The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 37
|Jack| Pitch


Notas iniciais do capítulo

Eu, sumida, sumidinha, sumidíssima, mas estou aqui! Estou viva, gente!
As provas, malditas provas acabaram, as aulas acabaram, liberdade, liberdade! Cantem comigo! Liberdade, liberdade! Ok, não.
Capítulo novo na área, eu sei que eu deixei muita gente decepcionada com o capítulo passado, mas espero que esse satisfaça vocês. Boa leitura :D



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Uma dor pulsante na lateral da cabeça acordou Jack. Ao abrir os olhos, sentiu uma tontura. Não estava mais na escuridão.

Estava preso.

A sala era pequena e perfeitamente quadrada. As paredes eram acinzentadas, mas não absolutamente negras como a primeira que eles entraram. Seus braços estavam presos em algemas grudadas na parede, fazendo com que seus ombros doessem. Não havia nenhuma janela e nenhum sinal de seus outros amigos. Ele imaginou que cada um estivesse preso em outras salinha como essa.

A única porta da sala abriu. A luz que veio da porta queimou seus olhos. Jack não conseguia conectar seus pensamentos direito.

Uma forma esquia entrou na sala. Ele usava uma veste longa e um capuz negro que ocultava seu rosto e corpo. A única coisa aparente era as mãos longuíssimas e finas, semelhantes a agulhas de crochê.

Jack Frost

Essa voz. Jack conheceria essa voz não importa onde estivesse, era a voz que ouvira no templo, a voz que tirara Rapunzel dele.

Jack tentou se soltar e ir até aquela figura magra e alta e mata-la imediatamente. Todos seus músculos diziam que era isso que ele deveria fazer, mas era impossível se soltar das algemas presas na parede. Jack gritou de frustração:

– ONDE ESTÁ RAPUNZEL?

O dono da voz cruel riu de um modo maléfico, machucando o peito de Jack. Ele não suportaria isso.

– Morta.

Tudo que Jack mais temia atingiu seu sistema. Sua cabeça não pensava, seus ossos não correspondiam seus comandos, seus músculos pareciam ter se dissolvidos e seu coração se despedaçara, incapaz de se reconstruir.

– Jack Frost, há quanto tempo que não te vejo. Você... mudou.

Ele se aproximava de Jack lentamente, flutuando pelo chão e mantendo a postura majestosa. Quando estava em frente ao garoto, ele pôs sua mão longa no rosto de Jack, levantando o queixo dele, avaliando seu rosto pálido. Ele disse:

– Jack Frost que eu conheci não sente amor.

Jack não conhecia esse homem. Como ele o conhecia? Ou melhor, aquilo era um homem?

– Se me conhece, por que não te conheço? – perguntou Jack, tentando manter a força.

– Ah, você me conhece. Só não se lembra.

A verdade caiu nos braços de Jack com força. Ele conhecia esse homem antes de perder a memória.

Ele conhecia o mal antes de todos.

– Eu tenho amnésia. – disse Jack, levantando os olhos para poder encarar o mal. Mesmo que o capuz tampasse todo seu rosto, Jack sabia que por trás daquele pano havia olhos.

– Eu sei. Eu que tirei sua memória.

Outra vez a verdade atingiu Jack com força. Ele queria respostas.

– Eu nunca me importei mesmo com Rapunzel. Você sequestrou a pessoa errada. – As palavras doíam, mas era o que Jack tinha como arma nesse momento: palavras.

– Não é o que eu vejo, Jack Frost. Você está fazendo errado de novo. Você machucou o coração daquela pobre garotinha. Tão ingênua e fascinada. Você estava dando motivos para ela amar o mundo, mas brutalmente arranca tudo! Ela morreu, Jack Frost, acreditando que você a amava.

– Eu estava tentando salvá-la. Eu tentei parar de amar. – Jack não queria dizer isso a ele, mas ele sentia que se justificar nesse momento aplacaria a dor da morte de Rapunzel.

– Falhou. Tentativa falha. Você falhou! Cometeu o mesmo erro de Brant. Conhece, Jack Frost? Brisella e Brant?

A dor atingiu o peito de Jack novamente. O conto favorito de Rapunzel.

– Obviamente. – respondeu Jack, tentando parecer confiante.

– Sabe, Jack Frost, como Brisella e Brant, talvez se vocês tivessem tido menos paixão ela estaria viva...

Jack o encarou, perplexo. Se seus braços não estivessem presos, ele o atacaria nesse momento.

O homem de figura longa emitiu uma risada cruel e se distanciou de Jack, pronto para ir embora. No último momento, antes de sair, o homem tirou o capuz, revelando seu rosto horrível e encarou Jack:

– Esse é o erro universal: amar. Uma arma tão tentadora, porém tão cruel! Como uma ratoeira, o amor nos dá um queijo. Será difícil você pegar o queijo, mas quando finalmente consegue é submetido ao erro mortal sendo preso e então... Fim. Achei que você não era tão fraco a ponto de se render aos sentimentos, Jack Frost. Realmente...

Com a mão na maçaneta para sair, o homem de rosto acinzentado e olhos tempestuosos virou-se pela última vez e disse:

– Chega de se ocultar, não é mesmo? Eu sou Breu, Jack Frost. O quinto deus. O deus desprezado pela própria mãe. O deus sem legião, sem súditos. Bem... Não por muito tempo.

E fechou a porta atrás de si, deixando Jack na escuridão novamente.

***

Jack encarou o nada por muito tempo. Pensamentos se colidiam um com outro, a dor se misturava ao desespero, o cansaço o fazia querer desistir, os músculos dormentes por conta da posição horrível que o mantinha preso na parede. A única parte livre sua era Jamie, seu Soul-Patronus.

O pouco que sabia sobre os deuses vieram a tona em sua mente. Ele não queria se concentrar em Rapunzel, então se concentrou nos deuses.

Havia a Mãe Terra, a deusa maior. Essa teve cinco filhos, todos nascidos ao mesmo tempo. Quatro deles ganharam reinos próprios, as Legiões, e nelas criaram seus súditos, os legionários. Cada reino com sua própria espécie, seus próprios poderes, culturas e aparência. O quinto filho, o mais velho, Breu, não teve nada. A Mãe Terra o considerava mal demais e não merecia um reino próprio. Breu era o deus da escuridão, do vazio, do nada. Breu, como não tinha uma legião própria, vivia em silencio entre as legiões dos irmãos, trazendo doenças e desgraças. A pior foi a Epidemia do Breu. Não importa, a escuridão sempre existiu entre eles, apenas nunca davam muita importância. Breu queria recrutar súditos, ter sua própria legião.

Era isso que Breu queria. Jack chacoalhou a cabeça bruscamente. Parecia óbvio demais para ser verdade. Conectando os fatos, Jack só podia levar a uma resposta: Breu queria tomar as legiões e reinar sozinho, em sua própria escuridão.

Os deuses estavam presos, isso Jack sabia. Jack precisava fugir, encontrar Merida e Soluço, salvar os deuses e lutar contra Breu para que ele não pudesse destruir as legiões. Parecia simples, mas não tanto. Jack nem sabia como sair da sala.

Ao fechar os olhos, a imagem de Rapunzel surgiu em sua retina. A missão não seria o mesmo sem ela. Na verdade, algo nele dizia que Rapunzel não havia morrido. Em seu coração, a garota estava tão viva quanto ele.

A porta se abriu novamente, revelando uma mulher vestida de preto, trazendo um prato de comida. Pelo Soul-Patronus visível da mulher, Jack se assustou ao perceber que ela era da Legião da Água. O que ela fazia aqui? Era uma traidora, óbvio. Muitos das legiões se dedicavam e cultuavam o quinto deus. Jack teve raiva dela.

A mulher deu comida a Jack, já que seus braços estavam presos. Ele se perguntou por que Breu queria mantê-lo vivo. Deixá-lo morrer de fome seria mais eficiente.

Mas Breu não era tão simples. Se fosse para matar os três grandes da profecia dos deuses legionários, que fosse uma morte humilhante e eminente, na frente de todos.

Isso o deixou mais em dúvidas da morte de Rapunzel. Ele a deixaria morrer tão rapidamente, sem usá-la como isca antes? Não. Jack sentia que Rapunzel também estava viva, e como ele, sendo mantida para o momento certo de morrer.

Jack decidiu entrar no joguinho de Breu. Olhando para a mulher que o alimentava, notou que ela estava assustada. A missão de alimentar o escolhido da deusa da água provavelmente a assustava. Jack achou engraçado e aproveitou a oportunidade para provocar, já que ficaria preso por um tempo ali.

– O que te levou a escolher ser súdita de Breu? – perguntou Jack enquanto mastigava sua comida que ele ainda não sabia o que era.

Ela não respondeu, continuando a trabalhar.

– Ah, vamos lá! O que ele tem de tão tentador que eu não tive a oportunidade de ver?

Ela continuou a ignorar.

– Você sabe, não é, irmã de legião, que se ele governar, todos nós estaremos mortos. Nós não vivemos na escuridão.

Ela deu a última colherada de comida na boca de Jack e saiu apressadamente, sem olhar para ele. Antes de fechar a porta ao sair, ela finalmente o encarou, com os olhos aguados e refletindo desespero. Talvez ela também tenha feito escolhas erradas.


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoal? Punzie está viva? Morta? Qual foi a reação de vocês nesse capítulo revelador? Ok, ok... Quero reviews lindos para me influenciar a não desanimar, porque estou com DPFF (Depressão Pré Fim de Fanfiction) um beijo, até mais!