ally

A Trish me confortou com aquelas mesmas palavras que servem de consolo para as pessoas, menos para mim. Ela sabia que aquela história iria me atingir, e tentou evitar que a lê-se quando eu a mostrei, mas como eu sou assim, eu li. Eu realmente pensei que tinha esquecido isso. Poxa, já fizeram seis anos! Sim, eu me conformei, lógico, mas eu não consigo evitar pelo menos me emocionar com esse assunto, por mais que eu tente.

Peguei o meu skate e saí da sala de aula apressada. Não queria de forma alguma ter que encarar pessoas, então fui para o meu lugar preferido, por mais estranho e sombrio que ele fosse.

Não me preocupei em ser vista ou algo assim, aquele colégio não tinha muitos seguranças, e ninguém ficava na entrada dele a essa hora. Saí pelos grandes portões, pegando meu celular, junto com meus fones, e coloquei na primeira música que vi na tela. Iridescent, Linkin Park. Aquela música que me define tanto. Que define cada momento da minha vida. LP é uma das minhas bandas favoritas. Eu gosto porque as letras das músicas falam de coisas que tem haver comigo, tem haver com a minha vida, além de que eles tocam e cantam muito bem. Deixei a melodia entrar pelos meus ouvidos e me desliguei totalmente do mundo.

"Do you feel cold and lost in desperation

You build up hope but failure's all you've known

Remember all the sadness and frustration

And let it go

Let it go"

 Cantarolei aqueles versos. Seguindo em direção ao cemitério.

***

Abaixei-me na grama, observando a média lápide em minha frente.

-Oi pai. - Sussurrei. Vinha aqui sempre visitá-lo, sinto muitas saudades dele. Saudades de tê-lo ao meu lado, me apoiando sempre. Mas as imagens do acidente estavam ainda vivas em minha mente, e eu sentia uma dor incontrolável, tentando afastar os pensamentos rapidamente.

Ouvi um pequeno barulho e olhei para o lado imediatamente, não vendo nada. Deixei isso para lá, afinal, eu estava em um cemitério, e quem sou eu para negar que algo a mais estaria aqui presente?!

Enxuguei uma lágrima que escorria pela minha bochecha e levantei da grama, caminhando por aqueles túmulos, todos uns seguidos do outro. Eu me sentia bem naquele lugar, principalmente por ser pouco habitado. Não me sentia bem na presença de muitas pessoas, apesar de viver rodeada de várias.

Andei lentamente e subi uma pequena colina, onde lá em cima, se instalava uma enorme árvore. Aquela árvore me encantava, ela ficava isolada, no alto, e ainda sim conseguia ser linda. Com as folhas um pouco acastanhadas e alaranjadas, por conta da estação do ano. Com algumas flores brancas um pouco manchadas penduradas nas folhagens e espalhadas pela grama que se estendia por todo o espaço. Dali de cima eu podia ver todo o cemitério, e não escondo o encanto, e dizer que é realmente lindo.

Sentei-me debaixo da árvore, acomodando-me naquele reconfortante lugar. Abri minha bolsa e tirei meu diário de lá. Sim, eu tinha um diário. Peguei a minha caneta e comecei a escrever. Eu escrevia sobre tudo, e a minoria era fatos que aconteciam no meu dia-a-dia. Eu escrevia geralmente letras de música. Eu sei, patético. Mas eu gosto de escrever, sinto-me bem ao fazer isso, além de que me faz esquecer do mundo. De todas as pessoas que um dia me magoaram, de todos os acontecimentos que me levaram a me tornar quem eu sou hoje. Uma completa farsa. Uma versão totalmente diferente de quem eu realmente sou. De todos os acontecimentos da minha vida. De toda a culpa e dor que me consome a cada dia, e que eu escondo para mim mesma.

Comecei a escrever ligeiramente, até me assustar com um pigarro. Olhei diretamente para frente, vendo aquela pessoa, a qual me afetou de um jeito inexplicável, em somente algumas horas, e que por causa disso, eu prefiro ficar longe, ele, com os braços cruzados no peito, e uma expressão um pouco divertida, mas que escondia mais que isso.

-Pensei que nossa conversa ainda não tinha terminado.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Ficou legal? Ruim? Deem suas opiniões, é sempre bom melhor, não é?
Beijos pessoinhas. Devo estar postando amanhã ou na quarta!! Mereço reviews ? *--*