O Choro Das Ninfas escrita por Pessoana33


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo será narrado pelo o Warner. +.+


—---> Eu demorei 6 horas para escrever este capítulo, porque tive bloqueios e não sabia ao certo o que escrever, e quase enlouqueci, e faltou muito pouco para eu arrancar todos os meus fiozinhos de cabelo. Por isso quero reviwes, nem seja só um pouquinho, e eu ficaria muito feliz, e tenho a certeza que Juliette e Warner também ficariam felizes :$$



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Warner

O céu azul escureceu. E as chuvas frias caem sobre mim, encharcando-me até os ossos. Tenho frio, tenho medo, por baixo do céu aberto. Estou sozinho, perdido em uma rua que desconheço. Corro porque tenho de sair daqui, por este lugar não é para mim. Este é lugar triste e sombrio. “Mamãe… Eric a onde vocês estão?”- Grito com todas minhas as forças, mas não tenho resposta.

O céu fica totalmente escuro, e as gotas da chuva tornam-se lágrimas vermelhas, não são lágrimas, não é chuva, mas sim sangue que escorre por todo lado. Corpos estendidos no chão gelado. Olhos vazios. Vidas perdidas.

Uma mulher mais bonita de todas as mulheres, esta parada á minha frente. Os seus cabelos brancos dançam ao sabor do vento, e os seus olhos são duas pedras preciosas da cor vermelha. Trapos esfarrapados escondem o seu esbelto corpo. Ela olha para mim sorri, num sorriso meigo, mas os seus olhos vejo tempestades cruéis. Quero fugir dela, mas uma parte de mim quer ficar mais perto dela. Estou hipnotizado com a sua beleza surreal. E por mais vontade que tenho de correr para longe dos seus lindos olhos cruéis, os meus pés me prendem na terra, e eu não consigo dar um passo, e muito menos consigo mover os meus olhos. Estou preso a ela.

Ela abre a sua boca, e uma doce melodia sai dos seus lábios, e quanto mais ouço a sua melodia, mais me deixo levar, quero ficar perdido em sua cantiga, e quero viver em seus longos braços. Quero tocar a minha boca em seus carnudos lábios. Fecho os olhos e não á mais luz, nem a mulher de cabelos brancos, só vejo sangue, e corpos sem alma… Berro. Acordo.

Tento respirar com calma, e acalmar o meu coração que bate com ferocidade sobre minha carne. Isto só foi um sonho. Digo para mim mesmo, mas por mais que eu tento chamar isto de sonho, eu sei que foi real, um dia essa mulher de cabelos brancos, e de olhos vermelhos destruiu tudo que eu amava, e na verdade ela também me destruiu por dentro. E o que sou hoje foi aquilo que ela me tornou.

Levanto-me, e olho para o espelho que esta pendurado na parede. E reparo na minha imagem cansada, olhos com enormes olheiras, e um rosto de sono. Todas as manhãs, eu tenho esta imagem desagradável, porque todas as noites ela entra em meus sonhos, para roubar minhas noites bem dormidas e o meu sossego, sempre que sonho com ela, o meu corpo não tem descanso, é como se eu vivesse em meu próprio sonho, não posso chamar de sonho, porque ela é meu o maior pesadelo.

Ouço batidas na minha porta, e acordo por completo.

– Senhor, você já está acordado? – Ouço a voz do Delalieu.

– Não, ainda estou a dormir.- Respondo-lhe num tom rude.

– Ainda bem que o senhor está acordado, é que…- pelo tom de voz de Delalieu e pela sua procura das palavras certas, aconteceu alguma coisa que não irei gostar.

– Fale de uma vez.- Ordeno, perdendo a minha paciência com o Delalieu.

– Uma das nossas prisioneiras fugiu.

Respiro fundo, e tento me manter calmo, eu não posso perder o controle, eu tenho de me controlar. Fecho as mãos em punho e volto a respirar fundo. Abro a porta e dou de caras com Delalieu assustado, não era para menos, porque eu estou furioso, e só tenho vontade de socar alguém para libertar toda a minha raiva.

– Quando ela fugiu?- Pergunto-lhe e tento manter a minha voz controlada.

– Fugiu de madrugada.- Sussurra para eu não ouvir o que ele acabou de dizer.

Soco a porta com a minha mão direita, e suspiro.

– Porquê que ninguém se deu ao trabalho de me avisar mais cedo?- Berro tão alto, e tenho quase a certeza que todos podem ouvir.

– Nós pensamos que podíamos captura-la sem incomodar o senhor.- Responde, e encolhe-se nele próprio, como se isso basta-se para se esconder da minha fúria.

– Vocês são bando de inúteis.- Berro mais uma vez, e espero que os idiotas dos meus soldados ouçam as minhas palavras.

– Desculpe senhor. – Murmura com o rosto apavorado.

Suspiro mais uma vez.

– Avisa aos soldados para estarem presentes no centro daqui a 5 minutos.- Digo as palavras calmamente, e Delalieu volta olhar-me nos olhos e depois sai a correr.

Fecho a porta. Vou até o banheiro, e deixo água fria cair sobre mim, normalmente, eu tomo banho de água quente para relaxar os meus músculos, mas hoje eu preciso água fria para esfriar minha cabeça. Porque se eu não conseguir controlar-me, nunca mais encontraremos nossa prisioneira. E ela só irá destruir tudo á sua volta, e toda essa destruição será por minha culpa, porque foram os meus soldados que deixaram-na escapar. E um erro dos meus soldados é o meu erro. Sobre o meu regimento não pode haver erros, porque erros custam vidas, e eu já carrego muitas vidas perdidas, não quero carregar nem mais uma.

Volto para o meu quarto. Abro o meu armário e vejo todas as minhas fardas ordenadas por cores, e ordenadas para cada dia da semana. Não gosto de vestir a mesma farda que os meus soldados. Porque eu sou superior, e diferente de todos os homens na terra, porque nenhuma ninfa é capaz de entrar em minha mente, eu sou imune a elas, e seus encantamentos não funcionam comigo.

Visto a farda perta de quinta, que tem botões dourados como cor dos olhos da minha mãe. Não posso pensar na minha mãe, porque é demasiado doloroso relembra dela, e sempre que me lembro dela, relembro-me da mulher de cabelos brancos. Minha cabeça doí, e de repente surgem imagem desfocadas de um passado que não me lembro. Ouço o grito da minha mãe, e uma melodia tão serena. Estas imagens aparecem na minha mente todas as vezes que eu tento lembra-me daquela fatídica noite. Calma Warner, um dia tu vais caça-la.

***

Os meus soldados estão todos alinhados, enquanto passo por eles e visualizo os seus rostos, rostos assustados, rostos apavorados, e rostos oprimidos, e nenhum deles tem a audácia de olhar para mim. Todos eles têm medo, acho que eles têm mais medo de mim do que os demónios. Na verdade eles crêem que sou filho de santanas, ou a encarnação do diabo, e todo o mal encontra-se dentro de mim. Não os culpo pelos seus pensamentos, eu sou aquilo que eles vêm, um homem sem coração, um homem feito de pedra, e é nisso que eu quero que eles acreditem, porque assim fica mais fácil de controla-los, porque medo é um sentimento fácil de manobrar.

– Quero saber quais foram os soldados que deixaram escapar a prisioneira B102? – Pergunto sem qualquer indício de emoção na minha voz.

Todos os soldados ficam em silêncio, e esse silêncio incomoda-me.

– Se ninguém se acusa, eu irei escolher um de vós para punir.- Falo com uma expressão impassível no rosto.

Mas mesmo assim nenhum soldado se acusa, então irei punir um deles pelo erro de outro.

Parro em frente a um soldado franzino, e dou – lhe um soco em seu estomago, e ele cai no chão. Pontapeio-lhe com toda a minha determinação, e ouço os seus gemidos de dor, mas eu não me importo, e nunca me importei com a agonia dos outros. Irei descontar toda minha frustração e raiva nele, e espero isto sirva de lição para os outros.

Parro de pontapeá-lo, e arrumo os meus cabelos que estão á frente dos meus olhos, e olho para os meus soldados amedrontados.

– Estão á espera de quê? Vão já capturar a prisioneira B102.- Berro, e todos eles estremecem com o som da minha voz.

Adam gargalha e todos os soldados olham para ele.

– Sempre de mau humor, irmãozão.- Diz adam, enquanto limpa as lágrimas dos cantos dos seus olhos.

– Não devias de estar no sector A?- Pergunto-lhe.

– Devia, mas apareceu um assunto interessante em teu sector.- Responde com um sorriso presunçoso em seu rosto.

– Eu não sei do que falas.

Eu sei de tudo o que acontece em meu sector, nada escapa a minha supervisão.

– Parece que os superiores não te contaram que por aqui á uma jovem que nenhum homem consegue tocar.- Diz Adam num tom deboche, e isso me tira do sério.

– Não existe nenhuma ninfa em meu sector.- Falo entre dentes, e tento manter-me calmo, porque o que Adam quer é que eu perca a minha postura em frente aos meus soldados.

– Parece que existe.

– A onde esta essa mulher? – Pergunto-lhe calmamente.

– Num bar chamado mil noites. – Diz Adam pensativo.

Esse bar só me tem trazido problemas. No ano passado esconderam uma ninfa, porque eles achavam que os seus cabelos ruivos, e seus olhos vermelhos eram bastante exóticos, e isso poderia trair vários clientes. Mas eu não podia deixar uma ninfa a vaguear pelas minhas ruas e morar na minha cidade. Quando a capturamos o dono suplicou-me para não fechar o seu estabelecimento, eu não me lembro o porquê de eu ter concordado com isso, talvez porque tivesse de bom humor nesse dia. Mas desta vez eu não estou de bom humor, e muito menos vou perdoa-lo se ele tiver uma ninfa escondida bem debaixo do meu nariz.

As horas passavam vagarosamente, e eu anseio que a noite chegue, para poder ver com os meus próprios olhos, essa rapariga que nenhum homem foi capaz de tocar. Não consigo pensar em outra coisa, e nem se quer consigo concentra-me. Todos os meus pensamentos correm atras da menina intocável. Olho novamente para o relógio, e parece que as horas não passam, ou talvez o meu relógio esteja errado.

Não posso ficar por aqui sentado, tenho de fazer alguma coisa, e matar todo este tempo.

Então decido correr por esses campos desertos.

Corro porque correr faz-me sentir bem, e por momentos esqueço quem sou, esqueço que sou o líder do sector R, esqueço que sou o homem que todos temem, esqueço de tudo. Mas quando parro de correr lembro de tudo, e não há como fugir. Estou preso num mundo doentio, e não há esperança, não há nada além da mágoa e do ódio. Eu sou feito de ódio, rancor, e frustração, eu quero acabar com tudo, com as mulheres e com mundo.

***

Hoje a noite esta pálida, e não há uma lua que nos ilumine, é um mau presságio.

Entro com o Adam no mil noites. E o prédio cai aos bocados, mas as luzes em cada canto, as velas aromáticas, e as cortinas laranjadas, vermelhadas, e amareladas, dou um toque de mágico no lugar. Reparo que existe muitas mulheres por aqui, e todas elas têm correntes em seus pulsos e em seus tornozelos, e suas roupas escondem pouco do seu corpo, mas apesar disso todas elas sorriem, como se tivessem felizes com a vida que levam. As mulheres sabem muito bem fingir o que sentem e o que não sentem.

Sento-me no sofá laranja, enquanto bebo uma bebi qualquer que Adam sugeriu. Logo de seguida aparece o dono para bajular-me.

– O senhor, esta confortável?- Pergunta-me e esfrega as suas mãos.

– Não muito.- Respondo e depois bebo o resto da minha bebida.

– O que senhor deseja?- Pergunta-me, e pelo seu rosto posso ver o quanto ele esta nervoso.

– Quero a menina intocável.- Respondo-lhe, e olho furtivamente para ele.

– Nós não temos nenhuma menina assim.- Diz o dono, e o seu rosto fica branco.

– Ouvimos dizer que ela tem lindos cabelos negros, olhos verdes como duas esmeraldas, sua pele é tão branca quanto neve, e sua boca mais vermelha do que sangue. A onde você escondeu tal preciosidade? – Pergunta Adam, divertindo com o nervosismo do dono.

– Vocês querem a Juliette? – Pergunta com um sorriso perverso no rosto. Eu odeio esse velho nojento.

– Juliette é o nome dela? Gosto do nome… Juliette.- Diz Adam, enquanto enche novamente o seu copo.

– Quero vê-la.- Ordeno que ele me traga a rapariga até mim.

E o dono sai a correr.

– Nunca te vi tão ansioso por causa de uma mulher.- Diz Adam num tom sarcástico.

– É uma mulher como às outras, só estou um pouco curioso em relação a ela.- Respondo-lhe adequadamente.

Surge uma música triste. E o palco é envolvido por uma luz amena que ilumina uma menina deitada sobre um chão de pétalas vermelhas, e mais pétalas caem do céu, sobre o seu corpo pequeno. Ela estica o seu braço num gesto elegante, e é como se ela desejasse alcançar a luz e fugir de toda essa escuridão, mas ela não consegue agarrar a luz com sua pequena mão, e lágrimas tristes escorrem em seus tristes olhos. Lentamente levanta-se e abraça o seu corpo, como se ela quisesse esconder a sua nudez.

A música triste toma conta dos seus movimentos penosos. Doí só de olhar para ela.

Seus cabelos negros como uma noite sem estrelas balançam ao ritmo da melodia.

Ela levanta o rosto, e eu vejo o rosto da mulher dos meus sonhos.


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Notas finais do capítulo

---->Eu sei, eu sei, não esta lá muito bom, vou tentar melhorar.
E por favor não odeiam o meu Warner, não o julgam-no sem conhecer a sua história... talvez ele seja um "pouquinho" pior do que Warner do livro estilhaça-me. E o Adam eu mudei a sua personalidade, porque eu nunca poderia reescrever um personagem como ele, porque é dificil entender o seu carater. Tentei ao máximo reescrever o Warner original, porque no meu ver é uma personagem interessante, sei que não capturei bem a sua personalidade, mas eu dei o meu melhor, por isso perdoem-me :$$