Demons escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Putz! Desculpem-me a demora pra postar esse capítulo, sei que sou uma tartaruga mas eu tive um super bloqueio criativo de novo e estou com ideias para uma nova fic....mas estou morrendo de medo de querer largar essa, que já faz praticamente parte do meu sangue! Tá, vou parar de enrolar, o capítulo:



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Katherine sentiu seu corpo batendo e rolando no chão de terra úmida antes mesmo de perceber o que estava acontecendo. Tudo acontecera muito rápido, e ela provavelmente teria desmaiado se não fosse pelos gritos ao seu redor que a mantinham acordada. Ela cuspiu o cabelo que grudara em sua boca e se levantou cambaleante.

A névoa cobria todo o seu campo de visão, e quando ela foi jogada longe, a arma que antes permanecia firme em sua mão, voara para mais longe ainda. Ela olhou ao redor. Não conseguia ver nada além das nuvens densas, mas ouvia gritos distintos, e só quando ouviu um grito estridente e que era claramente feminino, ela se lembrou de Rose e Jamie, e correu naquela direção.

Se houvesse algo no chão, uma pedra ou até mesmo uma folha, ela teria tropeçado, mas ela dava passos largos e rápidos na direção do grito, temendo o que veria quando chegasse lá. A névoa estava ficando cada vez menos densa enquanto ela se aproximava, permitindo que ela enxergasse as próprias mãos, e até mesmo o chão de terra aos seus pés. Katherine parou.

O corpo de Rose estava estendido imóvel no chão, sua perna esquerda virada em um ângulo estranho, os braços jogados um para cada lado. Ela estava inconsciente, mas sua expressão ainda assim era de pânico. Katherine correu em sua direção, mas antes que chegasse até a garota, algo que se parecia com uma calda longa e escamosa de um animal atingiu seu estômago em cheio, fazendo com que ela tropeçasse nos próprios pés e caísse de costas com tudo.

Uma dor aguda correu pelo seu corpo como uma onda, atingindo até mesmo seus pés e pernas, que agora pareciam inúteis. Ela se apoiou com as mãos, tentando se levantar mas percebendo que as pernas não atendiam seus comandos. Sua cabeça não parava de girar, e sua visão já tinha começado a ficar turva, mas ela ainda conseguia ver o corpo de Rose, agora um pouco mais distante. 

Seja lá o que a atacou, não estava mais a vista, e o lugar pareceu estranhamente silencioso. Bem na hora que Katherine começara a se perguntar onde diabos poderia estar Jamie, ela sentiu uma mão segurando seu braço e se virou alarmada, mas relaxou ao encontrar os olhos cor de mel do garoto.

- O que aconteceu? - perguntou ele. Seu cabelo estava ainda mais desalinhado do que o normal, assim como seu rosto, que se possível, parecia estar ainda mais sujo. A sujeira se destacando em seu rosto agora pálido.

- N-não sei - gaguejou ela, percebendo que a voz quase sumira - Eu fui jogada longe então ouvi gritos, depois encontrei Rose desacordada, mas antes que eu pudesse chegar perto...

Mas ele não mais a escutava. Estava correndo na direção do corpo de Rose, que ainda parecia estranhamente imóvel. Ele se ajoelhou perto dela, as mãos correndo pelo pescoço da menina a procura de alguma pulsação. As pernas de Katherine finalmente voltaram a cooperar, e ela conseguiu se levantar com muito esforça para ficar em pé do lado dele.

Seus ombros estavam mais relaxados, o que concluiu sendo como um indício de que ele encontrara alguma pulsação e resquício de vida no corpo imóvel a sua frente. Katherine olhou ao redor novamente.

Ela sentiu uma pontada em sua nuca, mas não ligou para dor, continuou se virando a procura do criatura que as atacara, e percebeu alarmada que seu coração doía em seu peito de tão rápido que batia.

De repente o ar pareceu mais frio. Ela olhou para Jamie para ver se ele também percebera a mudança repentina na temperatura, mas sua concentração ainda estava fixa no corpo da menina à sua frente. Katherine ouviu um leve sussurro a sua volta e virou para trás de um pulo. Não havia nada ali, ou pelo menos ela não conseguia enxergar nada, a névoa estava voltando a ficar densa, engolindo os três lentamente, formando um círculo ao redor deles.

Katherine assistiu alarmada enquanto a névoa os engolia, e apenas quando a névoa já os cobria por completo, Jamie levantou a cabeça.

- Katherine? - chamou ele - Katherine, você está aí?

- Estou aqui - ela se agachou ao lado dele e segurou seu ombro - Como vamos voltar para o complexo?

- A pergunta que devemos fazer é o que nos atacou.

- Não é hora de ficar curioso temos que...

Mas assim como antes, seu corpo foi jogado para longe novamente, impossibilitando que ela terminasse de falar. Ela nem ao menos conseguiu gritar de tão surpresa que estava. Essa já era a terceira vez que algo atingia seu estômago, e se ela não saísse dali rápido, não aguentaria muito tempo. Mas antes mesmo dela tentar se levantar, algo pressionou seu corpo contra o chão e ela gritou.

Uma baforada quente atingiu seu rosto e ela virou para o lado, fazendo com que a criatura em cima dela rugisse. Era difícil enxergar o rosto da fera. Não era nada que poderia existir no mundo, nem mesmo se parecia com os milhares de monstros que ela vira Niah e todos os Filhos do Diabo matando ou o demônio que atacou a ela e a Finn na capela. Dois olhos profundos a encaravam, e Katherine sentiu que já os tinha visto em sua vida, mas sua atenção logo mudou de alvo quando a criatura rugiu com mais intensidade e exibiu seus milhares de dentes afiados.

A criatura se parecia com um leão bizarro, percebera Katherine, uma juba preta contornava seu rosto, o focinho largo e ameaçador apontado para o rosto da criatura, suas patas afiadas perfurando o peito dela como se milhares de agulhas se chocassem contra seu corpo. Ela tentou lutar para se libertar, mas quanto mais lutava, mais as "agulhas" pareciam perfurá-la.

Ela desistiu de tentar se soltar, e ao perceber a vulnerabilidade de Katherine, a criatura rugiu novamente, rugidos contínuos e estridentes que se assemelhavam a risadas.

- Katherina - rugiu ele.

- É Katherine - ela rugiu de volta, não muito surpresa por descobrir que a criatura falava.

- Vejo que finalmente me encontrou.

- Eu não estava te procurando.

A criatura riu novamente.

- É claro que não - disse - Mas tenho certeza que deseja me encontrar.

Ela não disse nada, mais por não conseguir do que por não querer. A dor em seu peito deixava sua visão escura, pontinhos pretos aparecendo na sua frente, bloqueando sua visão.

Então assim será - determinou a criatura - Venha me procurar, Filha do Diabo, seja a heroína desse povo e acabe comigo de uma vez por todas. Eu a desafio.

Ela cerrou os olhos.

- E como pretende que eu te encontre?

Quando estiver no caminho certo - disse apenas - Saberá.

Então uma rajada de vento atingiu o rosto dela novamente. Ela percebeu que não era apenas uma rajada, mas sim um pequeno redemoinho de sujeira e névoa se formando bem acima de seu corpo. Ela assistiu horrorizada enquanto a coisa em cima dela se transformava em vento.

O redemoinho parou de repente. A sujeira que o compunha caindo sobre Katherine. O lugar em que antes a criatura, que ela supôs ser a tal da Besta, se encontrava agora estava vazio, e em seu lugar, um pássaro preto batia as asas e chiava ameaçadoramente para ela.

Só quando o bicho alçou voo foi que ela percebeu que a Besta havia se transformado em um corvo.

***

- Ah, mas é claro! - exclamou Niah - O quê mais poderia ser?

- Entenda, Niah - Melinda repetiu pela décima vez - Sua irmã tem uma leve atração por situações perigosas - ela olhou para Finn - Veja por quem ela se apaixonou!

Niah encarou com raiva o menino ao seu lado. Sua expressão dizia "Converso com você depois", e logo sua atenção estava novamente sobre a bruxa sentada em uma poltrona relaxadamente.

- Quando você vai entender que Katherine é mais burra que uma porta quando se trata do nosso mundo? - ela apontou - Nunca - disse ela - Eu quero dizer, nunca mesmo, ela conseguiria entrar em uma prisão feita para um monstro legendário que ninguém jamais tinha conseguido encontrar antes.

- Eu disse que ela entrou na prisão - rebateu a bruxa - Não que ela sabia que estava indo para lá.

- O quê quer dizer?

- Alguém a colocou lá dentro - explicou ela se levantando - E quando eu digo alguém eu quero dizer um monstro legendário que ninguém jamais tinha conseguido encontrar antes - ela imitou a voz de Niah quando disse a frase.

- E o quê esse monstro quer com ela?

- Vejo que você está realmente preocupada, Niah - ela desviou do assunto - Você parece um tanto...desesperada.

Desesperada? - repetiu Niah - Sou uma Filha do Dibo - disse ela - Nunca estou desesperada.

- Mas está preocupada - Melinda se aproximou da outra - Vejo isso na sua alma.

Finn piscou. Já há muito ele tinha parado de prestar atenção nas duas e se afogara nos próprios pensamente, alheio a briga travada à sua frente, mas assim que Melinda pronunciara aquelas palavras, ele acordou, e encarou as duas.

Melinda só poderia estar blefando, ela, melhor do que os outros dois presentes na sala, sabia que Niah, assim como todos os Filhos do Diabo, não possuía alma. Esse era um preço que se pagava ao se tornar um deles, era quase como vender a alma mesmo. 

E segundo o que as bruxas acreditavam - e que provavelmente era o certo, pensou Finn, já que elas conseguiam enxergar as almas das pessoas, uma das poucas características que reinavam sobre todas - a alma de uma pessoa era como uma caixa, uma caixa em que todos seus sentimentos, que determinam quem você é de verdade, estão guardados.

Era essa a razão de todas as bruxas possuírem no pulso a tatuagem do Triângilo Invertido, que era basicamente dois triângulos, um dentro do outro, sendo o de dentro invertido, ou seja, com a ponta virada para baixo. Finn já lera em vários livros que o símbolo era uma representação do verdadeiro ser humano, já que, segundo as bruxas, o que estava por dentro (a alma) era o inverso do que se vê por fora.

- Você espera que eu ria ou alguma coisa do tipo? - foi a resposta de Niah após um tempo em silêncio absoluto.

Melinda sorriu.

- Claro que não - disse ela - Apenas tente se controlar mais um pouco, sua alma está quase visível.

- Eu não tenho alma.

- O que ele quer com ela eu não sei - ela desviou do assunto novamente - Ou pelo menos se sei não posso te contar, então a única alternativa que resta é resgatá-la e perguntar a ela.

- E onde ela está?

- Eu já disse, ela está em uma...

- Uma prisão que não pode ser encontrada porque não está em lugar nenhum - Niah completou com raiva a frase que a bruxa vinha repetindo para ela - Sim, eu já entendi essa parte, mas como eu vou encontrá-la?

- Você precisa entender uma outra coisa, Niah - Melinda se sentou novamente - Mesmo que a encontre, você não conseguirá, pelo menos não sozinha, soltá-la.

- Okay - concordou Niah - Anotado. Mais alguma informação que será completamente inútil para a minha vida?

- A única vez que eu falo sério ela não me escuta! - resmungou a bruxa, revirando os olhos e cruzando os braços.

- Eu sei que você sabe que eu iria perguntar de quem eu preciso para soltar minha irmã - disse ela - E eu também sei que você não me responderia, ou desviaria do assunto, então não vou nem perder meu tempo perguntando.

- Sabe - comentou Melinda - Essa é a única pergunta que eu posso realmente te responder, sem desvios e sem enrolação.

- E eu vou ser obrigada a pedir?

- Se dese... - ela se interrompeu com um sorriso - Não, melhor, quero que você implore.

Niah a encarou.

- Você está brincando, não?

- O assassino nunca está brincando enquanto está com a faca na mão.

- Você poderia...pelo amor.... de Deus... - Niah pigarreou - Me dizer quem é que pode soltar Katherine?

- Oras - respondeu a bruxa com seu sorriso - Quem senão Lane Bloon?


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