The Neighbor escrita por Ann k


Capítulo 11
Capítulo 11/ "Pode pegar uma água pra mim?"


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!
Eu só peço desculpas por não ter postado por um tempão, eu sinto muito por deixar vocês nesse suspense todo, que por sinal agora acabou!!
Eu sei que esse título está estranho, mas no decorrer da leitura vão entender :)
Espero que gostem!



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– Filha, preciso que você venha até o hospital... –

Comecei a me desesperar, a voz do meu pai estava séria demais, na verdade toda frase que ele disse era desesperadora e isso me fez pensar no pior, meu irmão realmente não parecia bem de manhã, mesmo James tendo dito que estava e eu ter passado o dia todo tentando me convencer de que as palavras dele eram verdadeiras, no fundo algo não se aquietava.

O carro da minha mãe estava em casa e apesar de eu ainda não ter tirado minha carteira –ainda- decidi que seria mais rápido do que chamar um táxi e apesar de eu também saber que iria levar um esporro da minha mãe, preferi arriscar mesmo assim.

Chegando ao hospital me segurei para não correr até o balcão, gritando e pedindo por informações, o que acho que seja até bem comum em um lugar como este, não seria como se eu fosse louca, mas seria desrespeitoso com as outras pessoas que estavam ali, sofrendo por alguém que poderia estar talvez pior que meu irmão.

Então, calmamente me aproximei do balcão e perguntei a uma das moças que ali estavam e dei as informações do meu irmão e ela logo me informou o seu quarto. Como minha capacidade mental para andar nesse labirinto chamado hospital não era das melhores eu acabei me perdendo e demorando mais do que pensava para chegar ao quarto 472 e não posso me esquecer de dizer que só cheguei até lá, porque um enfermeiro gente fina –e bonito também- se ofereceu pra me mostrar onde era.

Quando me despedi do enfermeiro e agradeci milhões de vezes, me virei e vi minha mãe muito abatida e com seu olhar fixo no teto e também meu pai que tentava se mostrar calmo. Porém, falhava miseravelmente e andava de um lado para o outro, como eu ele não gostava de não estar no controle de uma situação. Aproximei-me lentamente de meus pais, enquanto mentalmente repetia na minha mente que eu tinha que ser forte para o que quer que fosse que eles me contassem.

Hm... oi Eu admito que não sabia o que dizer e como me aproximar sem parecer estranha, a situação era péssima e o clima pior ainda, e “oi” foi a única coisa que pensei em dizer.

Meu pai se virou e me abraçou apenas, já minha mãe permanecia imóvel, ainda encarando o teto.

– Ainda bem que chegou o que te fez demorar tanto? – Disse meu pai ao se desvencilhar do abraço

– Eu... Digamos que me perdi depois de virar no primeiro corredor.

– Mas é claro, como não, né? – Ele estava tentando ser brincalhão e quebrar o clima pesado, mas nossos olhares sempre se voltavam para uma única pessoa.

Minha mãe estava alheia demais, não acho que me notou ali, isso fez como que eu me apavorasse, talvez seja realmente grave, ela não estaria assim se tivesse ouvido que era só dar um antibiótico e ele ficaria bem e eu me sentia impotente e embora não lesse a mente de ninguém, tinha certeza de que Henry pensava o mesmo.

– Pai, você pode pegar uma água pra mim, eu não quero me perder de novo – Essa foi a única desculpa que achei para tirar meu pai daquela situação e ter um momento para conversar com Juliet.

Quando não conseguia mais ver meu pai me sentei ao seu lado sem dizer nada e repeti seu ato de olhar o teto e depois de alguns poucos minutos ela olhou para mim e pude ver lágrimas escorrendo pela sua face, parecia que seus olhos imploravam por um abraço e foi isso que fiz.

– É tão estranho como em um dia tudo muda, ele estava tão bem antes de dormir e agora está fazendo quantidades absurdas de exames– Me contentei em escutar atenciosamente tudo que ela dizia – Os médicos nos disseram que nos exames que fizeram para os sintomas comuns que ele apresentava tudo parecia normal, medicaram James e afirmaram que logo poderíamos leva-lo para casa. ­– Seu choro era mais alto e as palavras difíceis de compreender, ela não saia do abraço, talvez por não querer que eu visse a tristeza estampada em seu rosto, no momento em que ela pensava que deveria ser mais forte que todos ali.

Eu não derramei uma lágrima sequer, não agora e não ali, deixei que minha mãe continuasse e sentisse que eu a estava segurando e não me apoiando nela também, dessa vez eu seria alguém para ela se apoiar.

– Eu estava tão mais tranquila e esperançosa, até que... que... do nada os aparelhos começaram a apitar e um bando de enfermeiros começaram a nos retirar do quarto e levarem meu filho para uma sala que Deus sabe o que eles fazem lá – Meu coração se apertou e meus pulmões pareciam ter parado de funcionar, eu tinha medo de que esse fosse meu limite, mas continuei ouvindo minha mãe – Um médico veio aqui e informou que mais testes deveriam ser feitos e que eles não sabiam o porquê de ter acontecido aquilo e eu vi... vi nos olhos daquele homem que o quer que fosse que eles estavam procurando, nós não gostaríamos que eles achassem – E assim ela soltou tudo que ela estava reprimindo, sua vontade de ser forte pela família e apenas desmoronou em meus braços, o corredor vazio fazia com que seu choro alto ecoasse e tornasse tudo tão assustador, havia dor em todo lugar, minha blusa estava encharcada, meus braços doendo devido a força que fazia para segurar minha mãe, era tudo tão doloroso.

Pergunto-me como meu pai também não estava do mesmo estado que ela quando cheguei, eles tinham acabado de presenciar o filho ter uma parada cardíaca e ser levado às pressas até uma sala desconhecida e não receberam nenhuma notícia reconfortante e isso logo depois de terem sido informados de que era apenas alguma doença comum que passaria em pouco tempo... Nem eu sei como não estou jogada nesse chão chorando o mais alto que posso.

Não culpo os médicos por não saberem de primeira, o que havia acontecido e sei que eles estavam fazendo tudo que podia, eu os compreendia, porque em meu futuro me via uma médica, mas eu nunca odiei tanto um hospital como odeio agora, odeio o fato de estar do outro lado da situação e de não fazer ideia do que está acontecendo com meu irmão e odeio mais ainda o fato de meu pai estar em algum lugar sozinho, provavelmente chorando também, aproveitando pra liberar seus sentimentos, não porque ele é covarde, mas porque ele não quer demonstrar pra sua esposa e sua filha que quando ele deveria estar segurando ambas ele está precisando de alguém que o segure.

Queria poder abraça-lo e dizer que não há vergonha em chorar na frente dos outros, que não há vergonha em se sentir fraco ou em se deixar desmoronar e perder o controle algumas vezes na vida e que ele podia deixar seu sofrimento transparecer, que sua dor de ver um filho em uma situação dessas não era motivo pra se esconder, mais que tudo queria poder ouvir essas palavras também, mas sentia a pressão cair em mim e não iria reclamar, eles precisavam de mim e eu prometo que estarei aqui.

Quando meu pai retornou devia ter se passado uma hora ou mais um pouco, seu rosto estava inchado e os olhos vermelhos, isso só me fez querer chorar mais. Minha mãe ainda estava abalada e ainda deixava algumas lágrimas caírem.

– Holly, agora você pode ir pegar água pra mim, não quero ter que me perder de novo – Eu sorri levemente com suas palavras e quando não estava mais no campo de visão deles, corri, corri mais rápido que nunca e apesar dos sermões que ouvia enquanto passava eu não parei.

Minhas pernas começaram a doer e decidi que já tinha corrido o suficiente, olhei ao meu redor e vi que me encontrava em um lugar um pouco deserto, até mesmo perigoso, mas não me importava, andei até chegar a um parquinho parecido com de filmes de terror, parecia que ninguém ia ali por muito tempo, não era uma visão bonita, quem iria querer trazer seus filhos para brincar aqui? Os brinquedos nem pareciam seguros.

Eu andava e andava, dando voltas pelo parque, mas uma hora eu fraquejei e me deixei cair, devo ter me machucado, pois senti uma dor nas minhas costas, só que essa dor não era maior que a dor que sentia em meu coração, não acho que nada se comparava aquilo, fiquei com medo de quem quer que passasse por ali se assustasse com meus gritos de choro, com o tanto de sofrimento que eu tentava botar pra fora, com o jeito que me remexia e no quão descontrolava eu estava.

Comecei lembrando-me de todos os momentos que vivi com meu irmão, nos parques que fomos, em simplesmente tudo e só o que conseguia fazer era me descabelar e gritar, não havia remédio pra esse tipo de dor.

Pensei também na minha escola, não queria fingir que tudo estava bem, não queria contar isso para Jenny ou Carly, não queria a falsa piedade de todos e não que elas vão fazer isso, mas não há como entender o que eu sinto, não há como me fazer sentir melhor, não quero discursos de como ir as aulas vai fazer com que eu não fique pensando nisso ou em como sair vai me distrair e eu vou me sentir melhor... Se bem que eu desejo verdadeira saber, o que será que pode fazer com que me sinta melhor?


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Notas finais do capítulo

E então galero?
Gostaram? Bem tenso né...
Admito que chorei um pouco escrevendo esse cap e estou bem orgulhosa dele e espero mesmo que vcs também estejam, porque depois de anos sem postar eu volto e acabo com as estruturas de vcs HEEUEHUE
Enfim, deixem reviews, mtos reviews, quero ver se estão gostando msm!!
Beijos, desculpa qualquer erro



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