Imperdoável escrita por Mayu


Capítulo 4
Capítulo 3




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Então já era o dia da prova de biologia, a prova que Miku desejava que morresse, mesmo que impossível. Claro que com a ajuda de Kaito e Iroha ela deveria estar segura, e estava, até ver as vinte e cinco questões amontoadas. 

Ela não sabia bem o por que de aquilo ser útil para sua vida pós-vestibular, mas achava melhor ficar calada quanto a isso. Senão, o professor, o pai ou seja quem fosse iria começar a dar um sermão sobre como entender como sua comida era digerida era super importante. Para ela tudo aquilo dava apenas nojo.

Depois de fazer vinte e três questões, de escrever como uma doida e de ser deixada com outras duas pessoas, o tempo havia chegado ao limite. Se sentia um lixo por deixar duas questões em branco, mas era a vida.

A prova sendo no último horário, ela se dirigiu direto para casa, ainda tinha atividades do clube de culinária, mas com a desculpa de passar mal conseguiu se agarrar na Rin, que não tinha nada, e fazer seu caminho de volta.

Claro que a loira não era a primeira opção de Miku para voltar para casa com, porém a única disponível. O cabelo curto dela estava solto, porém com um pequeno rabo-de-cavalo em seu lado direito. Tentou parecer sorridente, porém na visão da mais alta, estava simplesmente se esforçando numa causa inútil.

– Então, Mi-chan – pronuncia de um jeito forçado – Você gostaria de ir ao karaokê conosco? Iremos logo mais.

– Eu não posso, desculpe. Estou realmente passando mal. – a de tranças mentiu descaradamente, pondo uma falsa tentativa de sorrir em sua face. – E eu devo voltar para casa, para ajudar meu pai a fazer suas malas.

Aquela parte era verdade. Logo o pai de Miku, sr. Hatsune, iria partir numa viagem a negócios para o Caribe, sabe-se lá o que iria fazer lá. Ela ficaria com Mikuo e Meiko, além de Kino.

A garota morena achava adorável que ele fosse. Seria apenas mais um passo. Além do mais, não havia previsão de chegada. Poderia ser de um mês a um ano. Voltando para nossa adorável conversa:

– Ah... ok. De próximo, esperaremos-lhe! – ela deu uma piscadela fofa, mas que não conquistou nem aqueceu o coração de Miku.

Sim, a nossa principal geralmente era sociável e boazinha, mas ela sabia bem o que Rin estava tentando fazer - separá-la de Iroha, Gumi e possivelmente Kaito. E não via sentido algum nisso. Não queria abandonar todos os seus valores para virar o que quisessem que seja.

Nisso, ela começou a andar ligeiramente mais rápido e logo já estava de um a três metros na frente da loira, que olhava incrédula a imagem cada vez mais distante da azulada, enquanto o sol batia em seus cabelos e o vento os agitava.

Talvez fosse mais difícil que o pensado.

***

Um garoto de catorze anos estava sentado no meio da aula de literatura, bocejando, quando a secretária chamou-lhe, e a diretora lhe deu a tão inesperada notícia: a mãe dele tinha se jogado de um prédio, e ele seria transferido para seu pai em Hokkaido. Estudaria na escola de sua irmã Rin. Os dois tinham se separado recentemente, e Rin e Len eram adotados, mas era horrível.

O casamento de seus pais tinha acabado desde que eram pequenos e Rin foi viver com o pai a trabalho no norte, mas só se divorciaram pouco antes do ponto atual da história.

Ele não queria. Quando eram novos e moravam juntas, o viver dela era judiar do jeito levemente afeminado do menino. Não queria que todo aquele Inferno de Dante simplesmente recomeçasse. 

Mas naquela hora, mas palavras não tiveram um sentido além de que sua mãe havia falecido. Algo parecia ter acabado. Uma parte do coração se quebrava em cacos pequenos de vidro. As lágrimas que caíam eram semelhantes à de sua mãe, no momento em que decidiu pular do empresarial.

A secretária, ao ver a cena do jovem garoto chorando de jeito tão desesperado, decidiu simplesmente abraçá-lo. Ela era jovem, uns dez anos mais nova que a mãe de Len, e imaginava a dor da mulher ao fazer uma decisão tão equivocada quanto simplesmente pular de um prédio de quatro andares.

O estado dele era tão mau que teve que ir para casa. Estaria tudo bem se ao chegar lá, não tivesse notado que nunca mais iria voltar.

Pegou umas duas grandes caixas de papelão e começou a encaixotar. Encaixotar tudo, e levar de trem para sua nova casa. Ninguém de Tóquio tinha dinheiro para pagar uma passagem de avião, então...

Começou pelas roupas. Deixou apenas um conjunto para vestir depois. Tinham anunciado que sua ida era no dia seguinte. Logo pôs seus cadernos. Somente os da escola, pois os outros eram desenhos que descartaria com prazer. 

A última coisa que encaixotou foi um espelho grande, do tamanho da própria caixa, não falando de espessura. Era a única lembrança boa que tinha com Rin, quando havia arrumado seus cabelos para uma pequena festa e ela ficou feliz e lhe deu um beijo na bochecha. Começou a sorrir, hesitando um pouco com o fato de que logo iriam se ver. 

Era dia 17 de agosto, e de acordo com os seus cálculos, a mãe tinha se matado havia 2 dias. Imaginava se a sua família restante havia sido avisada de tudo, pois não queria ter que encará-los. Não novamente.


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Notas finais do capítulo

Não digo nada. Será que está começando a esquentar?
Não, ainda estamos apenas na introdução dos personagens. Vocês, afinal, nem conhecem o Len direito. A Yukari nem apareceu. A Mayu e o Yuuma, então...