Imperdoável escrita por Mayu


Capítulo 3
Capítulo 2




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Miku ergueu a cabeça deitada na mesa da sala. Os exercícios de biologia escritos na apostila à sua frente pareciam escritos em grego. Ela era uma negação naquela matéria, e não era a primeira vez que desconfiava daquilo.

Pegou o celular, que a tentava na beirada da mesa, e pôs na discagem rápida o número de seu melhor amigo, pois ele que entendia dos malditos sistemas, que não compreendia mesmo estudando-os superficialmente na 7ª série.

Depois de tentar ligar duas vezes e cair na caixa postal, decidiu mandar um e-mail, e saiu da mesa para se ajoelhar e acariciar a orelha de Kino, o mais novo cachorrinho da casa. Ele era um filhote, e o mais fofo que já havia visto na vida. Agradecia por tê-lo em casa.

– Sabe, Miku, se você fizesse sua tarefa, teria mais tempo para ficar com seus amigos. – ouviu a voz de Mikuo vindo de cima, enquanto brincava com Kino.

– Mas eu não consigo. Até chamei o Kaito para me ajudar, espero que ele venha. – disse-lhe olhando entediada, quando ouviram o barulho da campainha tocando. – Espero que seja ele...

Ao abrir a porta de chave, viram que era Meiko. Seu tailleur, que claramente não se adequava ao seu corpo, estava oposto ao seu sorriso vitorioso. – Então, eu consegui um emprego! Sou caixa de uma confeitaria.

De algum jeito, a palavra confeitaria, com a voz de Meiko, lhe deu alguma nostalgia da época que morava em Tokyo. Não fazia ideia do por quê. Os olhos mel da mais velha, porém olharam-na com alguma expectativa, o que não foi distinguido por Miku.

Logo atrás da de cabelos castanhos, o barulho de uma bicicleta caindo foi ouvido. Kaito lutava para se equilibrar com ela. Na garupa, vinha Iroha, que sorria abobadamente olhando para o céu.

– Você é muito pesada! – reclamou o de cabelos azuis, seguido por protestos da parte da rosada, ignorados. – Então, Miku, fiz o meu máximo para chegar rápido, tinha ido à padaria comprar algumas coisas, e fui buscá-la pois ela queria te ajudar também.

– Sem problemas, – Miku disse surpresa por ele ter chegado tão rápido mesmo com tudo aquilo para fazer. – fico feliz por terem chegado. – abriu um enorme sorriso, que fez os olhos de Kaito brilharem. Ver sua amiga sorrindo tão maravilhosamente... era esplêndido.

– Então, se o casalzinho já acabou – disse Iroha, entre os dois – temos coisa para estudar. E muita, já que nossa prova é amanhã. Conseguiu acabar quantas questões?

– V-vinte... – disse a esverdeada, abaixando a cabeça.

– Mas eram quarenta e três... Ok, iremos acabá-las todas hoje, mesmo que levem horas e horas! Vamos afiá-la no assunto! – poderia ser Kaito quem sabia do assunto, mas Iroha era a única que conseguiria fazer Miku lidar com um grande tempo de estudo com um sorriso na face. – E amanhã, você vai tirar um belo dez na prova! É melhor me ouvir, pequena turquesa.

E assim ela foi invadindo a casa da outra, como ela já estava acostumada. Mikuo e Meiko tinham sumido no meio da pequena cena que os dois recém-chegados haviam feito. Os olhos brilhosos de Meiko, porém, haviam escurecido. Mikuo não o notou.

Em Tokyo, uma mulher de cabelos longos e loiros tinha lágrimas rolando no seu rosto. Um cigarro aceso na sua boca a denunciava como uma fumante, e bem, era verdade. As grandes olheiras falavam das noites maldormidas e do divórcio mal resolvido. Estava no teto de um grande empresarial, e não conseguia mais segurar sua miséria.

Deixava para trás um filho adotivo, o trabalho como stripper e a possibilidade de um novo amor. Mas via à sua frente a esperança de nascer num corpo e numa vida com menos preocupações e menos problemas. Tinha a esperança de, na sua próxima vida, ser feliz.

E foi assim que Yuri Ryutani, também conhecida como "a angelical Lily", pulou a cerca do teto um empresarial de 14 andares, com um cigarro aceso e esperanças maiores do que nunca.

Quando sentiu o impacto de sua queda no chão, ela sorria.

Aquele foi o fim de uma mulher que, caso não tivesse pulado, teria encontrado o grande amor da vida e se casado, teria visto o filho virar um grande arquiteto e teria encontrado sua profissão certa, em apenas alguns anos.

Mas ela decidiu desistir, e foi tão feliz na sua outra vida quanto seria nessa.


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Notas finais do capítulo

À minha única leitora, a Megu (que mudou o nome para autora, mas agora já era, chamarei-lhe de Megu)...
Me desculpe, eu estava simplesmente sem inspiração. ;A;
Eu não vou mais fazer isso.
E sim, eu excedi meu prazo em duas semanas e meia, mas...



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