When You're Strange escrita por Jamie Hermeling


Capítulo 18
Nós fomos costurados juntos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem, particularmente, estou bem insatisfeita com esse capítulo : mas espero que não esteja tão ruim. Enfim, até logo :3



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Não passava das nove horas da manhã e Sakura já estava fora da sala de aula. Os testes haviam começado, e ela não precisou de muito tempo para terminar o seu de matemática. Fora a segunda a completar, atrás de Sasuke, que deixara a sala apenas alguns poucos minutos antes.

Pegou as coisas no armário e foi para o pátio, ocupado por poucos alunos que também já haviam terminado seus testes. Mas não se juntaria a eles. Aquela era uma boa oportunidade de ir pra casa e dormir agarrada a Shin. Gatos eram realmente uma maravilha. Tinha pena de quem era alérgico a eles, como aquela prima de Naruto...E por falar na prima de Naruto, foi impossível não dar de cara com ela sentada num banco debaixo de uma árvore, conversando com Sasuke e Gaara. Definitivamente, descobrir as amizades do ruivo não estava sendo muito agradável.

Infelizmente, ele também a viu e acenou. Contra todas as possibilidades, considerando que aquele era Gaara, chamou-a para ir até ele. Ela foi porque, bem, seria estúpido e indelicado não ir.

Assim que ela ficou frente a frente com ele, o ruivo pegou delicadamente e discretamente sua mão. Nesse intervalo de tempo, haviam saído mais duas vezes, para lugares isolados, e tudo ocorrera bem.

No entanto, foi Karin, no meio dos dois rapazes, quem falou.

– A gente tava combinando de ir ao parque que abriu aqui perto, você chegou numa boa hora.

A ruiva exibia um sorriso simpático e fazia o convite com certa empolgação. Karin parecia sempre querer ser agradável para ela, e isso, de algum modo, irritava Sakura.

– Como é, a gente vai ou não vai? – Sasuke perguntou impaciente, já de pé, repuxando sua camiseta.

Sakura deu de ombros. Provavelmente Shin podia esperar.

– Gaara, qual o tamanho da palheta que você usa pra tocar aquele riff? A porra daquela última que eu comprei fica fazendo um barulho escroto toda vez que eu toco.

Gaara gradualmente deixou de caminhar ao lado dela e se pôs a debater o assunto de guitarras com Sasuke. Os dois rapazes caminhavam na frente pela calçada estreita, e Karin ficara para trás, tomando o lugar do ruivo.

Sakura olhava os dois caminharem, com seus andares diferentes – o de Gaara tão silencioso e harmônico, o de Sasuke firme, quase bruto. Gaara parecia andar tão lento que quase se arrastava, mas na verdade, acompanhava a velocidade de Sasuke passo a passo.

Lembrou-se da conversa que tivera com o Uchiha no dia seguinte ao primeiro encontro com Gaara, aquele no qual o ruivo havia perdido o controle e agredido dois rapazes.

A ideia surgira à noite, antes de conseguir dormir. Neji Hyuuga. Ele a lembrava muito alguém, e não demorou para que a garota identificasse que esse alguém era Hinata. Os olhos perolados incomuns, os cabelos brilhantes e longos, a pele excessivamente branca, a decência quase nobre de suas posturas. Nunca tivera a curiosidade de saber o sobrenome da garota. Foi por isso que, naquela terça-feira, pela primeira vez prestou bem atenção à chamada que Kakashi Hatake fez. Lá estava. “Hinata Hyuuga”. Enquanto o professor explicava o novo assunto, tudo o que Sakura fazia era olhar para as costas da colega e imaginar qual seria o grau de proximidade entre eles. Não era nada bom. Pelo que sabia, Hinata morava com uma tia...

Ficou nervosa demais para conseguir assistir a qualquer aula. Ia para o teto da escola – pensaria um pouco e depois tentaria voltar para a sala.

Se ela era uma má aluna por sair logo depois da chamada, havia alguém pior: Sasuke Uchiha sequer havia colocado os pés na sala, e no entanto, estava ali, nas escassa sombra do teto, olhando para o céu despreocupadamente com um cigarro entre os lábios.

Parou ali mesmo. Não dava pra sentar lado a lado com Sasuke e conversar numa boa, por mais terrível que fosse ter que descer aquela escadinha de ferro logo depois de subir tudo.

Antes que pudesse efetivamente voltar, porém, escutou uma risada. Sasuke já notara sua presença, e parecia se divertir com alguma coisa.

– Como foi a noite?

– Você é um stalker ou o quê?

Sasuke deu de ombros. – Gaara me contou que sairia com você. Acredito que deve ter sido divertido – sua voz, no entanto, indicava que ele acreditava justamente no contrário.

Sakura andou para a sombra, protegendo-se do sol forte. Havia algo de errado com Gaara e isso a deixara preocupada. Aparentemente, os dois eram amigos. Talvez Sasuke soubesse de alguma coisa.

– Ele tem algum tipo de problema? – perguntou desajeitada, fazendo careta para o céu.

– Como assim?

Sakura suspirou, contrariada.

– Quero dizer, ele tem alguma... Ele é uma pessoa violenta, tem ataques de descontrole ou algo do tipo?

– Calma, com esse nervosismo, quem vai ter um ataque é você. Vocês foram pra onde?

– Pra que isso te interessa?

– Porra, só responde.

– Pra uma lanchonete.

Pela segunda vez, Sasuke riu.

– Imagino que a ideia genial tenha sido sua.

– Qual o problema de ir a uma lanchonete, por favor?

Sasuke suspirou, olhando para longe de novo.

– Olha, quando for sair com o Gaara, procure um lugar onde vocês possam ficar sozinhos, ok? O Gaara tem problemas sérios, ele não consegue ficar perto de muitas pessoas nem ser exposto. É por isso que ele quase reprova ano passado. Ele está tentando conseguir uma licença pra ter aulas em casa.

– Eu ainda não estou entendo.

– Não tem nada pra entender, é assim e pronto. Tem coisas sobre o Gaara que nem eu sei, e o que eu sei, não tenho o direito de te contar. Na verdade, eu não devia estar te dizendo nada disso. Só fiz porque acho que ele gosta mesmo de você, e é difícil ele gostar de qualquer pessoa – Sasuke parou, amassando o cigarro com o pé. – Pessoalmente, eu não acho que você seja o tipo de garota que ele precisa. Mas isso também não me diz respeito.

Sasuke se levantou, bateu as mãos na calça. Sakura continuava olhando para a frente com sua careta. Antes de ir embora, ele falou mais uma vez.

– Sakura, não parece, mas o Gaara é uma pessoa muito frágil. Tudo o que ele não precisa é ser magoado por uma garota.

Sakura já ouvira falar em algo parecido nas palestras de saúde ou da boca do conselheiro da escola. Fobia social. Depois daquela conversa, decidiu pesquisar mais. “Essas pessoas não conseguem se relacionar com outras, até que chega ao ponto de sentirem pânico quando se veem em sociedade. Se obrigadas a ficarem em lugares com muita gente, é possível que quem sofre dessa fobia se sinta desesperado, o que pode levar a episódios de fúria e violência ou extremo desconforto. São pessoas inseguras e pessimistas. Há um certo padrão nas famílias dos portadores de sociofobia. Geralmente são pais autoritários, superprotetores. Também é comum ter acontecido algum trauma na infância.”

Era o que o computador dizia. Ela parou de ler e massageou as têmporas, como fazia ao ler toda notícia ruim. Não gostava de ler artigos sobre transtornos psicológicos porque eles costumavam traçar uma personalidade cristalizada de quem deles sofria. Gaara parecia de alguma forma forte, apesar de tudo. Lembrou da noite na lanchonete. Ele provavelmente pensara que os rapazes zombavam dele, por isso os bateu. A pessoa descrita no artigo sairia correndo. Começou a se perguntar se aquilo era realmente uma demonstração de força.

– Sakura! Alô! – uma mão fina passava na frente dos seus olhos. A risada bonita de Karin logo se fez ouvir. – Você parece o Naruto, assim, no mundo da lua.

Virou para a ruiva com uma careta.

– Eu não sei por que diabos você é simpática comigo, mas pare, isso me irrita. Continuo não querendo sentar com você no intervalo.

Karin, no entanto, riu, o que fez Sakura estremecer.

– Logo que eu te vi, no primeiro dia, eu gostei de você, quer saber por quê?

– Não, eu não estou pronta para uma declaração.

– Você e Sasuke são muito parecidos, e mesmo assim, por causa daquele acidente no primeiro dia, não se dão bem. Acho que vocês poderiam ser bem próximos se não fosse aquilo.

– Você tá ligada que acabou de me insultar, né? Quero que você me explique no que eu sou parecida com um bêbado que fica gritando com a suposta vítima, eu vou tentar mudar imediatamente.

– Eu preciso mesmo explicar? – Karin sorriu torto, olhando para o Uchiha na frente delas. – Você é inteligente o suficiente para perceber, só basta ter um pouco de humildade.

Sakura deu de ombros. Continuava achando que a única coisa que tinha em comum com Sasuke era o fato de que ambos não penteavam os cabelos.

O parque era bonito, colorido, e cheio de crianças e casais. Era grande, embora não entrasse na categoria dos maiores que Sakura já fora. Sasuke protestou contra ir na roda gigante, o que a fez constatar que realmente Karin não tinha ideias certas. Sakura adorava rodas gigantes. Ela foi com Gaara, e a ruiva, com o Uchiha. No ponto mais alto, Gaara começou a balançar o carrinho, e contra suas expectativas, Sakura acompanhou. Torraram quase todo o dinheiro que tinham até perto do meio dia, quando Karin chamou todos para comer num restaurante japonês ali perto em promoção, com o pouco que tinham.

Logo depois de fazer o pedido, Sasuke se levantou para atender uma ligação. Aliás, ele era o único adolescente que Sakura conhecia a não ter um toque personalizado.

Olhou cuidadosamente para Gaara. Ele estava descontraído, mesmo que sério como sempre. Conversava com Karin e mantinha sua postura calma: completamente encostado na cadeira e de braços cruzados.

Percebeu que, deu longe, perto da entrada para os banheiros, Sasuke acenava para ela. Franziu o cenho e pediu licença, para disfarçar.

– Itachi quer falar com você.

Sakura fez uma careta, sem entender. Sasuke falava como se fosse a coisa mais irrelevante do dia.

– Como... ?

– Eu contei que nós estudamos juntos e tal.

– Minha nossa, você poderia ser mais estúpido?

– A culpa foi sua, que não quis me contar a verdade.

– Vai se foder, Sasuke. Ganho nada contando minha vida pra você não.

– Enfim, ele ligou e eu disse que coincidentemente estava com você agora. Vou te levar até ele depois do almoço.


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