Demons escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá qrds leitores, como estão? Sei que geralmente não falo mto com vcs, então oi! Mas essa não é a verdadeira razão deu estar aqui hehe, na vdd é pq eu falei para uma amg/inimiga (sim fefeca, estou falando de vc) que eu ia dizer que ela é a maior fã da minha fic, aquela puta que eu tenho que aturar tds os dias na escola jogando meus cadernos no chão. Bom eu te odeio vagabunda, 2bjs (sei q vc me ama, viu?)



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Só após a campainha tocas três vezes é que a porta finalmente abriu, revelando Melinda com a cara de confusão mais próxima que ela, uma vidente, poderia fazer, fingindo não saber quem era.

- Garoto Smith, Filha do Diabo - ela sorriu - Que surpresa adorável!

- Essa sua falsidade é para que eu ria ou chore da sua aparente feiura e falta de habilidade na atuação? - perguntou Niah, fazendo uma falsa cara de curiosidade.

Finn as interrompeu quando viu Melinda desmanchar seu sorriso:

- Precisamos da sua ajuda.

Melinda se inclinou para a frente, ainda segurando sua porta, como se fosse contá-los um segredo.

- Vocês ficariam surpresos se eu dissesse que sabia que você iria dizer exatamente isso?

Ela apontava um dedo para Finn e seus olhos estavam cerrados, como se ela tivesse contando o fato mais interessante do mundo. Niah revirou os olhos e empurrou a bruxa para de sua própria casa. Melinda cambaleou para trás mas logo se estabeleceu, e segurou a porta para que os Filhos do Diabo entrassem.

Finn a observou enquanto atravessava a entrada. Ela sorria para ele, o cabelo castanho claro e curto estava solto, agora ele tinha algumas luzes, e seu penteado era desregular, como se ela tivesse acabado de acordar. Ela estava com uma blusa cinza de abotoar azul e larga, que estava um pouco amaçada no colarinho aberto, e usava um shorts jeans curto, deixando as pernas claras expostas e estava descalço.

A casa de Melinda era tão moderna por dentro quanto era por fora. Quando chegaram a sua rua, Finn e Niah demoraram um tempo para encontrar a casa certa, já que ela morava em um subúrbio, onde todas as casas se baseavam em casarões ou sobrados luxuosos. A casa da bruxa era de um tom claro assim como todas as outras ao seu redor, e possuía ladrilhos de pedra que se entrelaçavam até a entrada, como uma pequena estradinha de tijolos dourados.

Por dentro a casa era igual a qualquer outra. Uma sala de estar na entrada, com um grande sofá que se juntava com outro na parede formando um L, uma televisão de tela plana, Cd's e DvD's de diversos filmes e bandas. Janelas altas e planas exibiam o jardim ao fundo da casa. As flores pareciam brilhar assim como qualquer flor que tivesse os cuidados de uma bruxa. Melinda o viu encarando seu jardim e sorriu.

- Tenho certeza que não vieram aqui apreciar minhas belas flores - disse ela - Mesmo eu tendo certeza que meu trabalho é digno de apreciação.

Niah soltou um guincho da garganta. Uma mistura de uma tosse com risada.

- Mas é claro - ela pigarreou - Já que vamos começar a mentir eu poderia começar a elogiar seu cabelo, quem sabe.

- Sua arrogância não irá salvar sua irmã, Filha do Diabo.

Melinda colocou sua mão direita na cintura, exibindo o olho da vidência que apenas ela, entre todas as bruxas, tinha. E quando virou a mão, Finn enxergou seu pulso, e o Triângulo Invertido - o símbolo das bruxas - brilhando com mais intensidade. Niah a encarou.

- Onde ela está?

- Pelo que eu saiba, vocês já descobriram.

- Não descobrimos merda alguma - explodiu ela - Apenas um monte de baboseiras e contos feitos para crianças que desobedecem os pais.

- Então vai me dizer que o Idric também é uma lenda?

O rosto de Niah empalideceu, e ela recuou. Finn arqueou as sobrancelhas.

- O quê o demônio tem a ver com isso?

- O quê ele tem a ver? - riu Melinda - Ele é a base desse mistério, Finn Smith.

- Ele nem ao menos existe - disse Niah. Melinda riu.

- Não existe? - ela levantou uma sobrancelha - Então me diga porque as bruxas vem temendo-o desde a Era Sansiana.

- Bom - exclamou Niah - Bruxas são burras, veja você e Lane por exemplo.

- Lembre-se que você veio até aqui procurando ajuda, Niah. Não o contrário.

Niah bufou e cruzou os braços, mas ficou calada.

- Há poucos livros sobre essa lenda - admitiu Finn.

- Na verdade, há apenas um - Melinda andou até uma estante de livros na outra extremidade da sala - O Livro Vazio.

Ela retirou um pequeno caderno com capa de couro e uma corda que o lacrava da estante. Niah descruzou os braços e avançou para a bruxa.

- Este é...?

- Não - interrompeu Melinda - É apenas uma cópia do essencial, todas as bruxas tem um.

- Mas o livro de verdade...

- Em todo o Mundo das Sombras, a única coisa que se fala é sobre o grande furto dos Filhos do Diabo ao santuário mais querido das bruxas. Ou seja, o livro que vocês pegaram era o verdadeiro.

- Mas ele estava vazio, completamente em branco - Niah mudou o peso de perna.

- Eu fui uma das poucas pessoas que concordaram com o nome do livro - comentou ela - Pessoalmente achei o nome uma piada um tanto divertida.

E o quê tudo isso tem a ver com o Idric? - rosnou Niah.

- Vocês sabem a lenda.

- Aquela sobre a morte de todas as bruxas e blá-blá-blá, pra mim sempre se baseou nisso.

- Não - Melinda a fuzilou com o olhar, os olhos cor de âmbar saltando de desprezo - Aquela do conto. Do amante proibido que fora transformado no primeiro monstro de todos.

- "Sob a rebeldia do amor, o desprezado se erguerá, e sobre o leito do próprio, todos os santos recuarão." - citou Finn. As garotas o encararam e ele deu de ombros - Era esse o conto, não?

- Exatamente - concordou a vidente - Ninguém sabe a exata origem dele, mas sabe-se que quando foi criado, a própria Sansy o aprisionou onde nunca poderia ser encontrado. Já que, bom, ela deve ter se arrependido ou se sentido culpada por ter condenado o mundo as criaturas mais terríveis que os seres daqui já viram.

- O Idric foi o primeiro monstro de todos, e como sabem, criado pela própria Sansy - continuou ela - Ele era um humano antes, e se apaixonou por uma das filhas da bruxa. Mas como esta, tendo o sangue que tinha, não aceitaria que sua filha se casasse com o humano, ela o amaldiçoou transformando-o em um monstro, e muito forte aliás, quando descobriu sobre os amantes.

- E? - incentivou Niah.

- E - Melinda fechou o caderno em suas mãos com um baque - Depois que percebeu o que fizera, ela se arrependeu, e tentou aprisioná-lo, com sucesso, de um modo e em um lugar que ele nunca poderia ser encontrado. Mas não antes dele próprio criar uma maldição, sobre todas as bruxas da linhagem de Sansy.

- Que era a que eu acabei de falar - disse Finn. Melinda assentiu.

- Ainda não entendi o que tudo isso tem a ver com Katherine - comentou Niah.

Melinda sorriu. Um daqueles sorrisos que Finn as vezes via no rosto de Niah quando esta guardava um segredo e queria mostrar para todos que ela era a única que sabia, e que se quisesse, poderia destruir cada um deles com a informação. A bruxa sabia que estava no controle.

- Acho que você deveria começar a compreender e se focar nisso, Filha do Diabo - disse a bruxa por fim - Porque sua irmã acaba de encontrar e penetrar na prisão mais segura de todos os séculos.

***

O que todo mundo por ali chamava de jantar, baseava-se em uma pequena porção de carne que, Katherine percebeu surpresa, era de boa qualidade e fresca. Quando ela perguntara a Jamie sobre a origem dos alimentos, ele apenas deu de ombros e falou:

- Não conseguimos explicar também - dissera - Todas as manhãs quando acordamos uma cesta cheia de carne de diferentes animais aparece sobre a mesa de pedra.

- Mesa de pedra?

- Na verdade é apenas uma pedra gigantesca e horizontal que nós apenas chamamos de mesa porque é lisa e sempre está com a nossa comida - explicou Rosely.

- E ninguém sabe de onde toda essa comida veio? - perguntou Katherine, eles negaram - E mesmo assim a comem?

- Você fala como se tivéssemos escolha - murmurou Rosely.

- Nossa mãe costumava dizer que a carne é uma benção dos deuses, a única coisa que garante que eles ainda rezam por nós - comentou Nancy.

Rosely largou a comida no prato - que na verdade também era apenas outro pedaço de pedra que os refugiados tentaram entalhar para ficar um pouco mais funda, como uma grande concha - abruptamente, e começou a olhar para a frente, sem um ponto fixo, como se tivesse acabado de presenciar algo ruim.

- Você não se lembra dela, Nan - disse quase em um sussurro.

- Sei que não lembro - Nancy olhou para o prato - Mas o Tio Peter me fala dela às vezes. Ele me conta coisas que ela costumava dizer e acreditar. Eu gosto quando ele me conta essas coisas.

Rosely olhou para a irmã e lançou-lhe um olhar de ternura, o mais próximo de bondade que Katherine vira nela até aquele momento.

- É - ela disse finalmente - Eu também.

E isso foi tudo. O resto do jantar foi silencioso. Todos comiam olhando para as respectivas comidas e tentando fazer o mínimo de barulho possível. Katherine se setia desconfortável naquele clima frio. Não só porque ela estava sentada em um chão frio, já que as poucas "cadeiras" que tinha no local eram destinadas aos mais velhos, mas por ter agora certeza sobre o paradeiro dos pais das duas meninas a sua frente.

Jamie lançava olhares significativos para Rosely de vez em quando, mas esta não retribuía seus olhares, continuando a encarar as próprias mãos.

Quando todos acabaram de comer, Katherine ajudou Rosely a levar os pratos para uma pequena falha no teto onde caía uma goteira, que os refugiados logo conseguiram ajeitar para se parecer com uma torneira. Elas não se falaram enquanto faziam o melhor que uma goteira à metro delas limpava os pratos. Só quando chegaram ao grupo sentado novamente foi que Jamie começou a falar.

- Rose, se você quiser eu posso fazer a patrulha sozinho, Peter ele pode...

- Não - ela o interrompeu - Ninguém me tira do meu turno - ela segurou a arma que levava pendurada ao redor do corpo de um modo ameaçador - Nem tente me persuadir, Jam.

Ele levantou as mãos e se levantou como se estivesse se rendendo, e sorriu, depois abaixou os braços e olhou para Katherine.

- Quer conhecer um pouco desse lugar a noite?

Katherine olhou para Rox sobre o ombro de Jamie, ela tentou reprimir uma risada com a mão.

- Uma cidade destruída que possa possuir qualquer tipo de criatura a noite não é realmente meu forte.

- Ah - exclamou Rose fazendo um biquinho - A bonequinha ta com medo de quebrar a unha?

Katherine cerrou os punhos na lateral do corpo, depois piscou com força tentando se controlar.

- Apenas me dê uma arma e então veremos quantas unhas eu consigo quebrar na cara dessa tal Besta.

- E você por acaso sabe usar uma?

Katherine se moveu rapidamente, usando o momento de distração da outra ao seu favor e pulou para trás dela, arrancando a arma de seu corpo e apontando para sua nuca com precisão.

- Um movimento do meu dedo e você está morta.

Rose se virou lentamente, encarando Katherine avidamente com o olhar.

- Talvez uma pistola 380 seja mais o seu estilo.

Katherine sorriu.

- Talvez - disse ela, saindo de sua posição e pronta para devolver a arma a outra. Mas algo a interrompeu.

Um grito ecoou pelo complexo e cinco homens entraram correndo pela porta da frente e fechando-a com força atrás de si. Então tudo começou a acontecer rápido demais: Jamie e Rosely correram para a entrada enquanto ela gritava para Nancy se trancar em seu quarto. Quando Katherine percebeu, ela segurava uma pistola na mão assim como Rox que estava ao seu lado (o anjo não parecia muito confortável com a situação).

De repente um estrondo quase ensurdeceu-a, e ela tampou os ouvidos. Algo se chocava contra as portas de ferro e vários homens começaram a aparecer de todas as direções atirando contra esta, mas parecia que quanto mais eles atirassem, mais forte as batidas ficavam. Katherine olhou para os lados e viu Jamie e Rose passando por uma pequena porta - quase invisível em meio a todo o caus - e decidiu segui-los. Conseguiu alcançá-los bem a tempo de segurar no braço de Jamie para avisar que estava ali, que lançou um aceno de cabeça para ela.

Ela inspirou o ar e quase engasgou quando percebeu que o cheiro de algo podre ainda se impregnava por ali. Eles estavam do lado de fora, e uma rajada de ar seco atingiu seu rosto. A noite era escura, e olhando para o céu, não era possível se ver nem estrelas nem a lua, mas mesmo assim uma névoa densa - a mesma que ela vira quando chegara aquele lugar - se erguia do chão, como chamas raivosas. Os garotos começaram a avançar na noite, na direção da origem do barulho, até que este parou.

Eles olharam confusos para todos os lados, as posições de combate murchando e as pontas das armas apontando para o chão. Katherine conseguia ouvir a própria respiração no ouvido como se fosse a de outra pessoa, até que ela sentiu um leve tremor na espinha e se virou. Mas antes que pudesse entender o que acontecia, ela sentiu seu corpo sendo jogado para longe, e pelos gritos que ela ouvia ao seu redor, ela não fora a única a voar pela escuridão em direção ao meio da névoa.


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