The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 36
|Merida| The great cloud


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores! Eu sei que estou sumida, mas eu precisei ficar um pouco longe, repensar na minha vida e ver o que era melhor pra mim ultimamente, e hoje, escutando a maravilhosa trilha sonora de Em Chamas (QUE FILME FOI AQUELE? PERFEITO!) eu escrevi um pouquinho. Espero que gostem e me perdoem pelo atraso :D



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A tensão estava em todo seu corpo, puxando-a para longe do perigo, dizendo que tudo não passava de um terrível pesadelo e que, com um beliscão, acordaria no dia de seu décimo sexto aniversário pronta para procurar seu Soul-Patronus.

– Alguma ideia de como chegar até aquela nuvem, Soluço? – perguntou Jack, virando-se para encarar o garoto nos olhos.

Soluço se mexeu desconfortavelmente e olhou para seu Soul-Patronus. Merida já havia notado que o animal dava confiança ao garoto.

– O meu plano não se adequa mais ao caso. Não há nenhuma montanha próxima a nuvem para subirmos nela e, se a nuvem for sólida como parenta ser, isso facilita nosso trabalho. O X da questão é como chegar lá.

A sombra gigante que a nuvem materializava no solo se moveu, fazendo com que Merida imediatamente olhasse para cima. A nuvem se movia para o sul, se distanciando da Legião da Água. Merida notou que de algum lugar da nuvem saía seres com armaduras completas feitos da mesma substância negra prontos para combate – combate com legionários inocentes.

A nuvem parou de se mover em menos de cem metros da onde os três estavam. Merida correu para se esconder atrás de uma grande rocha com os garotos, tentando preservar sua descrição. Os olhos de Soluço estudavam toda a nuvem, tentando encontrar uma brecha para entrar no grande fortaleza negra.

Soluço pegou uma pedrinha que estava ao seu lado e jogou próxima a nuvem. Imediatamente a nuvem gigante começou a baixar lentamente para despejar mais alguns seres armados a procura do que provocara esse barulho.

Nesse momento Merida pode ver da onde os seres saíam. Um tipo de abertura pendia em uma das extremidades da nuvem, que abria e fechava por baixo, como uma porta no chão. Uma escada de corda desceu, despejando três seres armados.

Outra pedra foi jogada. Merida virou-se bruscamente e viu que estava sozinha. Desesperada, ela levantou levemente sua cabeça para procurar os outros garotos e notou que Jack estava em cima de uma árvore a sua esquerda com várias pedras em sua mão, atingindo sempre os pés dos seres, deixando-os confusos. Merida pôde notar que talvez os seres armados fossem extremamente perigosos, mas não eram muito espertos.

Do lado direito estava Soluço. Seu dragão, Banguela, voava com animação, provavelmente pelo fato de estar sendo testemunha de um ataque secreto contra seres nunca vistos antes.

Soluço era mais astuto. Mesmo que estivesse escondido atrás de arbustos de frutas venenosas, ele se saía bem. Merida conhecia bem aquelas frutinhas mortíferas. O simples tocar nelas e você é arrebatado imediatamente. Mas Soluço conseguia desviar bem das frutas, jogando pedrinhas por lados opostos de Jack, o que deixava os seres da nuvem ainda mais confusos com que direção seguir.

Merida percebeu que a grande nuvem mantinha sua escada pendida no ar, como se esperasse a volta de seus soldados. Merida sentiu que essa era a chance de entrar na grande nuvem e resgatar quem ela mais amava.

Merida ainda não sabia quem era quem ela amava que fora capturado. Podia ser sua mãe, seu pai, um de seus irmãos e até mesmo Elliot.

Um aperto atingiu seu coração. Ela não aceitava o fato de que uma dessas pessoas estava presa ali, naquela nuvem. Talvez estivessem até mortas...

Não!, Merida ordenou a si mesma, É melhor você não pensar muito nisso, Merida. Vai dar tudo certo.

Com um suspiro, Merida ficou de joelhos e lentamente entre os arbustos, ela tentou se aproximar de Soluço. Jack não era opção, não agora que a raiva que ela sentia por ele voltava todo momento em que encarava aqueles olhos azuis. Ela precisava dos olhos calmos e esverdeados de Soluço nesse momento.

Com cuidado, Merida se aproximou do arbusto que estava Soluço, tentando não esbarrar nas malditas frutinhas venenosas. Soluço olhou para ela com curiosidade e usando a leitura labial, Merida notou que Soluço pedia desculpas. Ela fez que não com a cabeça, mostrando que o compreendia e sussurrou em seu ouvido:

– Está vendo aquela escada ali? É a nossa chance de entrar.

– Tem certeza disso? – perguntou Soluço enquanto atacava mais uma pedra perto dos pés dos seres da nuvem.

– Temos opção? Você consegue achar um modo de chegar até ali?

Soluço encarou Merida de frente e ela pôde notar em seus olhos que o garoto estava pensando em um plano complexo para chegar até lá ilesos. Merida esperou.

Depois de um minuto que pareceu durar a eternidade, Soluço pegou o braço de Merida com insistência e a puxou para outro arbusto, um arbusto mais distante dos seres e mais seguro.

– Você acha que daqui consegue atirar uma flecha naquelas coisas estranhas? – ele perguntou, olhando para Merida com interesse.

Merida levantou a cabeça por cima do arbusto para ter uma dimensão de distancia daonde estava até os seres. Estava longe e o tire deveria ser preciso, mas não era impossível.

– Provavelmente, mas não sei se adiantaria alguma coisa. Se eles são da mesma substancia da Epidemia do Breu, elas irão evaporar não se destruir.

– Não custa tentar. – disse Soluço, colocando seu braço sobre o ombro de Merida e pegando uma flecha na aljava da garota que pendia em sua costa. – Vamos. – ele disse, entregando a flecha para Merida.

Merida segurou a flecha fortemente em sua mão, notando os detalhes entalhados que Soluço fizera como presente a ela. Isso deu forças a ela, posicionando a flecha em seu arco especial, puxando a corda até a altura de seus olhos, quase até a orelha, mirando meticulosamente seu alvo.

Os seres da nuvem negra não se moviam demais nesse momento, mas eles eram altos e magros, o que dificultava de certa forma.

Um suspiro.

Soltando lentamente a flecha bem mirada do arco.

Na cabeça.

Um dos três seres recebeu uma flechada bem na cabeça, se dissolvendo em sombras, como a própria Epidemia do Breu. Merida não sabia quanto tempo o ser ficaria nessa posição, então aproveitou para acertar os outros dois restantes. As flechas retiradas de sua aljava iam atingiam os seres tão naturalmente que, quando notou o que acabara de fazer, estava com a quarta flecha pronta para ser solta em seu arco. Soluço segurava a ponta da flecha com seus dedos, olhando assustado para Merida. Algo nos olhos dele dizia que o poder que Merida irradiava ao abater os seres o assustara. Ela abaixou o arco e abraçou Soluço, tentando recompor sua força.

Jack saíra do alto da árvore, correndo até os dois com Jamie voando ao seu lado. Ele também parecia assustado.

– Você... Você acabou com eles em uma distância dessas? Eu não posso acreditar! – disse Jack com nítida surpresa.

– Merida, você atirou neles de olhos fechados. – disse Soluço, levantando Merida com ele.

– O quê? Sério? – Merida não podia acreditar.

– Eu também não acreditaria, mas é verdade.

Merida sentiu suas pernas cambalearem, mas se focou na nuvem que estava em sua visão perfeitamente. Como fizera isso ela não sabia. Ela nem mesmo se lembrava de ter pegado as últimas duas flechas.

– Vamos – disse Soluço, pegando sua mão e apertando-a forte. – Precisamos subir aquela escada rápido.

E Merida deixou ser levada, lembrando que não estava acabando. Estava apenas começando.

***

A distância da ponta da escada para o chão era de meio metro. Jack era o mais alto entre o três, então ele foi eleito para ser o primeiro a subir. A escada era mole, já que era feita de corda escura. Jack pôs um pé, apoiando com força e depois o outro, subindo bruscamente.

Merida não conseguia tirar seus olhos para o buraco que era a entrada da nuvem. Era escura e nebulosa, impossível de enxergar algo além de escuridão. Merida estremeceu em imaginar o que havia dentro dessa grande nuvem e como achariam as pessoas que amam nessa imensidão.

Soluço já havia subido, só faltava ela. Com um suspiro, Merida levantou seu vestido até os joelhos para ficar mais fácil de subir, sem se importar se os meninos veriam sua calçola. Não era momento de agir como uma dama.

Primeiro a perna direita, depois a esquerda enquanto segurava nas extremidades das cordas com a mão. Infelizmente seu sapato desconfortável fez com que ela tropeçasse e se não fosse a mão de Soluço ela teria caído.

Jack estava mais a cima dos dois, subindo rapidamente a escada até a nuvem.

Da ponta da escada até a nuvem deveria ser uns cinquenta metros. O vento não ajudava, fazendo com que a escada voasse para o lado às vezes. Quanto mais perto chegava da nuvem, mais assustada Merida ficava com seu tamanho. Era enorme.

Faltando apenas dez metros para entrar, ela pôde notar que a nuvem não era bem uma nuvem. O formato era sim de uma nuvem, mas a textura dela não era um transparente e inatingível. Era sólida e densa.

Jack a chegar na abertura da nuvem, esperou que os outros dois se aproximassem mais dele. Jack pôs apenas a cabeça para analisar se via algo, mas não. Era escuro.

Com um olhar, Jack confirmou que deveriam entrar. Um frio percorreu o corpo de Merida. Obviamente ela não ficaria pendurada para sempre nessa escada de corda a mais de cinquenta metros do chão, mas o que viria a partir de agora a assustava mais do que qualquer pesadelo.

As pernas de Jack sumiram para dentro da nuvem. Merida teve medo de que algo ruim estivesse acontecendo com Jack, mas afastou o pensamento. As pernas de Soluço também sumiram para dentro e agora era sua vez. Força, ela ordenou a si mesma. Coragem.

Apoiando suas mãos na nuvem, percebeu que era dura como chão. Um frio percorreu sua espinha, pois a superfície e o ar eram frios como brisa. Com um impulso das mãos, entrou, cambaleando ao subir.

Estava tudo escuro. Não tinha como enxergar nada, nem mesmo suas mãos. Pavor atingiu todos seus ossos. Mesmo que fosse inútil, ela estendeu seus braços para frente tentando encontrar os meninos.

– Soluço? – ela sussurrou, tentando entrar em contato com o garoto.

Algo duro atingiu sua cabeça no exato momento, fazendo com que ela apagasse imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! Reviews, muitos reviews para eu saber se vocês não me abandonaram!