The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 38
|Hiccup| Stupid people. Crafty people.


Notas iniciais do capítulo

Ooooooooooooi meus legionários lindos!
Eu sei, sumi, estou sumida ~desviando das pedras, flechas, todo tipo de armas letais~ mas o importante é que eu voltei!
Eu sempre disse que a fic iria acabar em Dezembro (realmente iria se eu não tivesse enrolado tanto como agora), mas eu desanimei tanto em escrever porque antes eu tinha bastante reviews e no cap passado só teve UM! Cadê meus lindos? Mimimi, tô tão decadente assim?
Chega de drama, vamos ao que interessa que é o cap novo, divirtam-se, bjo



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Um grito acordou Soluço. Não qualquer grito, mas o grito de seu pai. Era um grito desesperado, torturado. O coração de Soluço batia descontroladamente, implorando para que todos os músculos despertassem para poder alcançar o dono do grito. Soluço queria correr, mas estava preso. Se perguntava onde estava seus amigos, mas parecia estar sozinho. Nenhum sinal de vida, ninguém perto. A sala em que estava não tinha um móvel sequer, o que fazia Soluço se sentir sufocado. Era preciso sair.

A porta se abriu, revelando um homem baixo e barbudo. Seu Soul-Patronus revelava que ele era da mesma legião que ele – Ar – seu senso dizia que o homem era inimigo, um traidor. Ele decidiu parecer confiante e não um desesperado a procura do pai.

O homem se aproximava lentamente, como se estivesse com medo de Soluço. Era Banguela, óbvio. O dragão estava deitado ao seu lado, mas ao levantar a cabeça para observar quem incomodava seu sono, parecia impotente. O homem estremeceu.

– Trago informações. – disse o homem com a voz trêmula.

Soluço teve vontade de vomitar. Por que gostariam de dar informações agora?

– Então diga – disse Soluço sem paciência.

– Breu te espera.

Esse nome não era estranho, claro. Era o quinto deus, o deus renegado. Se fosse esse Breu que estava dizendo, Soluço teria motivos para se preocupar. O deus Awel havia posto ele nessa, mas não havia dito nada que o mal que ele deveria derrotar era o próprio irmão de Awel, um deus, o malígo Breu.

A relação entre os cinco deuses nunca fora boa. Basicamente a panelinha entre os quatro deuses legionários não deixavam que Breu, o filho solitário interferisse em suas ideias e planos. Soluço como sempre fora deixado de lado pelos seus colegas de escola, entendia a revolta de Breu contra os irmãos, mas isso não era desculpa para ser tão mal.

– Ótimo, me solte então. – disse Soluço, tentando parecer confiante. Ele apontou com a cabeça para suas mãos presas e no exato momento as algemas se soltaram.

***

A sala era larga e escura, o que fez os sentidos de Soluço ficar aguçados para qualquer problema repentino que poderia aparecer. Uma corrente fria de ar passou próximo ao seu corpo, deixando-o levemente assustado.

Uma porta do outro lado da sala abriu, levantando pó negro como se a porta não fosse abrida por anos. Um corpo esguio e levemente corcunda encarava-o enquanto saía da porta, seus olhos brilhantes e estranhamente familiares.

Com um aceno de mão, Breu chamou um de seus servos, o servo que buscara Soluço minutos atrás, para acomodá-lo na grande e majestosa cadeira negra que estava no centro da sala. A sala que não era decorada com nada além da grande cadeira negra de Breu e uma mesinha com frascos estranhos ao lado dava a ruim sensação de vazio e desespero – algo de se esperar do deus maligno.

– O garoto com o dragão. – disse Breu com sua voz característica – Uma peça dos jogos de Awel. Sempre soube que meu irmão gostava de apostar em peças exóticas, mas um dragão! Um tanto curioso, não acha?

O Conto do Dragão veio imediatamente em sua mente, fazendo-o se perder momentaneamente no sentido das palavras de Breu.

Breu parecia estar se divertindo. Olhando para o garoto, continuou:

– A antiga família real dominava todos os elementos. A família real era superior e poderosa. Adivinha quem os ajudou a chegar ao topo?

Antes que Soluço tivesse chance de responder, Breu respondeu por si próprio:

– Eu. Eu, o deus sem legião ajudou o grande rei a dominar todos os elementos. O Conto do Dragão é mais antigo que as legiões, mais antigo que a árvore mais antiga da floresta, mas ela vive, revive, sobrevive. Porém a verdadeira história é diferente da contada para vocês, pequenos legionários antes de ir para a cama.

Soluço percebeu com infelicidade que Breu não dava atenção a ele enquanto falava, mas sim para Banguela, seu Soul-Patronus. Os olhos sagazes de Breu capitava todos os movimentos do dragão com fascínio.

– Eu não estou interessado nessa história tão antiga. Quero apenas saber onde está meu pai. – disse Soluço. Boa parte era verdade, ele desejava com toda sua força encontrar o pai, mas entender o motivo de seu Soul-Patronus ser um dragão era uma questão que martelava em sua mente todos os dias...

Como se Breu lesse a mente de Soluço, ele ignorou o menino e pôs a falar da verdadeira história d’O Conto do Dragão.

– Tudo começou no dia que o grande rei Meliorn, um talentoso dominador de Ar, procurou um grupo que me cultuava, pois estava insatisfeito com seu deus, Awel. Ele sentia que os outros deuses eram melhores para seus dominadores do que Awel era para os seus. Sua vontade era ser maior que todos, que pudesse ter as qualidades de todos os elementos e governar para sempre.

“Eu não pude negar um pedido como esse, principalmente vindo de alguém tão talentoso e que finalmente entendesse que meu irmão Awel não era tão perfeito assim para seus dominadores de ar.

Mas claro, condições foram impostas. Meliorn teria que segui-las, caso o contrário nada seria feito. Primeiro ele teria que ter a consciência de que agora ele pertenceria a mim e louvaria meu poder. Segundo que todos seus filhos e os filhos de seus filhos e assim se passaria teria os mesmos poderes. Terceiro que ele teria uma maldição.

Todo grande poder vem com uma maldição, meu jovem, essa é a regra.

Sua maldição viria pelo seu Soul-Patronus. Seria um animal lendário, temido e assustador. O dragão de Meliorn que poderia ser visto como belo, mas todos apenas viam terror.

Quando saiu de meu pequeno templo mantido pelos meus fieis, Meliorn seguiu minhas instruções. Sua família teria que ser refeita do zero, para que todos tivessem o novo sangue que corria nas veias dele: o sangue de dragão. Orientei que matasse seus filhos e sua mulher, e todos os parentes próximos que pudessem suceder o trono. Ele tomou uma nova mulher, uma de meu templo, que me cultuava e que fosse tão inteligente quanto Meliorn era. Me alegrei tanto com o casamento que fiz dela uma dominadora dos quatro elementos também. Não demorou para nascer o primeiro e único filho: Gorlois.

O garoto mostra-se tão talentoso quanto o pai. Sua arrogância e poder eram tão grandes quanto o reino. Um dia, quando adulto e já no trono, Gorlois foi me procurar.

Os olhos escuros e a postura confiante de Gorlois ganharam meu fascínio. Ele era jovem, mas ardiloso. Ele queria mais.

Sua proposta era boa. Ele queria derrubar a influencia dos deuses e me deixar como o único deus. Seu Soul-Patronus, um dragão como o do pai, estava na última fase de crescimento, o que provava seu poder. Eu tinha motivo para confiar nele e confiei. Sua ideia era simples: dizimar os deuses, mantendo-os preso em meu poder.

Tudo poderia ter dado certo se não fosse a interferência da deusa mãe. Estávamos em fase de conclusão do plano quando aqueles quatro metidos legionários derrubaram o reino e mataram Gorlois.

Você sabe, não é mesmo Soluço, de que não é primeira vez que convocam quatro legionários para derrotar meu poder? Os deuses são tão previsíveis...

Mas as brigas entre esses quatro foram tão fortes que precisaram ser divididos em legiões e, bem, o mundo não era muito diferente do que é hoje.

Só me pergunto por que Awel escolheu você, Soluço. Dragão, o símbolo de Meliorn, meu símbolo, como seu Soul-Patronus. Acredito que não seja coincidência. – Breu focou seus olhos em Soluço. – acredito que devemos nos unir e tentar criar algo melhor.”

Soluço sentiu os olhos de Breu se focarem nos seus pela primeira vez. A proposta era que ambos se unissem contra as legiões? Soluço não podia acreditar. Por fim disse:

– Qual é a influência do meu dragão em quem eu sou?

– A maior delas é que dragões estão extintos e é tão poderoso quanto qualquer animal que você puder imaginar. O dragão, Soluço, é símbolo de poder e você não vai ficar apenas como uma peça nos joguinhos de Awel, não é mesmo? Ao meu lado você será poderoso e todos se curvarão a você. Podemos juntos criar uma nova era. O que acha?

Soluço não podia deixar de pensar em como a proposta era tentadora. A voz poderosa de Breu conseguia entoar e deixar a proposta cada vez melhor. Mas não era isso que ele precisava.

– Breu, eu realmente não me importo se meu Soul-Patronus é o seu símbolo e o que eu deixaria de ganhar caso recusasse.

– Mas você não vai recusar, não é mesmo? Seria estúpido de sua parte – disse Breu, interrompendo Soluço.

– Talvez eu seja estúpido. – disse Soluço, focando seu olhar em Breu, que parecia perplexo. – Mas a única coisa que eu quero é meu pai e meus amigos.

Breu estava tilintando seus dedos na cadeira impacientemente. Por fim disse:

– Ótimo, eu não imaginei que fosse mesmo aceitar. Sabe o que acontece, Soluço, com pessoas estúpidas? – Breu focou seus olhos atormentadores no garoto.

Soluço tentou encarar Breu com o máximo de confiança possível.

Breu estalou os dedos, chamando um dos servos que guardavam a sala. Era o mesmo que chamara Soluço em sua cela momentos atrás.

– Pessoas estúpidas são confundidas com pessoas bondosas. Na verdade, eu no fundo de meu ser acho que pessoas estúpidas são aquelas boas demais a ponto de deixarem serem influenciadas por alguém que a trazem propostas que as alegrem. – Breu chamou o servo para mais perto. – Mas são tão inocentes! Sabe, Soluço, é fácil viver entre pessoas estúpidas quando você é evidentemente mais astuta que elas, porque elas fazem o que você desejar.

Com outro estalo de dedos, um pó negro saiu dos dedos de Breu, entrando nos olhos, nariz e orelhas de seu servo. Soluço estremeceu com a cena. Por fim, Breu disse:

– Pegue aquela faca. – disse Breu para seu servo. Ele andava diferente, como se fosse um fantoche. O servo se aproximou da mesa que continha frascos e pegou a única faca presente. – Ótimo. Consegue ver, Soluço? Elas fazem o que você desejar.

Breu fez outro movimento com as mãos, pedindo para que o servo se aproximasse de Soluço.

– Agora, se mate.

O servo encarava Soluço com os olhos vazios. A distância entre os dois era mínima (se o servo esticasse um pouco o braço, poderia abraçá-lo), mas o que o servo fez foi se apunhalar uma única vez com a faca, enfiando-o fundo em seu peito, caindo na frente de Soluço. Seu pequeno Soul-Patronus se esvaia juntamente com o pó negro que entrara nele por artimanha de Breu momentos antes. Soluço se segurava para não se afastar horrorizado da sala.

Breu se levantou de sua cadeira luxuosa e aproximou-se da saída, sem nem mesmo olhar para o seu servo que acabara de morrer. Antes que finalmente saísse, disse a Soluço:

– Você viu o que aconteceu com o servo. Você é o servo, Soluço. Você é estúpido e também está se matando por alguém astuto. No caso, o astuto é Awel.

E saiu, deixando um pó negro para trás ao bater a porta.

***

Soluço foi levado para sua cela pensando no que acabara de presenciar. Era terrível. Ele lembrava perfeitamente dos olhos do servo perdendo o brilho, o sangue que respingou na barra de sua calça, as palavras de Breu que não saíam de sua mente

Você é estúpido e também está se matando por alguém astuto.

Soluço imaginou que nesse caso, ele estava errado. Ele não havia aceitado a proposta de se juntar a Breu.

No caso, o astuto é Awel.

O astuto não era Breu, como ele imaginara.

É Awel.

Ao entrar na cela, Soluço tentou afastar esses pensamentos. Não, ele voltava a dizer a si mesmo, não se influencie pelas palavras de Breu, ele apenas quer te confundir e assim te fazer se perder na missão. Soluço respirou fundo, percebendo que Banguela o encarava, com uma expressão preocupada. Ele estava realmente pirando.

O tempo passava mais devagar na cela por conta do silencio e do vazio. Não havia nada onde quer que ele olhasse. Ele não pode deixar de imaginar em como a sala refletia seu eu no momento: vazio, sem som, sem luz, sem esperança. Apenas ele, um monte de carne como qualquer outro animal.

Mas foi quando seus olhos finalmente puderam se fechar de combustão, um som terrível atingiu seus ouvidos.

Sons de estilhaços.

Não demorou para o som se expandir. Soluço lutava para não imaginar qual era a origem daquele som. Até que sua porta fora atingida com som de punhos batendo, lutando para abrir aquela porta e entrar na sala.

– SOLUÇO! - gritou uma voz estridente do lado de fora.

Era Merida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado XD reviews, gente, por favor :'(
Ah, eu estou pensando em escrever um especial (shortfic) de natal para os nossos 4 grandes, o que acham?