Seaweed Brain escrita por SeriesFanatic


Capítulo 7
Quíron propõe um acordo


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a Cigarettes, que recomendou a fic! ♥



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Annabeth queria matar a mãe. COMO ELA PODE? Fazê-la noivar com Luke? Luke! Seu melhor amigo Luke! O garoto por quem Thalia tinha uma paixonite nem tão secreta assim. Enquanto Bianca tentava fazer com que Nico não esmagasse seus pés, Thalia parecia que ia explodir e Malcom estava extremamente assustado por estar dançando com ela, provavelmente achando que ia apanhar por causa do estado de Thalia. Luke continuava tagarelando para Annabeth, pedindo desculpas, dizendo que odiava tanto a situação quanto ela e que ele a considerava a irmã menor que nunca teve etecetera e tal. Mas Annabeth não estava nem ai. Ela apenas encarava o rapaz, com um sorriso de dar inveja, mesmo estando em uma situação horrível. Ela conseguiu se livrar logo de Luke e foi até a direção dele, mas seu tio insuportável Apolo a puxou para dançar e ficou dando lhe os parabéns e mais umas baboseiras.

- Ártemis te ama, Annabeth. Você é a filha que ela nunca teve. Não tem como falar com ela em meu nome não hein? Sou o tio mais gostoso e legal que você tem! Já te deixei dirigir minha biga do sol não foi? Lembra? Thalia gritando querendo sair e você gritando tentando frear? Diz ai se eu não sou um tio bacana? – disse Apolo.


Mas a mente de Annabeth nem registrou o comentário (para a sorte de Apolo, porque ela provavelmente daria um fora bem educado na cara dele). Depois de se livrar do tio com um bando de “Hum, hum, eu falo com ela”, Annabeth foi cercada de homens para dançar, um deles era seu segundo tio menos querido Ares. Ela passou a noite com o olhar fixo no rapaz e com aquele belo sorriso estampado no rosto, mesmo estando dançando com quase todo mundo no salão. Ele apenas continuava encostado em uma pilastra, parecia estar com medo de andar. No fim da festa, enquanto Ártemis avisava que ia continuar virgem até sua morte, Annabeth conseguiu fugir do salão, antes, indicando com a cabeça um local para que ele a seguisse. Provavelmente ela deveria estar louca, mas ele já havia lhe salvado a vida então não podia ser alguém querendo estupra-la ou algo pior.

Ela correu até o gazebo no jardim, que era feito de mármore branco, com trepadeiras e hera. Ele demorou a alcança-la, tremendo enquanto caminhava e andando desengonçado. Para sua sorte, tinha um banco dentro do gazebo e ela estava sentada com um lindo sorriso esperando por ele. Quando Percy colocou o pé no primeiro degrau da espada, seu coração foi à boca e voltou, ele já estava bastante agitado só por vê-la. Sua pulsação estava a mil, os braços começaram a ficar tão bambos quanto às pernas e ele sentiu seus ossos ficarem mole. O que era isso que ele sentia quando a via? Percy nunca havia sentido nada parecido.

- Olá. – ela disse corando.


Ele abriu a boca para responder, mas não saiu nenhum som. Annabeth relaxou a testa, quase como se estivesse com pena.

- Você é mudo. Sinto muito. – ela disse serena.


Ele subiu os degraus, mesmo que aquele ato fizesse suas coxas queimarem, e sentou ao lado dela, corando também. Então uma expressão diferente surgiu no rosto dela, como se tivesse acabado de ter tido uma ideia.

- Você é o forasteiro que apareceu nu na cidade hoje cedo, não é? – ela disse reprimindo o sorriso.


Percy balançou a cabeça positivamente, até que ficou feliz por fazê-la rir.

- Sinto muito, seu dia deve ter sido horrível. Eu não deveria estar rindo. – ela pareceu sincera.


Ele deu de ombros e fez um biquinho, como se dissesse: tudo bem. De algum lugar de suas roupas dadas de bom grato por um artesão, ele tirou a adaga e a entregou. O objeto era lindo e aparentava ter sobrevivido a muitas guerras.

- A adaga do meu pai! – Annabeth exclamou feliz. – Então eu não perdi no naufrágio!


Ele fez uma careta esperando que ela entendesse. “Você perdeu sim, mas eu achei”.

- Obrigada... qual é o seu nome?


Pronto! Como é que ele iria dizer o próprio nome? Percy sabia ler e escrever, mas não tinha como fazer isso naquele momento. Então ele varreu o olho pelo belo jardim e viu várias estátuas de heróis humanos, ele conhecia alguns das poucas aulas de história que havia prestado atenção e apontou para a estátua do seu xará, Perseu. Mesmo que sua mãe tenha lhe dado esse nome por outro motivo.

- Perseu? – ela perguntou. – Não combina muito com você.


Ele riu e tentou fazer as letras C e Y com as mãos.

- Perseucy?


Ele riu novamente e tentou fazer o nome “Percy” com as mãos. Ela deveria ser muito inteligente, porque ele era péssimo com mímicas ou fazendo letras com as mãos.

- Percy. Esse nome sim combina com você. – ela sorriu.


Percy deu um sorriso fraco como quem diz “obrigado”.

- Você é uma sereia não é? – ela soltou.


Percy franziu o cenho. Sua amiga Rachel e sua nada querida noiva Clarisse eram sereias. Ele era um tritão, assim como Grover, mesmo Grover sendo metade bode. Ele mexeu as mãos dizendo “mais ou menos.

- Nereida? Mas as nereidas são fêmeas. – disse Annabeth estranhando.


Percy fez que não com a cabeça. Então notou que Annabeth tinha seios iguais aos de Rachel. Quer dizer, não exatamente iguais aos de Rachel, só... desenvolvidos iguais aos de Rachel, Sally, Clarisse e qualquer ser do sexo feminino. Percy notou enquanto observava Annabeth que os homens humanos faziam coisas estranhas, mas sempre pareciam estar apontando para aquele troço no meio das pernas. Ao menos o tal cara Ares fazia isso (filhos de Ares não me batam!). Ele apontou para o meio das pernas.

- Eu entendi, você é um homem. – ela riu.


Ele levou uma mão à testa e fez que não com a cabeça. Como ele falaria que era um tritão? Tentou fazer à mímica, mas não deu muito certo, só deixou Annabeth com o cenho franzido e segurando o riso. Então ele pegou uns pedaços de plantas no chão e formou um tridente.

- Tritão? – ela perguntou e ele confirmou com a cabeça. – Eu li sobre os tritões, são seres escravizados pelas sereias.


Ele franziu a testa querendo dizer “nada disso amiga”, fazendo-a rir.

- Tá, que seja. – ela disse segurando o riso. – Como um tritão ganhou pernas e... órgãos genitais?


Percy tentou fazer uma expressão que sugerisse “longa história” e aparentemente ela entendeu.

- Obrigada por me salvar e por guardar a adaga do meu pai. – ela disse com uma verdadeira expressão de agradecimento.


Como Rachel e sua mãe poderiam dizer que os humanos eram maus? Annabeth era a personificação de tudo que era bom! Ele, sem querer, colocou a mão em cima da ela, fazendo ambos olharem para as mãos entrelaçadas e depois encararem olhos nos olhos.

- São olhos são lindos. – ela disse sem se segurar.


Ele fez uma cara de cachorro na porta do açougue, como quem quisesse dizer: “os seus também”. Eles se aproximaram fechando os olhos, prontos para um beijo.

- Annabeth? – chamou Quíron.


Annabeth ficou vermelha de raiva. O centauro estava na porta do gazebo como quem não queria nada, tinha uma expressão tão leve que fez a princesa achar que ele não conseguia ver Percy. O tritão estava assustado era com o fato de o homem ter uma bunda de cavalo.

- Vossa majestade está a sua procura. Os seus primos que faltavam chegar estão aqui, vá dançar com eles. – disse Quíron calmo.

- Sim Quíron! – ela se levantou e então olhou para Percy, que ainda estava impressionado com o centauro. – Pode cuidar dele por mim? É... ele é um amigo meu.

- Claro. – disse Quíron com um sorriso no rosto.


Annabeth deu um beijo no rosto de Percy e correu em direção ao castelo. Ele ficou imóvel com medo de Quíron, que apenas deu um sorriso fraco e disse para ele o seguir. Quíron foi para o seu quarto e Percy quase desmaiou ao tentar subir as escadas dentro do palácio. O quarto do centauro era largo, tinha um lugar com feno, provavelmente onde ele dormia e uma estante com livros e até um banheiro, que Percy não sabia por que um cara com uma bunda de cavalo ia precisar de um banheiro. Havia móveis de aparência antiga e a decoração parecia ter sido feita por um design de interiores com o gosto bem vintage.

- Deixe-me adivinhar. – disse Quíron fechando a porta do quarto. – Perseu, o filho primogênito e sucessor de Poseidon.


Percy ficou branco igual a bunda de Quíron e tentou negar, mas aqueles olhos que pareciam já ter visto de tudo, apenas o fitaram calmamente. O centauro deu um bloco com um lápis.

- Não precisa negar nada criança, eu falei com sua amiga Rachel, ela está preocupada. Disse que sua mãe está desesperada achando que você está morto. – disse Quíron.

“Não conheço nenhuma Rachel, não sei do que você está falando” ele escreveu.

- Não minta para mim Percy. Eu sei muito mais do que aparento. Como por exemplo, onde está Anaklusmos.


Os olhos de Percy brilharam só com a menção da palavra. Quíron pareceu notar isso, pois deu um suspiro de desapontamento.

- Gaia o mandou não foi? Lhe deu as pernas para que você pudesse achar Annabeth e lhe tirou a voz para não contar a ninguém sobre a sua pequena “missão”.

“Não sei do que você está falando” ele escreveu.


Quíron o fitou como se estivesse querendo ler sua alma. Percy ficou com tanto medo que começou a soar frio.

- Você está apaixonado por Annabeth. – ele disse sereno.

“Eu mal a conheço, como posso estar apaixonado por ela?” Percy escreveu.

- Não subestime o amor, meu jovem. Ele é capaz de tudo. E já matou mais que qualquer guerra ou doença. Gaia está lhe usando para conseguir aquela espada, ela não o deixara na forma de humano, não lhe devolverá sua voz e provavelmente irá mata-lo. Não confie em Gaia, Percy, ela é traiçoeira.

“Por que eu deveria acreditar em você?”

- É uma excelente pergunta. Amanhã, após você descansar da dor física de hoje, eu irei explicar. Mas até lá garoto, tente apenas descansar. Tenho certeza de que depois que eu lhe contar tudo o que sei você irá concordar comigo. – ele deu um sorriso reconfortante. – Temos um acordo?


Percy fitou, confuso, a mão do centauro. O que ele mais queria, fora achar a bendita espada, era estar com Annabeth. Deuses... aquela mulher o fazia sentir-se nas nuvens de tanta felicidade! Percy apertou a mão de Quíron, meio desconfortável e ainda imaginando como ele havia conversado com Rachel.

- Você dormir aqui comigo, tenho certeza de que está muito cansado. Tem um colchão naquele armário junto com um travesseiro e cobertor, eu tenho que voltar para o baile antes que a rainha Atena note minha demora. Bons sonhos, Percy. – ele disse amigável.



O príncipe tritão estava cansado demais para sair procurando pela espada e fez o que Quíron disse. Antes de pegar no sono ele pensou no que Grover e Rachel falaram sobre Gaia e no que o centauro também disse. Percy estava certo de que Gaia era má, mas não se arrependia. Ele havia visto Annabeth novamente, tocou lhe a mão e “conversou” com ela. Com essas boas memórias, ele pegou no sono. Sem saber, é claro, que a feiticeira realmente pretendia fazer o que Quíron disse. Com Anaklusmos em mãos, ela poderia matar Poseidon e tomar o reino para si.

(se estiver ficando meloso, avisem)


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Notas finais do capítulo

Sem o mínimo de cinco comentários/reviews por capítulo, sem capítulos novos.