–Mas que calor! –Disse Lucy, sentada à sombra da árvore do quintal dos Flynn Garcia – Tá tão quente que eu posso sentir o meu cabelo derreter!

–Isso não aconteceria se você cortasse esse cabelo que quase chega aos seus pés – Disse Denny, trazendo uma bandeja com limonadas e se sentando à sombra junto aos amigos.

–Prefiro morrer de calor, muito obrigada. –Disse cruzando os braços - Agora, me passa um copo de limonada.

Enquanto Denny distribuía as bebidas, Angel estava chegando aos últimos galhos da árvore de seu quintal. A vista era incrível e ela apreciava muito aquilo. Lá em cima, ela podia ver tudo: Os pássaros, a cidade que se estendia até onde não se conseguia mais ver. Sentia a brisa morna do verão batendo suavemente em seu rosto. Também via seus amigos lá embaixo, se abanando, bebendo limonadas e se escondendo do sol quente na sombra. É claro que todos poderiam entrar em casa, onde tinha ar-condicionado, mas eles não trocariam aquela sombra, todos adoravam ficar embaixo dela. As melhores ideias sempre vinham quando estavam lá. Angel decidiu descer, estava ficando com sede, e mesmo adorando a vista dali, realmente estava muito quente e ela já começava a suar.

Pulando de galho em galho, chegou ao chão e se sentou junto aos amigos. Eles estavam rindo de alguma piada, e Angel aproveitou o momento para pegar o último copo de limonada. Quando as risadas cessaram, Quinn perguntou:

–E ai, o que a gente faz hoje?

–Alguma coisa fria, porque hoje está mais quente do que o inferno – Disse Bella, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo.

–A gente podia construir uma pista de patinação – Disse Max –Nada é mais frio do que gelo, né?

–É, mas o meu pai já fez isso e nós também fizemos um tempo atrás. – Disse Quinn

–Que tal – Disse Angel, tomando o último gole de limonada – Se nós construíssemos um parque aquático? Com tobogãs e essas coisas, ou só uma piscina mesmo.

– Yaaaaaaaaay, piscina!! –Disse Lucy, já ficando empolgada –Pode ser piscina, parque aquático, o que for mais rápido, mas por favor, por favor, vamos fazer isso logo!

–Tá bem, vamos construir uma piscina só pra refrescar, depois a gente vai colocando mais coisas, pode ser?

Todos concordaram com um aceno de cabeça.

–Então vamos começar! –Disse Angel já ficando em pé – Vamos lá, pessoal!

Todos se levantaram e se dividiram em tarefas: Bella ligaria para algumas pessoas para entregarem o material necessário, Jahde e Mellody desenhariam o esquema, Nirvanna, Denny, Quinn, Angel, Max e Lucy começariam a escavação e a construção, e quando os outros terminarem, se juntariam a eles. Quando tudo estivesse pronto: Adeus calor!

***

Todos já estavam com a mão na massa, faltava bem pouco para começarem a encher a piscina com água, e Angel estava se certificando de que não haveria nada fora do lugar. Ela estava cavando mais um pouco com a pá, quando encontrou uma pedra, diferente das outras; essa era rosa. Tudo bem, rosa não era sua cor favorita, mas ela era tão... bonita...

A garota reparou que essa pedra parecia um pouco com um cristal e tinha algumas espirais em seu interior, todas da cor lilás. Decidiu ficar com ela, então a colocou no bolso e voltou a trabalhar.

Não demorou muito para a piscina ficar pronta e demorou muito menos para todos se trocarem e caírem na água. Passaram a tarde inteira nadando, fazendo brincadeiras e quase se afogando. Só pararam quando Isabella, mãe de Angel e Quinn, saiu de casa e ofereceu torta com sorvete. Após comerem, estavam tão cansados que cada um foi direto para casa e caíram no sono.

Menos Angel.

Ela estava cansada, mas não conseguia dormir. Ficou deitada na cama encarando o teto por um bom tempo, contando carneiros, mas nada de dormir. Foi aí que ela se lembrou da pedra que havia encontrado no começo do dia. Onde foi mesmo que ela a havia colocado? Sim, no seu bolso! Levantou da cama, foi tateando no escuro até encontrar o que procurava; se jogou na cama novamente e levantou a pedra para examiná-la melhor. A luz da lua refletia sobre ela, dando-a um brilho esbranquiçado. A garota ruiva posicionou-a melhor nos raios da lua, fazendo as espirais lilases e a pedra brilharem.

Mas... espere um minuto... pedras não brilham.

Assustada, a garota sentou na cama e tirou a pedra dos alcances dos raios da lua. Ela ainda brilhava. A ruiva passou o polegar pela pedra, esfregou os olhos até doerem, mas a pedra continuava a brilhar, agora muito mais. E só para deixar mais esquisito, as espirais começaram a se mover. Cada vez com os olhos mais arregalados, a garota assistia às espirais se moverem e se ajustarem. A pedra começava a ficar quente e machucar a mão da menina. As espirais finalmente pararam de se mover e ficaram com a forma de uma árvore, com um dos galhos inclinados formando um arco, quase tocando o chão. O brilho ficou mais fraco por um instante, mas de repente, a pedra irradiou um brilho que quase cegou a garota e a fez cair da cama. Ela foi se afastando, cada vez mais assustada do que acabara de ver. Aquilo foi um sonho? Não, não foi... desesperada, foi acordar seu irmão:

–Quinn! Quinn, acorde! QUINN! –Ela disse, batendo nele com um travesseiro.

–Uuuuhhhhh... o quê?!- Disse o menino, ainda com sono – Não dá pra esperar até amanhã?

–Não, você tem que vir comigo! Agora!

Angel o levou até seu quarto e encontrou a pedra jogada no chão, mas agora ela estava piscando, como se aquilo fosse urgente. Os gêmeos se olharam, depois para a pedra e depois um para o outro de novo, até o momento em que Quinn tomou coragem e disse:

–Nós precisamos chamar a turma.

E Angel concordou com um aceno de cabeça.