As Cores escrita por Isabell Grace
Notas iniciais do capítulo
Hey, cá estou eu. Eu disse que não tinha abandonado. Prometo que agora vou tentar postar com mais frequência, mas realmente ando bem ocupada. O que estão achando? Deixem os comentários, vou responder todos amanhã.
Espero que gostem e desculpem a demora. Beijos,
Isabell
Na manhã seguinte, acordei antes de Thalia e resolvi passar no mercado para reabastecer nosso estoque de comida. Obviamente tive que saquear o Walmart de novo e mais uma vez tive êxito na minha missão. E dessa vez pareceu mais fácil que da primeira.
- Já estou virando craque nisso. – eu disse enquanto entrava no beco. Thalia já estava acordada, sentada com as pernas e braços cruzados e os fones no ouvido, mas parecia não estar ligada na música. Sua cabeça estava em outro lugar e ela não pareceu perceber a minha presença.
Sentei-me ao seu lado e puxei um dos lados do fone.
- A cabeça está nas nuvens? – perguntei com um sorriso.
- O que? – ela disse enquanto puxava o outro lado do fone.
- Perguntei se está com a cabeça nas nuvens.
- É. Mais ou menos. – ela respondeu ainda pensativa – Sabe Luke, estava refletindo sobre aquela nossa conversa de ontem, sobre os meus amigos da escola. Lembra-se daquele garoto que eu te falei?
- Aquele com dislexia?
- Sim, esse mesmo. Éramos tão próximos, tão amigos que eu mal posso acreditar que ele esteja no meio disso.
- Eu disse pra você que as pessoas que mentem não são nossos amigos de verdade, mas talvez esse garoto não esteja envolvido nisso, ou talvez sim, precisamos saber o lado dele. – eu dizia – Como é o nome dele? Me diga que eu vou até a sua escola e converso com ele.
- O nome dele é Chris Rodriguez.
Chris Rodriguez. Não sei porque, mas eu tinha a sensação de que conhecia aquele nome. Mas era realmente só uma sensação, porque as pessoas que eu conhecia eram resumidamente a galera do orfanato. E eu posso afirmar que não tinha nenhum Chris Rodriguez por lá.
***
A antiga escola de Thalia era impressionantemente grande. Tinha um campo enorme onde algumas crianças jogavam bola, outras peteca e algumas lanchavam e conversavam sob o sol. Ao fundo ficavam as salas e os banheiros. E eu ali, sozinho, me sentia totalmente perdido, como um passarinho fora do ninho.
Dois garotos se aproximaram. Um era alto, magrelo, moreno e usava óculos escuros. Era cego obviamente. Estava sendo guiado por outro garoto ruivo, cabelos anelados e um pouco mais baixo que o garoto cego. Aparentemente eu não sabia qual era o problema do segundo garoto, mas não quis perguntar.
- Oi. – o garoto ruivo disse – Eu sou Toby e esse é o meu amigo Taylor. Você é novo aqui? Qual o seu nome?
- Luke. – respondi – Não, eu não vim estudar aqui. Eu só vim procurar informações sobre uma pessoa.
- Ah, informações é com nós mesmos. – falou Taylor, o garoto cego. – Toby e eu somos os representantes de turma, nossa função é ajudar as pessoas.
Aqueles garotos aparentavam ser simpáticos, mas não me parecia aconselhável confiar neles. Afinal, até segunda ordem, eram todos mentirosos. Mas ainda assim, decidi perguntar:
- Vocês conhecem um garoto chamado Chris Rodriguez? Eu preciso falar com ele. É importante.
- Chris? – perguntou Toby – Ele não estuda mais aqui.
- É. – completou Taylor – Ele faltou por uma semana e depois a mãe dele veio aqui e disse que ele teve que ir pra outra escola, mas ninguém sabe qual.
- Foi bem estranho, ele sumiu do nada. – Toby falou.
- E quando foi isso? – perguntei – Quando foi que ele sumiu? Tem muito tempo?
- Faz tempo. – Toby respondeu – Foi em Maio, mais ou menos umas duas semanas depois que a amiga dele morreu.
- A amiga dele morreu? – eu perguntei me fazendo de desentendido – Poxa, que barra. Quem era ela? Estudava aqui?
-Sim. Ela e o Chris eram da nossa turma. – Taylor contava – Ela se chamava Thalia.
- O que aconteceu foi muito sinistro. – o outro garoto continuou – Ela faltou um dia, o que achamos bastante estranho, porque Thalia nunca faltava de aula, ela era uma das mais presentes. Então, bem no começo do segundo horário, o diretor chegou à sala e nos deu a notícia do acidente de carro que envolvia ela e a mãe e que não encontraram o corpo da Thalia, só o da mãe dela.
- Ah sim, me lembro, eu li isso nos jornais. – falei, continuando meu teatro – Realmente muito chato quando essas coisas acontecem.
- É. Dai o Chris, ficou bem mal, muito chateado. – Toby continuou - Eu me lembro que Thalia morreu na segunda-feira e ele veio todos os dias da semana, mas na semana seguinte ele simplesmente sumiu.
- Foi bem esquisito mesmo. – Taylor concordava.
E então um sinal tocou. As crianças que brincavam de bola pararam o jogo e foram para as salas, assim como todas as outras.
- Bem, nos precisamos ir. Temos aula agora. Até mais Luke. – Toby disse.
- Até mais. – falei.
Os dois garotos apertaram minha mão e então Toby pegou no braço de Taylor e o guiou de volta pra sala.
O pátio ficou vazio, eu estava sozinho. Respirei fundo, olhei pra cima e tomei meu caminho de volta para o beco.
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