As Cores escrita por Isabell Grace


Capítulo 9
Decepções


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu queria pedir um trilhão de desculpas pra todos vocês por todos esses dias sem postar, a verdade é que ando bem ocupada ultimamente. Provavelmente, por agora, vai demorar um pouco pros capítulos serem postados então eu peço perdão novamente pra todo mundo, mas não pensem que a fic vai ser abandonada porque eu juro pelo Rio Estige que não vai, eu vou continuar postando sempre que der. Enfim, por que eu não estou no twitter? Porque fiz uma promessa pra uma amiga que só na próxima quarta eu vou entrar lá, então eu isso.
Espero que gostem do capítulo de hoje e não deixem de comentar, prometo que respondo todos os comentários na próxima vez que eu entrar.
Beijos Isabell



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A garota está morta.

Aquilo não parava de soar em minha mente. O senhor Francis William dissera aquilo com tanta certeza que fez parecer que era verdade. Por um segundo tive medo de chegar ao beco e Thalia não estar lá.

Droga de dislexia, droga. – pensei – A notícia do jornal tinha todas as informações sobre o acidente, segundo o senhor William, mas a idiota da minha dislexia me impossibilitava de ler as palavras naquelas letras miúdas. Resultado: fiquei com uma cara de idiota na frente do editor do jornal mais famoso do mundo e acabei por está ali, realmente apenas pra atrapalhar seu trabalho.

Voltei para o beco e agradeci aos céus por Thalia estar lá. Estava sentada com os fones no ouvido e o violão no colo, dedilhando algumas notas.

- Tentando aprender uma música nova? – perguntei dando um leve sorriso. A verdade era que eu estava suando frio por dentro. Queria não ter que contar pra ela sobre o que conversei com o senhor William, mas não era justo mentir.

- Sim. Total Eclipse Of The Heart. É bem difícil, mas eu estou aprendendo.

- Eu gosto dessa música. Quando aprender a tocar, eu quero ouvir, por favor.

- Então... – ela tirou os fones do ouvido e encostou o violão na parede – Você foi lá? O que disseram?

Respirei fundo e então me sentei ao lado dela.

- Thalia, eles não disseram coisas boas. – falei diretamente – O editor chefe do jornal disse que a notícia está totalmente correta. Ele me disse que foram até sua escola e lá disseram que você não estava na aula aquele dia. Eles acham que você está morta.

Ela abaixou a cabeça, abraçou os joelhos e começou a soluçar. Depois olhou de volta pra mim, os olhos lotados de lágrimas.

- É mentira, Luke. Eles estão mentindo. – ela disse – Eu estava lá sim, eu me lembro. Tivemos aula de Álgebra na primeira hora, me lembro de que o professor ficava fazendo piadinhas sobre números, que só ele entendia. E na segunda hora seria o Sr. Janks falando de mitologia grega, mas foi ai que me chamaram na sala da diretoria e recebi a notícia do acidente e de que iriam me buscar para me levarem para o conselho tutelar, então voltei pra sala, peguei minha mochila e despedi dos meus amigos. Só que ao invés de esperar na escola eu fugi. Fui até a minha casa, peguei algumas das coisas. Eu me lembro de tudo isso.

- Eu sei. Eu acredito em você. Mas eu não entendo. Por que eles estariam mentindo? Se você estava lá, por que não falam a verdade?

- Também não entendo. – ela enxugava as lágrimas e tentava controlar o soluço – Eles eram meus amigos. Por que mentiriam?

Dei de ombros. Tirei a folha de jornal da mochila e entreguei a ela.

- O editor chefe disse que a notícia traz todas as informações sobre o acontecido.

- Eu não consigo ler isso. – ela falou sem nem tocar no jornal.

- Entendo... – falei.

- Não, não entende. Eu não disse isso porque é duro demais pra mim. É que eu realmente não consigo ler.

- Você não sabe ler?

- Eu leio as palavras grandes, com letras chamativas, mas não essas coisas pequenas. Eu sou disléxica.

Arregalei os olhos surpreso. Caramba, o que mais eu tinha em comum com essa garota?

- Está falando sério? – ela me olhou brava. Devia estar imaginando que eu ia rir dela ou qualquer coisa parecida – Não, não me olhe assim. Eu quero dizer, porque eu também sou disléxico.

- Não está dizendo isso só pra me fazer sentir melhor, não é?

- Não, eu juro. É verdade. – eu disse – Sei como se sente. É como se as letras estivessem sambando sob seus olhos, as palavras não se formam direito. É horrível.

- Isso sempre me atrapalhou. Minha mãe me colocou numa escola onde só tinha crianças com problemas, mas eu e outro garoto, meu amigo, éramos os únicos disléxicos de lá. Ele também tinha TDAH como eu.

- Também tenho TDAH. – falei surpreso – Thalia, quantas mais coisas temos em comum?

- Não sei. Mas acredite, não queira ir pra uma escola com pessoas problemáticas. Porque pior do que qualquer problema mental ou físico que alguém pode ter, é serem mentirosos. Eu acreditei que eram meus amigos, mas são traidores, mentirosos. E o pior de tudo é que eu nem sei por quê.

- Se eles mentiram é porque não eram de fato seus amigos. Foi melhor você descobrir do que estar enganada a vida toda.

- Mas é ruim sabe? Descobrir que não se pode confiar nas pessoas que diziam serem seus amigos.  –ela deu um suspiro triste – Esse meu amigo, que tinha dislexia como eu, ele era tão legal comigo. Éramos tão amigos, não sei por que ele mentiu desse jeito sobre mim, sobre o acidente da minha mãe.

- Eu vou descobrir isso pra você. Amanhã cedo eu vou até a sua escola conversar com seus colegas e professores.

- Vai perguntar por que estão mentindo?

- Não. – falei – Vou perguntar se eles sabem sobre você, assim como fiz na redação do jornal. – ela balançou a cabeça em positivo. Seus olhos azuis estavam baixos e sua expressão era triste. – Thalia, eu não sei o quanto as pessoas te decepcionaram, mas você pode confiar em mim. Sei que não somos amigos há muito tempo, mas eu não vou te decepcionar. Nunca. Eu prometo. – e dessa vez foi ela quem me abraçou.

E eu me senti confuso pela segunda vez naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Espero poder postar o próximo capítulo em breve...



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