Camp Blood escrita por Heitor
O sol já estava nascendo, e não paramos. Conforme ele subia mais, andávamos mais rápido.
– Bargho? - Chamei.
O sátiro virou-se para mim e me fitou.
– Algum problema? - Perguntou ele.
– Você.. você consegue sentir algum cheiro? - Perguntei. - É que vocês, sátiros, sentem cheiro de monstros e semideuses então..
– Sim, eu posso sentir o cheiro de um deus.
– E então? - Eu estava impaciente.
– Sinto muito dizer mas, Sr. D não está por perto. - Bargho olhou para os cascos, deprimido.
Tudo bem. Uma hora teríamos de achá-lo.
Prossegui o caminho arrastando os pés submersos, e olhando para a água esverdeada.
– Finalmente. - Disse Connor.
Olhei para a frente e ví Connor ajudar Lilith a sair da água. Eles subiam um trajeto de folhas, aparentemente úmidas. Pude notar que era o começo de uma colina.
A subida de uma colina no meio de um pântano.
Tudo bem, não era hora de questionar. Então apenas apressei o passo e continuei a ir até eles.
Lucy e Bargho vinham logo atrás.
Após o sátiro subir, pegou a mochila de Lucy e eu a ajudei a subir.
Connor e Lilith já caminhavam no ponto mais alto da colina e começavam a descer, desaparecendo abaixo do sol da manhã.
– Esperem! - Disse Lucy.
– Qual o problema? - Perguntei.
Lucy retirou do menor bolso da mochila alguns dracmas.
Como uma legítima filha de Íris eu já sabia bem o que ela ia fazer.
Se afastou um pouco e tirou algumas folhagens que haviam ao redor, deixando o sol acima da colina atravessar.
No mesmo instante, um arco-íris surgiu sobre a pouca água do pântano.
A garota jogou um dracma que havia em sua mão, e rapidamente a moeda de ouro afundou.
– Deusa Íris, - Disse ela. - Mostre-me Klaus.
O arco-íris tremeluziu e começou a se transformar numa espécie de névoa, que não demorou a mostrar a imagem de Klaus e Heather.
Os dois conversavam, fazendo gestos com as mãos. Estavam próximos aos campos de morangos, e franziam a testa.
– Ei! - Chamou Lucy.
Klaus, que estava de costas para a névoa, a principio não se mexeu.
Heather notou que estávamos a chamá-los e cutucou Klaus. Os dois se aproximaram.
– Lucy, graças aos deuses! - Disse o filho de Ares.
– O pai desse idiota aqui está acabando com o acampamento. - Exclamou Heather.
– Oh, não fale assim! - Questionou Klaus. - Por mais que ele não seja um dos melhores, ainda sim é o meu pai!
– Escutem. - Disse Lucy. - Não estamos nem perto de encontrar o Sr. D, por isso, vocês precisam manter o controle. Cuidem para que nenhum campista se machuque.
– Nenhum campista se machuque? - Berrou Heather. - Em poucas horas Ares já mandou mais de 20 semideuses para a enfermaria! Sem contar que conseguiu matar dois cavalos e fez atividade durante a madrugada.
Bargho tremeu por um instante, preocupado.
– Ei, sátiro. - Chamou Klaus. - É melhor você encontrar Dioniso ou se considere um sátiro morto.
– Vocês não podem demorar! - Disse Heather. - O Acampamento Meio-Sangue está deixando de lado o título ''meio'' e se transformando num verdadeiro Acampamento de Sangue.
– Voltem com Dioniso sem demora! - Completou Klaus. - Antes que fique tarde demais..
E então a névoa se desfez.
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