Demons escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS QUANTO TEMPO!!! nao sei se alguem teve vontade de me matar mas se serve de consolo eu estava sem internet esses dias e tb vou admitir q nao tava conseguindo concluir esse capitulo (ainda acho q nao tá lá essas coisas mas deu no q deu)
anyway...tb nao to me concentrando mto nessa história pq eu comecei a escrever outra hehe (MAS EU NAO VOU ABANDONAR AQ NAO) e bom, se ela fazer "sucesso" vai ter umas pequenas surpresas q é segredo entao se alguem quiser ler aq ta o link: http://fanfiction.com.br/historia/419568/About_Doomed/
bom, é isso, não me julguem por esse capitulo, sei q ta um lixo mas essa semana tb ta um lixo pra mim



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Ele ouviu o barulho da porta se abrindo mas não levantou a cabeça. Estava ocupado demais tentando impedir que a insanidade o dominasse, impossibilitando de vez que ele raciocinasse. Estava sentado desleixadamente em uma cadeira da biblioteca apoiando seus pés em cima de outra com a cabeça pendendo para trás. Se Blake não o conhecesse, poderia achar que ele estava morto, mas nos últimos dias, aquela havia se tornado a única posição em que Finn se encontrava.

Finn soube antes mesmo de decidir abrir os olhos que era Blake. De algum modo, seu colega de caça era o único que sempre sabia onde encontrá-lo, mesmo quando ele não estava na biblioteca, algo que se tornara muito frequente. Finn assistiu enquanto o amigo se aproximava lentamente, as mãos protegidas nos bolsos de sua calça jeans, os braços expostos em uma camiseta sem manga estavam todo sujos de terra.

Ele próprio não estava lá muito limpo, sua jaqueta de couro que geralmente se encontrava impecável, estava rasgada e suja de sangue, assim como a calça jeans dele. Seu cabelo estava mais desalinhado que o normal, de um modo que chegava a ser crítico. E até mesmo seu rosto estava sujo de terra, coberto por arranhões e cicatrizes.

– Então é para cá que você corre depois de nossas lutas? - Blake perguntou se sentando em uma cadeira próxima.

– Eu não corri para cá - negou Finn - Vim andando.

– Grande coisa.

Os dois deram uma risada fraca. Estavam treinando praticamente o dia inteiro como sempre faziam, só que agora todos os golpes de Finn eram realizados com uma raiva incontrolável, fazendo com que ele perdesse o foco e causando uma briga muito mais violenta e menos graciosa. Mas começou a ser assim desde que Katherine desapareceu na capela. E Finn não entendia o que estava acontecendo, mas toda vez que tentava entender acabava desistindo quando percebia que uma forte dor de cabeça ameaçava explodir seu cérebro.

Blake o estudou de cima a baixo, os olhos vermelhos correndo por cima do amigo.

– O quê está acontecendo, cara?

– Eu não sei - admitiu ele perdendo a paciência e passando as mãos pelo cabelo - Eu apenas não sei. Desde que ela chegou aqui eu não sei mais nada.

– Eu estava falando dessa cara de dor que você fez agora, mas pelo que vejo o assunto é a Katherine.

Finn rolou os olhos.

– Mas - continuou Blake se apoiando para a frente - Já que você começou com esse assunto fiquei curioso - Finn se ajeitou na cadeira - O quê está te incomodando tanto?

– O que não - corrigiu ele - Eu mesmo. Eu não sei mais nada sobre mim. Antes tudo era claro, concreto, eu não duvidava, não questionava. Agora eu não sei.

– Você não respondeu a minha pergunta.

– Me incomoda entender que eu não sei nada.

– Nós nunca soubemos de nada, não sei se você percebeu - disse ele - Nós apenas não fazemos perguntas, e agora você está fazendo.

– E por quê?

– E eu preciso dizer?

– Sim - sua voz saiu rouca, como se ele estivesse tentando se controlar para não gritar - Porque eu não se se você percebeu mas isso está me matando! E eu não sei o que está acontecendo comigo, eu não sei porque essa dor não para! Nós nem ao menos devíamos sentir alguma coisa. Por que diabos eu estou sentindo?

Blake o encarou sem saber o que falar. Então passou as mãos em seus olhos e respirou fundo, quando levantou a cabeça, seu olhar parecia cansado.

– Você devia contar a ela o que sente.

– E o quê você quer que eu diga? - berrou ele - Que eu preciso dela? Ou que não preciso? Que eu preciso protegê-la e que cada segundo sem ela aqui do meu lado e pior do que essa vida que vivemos? Você que eu diga que... - ele se interrompeu e olhou para o lado e molhou os lábios que de repente ficaram secos - Que eu a amo.

– Olha - começou Blake depois de um tempo em silêncio fitando o amigo - Eu, assim como todos que vivem nesse inferno, e quando eu digo inferno eu quero dizer literalmente - Finn não riu -, já me apaixonei por alguém. Eu não me lembro da sensação, claro, mas eu sei que era algo complicado e arrancava todas as minhas forças - Finn continuou olhando para o chão - E a única coisa que eu queria era estar com ela.

– Isso é impossível - insistiu ele - Tudo bem que antes de você virar um Filho do Diabo você amava alguém, mas eu? Eu não posso, não devo, sentir nada agora. Não com os olhos vermelhos.

– Toda maldição tem a sua exceção.

– Sim, mas não quando ela é feita pelo diabo em pessoa.

– Tecnicamente foi feita por uma bruxa...

– O quê quero dizer - Finn o ignorou - É que eu não posso sentir o que sinto.

Blake riu.

– Então é melhor você começar a se olhar no espelho de vez em quando, porque você ama ela e ela te ama. Qualquer um pode ver isso.

Ele ficou em silêncio sem saber como responder. Isso era impossível, era tudo o que ele conseguia pensar, não posso amá-la, não posso...

A lembrança de quando eles se beijaram pela primeira vez inundou sua mente. Na época ele não sentia nada por ela, mas quando eles se beijaram, tudo o que pareceu ser inexistente há pouco queimou suas veias por todo seu corpo, e ele só queria chegar ainda mais perto, nunca deixar que ela fosse embora. E quando ela tinha se machucado...

Ele piscou. Blake continuava a fitá-lo quando finalmente disse:

– Você vai mesmo ignorar isso? - Finn continuou em silêncio - Olha o seu estado! - ele indicou suas roupas - Mesmo que você tente ignorar você vai continuar amando-a. E enquanto ela não estiver aqui você não vai ficar bem.

– Mas eu preciso ficar - concluiu ele de repente - É o único jeito de salvá-la. Eu preciso ficar bem para ela.

Blake sorriu se encostando na cadeira um pouco mais relaxado do que antes, como se tivesse alcançado seu objetivo.

– Ela não está morta, sabe.

– Mas vai estar se eu não fazer nada - ele levantou a cabeça subitamente - E pode apostar que eu vou.

– Estou contando com isso - disse uma voz atrás dos dois. Eles se viraram. Era Niah - Ou vamos ter sérios problemas.

Ela sorriu para os dois garotos com as mãos na cintura, seu sorriso frio e vazio de sempre estampado no rosto como uma pintura.

– E além do mais - continuou ela quando nenhum dos dois deu indícios de que voltaria a falar novamente - Vou precisar da sua ajuda com aquela vaca da Lane.

***

Era o mesmo pesadelo. O mesmo pesadelo de sempre.

O barulho de água, então a sensação de sufocamento que vinha acompanhada do desespero, isso era tudo o que ela conseguia sentir. De resto ela se sentia vazia, e ao mesmo tempo, impotente.

Era o caixão de vidro outra vez. Era sempre o caixão de vidro. E por mais que ela tentasse enxergar, tudo o que via no seu exterior eram borrões, nada fazia sentido em sua cabeça, mas algo dentro dela dizia que era real. Muito real.

Enquanto lutava para conseguir se libertar, socando e tentando berrar por debaixo d'água, ela percebeu que ainda usava as mesmas roupas de quando foi jogada no portal que a levou até a Cidade Fantasma. E de algum modo, ela ainda sentia a pressão da pulseira que havia sido presente de seu pai em seu pulso. Ela fechou os olhos com força e bateu ainda mais no vidro. Parecia que quanto mais lutasse, mais resistente o vidro ficava, então ela tentou parar de lutar.

Com grande dificuldade ela conseguiu, mesmo não ouvindo nada além da água ao seu redor, ela quase conseguia distinguir as batidas de seu coração em seu peito, como se estivesse perto de seu ouvido. Ela continuava submersa, e já não restava mais ar em seus pulmões quando outro borrão pareceu se aproximar do caixão pelo lado de fora e ela socou a parede outra vez.

Pela primeira vez desde que sonhara com aquele lugar, uma rachadura se formou no vidro, e ao mesmo tempo, ela cortou a lateral de seu dedo.

Quando o líquido vermelho começou a se espalhar pela água e ela sentiu gosto de ferro em sua boca enquanto engolia litro e mais litro de água, ela abriu os olhos e acordou.

Ela respirava com força, como se ainda estivesse debaixo d'água, mas como seu cabelo não estava molhado dessa vez, ela deu um suspiro de alívio confirmando mentalmente que tudo não passara de um sonho.

Katherine passou a mão na testa tirando a mecha de cabelo que havia se grudado ali com o suor, então um gosto estranho se infiltrou em sua boca. Era gosto de...

Ferro. Sangue.

E ela também sentia o cheiro no ar. Seu coração começou a bater acelerado. Aquilo não podia estar acontecendo. Ela olhou ao redor com a testa franzida enquanto seu coração voltava ao normal.

Rox estava deitada próxima dela em cima de uma pilha de roupa, assim como a própria Katherine estava. Havia apenas um colchão no quarto, e tanto Rox como Katherine concordaram que Rose deveria dormir ali. Não só porque ela estava machucada, mas também porque afinal, o quarto era dela. Então as duas haviam se deitado em cima de suas próprias roupas de quando chegaram ali no chão. Não era nem um pouco confortável, mas era tudo o que tinham.

Enquanto Katherine a observava, milhares de pensamentos diferentes inundaram sua cabeça, perguntas antigas que ela tinha escolhido ignorar, mas que ali, perdida em sua própria mente (ou melhor, presa em sua própria mente) ela não conseguiria evitar.

Perguntas como o por que de Rox viver em sua cabeça, o quê ela tinha feita para merecer castigo tão cruel, por que um anjo seria designado para viver na cabeça de um mortal tão inútil quanto Katherine e principalmente: o quê Rox sabia sobre aquele lugar que ela não queria contar a Katherine?

Seja lá quem fosse a Besta, ou qual fosse a razão da existência daquele lugar, Katherine tinha certeza de que Rox sabia. E o pior de tudo: ela sabia e não queria contar.

O Anjo se mexeu e virou a cabeça para o outro lado, seus lindos e longos cabelos branco-acinzentados caindo para trás como uma cascata. Infelizmente, pensou Katherine, Rox era linda, e por mais que ela tentasse odiá-la, não conseguia. Ela tinha toda aquela áurea de grandeza que poderia deixar qualquer um cego de tão poderosa, mas ao mesmo tempo ela tinha um olhar triste. Quando Katherine avaliava bem sua expressão, ela capitava sinais de infelicidade, como se algo que ela amasse muito tivesse sido arrancado dela. Algo que ela não podia viver sem.

Katherine levantou balançando a cabeça e tentando deixar os pensamentos de lado. Ela tentou fazer o mínimo de barulho possível, e felizmente, chegou ao seu objetivo com sucesso. Ela pulou o corpo de Rox com as pontas dos pés, e andou até o outro lado do quarto, onde Rose estava deitada.

Ela chegou até a menina e se agachou ao seu lado balançando-a sutilmente, mas Rose acordou sobressaltada e Katherine teve que tampar sua boca com a mão para impedir que ela gritasse. Ela colocou um dedo em cima dos lábios indicando silêncio, e só quando a outra assentiu foi que ela tirou a mão de sua boca e se levantou. A loira se arrumou depressa mas não tão silenciosa quanto Katherine, que encarava Rox rezando para que ela não acordasse. Ela pegou algumas armas que ela tinha deixado debaixo de seu colchão no outro dia e entregou algumas a Katherine.

Elas assentiram uma para a outra quando terminaram de se arrumar e cruzaram o quarto em silencio, chegando a porta e saindo do quarto. Katherine soltou o ar que não tinha percebido que segurava e respirou fundo. O corredor do complexo cheio de portas parecia mais longo do que antes, como se não quisesse que elas fossem embora, mas quando Rose começou a andar depois de fechar a porta atrás de si, Katherine a seguiu sem olhar para trás.

Ela sentia medo, com certeza, mas ignoraria isso até estar de cara com a Besta.

Rosely parou quando elas chegaram até uma porta que parecia idêntica as outras e elas esperaram. Alguns minutos depois, a porta se abriu, revelando Jamie, que assim como elas, carregava armas pelo cinto.

– Prontas? - sussurrou ele.

– Mais pronta impossível - respondeu Rose.

Katherine apenas assentiu, então Jamie olhou para ela e ela revirou os olhos.

– É, tanto faz.

Jamie assentiu com um olhar como se a compreendesse, então fechou a porta e começou a andar. Katherine não viu escolha senão segui-lo, e Rose fez o mesmo. Poucos minutos se passaram quando eles finalmente chegaram a porta do complexo e saíram, o ar lá fora mais abafado do que nunca. Katherine se sentiu sufocando sem conseguir se controlar, e a imagem do pesadelo da noite passada chegou aos seus olhos, ela sentiu o gosto de sangue novamente e piscou com força, a tempo de voltar a real quando suas pernas ameaçaram derrubá-la.

Ela cambaleou um pouco para a frente mas nenhum de seus companheiros pareceu notar. Ela já tinha começado a andar novamente quando ela sentiu uma pontada em seu dedo, como se alguém tivesse enfiado uma agulha ali. Ela olhou para ele e congelou.

– É - sussurrou ela para si mesma enquanto observava a lateral de seu dedo que sangrava como se ela o tivesse arranhado com vidro - Isso não passa de um sonho. Apenas um sonho.


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