When You Call To Me escrita por Carrie Lerman


Capítulo 29
Responsável Por Meus Erros


Notas iniciais do capítulo

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Lucia despertou sobre uma cama confortável, embora parecesse bastante desarrumada e cheirasse a mofo, e girou sua cabeça para a direita procurando por alguém que ela não encontrou. De seus lábios um pouco secos saíram palavras sussurradas e meio confusas, enquanto ela tentava se mover sentindo a dor de uma pancada em sua nuca.

– Caspian? –foi o primeiro nome que ela chamou enquanto se colocava sentada sobre o leito.

Lucia olhou ao redor procurando identificar aquele cômodo, e se deparou com um lugar pequeno e pouco iluminado com uma única porta e uma janela minúscula. Ela se levantou com dificuldade sentindo-se tonta e balançou rumo à janela tentando abrir a mesma sem sucesso. Depois se dirigiu a porta e bateu com força contra a mesma e chamou por um socorro que não viria.

– Me tirem daqui. –ela dizia batendo com os punhos na porta trancada.

Do lado de fora dois soldados faziam a segurança da torre onde Rabadash havia ordenado que a rainha fosse levada e presa, para que a o seu resgate fosse mais difícil, caso os narnianos tentasse ir em busca de sua rainha. Como o príncipe Dash estava ciente de que o socorro dos narnianos poderia vir do céu, ele preparou alguns dos soldados com arcos para atingirem qualquer animal voador que se aproximasse da torre. A ordem era para abater qualquer um que se aproximasse.

No interiro da torre a rainha se desesperava chamando por ajuda, enquanto os homens do lado de fora a ignoravam. Lucia regressou a cama e sentou-se sobre a mesma baixando o rosto e deixando as mãos repousando sobre o colo, enquanto derramava lágrimas de desespero relembrando da cena de horas mais cedo na qual os soldados de Rabadash atacaram Caspian, enquanto ele a tentava proteger.

– Aslam, não permita que nada de ruim tenha acontecido a Caspian. –ela dizia em tom triste com os olhos fechados. – Por favor...

...

De volta ao palácio de Cair Paravel na manhã seguinte Pedro estava na sala do trono com alguns soldados planejando um meio seguro de resgatar a rainha antes que a guerra fosse declarada por Dash e o rei. Um grande mapa de toda a Nárnia mostrando os territórios inimigos também estava estendido sobre todo o piso do salão do trono, e ao redor dele os soldados debatiam sobre as táticas de melhor atacar o castelo do rei Tisroc sem serem pegos por seus soldados.

– A melhor afronta contra o castelo seria por cima majestade. –dizia um dos homens.

– Rabadash provavelmente espera que os ataquemos por cima, não creio que seja uma boa ideia. –retrucou outro de nome Castiel.

– Se formos por baixo, teremos dificuldade de atravessar os portões. –rebateu Edmundo.

– O castelo de Tisroc é rodeado por um grande lago, se decidirmos atacar por baixo vamos precisar da ajuda de soldados abeis ao nado. –seguiu outro soldado.

– Pouco do nosso pessoal está hábil a combate aquático senhor. –disse um soldado se dirigindo a Edmundo.

– É verdade majestade. –Edmundo se dirigiu ao rei que se prostrava sentado no trono com expressão pensativa e analítica.

– O melhor meio seria pelo alto. –seguiu o rei se levantando e descendo os degraus do altar. – Podemos usar os hipogrifos para levar os soldados.

– Os soldados de Dash estarão esperando por isso. –continuou Castiel.

– Não temos muita escolha. –respondeu o rei girando ao redor do mapa.

– Podemos usar os arqueiros para distraí-los. –disse Suzana se manifestando.

– Mas tudo isso atrairia os soldados direto para nós, e nesse caso deveríamos nos preparar então logo para uma batalha. –preveniu Edmundo seguindo o rei com os olhos.

– Precisamos retirar Lucia do castelo de Tisroc primeiro. –reagiu Pedro. – Depois pensaremos no resto.

– Devemos invadir por cima. –seguiu Suzana. – Como o rei sugere. Distrair os soldados com nossos arcos, e com os hipogrifos que nos deixaram no interior do castelo e de lá abriremos os portões para que nossos soldados entrem.

– Com isso teremos tempo para tirar a rainha da posse de Dash. –disse Ed.

– Mas ainda precisamos saber onde ela está sendo mantida. –resmungou um dos soldados até então em silencio.

– Ele tem razão. –rebateu Edmundo ao ver o olhar tenso de Pedro.

– Como faremos isso? –disse Suzana.

– Se enviássemos um espião. –rebateu Castiel.

– Não há ninguém que possamos enviar. –respondeu Pedro.

– Talvez Caspian. –sugeriu Edmundo.

– Rabadash o conhece. –retrucou Suzana.

– Mas seus soldados não. –disse Castiel.

– Não. –respondeu Pedro em tom firme. – Até porque ele não está em condições de atuar de maneira alguma.

– Devo discordar majestade. –se manifestou o próprio Caspian abrindo as portas da sala e interrompendo a reunião. – Eu me sinto melhor graças ao elixir de Gael e estou pronto para fazer o que me for pedido. –disse em tom firme e imponente.

– Enviar Caspian sozinho não me parece uma boa ideia. –disse Suzana.

– Ele não irá. –disse Pedro em tom firme e rude passando por Caspian e seguindo rumo ao centro do salão.

– Se tiver algo que eu possa fazer eu quero fazer. –disse Caspian seguindo o rei.

– Você já fez o bastante. –retrucou Pedro sem olhar para trás.

– Não foi pra isso que vim pra cá. –continuou Caspian.

– Uma boa questão afinal. –Pedro parou e enfrentou Caspian frente a frente. – Pra que você veio? Porque Aslam trouxe você? Se é que foi mesmo o grande Leão que o trouxe.

– Eu não saberia responder sua duvida, mas sei que estou aqui e sei que não pretendo deixar Lucia nas mãos daquele homem. –rebateu Caspian em tom firme deixando todos na sala tensos.

– A Rainha Lucia. –Pedro franziu a testa e deu um passo a frente.

– Esqueça os malditos títulos. –berrou Caspian. – Não me importa o que querem que eu faça, eu farei por mais arriscado que seja, foi minha culpa ter perdido Lucia, e eu não pretendo ficar aqui esperando que a tragam de volta, eu mesmo pretendo ir atrás dela e resgatá-la.

– Baixe o seu tom em primeiro lugar, você está diante de um rei. –Pedro enfrentou batendo nariz com nariz com o moreno. – Em segundo lugar, sim a culpa foi sua e é bom que ao menos saiba e tenha consciência disso, agora quem decide o que fazer para corrigir a porcaria do seu erro sou eu.

– Se o erro é meu, permita que eu corrija. –ele insistiu no mesmo tom enquanto seus olhos pareciam querer saltar das orbitas.

– Não sei se posso confiar em você. –Pedro deu as costas ao moreno.

– Não preciso que confie em mim, apenas me deixe ir. –Caspian continuou mantendo o tom alterado.

– Chega. –Pedro se virou e gritou. – Eu quero que saia agora dessa sala. –ele apontou para a porta.

– Se me quiser fora daqui terá de me tirar você mesmo. –afirmou Caspian.

– Tirem ele daqui. –ordenou aos soldados.

– Não se atrevam a tocar em mim, eu não irei a lugar algum. –Caspian atravessou a sala indo em direção ao rei. – Eu tenho o direito de estar nesta sala quanto qualquer um de vocês, segundo a rainha Lucia, eu sou o próprio Rei Caspian X não?

– Você não é rei. –Pedro rebateu em tom de desdém. – Você no máximo foi convocado por Aslam, mas não por ser rei.

– Não importa. Isso não muda o fato de eu estar aqui e disposto a lutar por Lucia. –disse cerrando os dentes e apontando para o chão.

– Você está começando a me tirar do sério. –avisou Pedro.

– Alguém faça alguma coisa antes que eles se atraquem nesta sala. –pediu Suzana olhando Edmundo.

– Majestade, talvez Caspian tenha razão... –disse Edmundo.

– Cale-se. –disse Pedro em tom alterado e sem razão. – Ele não irá. E minha palavra final, eu não confio nele, e não vou colocar a segurança de minha irmã em suas mãos escorregadias mais uma vez.

– Se me negar isso eu juro que sairei por aquela porta, atravessarei aquela praia e irei sozinho atrás de Dash e trarei Lucia mesmo que isso custe minha vida.

– Já chega. –disse Tumnus ao entrar na sala. – Majestade... –disse ele em tom firme encarando o rei. – Tem alguém que deseja vê-lo.

– Eu não posso receber ninguém agora.

– Vai querer receber o grande Leão imagino.

– Aslam está aqui? –disse confuso.

– Ele o espera na praia. Sozinho...

Pedro encarou Caspian que estava cuspindo fogo pelos olhos, e depois se afastou passando por Edmundo e por Suzana os deixando no comando da reunião.

– Eu não me demoro. –ele avisou. – Cuide de tudo na minha ausência Edmundo.

Assim ele seguiu com o conselheiro rumo a praia, e logo todos os soldados estavam prostrados na sacada principal esperando ver o grande rei de Nárnia, o poderoso e imponente Leão que já não era visto a séculos. Caspian passou por entre todos pedindo licença e quando chegou a sacada avistou o maravilho animal de juba brilhosa e dourada soprando ao vento diante do rei Pedro que se prostrava de cabeça baixa em manifesto humilde. Não se podia saber o teor da conversa, mas de onde estava Caspian pode sentir quando os grandes olhos do leão repousaram sobre ele, e Pedro em seguida voltou seus olhos e direção a sacada tendo a mesma visão que Aslam.

Alguns minutos depois, Pedro retornou ao palácio, enquanto Aslam sumia nas areias como em um passe de mágica enquanto se afastava rumo as pedras. Ao adentrar ao salão Pedro apenas olhou todos que o analisavam curiosos e disse encarando Caspian.

– Venha comigo até o gabinete Caspian.

E então ele se virou e seguiu em frente rumo ao corredor. Tumnus o induziu a seguir o rei, e então este segurou firme sua espada na cintura, e correu atrás de Pedro...


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Notas finais do capítulo

Tumnus chegou botando ordem no barraco u.u gostei de ver hein!!!! O que será que Aslam disse ao rei? Pedro levou um xixi do grande leão será?! Ele voltou pisando miúdo viram?! Beijos nos vemos no prox