As Cores escrita por Isabell Grace


Capítulo 10
A Escola


Notas iniciais do capítulo

Hey, cá estou eu. Eu disse que não tinha abandonado. Prometo que agora vou tentar postar com mais frequência, mas realmente ando bem ocupada. O que estão achando? Deixem os comentários, vou responder todos amanhã.
Espero que gostem e desculpem a demora. Beijos,
Isabell



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Na manhã seguinte, acordei antes de Thalia e resolvi passar no mercado para reabastecer nosso estoque de comida. Obviamente tive que saquear o Walmart de novo e mais uma vez tive êxito na minha missão. E dessa vez pareceu mais fácil que da primeira.

- Já estou virando craque nisso. – eu disse enquanto entrava no beco. Thalia já estava acordada, sentada com as pernas e braços cruzados e os fones no ouvido, mas parecia não estar ligada na música. Sua cabeça estava em outro lugar e ela não pareceu perceber a minha presença.

Sentei-me ao seu lado e puxei um dos lados do fone.

- A cabeça está nas nuvens? – perguntei com um sorriso.

- O que? – ela disse enquanto puxava o outro lado do fone.

- Perguntei se está com a cabeça nas nuvens.

- É. Mais ou menos. – ela respondeu ainda pensativa – Sabe Luke, estava refletindo sobre aquela nossa conversa de ontem, sobre os meus amigos da escola. Lembra-se daquele garoto que eu te falei?

- Aquele com dislexia?

- Sim, esse mesmo. Éramos tão próximos, tão amigos que eu mal posso acreditar que ele esteja no meio disso.

- Eu disse pra você que as pessoas que mentem não são nossos amigos de verdade, mas talvez esse garoto não esteja envolvido nisso, ou talvez sim, precisamos saber o lado dele. – eu dizia – Como é o nome dele? Me diga que eu vou até a sua escola e converso com ele.

- O nome dele é Chris Rodriguez.

Chris Rodriguez. Não sei porque, mas eu tinha a sensação de que conhecia aquele nome. Mas era realmente só uma sensação, porque as pessoas que eu conhecia eram resumidamente a galera do orfanato. E eu posso afirmar que não tinha nenhum Chris Rodriguez por lá.

***

A antiga escola de Thalia era impressionantemente grande. Tinha um campo enorme onde algumas crianças jogavam bola, outras peteca e algumas lanchavam e conversavam sob o sol. Ao fundo ficavam as salas e os banheiros. E eu ali, sozinho, me sentia totalmente perdido, como um passarinho fora do ninho.

Dois garotos se aproximaram. Um era alto, magrelo, moreno e usava óculos escuros. Era cego obviamente. Estava sendo guiado por outro garoto ruivo, cabelos anelados e um pouco mais baixo que o garoto cego. Aparentemente eu não sabia qual era o problema do segundo garoto, mas não quis perguntar.

- Oi. – o garoto ruivo disse – Eu sou Toby e esse é o meu amigo Taylor. Você é novo aqui? Qual o seu nome?

- Luke. – respondi – Não, eu não vim estudar aqui. Eu só vim procurar informações sobre uma pessoa.

- Ah, informações é com nós mesmos. – falou Taylor, o garoto cego. – Toby e eu somos os representantes de turma, nossa função é ajudar as pessoas.

Aqueles garotos aparentavam ser simpáticos, mas não me parecia aconselhável confiar neles. Afinal, até segunda ordem, eram todos mentirosos. Mas ainda assim, decidi perguntar:

- Vocês conhecem um garoto chamado Chris Rodriguez? Eu preciso falar com ele. É importante.

- Chris? – perguntou Toby – Ele não estuda mais aqui.

- É. – completou Taylor – Ele faltou por uma semana e depois a mãe dele veio aqui e disse que ele teve que ir pra outra escola, mas ninguém sabe qual.

- Foi bem estranho, ele sumiu do nada. – Toby falou.

- E quando foi isso? – perguntei – Quando foi que ele sumiu? Tem muito tempo?

- Faz tempo. – Toby respondeu – Foi em Maio, mais ou menos umas duas semanas depois que a amiga dele morreu.

- A amiga dele morreu? – eu perguntei me fazendo de desentendido – Poxa, que barra. Quem era ela? Estudava aqui?

-Sim. Ela e o Chris eram da nossa turma.  – Taylor contava – Ela se chamava Thalia.

- O que aconteceu foi muito sinistro. – o outro garoto continuou – Ela faltou um dia, o que achamos bastante estranho, porque Thalia nunca faltava de aula, ela era uma das mais presentes. Então, bem no começo do segundo horário, o diretor chegou à sala e nos deu a notícia do acidente de carro que envolvia ela e a mãe e que não encontraram o corpo da Thalia, só o da mãe dela.

- Ah sim, me lembro, eu li isso nos jornais. – falei, continuando meu teatro – Realmente muito chato quando essas coisas acontecem.

- É. Dai o Chris, ficou bem mal, muito chateado. – Toby continuou - Eu me lembro que Thalia morreu na segunda-feira e ele veio todos os dias da semana, mas na semana seguinte ele simplesmente sumiu.

- Foi bem esquisito mesmo. – Taylor concordava.

E então um sinal tocou. As crianças que brincavam de bola pararam o jogo e foram para as salas, assim como todas as outras.

- Bem, nos precisamos ir. Temos aula agora. Até mais Luke. – Toby disse.

- Até mais. – falei.

Os dois garotos apertaram minha mão e então Toby pegou no braço de Taylor e o guiou de volta pra sala.

O pátio ficou vazio, eu estava sozinho. Respirei fundo, olhei pra cima e tomei meu caminho de volta para o beco.


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