Apenas Um Sonho escrita por Vitor Marques


Capítulo 17
Uma revelação inesperada


Notas iniciais do capítulo

Olá, primeiramente obrigado por estar lendo *-* Então, eu ia postar domingo, porém eu fiquei quase o dia todo fora da cidade e aproveitei para postar o capítulo betado, ok? Espero que gostem e nos vemos nas notas finais :)



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Os olhos de minha mãe se encheram de lágrimas, assim como os de Rowley.

— Filha... Finalmente você acordou! — disse minha mãe, limpando os olhos.

— Mãe. Onde estou? — perguntei, pois nada de novo vinha a minha mente.

— Num hospital irmãzinha. — Rowley atropelou minha mãe e me deu um abraço.

— É filha, estamos num hospital. Você sofreu um acidente de bicicleta: perdeu os freios e bateu num carro. Desde aquele dia você está em coma. — Congelei nesse instante, não soube o que responder.

Olhei para o lado e encontrei um papel. Nele estava escrito: “Não se pode mudar o futuro, a não ser que queira outras consequências”. O que aquilo queria dizer eu não sabia.

O médico começou a me examinar, para ver se eu já estava em condições de ir embora. Depois de longos minutos, ele me disse que eu ficaria dois dias em observação, e que depois poderia ir.

— Filha, aguarde só mais um pouco, daqui a dois dias você já poderá estar lá em casa novamente. — minha mãe tentou me acalmar, mas eu não estava nervosa. Uma paz absoluta me consumia.

— Mãe... E a Sthefanni? — perguntei e ela ergueu as sobrancelhas.

—Sthefanni, que Sthefanni? — respondeu com uma pergunta besta.

— Minha amiga, mãe, a Sthefanni.

O médico, que já estava quase saindo da sala, olhou pra mim e respondeu a pergunta que minha mãe me fizera.

— São alucinações pós-coma. Talvez seja apenas um sonho que ela possa ter sofrido nos comas. Alguns dizem que é mito, outros dizem que não.

— Deve ser isso mesmo Doutor. Então, nós já vamos embora, filha. Depois voltamos para te buscar, tudo bem?

— Tá mãe, mas não demora. — respondi.

Em seguida os três saíram da sala e uma enfermeira que aparentava meia-idade entrou, e eu quis saber se tudo o que aconteceu foi mesmo apenas um sonho.

— Enfermeira. — chamei e ela se virou pra mim. — Tem alguma Sthefanni aqui no hospital? — terminei a frase e ela pegou uma lista no bolso do jaleco.

— Sthefanni... Sim, temos uma. Coitada, está com suspeita de câncer e está fazendo os últimos exames, só pra constar.

— Muito obrigada. — respondi.

Sabia. Claro, tudo o que eu sonhei não passa de uma visão. Já li muito sobre isso, mas nunca acreditei. Mas o que não se encaixava naquele momento, era o que aquela frase queria dizer.

*’*

Tudo aconteceu como o sonho previu. Talvez, o sonho sempre fosse uma visão. Fiz amizade com Sthefanni e descobri seu câncer, descobri a gravidez da namorada do meu irmão (e que ele tinha uma namorada), ganhei uma festa surpresa dos meus amigos, enfim, minha vida foi a mesma que vi enquanto estava em coma.

*’*

P.O.V Luna

Que droga! Enquanto minha amiga morria a minha sobrinha nascia.

— Já estou indo aí! — Respondi, lancei um último olhar à Sthefanni e vi seus olhos já cheios de lágrimas.

Desliguei o telefone e fui apanhar as minhas coisas, estava terminando de arrumar a minha bolsa quando a mãe de Sthefanni me chamou, vi as lágrimas nos seus olhos e o meu coração começou a bater aceleradamente.

— Luna... — sua voz estava fraca, quase um sussurro. — A Sthefanni... – Percebi que era doloroso para ela falar o nome da filha. As lágrimas escorriam vagarosamente pelo rosto da mãe da minha amiga. — Ela fechou os olhos e não está mais respirando. Eu... Eu não consigo mais sentir o coração dela. — Sua voz começou a ficar trêmula e rápida. O desespero dela era visível. — A minha filha morreu! Morreu! Morreu! — Berrou tresloucada.

Eu tinha medo. Muito medo. As cortinas cinza não deixavam a luz entrar, o ambiente era escuro e triste. Eu não conseguia me manter em pé e tive que me apoiar em uma cadeira. A mãe de Sthefanni berrou, berrou e eu não conseguia me mover.

“Uma nova estrela brilhante, viva e pura, agora brilha no céu”, foi o que eu consegui pensar.

— Como assim ela morreu? — Perguntei sem nenhuma curiosidade, o abalo fora maior que tudo.

— Ela já não respira mais. — Disse calmamente, — suas pálpebras fecharam e o coração não está mais batendo. — Seu timbre foi aumentando e o ritmo do meu coração também. — Ela morreu! — Disse enquanto pegava o telefone, provavelmente ligaria para o hospital.

Aproximei-me de Sthefanni e pude sentir, meio que fraco, seu coração bater.

— Ela ainda não morreu! Vamos levá-la já para o hospital. — berrei para mãe de Sthefanni que tentava conter as lágrimas.

— Alô, é do hospital? Preciso de uma ambulância urgentemente! Agora mesmo. — gritou ao telefone e conclui que ela escutou o que eu disse anteriormente. Passou o endereço, e não demorou muito para a ambulância chegar.

*’*

— Se nós tivéssemos ao menos um cordão umbilical, nós a salvaríamos — exclamou o médico numa conversa com a mãe da minha amiga.

Foi aí que surgiu uma idéia no fundo do meu inutilizável e amigo cérebro. Se minha sobrinha estava nascendo, claro que ali teria um cordão umbilical. Expliquei isso para o médico e para a mãe de Sthefanni, mas eles não ficaram totalmente felizes.

— Luna, é possível, mas muito improvável. O sangue da Sthefanni é muito raro, mas se a sua sobrinha tiver o mesmo tipo sanguíneo, podemos salvá-la.

Assenti com a cabeça e fui até onde meu irmão estava. Expliquei tudo para ele também, e ele disse que ainda não sabia o tipo sanguíneo, e que a Joana ainda estava em trabalho de parto, provavelmente demoraria umas duas horas pra tudo ficar completo.

Voltei para o lugar onde o médico de Sthefanni estava e ele disse que minha amiga conseguiria ficar a salvo por duas horas se alguém de bom coração com o mesmo tipo sanguíneo com o dela se oferecesse a ajudá-la, doando parte do sangue a ela.

Liguei para o Rowley para perguntar se ele conhecia alguém que tivesse o sangue B-.

— A nossa mãe. — respondeu e uma faísca de esperança me encheu por completo. — ela já está chegando aqui, já a chamei para ver o nascimento da minha filha... Mas se é pela sua melhora amiga e ela está correndo perigo de vida, eu falo para ela correr para aí e fazer o que médico pediu, ok?

— Ok — respondi sorridente.

Falei para o médico e ele concordou. Logo depois, minha mãe chegou até onde estávamos e se disponibilizou a ajudar.

24 horas depois...

Esta é Julie, nossa filha. — falou Joana, entregando-me Julie.

Minha primeira sobrinha... Cabelo loiro, olhos castanhos claros, pele branca e suave, rostinho avermelhado e angelical...

— Ela não é linda? — afirmou em forma de pergunta meu irmão Rowley.

— Sim, ela é linda. —respondi.

Olhei para meu irmão, e pude ver o brilho no seu olhar.

— E como está a sua amiga? — perguntou-me sentando-se no sofá bege no canto da sala que estávamos.

— Eu ainda não sei muito bem. Nossa mãe já doou o sangue e a cirurgia ocorreu bem. Só falta saber mesmo dos resultados.

— E quando você vai ficar sabendo?

Pausei e suspirei. Minha frequência cardíaca ainda estava sofrendo pelo dia anterior.

— Provavelmente daqui a dois dias. As visitas por enquanto estão reservadas apenas para os familiares, e mesmo assim, eles não sabem de muita coisa.

Ele apenas assentiu com a cabeça.

Fiquei conversando com ele por aproximadamente uma hora, depois fui até onde Sthefanni estava para tentar receber mais notícias e consegui conversar com sua mãe.

— Luna, o câncer foi curado! — falou eufórica. — Graças a Deus, você e minhas orações. — terminou a frase e me deu um abraço.

Eu também estava eufórica, só não conseguia demonstrar.

— Mas que notícia maravilhosa! — afirmei.

— Não é? — retrucou.

— E ela tá bem? — perguntei enquanto tentava me acalmar.

— Ela está! Se você quiser esperar, hoje mesmo vai poder vê-la. Conversei com o médico e falei que você é muito importante pra ela, e é como se fosse da família e ele disse que deixaria você entrar.

— Claro que espero!

Os minutos se passaram rapidamente, diferente do resto das situações embaraçosas.

Quando entrei no quarto de Sthefanni, ela estava com os olhos semicerrados e aparentava estar muito cansada... Notou-me rapidamente e sorriu.

“Luna! Que bom que você veio.” — era o que dizia a placa que minha amiga levantou logo em seguida.

Sorri e assenti com a cabeça.

— E você, como está? — perguntei.

“Estou bem, com um formigamento nas pernas, mas estou bem.” — escreveu na placa.

— Que bom então... Fiquei sabendo que você agora não tem mais câncer.

“É... E estou muito feliz com isso!”. — mostrou-me o dizer.

— Também estou amiga. — respondi. — Vou ficar aqui com você um pouco.

“Então cante uma música para mim”. — levantou a placa e sorriu.

— Mas Sthefanni... Você sabe que eu não sei cantar.

“Mas eu gosto da sua voz”. — escreveu.

— Porém eu nem sei qual música cantar.

“Eu sei...Que tal “Born This Way” da Lady Gaga? Sinto-me bem ouvindo essa música”. — mostrou-me.

— Sério que eu vou ter que fazer isso Sthefanni? —retruquei.

“Sim, mostre que você gosta de mim”. — o que escreveu na placa.

— Tudo bem então, se é isso que quer.

Ela sorriu e tentou pronunciar algumas palavras, mas não conseguiu.

It doesn't matter if you love him, or capital H-I-M

Just put your paws up

'Cause you were born this way, baby

My mama told me when I was young

We are all born superstars

She rolled my hair and put my lipstick on

In the glass of her boudoir

(Não importa se você o ama, ou em maiúsculas E-L-E

Apenas coloque as suas patinhas para cima

Pois você nasceu assim, baby

Minha mãe me disse quando eu era jovem

Que todos nós nascemos como super estrelas

Ela cacheava meus cabelos e me passava batom

No espelho da sua penteadeira)

There's nothin' wrong with lovin' who you are

She said, "'cause he made you perfect, babe"

"So hold your head up, girl and you'll go far

Listen to me when I say"

I'm beautiful in my way

'Cause God makes no mistakes

I'm on the right track, baby

I was born this way

(Não há nada de errado em amar quem você é

Ela dizia, "pois Ele te fez perfeita, querida"

Então levante a sua cabeça, garota, e você irá longe

Escute-me quando eu digo

Eu sou bonita do meu jeito

Pois Deus não comete erros

Estou no caminho certo, baby

Eu nasci desse jeito)

Don't hide yourself in regret

Just love yourself and you're set

I'm on the right track, baby

I was born this way

Ooo, there ain't no other way

Baby, I was born this way

Baby, I was born this way

(Não se cubra de arrependimentos

Apenas ame a si mesma e você estará bem

Eu estou no caminho certo, baby

Eu nasci desse jeito

Ooo, não tem outro jeito

Baby, eu nasci desse jeito

Baby, eu nasci desse jeito)

Ooo, there ain't no other way

Baby, I was born this way

I'm on the right track, baby

I was born this way

Don't be a drag, just be a queen

Don't be a drag, just be a queen

Don't be a drag, just be a queen

Don't be!

(Ooo, não há outro jeito

Baby, eu nasci desse jeito

Eu estou no caminho certo, baby

Eu nasci desse jeito

Não seja diminuída, seja uma rainha

Não seja diminuída, seja uma rainha

Não seja diminuída, seja uma rainha

Não seja![...] )”

Quando cheguei a essa parte da música, pude ver que minha amiga já estava dormindo, assim como eu havia imaginado, ela estava extremamente cansada e fraca. Despedi-me da mãe de Sthefanni e fui embora.

*’*

Abri a porta e a poeira veio contra minha face. Quanto tempo não limpo minha casa! E minha mãe também não ajuda. Subi as escadas e vi que minha mãe estava dormindo em seu quarto. Quando entrei, ela apenas se revirou e não me disse nada. Talvez também esteja cansada como o resto da minha família, amigos e... Eu.

Entrei no meu quarto e logo me esparramei-me pela cama, que, dependendo do momento, e de mim, é confortável. Tirei meus sapatos, meias e roupas normais e substitui por um pijama de algodão com um misto de cores claras. As cortinas devam pouca iluminação ao quarto, o que era favorável a uma boa soneca.

Porém, algo não me deixava descansar em paz. Demorei vários minutos para perceber que meu celular estava apitando sem parar! Abri o guarda-roupa que já não estava muito novo e retirei a mochila onde o aparelho estava, mas tudo caiu sobre minha cabeça, ou melhor, quase tudo: uns cobertores, duas blusas, uma calça e uma pasta.

Guardei os cobertores, as blusas, a calça e deixei a pasta no mesmo lugar, o dia não fora fácil e uma simples pasta não me incomodaria... Até porque eu estava totalmente curiosa para saber que pasta era aquela: nunca fui uma pessoa, digamos que... Organizada.

O celular apitava por falta de bateria. Coloquei o carregador na tomada e pluguei o cabo na entrada do mini-computador que já não me servia pra quase nada, senão para ouvir músicas e jogar coisas que eu já estava cansada de jogar.

Depois de tudo pronto, guardei a mochila novamente, peguei a pasta e deitei-me na cama novamente, agora, mais relaxadamente. Meus músculos pediam-me e imploravam-me por um descanso, mas minha mente não me deixava escolher. Esse é o poder da curiosidade, e do esquecimento também.

Quando abri a pasta, vi outra pasta, onde encontrei, ainda, mais outras duas. Certamente eu havia colocado uma pasta com outras duas pastas dentro, numa pasta ainda maior para protegê-la ou para deixá-la guardada. Isso é confuso, mas faz sentido. Interrompi esse pensamento e foquei apenas nas duas pastas com coisas realmente interessantes dentro.

Na primeira pasta encontrei apenas alguns documentos: todos da família de Gerald. Automaticamente lembrei-me do dia em que fiquei presa no porão de sua casa e havia achado esses documentos. Descartei então a primeira pasta, já que a julguei como desnecessária na situação e peguei a segunda, a que estava escrito “não abra”.

Abri e retirei os documentos. O tempo havia passado e eu já nem imaginava do que aquele mistério se tratava. A única coisa que eu tinha certeza é que coisa boa não era boa. Documentos pra cá, pra lá, e minha certidão de nascimento: Luna Parks. Junto com ela estavam a certidão do Rowley, e duas identidades com a mesma foto: George T. Parks e Thomas Hunni. Misterioso, não?

Tentei me concentrar ao máximo em ter pistas o suficiente para tomar qualquer atitude ou chegar a qualquer resultado, mas minha mente pedia por um descanso ou não queria ser minha parceira nisso.

Guardei tudo novamente e desci as escadas, encaminhada ao banheiro. Peguei minha toalha e tomei um belo banho. A água quente caia do chuveiro e percorria meu corpo como uma lágrima. Eu estava infestada de lágrimas. Por todos os lados. A fumaça só piorava a situação e o Box só me deixava mais quadrado do que nunca.

Mesmo com tudo isso, me sentia bem no banho. Chorar faz bem.

Ensaboei-me e fiz o ritual completo do banho que incluía duas turnês internacionais, coreografia ensaiada e produzida, academia, prazer e suavidade num misto de emoções. Como é bom e sentir o centro do mundo. Era essa a verdadeira razão de um bom e demorado banho. De bônus, pele enrugada pelos quarenta e dois minutos nadando em lágrimas.

Sequei-me e coloquei o mesmo pijama, afinal, ele não estava sujo e nem desgastado, não usara ele muitas vezes. Quatro, talvez. Eu não sou muito fã de pijamas a menos que eu esteja pedindo por uma cama. Essa é a lógica. Somente ela me importa.

Antes de subir novamente, fui até a cozinha para o lanchinho de praxe. Pão, mussarela, presunto e um copo de guaraná sem açúcar. Comer, assim como tomar banho é algo que eu faço por prazer e necessidade, principalmente pelo prazer, pois as necessidades com os amigos a gente supera, como diz minha avó.

Nunca disse sobre minha avó aqui, então vou dizer. Ela é uma senhorinha muito esperta que me dá os mais nobres conselhos. Tem por nome Kate, e apelido Katenny. Eu ainda prefiro Kate, mas é muito difícil mudar um modo de falar depois que você já se apegou com ele. Ela também é uma ótima cozinheira e não conversa com minha mãe.

Depois de terminar o lanche, subi as escadas e voltei para meu quarto, agora mais calma, tranquila e sem nenhum barulho vindo do estômago. Peguei novamente os documentos e tentei pensar no que aquilo poderia dizer.

As fotos do pai do Gerald, Thomas Hunni era extremamente parecida com a foto de George T. Parks. Na minha certidão o nome do pai era George T. Parks, assim como na de Rowley. Na certidão de Gerald (que encontrei na primeira pasta) falava que o pai era Thomas Hunni... O que me levou a conclusão que já que são praticamente idênticos... Mas isso não pode ser. Seria impossível!

Foi nesse momento que minha cabeça praticamente brilhou literalmente para uma idéia: minha mãe deve saber sobre isso, ou seja, deve saber sobre esse segredo todo. Vou usar minha tática do “já fiquei sabendo” para ela me contar toda a situação. Quando eu quero, sou um verdadeiro gênio.

*’*

Quando minha mãe acordou do profundo sono que estava tendo, fui logo ter uma conversa séria com ela. Eu precisava saber do que aquilo se tratava, e rapidamente.

— Mãe, eu já sei de tudo. — falei mostrando-lhe os documentos.

Ela parou por um instante, virou, respirou, os olhos arregalados, virou-se para mim novamente e ironizou.

—Eu não sei do que você está falando filha. Esse é o seu pai, e o quê que tem?

— Mãe, para, eu já sei de tudo, vai desabafa logo.

Ela, mais uma vez, tentou ironizar.

— Filha, eu não estou entendendo. Por favor, vá dormir, já está bem tarde.

— Meu pai.

— Filha! — berrou, mas sua voz saiu fina demais.

— Gerald!

— Filha! — berrou novamente e vi sua expressão mudar rapidamente.

— Vamos lá. Fale tudo.

Ela começou a chorar drasticamente e eu mantive-me estática. Secou as lágrimas e se recompôs alguns segundos depois.

— Tá bom filha. Vou contar tudo.

“Há muito tempo atrás conheci seu pai numa festa juvenil. Ele me chamava atenção mais do que o normal. Conversamos, gostamos um dos outros e começamos a namorar. Depois de dois anos e meios nos casamos e treze meses depois tive o Rowley. Até aí tudo bem. Passados mais alguns anos, eu fiquei grávida de você. Nesse tempo, seu pai não agia normal comigo e soube que ele me traiu com uma tal de Johnson, mas o perdoei. Nove meses depois eu tive você e ele se revoltou. Disse que não tinha meios de te sustentar porque saíra do emprego há poucos dias e que não conseguiria aguentar esse sofrimento. E aí ele partiu. O amor da minha vida foi embora. Luna, ele foi embora — pude ver as lágrimas caindo novamente em seu rosto. — E eu também me revoltei. Por isso nunca te tratei como uma filha... Eu sempre achei que você fosse a culpada de tudo, todo o mal que acontecera na minha vida naquele período. Te tratei como lixo, admito. Nunca esqueci a data de seu aniversário, fui apenas uma boa atriz. Sei que falando isso me torno uma mãe pior ainda, mas é a verdade. E antes que me pergunte o porquê de que eu achei e não acho mais que você é a culpada de tudo, irei lhe responder. Descobri que na verdade, Johnson estava grávida de um filho de George e ele foi morar com ela, pois ela havia achado uma proposta de emprego melhor para ele. Assim, ele evoluiu na fábrica e hoje é o dono. E sim, o filho que estou falando é Gerald”. — falou minha mãe, caindo em lágrimas.

O abalo daquela fala fora enorme. Arrependi-me de ter procurado a razão para tudo isso, mas agora que o início já começou, vou definir o fim.


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Notas finais do capítulo

Revelações, finalmente weoiwioweio Deixe o que você achou nos comentários, ok? Vou ficar te esperando lá 8-8 Não sei quando vou postar novo capítulo :( Então, é só isso :3 Beijo e até a próxima :)