Seaweed Brain escrita por SeriesFanatic


Capítulo 8
Os sereianos conhecem o centauro




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Dar a notícia de que Percy havia sumido para Poseidon foi a pior coisa que Grover e Rachel fizeram. Antitrite quase deu uma festa de tanta alegria. Tyson chorou tanto que Grover achou que as lágrimas dele davam para encher todo o oceano. Poseidon colocou toda sua guarda atrás de Percy e foi pessoalmente falar com Sally, que chorou quase tanto quanto Tyson, Blackjack e Arco-Íris. Porém, Sally é inteligente (ao contrário de Poseidon) e chamou Grover e Rachel para um chá, eles não conseguiram se aguentar e revelaram a ela a verdade, deixando Sally mais preocupada ainda. De volta ao palácio, Rachel e Grover conversavam tentando arrumar uma forma de contar ao rei Poseidon à verdade, quando foram puxados por Clarisse até o armário do zelador, onde Tyson soluçava.

– Onde tártaros está o endiabrado do Perseu? – ela disse furiosa.

– Nossa Clarisse! Quem não te conhece pode até achar que você está realmente preocupada com o seu noivo ou até com ciúmes. – brincou Rachel.

– Não sou você, projeto de pequena sereia. – bufou Clarisse. – Infelizmente eu preciso daquele paspalho para me livrar desse casamento! E quanto mais cedo melhor!


Rachel e Grover trocaram olhares. Tyson brincava com algum produto de limpeza que fazia bolhas e o livrava das lágrimas.


– Como assim? – perguntou Grover.

– Duh! – exclamou Clarisse. – Depois que o idiota do Perseu assumir o trono, ele revoga a lei que obriga os sucessores ao trono a casarem com alguém da realeza, eu peço divórcio e fim de papo.

– Por que eu não pensei nisso! – exclamou Rachel. – É uma excelente ideia!

– Seu pai não vai tentar te matar depois disso não? – disse Grover.

– Ele que tente! Se quiser comprar briga comigo vai apanhar e eu não vou poupa-lo só porque ele é meu pai! Eu tenho minha vida e não vou permitir que o Perseu a destrua! – exclamou.

– Vida? Clarisse, você vive atormentado os alunos menores, não se inscreveu em faculdade nenhuma e as aulas terminaram tem um mês, em setembro começam as aulas da faculdade e você chama esse seu plano de “valentona que não tá nem ai pra escola ou pro futuro” de vida? – disse Rachel.


Grover achou que Clarisse fosse matar Rachel, mas ela apenas deu um sorriso assustador.


– Não fale o que não sabe, ruivinha. Agora desembuchem, onde está o palerma do meu noivo? – disse Clarisse.


Tyson fungou. Grovere Rachel se entreolharam e contaram para Clarisse, que logo veio com um plano. Os quatro pegaram Blackjack, Guido, Arco-Íris e outro hipocampo feroz sem nome que é de Clarisse e foram em direção ao mundo humano, mesmo com Grover e Blackjack dizendo: “isso é uma péssima ideia” ou “vamos todos morrer”. Clarisse conhecia bem o local, tanto que os guiou até um rio profundo, que passava pela cidade de Atenas e também dentro do palácio real. Eles submergiram e deram de cara com um jardim muito lindo, com várias estátuas, árvores, um gazebo de mármore branco e o cheiro de madre silva pairando no ar.


– Que lugar perfeito! – disse Grover sonhador.

– Pônei de festa! – exclamou Tyson.

– Hein? – disseram Clarisse e Rachel.


Os três olharam para onde o ciclope apontava e viram um centauro encostado no gazebo comendo uma maçã e lendo um livro em grego antigo. Ele estava bem próximo do rio e tinha uma expressão serena, porém seus olhos diziam que ele sabia muito mais do que demonstrava.


– É Quíron. – sussurrou Clarisse.


Quíron então levantou o olhar e não pareceu surpreso ao ver duas sereias, um tritão e um ciclope tritão, ele trotou até eles com um sorriso leve no rosto.


– Olá duquesa Clarisse. Suponho que esses devem ser Grover, lorde das florestas marinhas, Rachel, escolhida por Febo como sua sucessora e Tyson, filho menor de Poseidon. – disse Quíron como se conhecesse os jovens há anos.

– Como...? – disse Grover.

– Quíron é um intermediário. – explicou Clarisse. – Ele sabe de tudo.

– Intermediário de que? – perguntou Rachel.

– Mar e terra. – disse Quíron abrindo mais o sorriso. – Mas prefiro o termo diplomata, duquesa Clarisse.

– Que seja. – disse Clarisse revirando os olhos.

– O que é diplomata? – disse Tyson.

– Como assim “diplomata de mar e terra”? – disse Rachel ignorando Tyson.

– É uma longa história minha jovem. Mas digam, em que posso ajudar? – disse Quíron.


Clarisse obrigou Grover e Rachel contarem sobre Percy e o maldito acordo com Gaia. O centauro apenas balançou a cabeça positivamente indicando que estava prestando atenção, porém, mesmo não falando nada, seu rosto demonstrava preocupação. Quíron concordou em ajuda-los, contanto que voltassem para Atlântida o mais rápido possível para que não corressem o risco de serem pegos por algum pescador (essa palavra Tyson conhecia). Quando viu Percy no baile admirando Annabeth, Quíron logo entendeu o plano de Gaia. Os jovens haviam se apaixonado mesmo sem se conhecerem. Depois de atrapalhar o primeiro beijo do casal e de guardar Percy em seu quarto, o centauro ficou analisando Annabeth na continuação do baile.


Os primos de Annabeth e Malcom haviam chegado. Leo e Charlie, filhos de Hefesto com sua primeira esposa. Drew, Silena e Piper, filhas de Afrodite com seu primeiro marido. Will, Lee e Michael, os trigêmeos irritantes de Apolo com sua falecida esposa. Pólux e Castor, os gêmeos de Dionísio e Ariadne. Katie e Miranda, as filhas de Deméter. Zoë Doce-Amarga, a filha adotiva de Ártemis. Connor e Travis os irmãos de Luke. A festa seguiu-se com os adolescentes fazendo bagunça e puxando Bianca, Nico e Malcom para o meio da brincadeira. Thalia saiu sem que ninguém visse e foi chorar em seu quarto. Luke queria ir atrás dela, mas não sabia o poderia fazer. Annabeth tentou focar sua mente em Percy e em como suave era a mão dele, como belos eram seus olhos e no quão lindo ele é... pera! Foco!

Quase perto de amanhecer o dia, cada um foi se retirando para seus aposentos de hóspedes. Dionísio estava bêbado, cantando músicas sem sentido com Apolo e Hermes. Annabeth conseguiu escapulir dos xavecos dos primos e foi para o quarto da mãe, decidida a ter uma conversa séria com ela. O quarto da rainha não tinha paredes (com exceção do banheiro), era em forma de O e com pilastras de mármore segurando o teto que tinha uma bela pintura da cidade. A cama da rainha era grande e com lençóis de seda. O quarto era um pouco maior que o de Annabeth e ventava mais, já que ficava no topo da torre onde ficavam os quartos. Atena estava sentada em penteadeira tirando a maquiagem.

– Eu me lembro muito bem de tê-la ensinado a bater antes de entrar, Annabeth. – disse a rainha séria.

– E eu também me lembro de ter deixado bem claro que só me casaria depois dos trinta e com o homem que eu amo. – rebateu Annabeth séria.

– Bem. – Atena suspirou. – Nem sempre temos tudo o que queremos.

– A senhora não pode me obrigar a casar com o Luke! – exclamou Annabeth.

– Por que não?

– Por que... – Annabeth estava com tanta raiva que queria jogar a mãe pela janela. – eu sou sua filha. – ela se recompôs e disse séria. – Sua majestade deveria querer minha felicidade justamente por eu ser sua filha. Minha felicidade não está em um casamento arranjado.

– Eu não quero sua felicidade, criança, quero expandir Atenas. Essa cidade será lembrada daqui há éons. O império Grego será lembrado por sua excelência e pelas leis surgidas nesta cidade. Unir o reino de seu tio com a minha cidade é uma forma de garantir que isso aconteça. – disse a rainha como se estivesse dizendo algo perfeitamente normal.

– Minha felicidade não lhe interessa mãe? – disse Annabeth rígida.

– Serei lembrada como uma rainha pragmática e não uma mãe sentimental. – respondeu Atena ríspida.


Annabeth cerrou os punhos e estava com o rosto vermelho de raiva.


– Papai tinha razão, você não liga para ninguém além de si mesma. – disse Annabeth fria. – Agora entendo porque ele deixou-se morrer, para não quer que lhe aturar.


A princesa fechou a porta com força, com uma lágrima já caindo por sua bochecha. Atena apenas encarou-se no espelho e continuou penteando os lindos cabelos negros como a noite. Se Annabeth ao menos soubesse o que ela teve de fazer... os segredos que guardava... ela não julgaria a mãe tão duramente assim.



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Notas finais do capítulo

Sem o mínimo de cinco comentários/reviews por capítulo, sem capítulos novos.