When You Call To Me escrita por Carrie Lerman


Capítulo 28
O Culpado




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Edmundo e Susana regressaram ao palácio naquela mesma noite após serem informados dos planos de Rabadash sobre a rainha, por uma das amazonas que teria conseguido arrancar uma confissão de um dos soldados do príncipe. Assim que se aproximaram dos limites do palácio, próximos as pedras, Susana avistou alguém caído ao chão com a fronte voltada para baixo e o rosto enfiado na areia.

- Caspian! –ela exclamou. – Edmundo. –ela chamou pelo amigo.

Edmundo deu sua total atenção a arqueira e então correu até onde ela se prostrava de joelhos tentando despertar Caspian.

- O que houve com ele? –perguntou Edmundo.

- Ele está ferido, veja? –ela mostrou seus dedos. – É sangue. –ela disse preocupada, mas em tom tranquilo.

- Precisamos levá-lo para o interior do palácio, pode ter sido profundo, Gael cuidará dele. –avisou Edmundo.

- Consegue carregá-lo? –questionou.

- Os dois juntos talvez conseguiremos. Vamos me ajude a erguê-lo. –disse logo segurando um dos braços do moreno e fazendo um grande esforço para levantar todo aquele peso do chão.

Susana ajudou Edmundo tomando o outro braço de Caspian e passando ao redor de seu pescoço para afirmar o peso do mesmo enquanto o carregavam para o palácio. Assim que se aproximaram mais os soldados que os avistaram correram para ajudar, e tomaram o moreno ferido e o levaram para dentro. Quando Edmundo e Susana estavam no interior do palácio, logo encontraram Pedro que ao se deparar com os seus homens carregando Caspian para a sala de Gael se dirigiu imediatamente a Edmundo e a arqueira dizendo:

- O que aconteceu com Caspian?

- Ele foi atacado, provavelmente pelos soldados de Rabadash. –respondeu Edmundo ainda cansado pela carga nada leve.

- Soldados de Rabadash? –questionou o loiro.

- Eles vieram atrás da rainha. –disse Susana.

- Lucia? –Pedro seguiu. – Onde ela está?

- Encontramos Caspian a alguns km/s do palácio majestade. –explicou Edmundo. – É bem provável que ele tenha se ferido tentando proteger a rainha.

- Como é? –Pedro alterou seu tom de voz.

- Se Lucia e Caspian estavam juntos, é possível que Rabadash tenha coseguido o que veio buscar. –seguiu Susana.

- Está me dizendo que Rabadash raptou Lucia debaixo dos nossos narizes e ninguém viu? –Pedro começava a se exaltar.

- Tricya nos avisou de que ele pretendia tal coisa há tempos. –continuou Ed.

- Como é que ninguém ouve nada? –Pedro disse aos berros enquanto se dirigia até o tecido ligado aos sinos internos do palácio e começou a puxá-lo. – E o que diabos Lucia fazia lá fora a essa hora?

Susana e Edmundo permaneceram quietos apenas se entre olhando, enquanto Pedro andava desorientado pelo salão principal esperando as amas que logo chegaram ao recinto e se prostraram diante do rei de maneira humilde.

- Chamou majestade? –disse a mais velha.

- Onde está a rainha? –ele perguntou em tom rude e as mulheres ficaram quietas. – Vamos, respondam, perderam a língua?

- Perdão majestade. –disse a mulher. – Mas a rainha não se encontra no palácio.

- Mas que ótimo. –Pedro bufou.

- Rabadash deve tê-la levado consigo majestade. –disse Susana.

- Eles estavam juntos. –disse Pedro transtornado. – Ele levou Lucia para fora do palácio, sabendo dos riscos que ela corre sem a proteção dos soldados, sem a minha proteção. –dizia aos berros. – O que aquele idiota tem na cabeça?

- Não o culpe Pedro, Caspian deve ter feito o que estava ao seu alcance para proteger Lucia. –rebateu Susana se esquecendo dos títulos.

- É a começar por ter tirado ela da segurança do palácio e levá-la para fora onde ela era alvo fácil a qualquer miserável que tentasse atacá-la, ou raptá-la. –retrucou Pedro sem medir seu tom.

- Acusar Caspian não vai ajudar a trazer Lucia de volta. –rebateu Susana em tom firme sem se deixar abater.

- Você sempre o defendendo. –disse ao girar sobre os calcanhares e se afastar.

- Não se trata de partir em defesa ou ataque de alguém e sim que essa explosão não nos levará a lugar algum, precisamos esfriar a cabeça e pensar no que fazer.

- Susana tem razão majestade. –defendeu Edmundo com certo receio em bater de frente com o rei. – Não adiante nada procurarmos culpados, precisamos pensar no que fazer agora que Rabadash tem a rainha em seu poder. O que ele deseja com isso...

- É obvio o que ele deseja. –rebateu Pedro. – Ele vai mantê-la sob seu poder, como barganha em troca da guerra. Seu plano é bem claro, não sei como não pensei nisso antes. –dizia passando dos dedos pelos fios de cabelo.

- Então ele não irá machucá-la. –disse Susana. – Ele não arriscaria perder a batalha, e sabe que se ferir Lucia terá uma guerra de proporções tamanhas contra seu reino.

- Sem a rainha aqui, minhas ações não valerão de nada. –prosseguiu Pedro. – Ele sabe disso. Lucia está no topo da monarquia do nosso reino, e embora eu seja seu substituto com ela nas mãos de Rabadash, eu não poderei agir.

- Ele vai mantê-la em algum lugar seguro até a guerra. Vai usá-la como troca. –disse Susana juntando as peças.

- Vai trocar nossa derrota pela rainha. –concluiu Ed. – É obvio.

- É, é obvio, esse era o plano de Rabadash todo o tempo. Não nos enfrentar em uma batalha, mas forjar nossa derrota e graças a Caspian agora isso é possível. –disse Pedro com rancor nos olhos.

- Vamos partir do ponto que Rabadash não pretende ferir Lucia, ela é uma rainha e tem proteção direta de Aslam, ele não se atreveria.

- Eu espero para o bem de Caspian que não. –Pedro disse semicerrando os dentes. – Por que se algo acontecer a Lucia, ele não será poupado.

Susana respirou fundo balançando a cabeça em negação, enquanto Pedro se afastava e se retirava. Edmundo encarou a arqueira, e então decidiu ir até a sala de Gael onde o mesmo tratava do ferimento de Caspian.

- Como ele está? –perguntou o moreno.

- Nada bem. –respondeu Gael. – O ferimento foi profundo, mas felizmente não atingiu nenhum órgão vital. Porém ele perdeu muito sangue, e não está respondendo ao elixir.

- Elixir? –questionou Edmundo.

- Sim. – sorriu Gael. – Este elixir. –disse mostrando um frasco pequeno com um líquido avermelhado em seu interior. – Eu o encontrei recentemente na mata. Creio que Aslam me levou até lá para encontrá-lo. Foi extraído de uma planta rara, na verdade única que nasce uma vez a cada mil anos e vive por apenas dois dias. Acho que Aslam queria que eu encontrasse para usar em casos como o de Caspian. –disse satisfeito e feliz pela sabedoria do grande leão.

- Isso é ótimo Gael. –concluiu Ed. – Mas acha que pode funcionar?

- Vamos esperar que sim, eu lhe dei duas gotas. –ele andou até Caspian que estava deitado sobre um leito no canto da sala. – Agora só nos resta esperar em Aslam e ver o que temos.

- Tudo bem, quando ele acordar avise a mim ou a Susana.

- Claro.

- Eu vou ver o rei, ainda temos muito que falar.

- Como está a rainha?

- Não sabemos, mas espero que esteja bem.

- Caspian ficou repetindo o nome dela quando o colocaram sobre aquele leito.

- Ele deve estar inconscientemente preocupado, mesmo estando desacordado Gael.

- Eu vou continuar a espera.

- Faça isso.

E assim Edmundo se retirou da sala e se dirigiu ao corredor, onde encontrou Susana se dirigindo ao gabinete do rei junto com mais soldados da rainha.

- Ele acordou? –perguntou Susana.

- Não, mas Gael está cuidando dele.

- É melhor não deixarmos Pedro sozinho com Caspian quando ele acordar.

- Concordo.

E então os dois partiram rumo ao gabinete para uma longa reunião com o rei.


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Notas finais do capítulo

Pedro ficou furioso, quando ele puder falar com Caspian o coitado vai penar nas mãos do rei magnifico. No próximo capitulo Caspian vai acordar ok? Graças a elixir de Aslam!!! Ele tinha que aparecer!!! Beijos