Não se passaram nem dois minutos e eu já estava sozinha no meio daquele mar de gente, pra cada lado que eu olhava tinha gente se pegando, bebendo, fumando e dançando, eu não sabia o que fazer, além do mais não sou acostumada a ir em festas, prevejo uma Holly perdida.

Fui até o bar e pedi ao barman aquela bebida rosa, ele sorriu e misturou uns trecos em uma espécie de copo, sacudiu, colocou numa taça, me deu e murmurou um se divirta, o que será que ele quis dizer com isso? Resolvi ignorar as perguntas e ir dançar um pouco, mal pisei na pista e a multidão me carregou pro meio, olhei para os lados tentando encontrar Jenny e Carly, não obtive sucesso, decidi que não valia a pena, elas deviam estar bêbadas e se pegando com alguém.

Já era o meu terceiro copo daquela bebida, não sei o que tinha naquilo, mas era bom e eu me sentia feliz, nem parecia a mesma Holly que a uma hora atrás estava emburrada por estar ali, uns meninos vinham pra cima de mim, dançando e tentando me beijar, mas eu nem me preocupei, só sei que eu estava muito louca.

Depois de um tempo dançando resolvi me sentar, estava indo em direção ao sofá quando vi uma multidão indo pra perto da mesa que tinha na sala, fui até lá ver o que era, assim que vi quase caí pra trás, Carly estava em cima da mesa sem blusa só com o sutiã e o short dançando, os meninos estavam amando e as vadias achavam um absurdo (claro, como se elas nunca tivessem feito isso antes), fui andando por entre as pessoas, precisava achar  Jenny pra me ajudar a tirar Carly dalí ou alguma coisa pior podia acontecer. Finalmente achei a Jenny, ela estava perto do sofá incentivando Carly, merda eu só posso ter feito pole dance na cruz.

– UHUL, ISSO AÍ CARLY! – Jenny gritava enquanto aplaudia aquele showzinho

– Jenny que merda é essa? – perguntei com cara de reprovação – Vem e me ajuda a tirar a Carly da mesa – falei pra ela, que revirou os olhos.

– Holly deixa a menina se divertir, ela tem dois pais coxinhas que nunca deixam ela fazer porra nenhuma e quando ela finalmente tá se divertindo você fica atrapalhando – Jenny brigou comigo

– Tudo bem ela se divertir Jenny, mas fazer striptease na sala do John não é nada legal, imagina se alguém tira foto e posta na internet? Os pais dela jogam ela em um orfanato – disse séria.

– Odeio admitir mas você tem razão – falou e eu sorri – ei galera, ei, pessoal, PRESTA ATENÇÃO EM MIM PORRA! Ó O SHOW ACABOU – logo depois todo mundo começou a vaiar Jenny e pela cara que ela fez acho que ela não curtiu isso

– Porque acabou Jenny? – Carly perguntou com aquela voz de bêbada

– Porque eu não quero que você vire órfã – eu respondi antes de Jenny

– E porque eu viraria órfã? – Carly falou em tom de gozação

– Porque? Porque se alguma foto desse show que você fez aqui chegar até seus pais eu quero ver se eles não vão te expulsar de casa – eu disse como se fosse óbvio

– É agora desce daí porque eu já passei muita vergonha aqui – Jenny falou impaciente entregando a blusa pra Carly

– Acabou o show podem voltar a fazer o que estavam fazendo – eu falei enquanto ajudava Carly a sair da mesa, o pessoal murmurava alguma coisa e ia saindo.

Jenny ajudou Carly a colocar a blusa enquanto eu  segurava os braços dela, a coitada estava tão bêbada que nem conseguia ficar em pé sozinha, eu e Jenny levamos ( lê-se carregamos ) Carly até o carro e colocamos ela no banco de trás, já tinha escurecido e Jenny não tinha condição de dirigir daquele jeito então ela me estendeu a chave e mandou eu dirigir, entrei no lado do motorista ( ah não brinca, achei que você ia dirigir no banco de trás ) e liguei o carro e acelerei, quando estávamos perto da casa de Carly eu perguntei.

– Vem cá Jenny, a gente não pode deixar a Carly em casa nesse estado – eu disse com cara de pateta

– Verdade! O que a gente faz? – ela perguntou assustada

– Então quer dizer que a senhorita esperta não pensou nisso quando resolveu vir nessa festa – disse zombeteira enquanto esperava o sinal abrir – Eu falei que essa festa não era uma boa ideia, e você sabe tanto quanto eu que a Carly é fraca pra beber – disse me lamentando

– Eu sei, mas ela prometeu que não ia beber – Jenny tentou se explicar

– Tá agora não adianta se lamentar, a merda tá feita – falei pensativa – Já sei! Seus pais estão em casa? – perguntei esperançosa

– Acho que não! Eles disseram que iriam na casa da minha vó e eu inventei que estava com dor de cabeça pra poder ir a festa – sorriu travessa

– Será que eles já chegaram? – perguntei sorrindo – Peraí! E se eles chegaram e não te acharem lá? – perguntei espantada

– Merda! nem pensei nesse detalhe – ela disse apavorada

– Jenny como você pode ser tão burra? – grunhi, nisso o sinal já tinha aberto a muito tempo e os carros que estavam atrás buzinavam e xingavam e minha querida amiga ( ironia é você?) virou pra trás e mandou seu dedo do meio, que educada, acelerei e parei perto da casa de Jenny.

– Ok Jenny é o seguinte vai lá e vê se o carro dos seus pais estão lá, se tem algum sinal deles – eu disse parecendo que fazia parte do FBI – se estiver tudo limpo você me dá um toque e vem me ajudar a levar a Jenny pro seu quarto, aí a gente dá um banho nela, dá um jeito na cara dela e levamos ela pra casa – finalizei sorrindo

– Ótima ideia, mas se eles estiverem em casa? – ela perguntou com cara de retardada

– Ai Jenny não estraga, vai logo – eu disse e olhei pra trás, coitada de Carly estava jogada, aquele bafo de cachaça, as roupas e o cabelo todos bagunçados, parecia uma mendiga, Jenny assentiu como um soldado e foi.

Um tempinho depois Jenny me ligou dizendo que estava tudo limpo e eu estacionei o carro na garagem dela e então levamos Carly pra dentro, subir as escadas com ela foi um sacrifício, Jenny é uma magrela e eu uma sedentária, quase rolamos as duas, mas com a graça do bom Deus chegamos ao quarto de Jenny, colocamos ( lê-se jogamos ) Carly na cama e paramos pra descansar, essa menina é bem pesada.

– E agora o que a gente faz? – Jenny perguntou arfando

– A gente enfia ela debaixo da água fria, põe uma roupa nela e deixamos ela apresentável para os pais dela não jogarem ela na rua e nem desconfiarem que ela ficou bêbada e subiu na mesa de sutiã – eu comecei a rir e logo depois Jenny já estava no chão rindo

– Ai, ai ok vamos lá, vamos tirar as roupas dela e sim Holly eu sei que isso soou estranho ,mas não te outra forma de falar isso sem parecer que vamos estuprar ela – Jenny disse e eu ri, era impressionante como ela sabia o que eu estava pensando, as vezes acho que ela é uma bruxa ( eu sei que isso é ridículo ), enfim tiramos as roupas de Carly e botamos ela debaixo do chuveiro, ela fez um escândalo, a vadia da Jenny saiu correndo e eu fiquei lá todo molhada enquanto TENTAVA dar banho em Carly, consegui, porém saí toda molhada e provavelmente com um olho roxo de tanto que Carly me batia ( estou pensando em denunciar essa baixinha ), Jenny me ajudou a vesti-lá com roupas limpas que estavam em sua bolsa e por fim ajeitamos o cabelo e o rosto dela e fomos fazê-la comer alguma coisa, não foi difícil já que Carly sempre amou comer e não seria agora que isso mudaria.

Depois de tudo isso colocamos ela no carro e levamos ela até sua casa.

– Carly tente não parecer tão bêbada – Jenny disse rindo

– Querida Jenny vá se fo – Carly ia dizendo mas Jenny a interrompeu

– Olha a boca, você devia nos agradecer por tudo que fizemos por você hoje – Jenny riu

– É verdade Carly, se não fosse por nós você podia estar morando debaixo da ponte – eu ri

– Obrigada de verdade meninas, mas saibam que vocês são umas vadias – ela disse rindo também

– Ao seu dispor madame – eu zombei dela, a mesmo mandou o dedo do meio e entrou em casa, sorrimos e então Jenny me deixou em casa, no caminho eu  percebi que no fim das contas ninguém tomou banho de piscina nenhum, acordei dos meus devaneios com Jenny falando que estávamos na minha casa, nos despedimos e eu logo entrei.