Demons escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

então gente, como vcs viram, eu mudei a capa dnv hehe, mas oq acharam? Eu sla agora que eu coloquei ela eu to odiando, antes eu tava super apaixonada, alguém me interna.



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– Se eu disser isso novamente - ela parou - Se eu apenas pensar na frase "o quê de pior poderia acontecer?" eu estou te permitindo, na verdade estou te obrigando a me bater. E de preferência, com força.

Rox riu deixando a cabeça pender para a frente.

– Ah, por favor - pediu ela - Deixe de tanto drama, vai me falar que não está se divertindo?

Katherine a olhou sobre o ombro, incrédula.

– Você só pode estar brincando - ela tentou soltar os pulsos - Não vejo em que momento divino da vida de alguém ficar presa em um poste na posição mais desconfortável possível é divertido.

Rox apenas riu de novo. E ela tinha razão de rir, toda aquela situação era mesmo muito engraçada.

Quando ela e Katherine entraram no complexo atrás de Nancy, da garota loira (que depois ela descobriu ser na verdade Rosely, a irmã de Nancy) e do garoto, Jamie, pelo menos uma dúzia de homens apontaram armas para as cabeças delas, no começo, elas não ligaram muito, não é como se Katherine já não tivesse acostumada a ficar de frente para uma arma, mas quando as portas do complexo se fecharam antes de um estrondo irromper do silêncio do lugar. Katherine olhou para trás, mas antes que pudesse perguntar alguma coisa, uma voz se sobressaltou a sua.

– Quem são essas?

Ela havia olhado para a frente e encarado um homem já de idade. O cabelo e a barba mal feita era todo branco, Katherine poderia facilmente confundi-lo com o Papai Noel, mas resolveu não dizer isso em voz alta quando olhou com mais atenção para a expressão dele. Apesar de parecer cansado, e com linhas de expressão marcando todo seu rosto graças ao tempo, o velho ainda possuía uma expressão séria que deveria ter sido uma característica de muitos anos atrás. Ao olhar para ele, Katherine quis imediatamente obedecê-lo, ele definitivamente empunha respeito naquele lugar, pois todos pareceram se ajeitar mais quando ele chegou mair perto.

– Nancy as encontrou no meio de escombros ao norte - respondeu Rosely.

– Minha pergunta é quem são e de onde vieram, não onde as encontraram.

Rosely se encolheu um pouco e olhou para baixo ofendida, mas Rox levantou o queixo.

– E posso saber quem pergunta sobre minha identidade?

– O que manda aqui - respondeu o velho - Então acho melhor me responderem, e rápido.

– Meu nome é Katherine Walker e o dela é Rox - se apresentou Katherine - Agora quem são vocês e que lugar é esse?

– A primeira regra desse lugar, queridinha, é que eu faço as perguntas e vocês respondem - ele se aproximou dela - Estamos entendidos?

Katherine cruzou os braços.

– Quem você pensa que é para tentar mandar em mim?

Todas as armas que antes estavam apontadas para elas e depois relaxaram, voltaram a mirarem nelas, mas Katherine não hesitou, e o velho pareceu notar.

– Sou Gerald Haynes - disse ele - Sou o líder desse e último grupo de refugiados dessa cidade.

– O quê aconteceu com a cidade, e do que estão fugindo?

Todos na sala pareceram estremecer por um momento, Katherine olhou em volta mas tudo parecia normal.

– Da Besta - respondeu Jamie - Fomos atacados há dezessete anos e somos perseguidos desde então.

– Okay - disse Rox - Mas o quê é essa coisa?

– Não sabemos direito - Gerald respondeu sem tirar os olhos de Katherine - Ele não tem uma forma constante, toda vez que somos atacados é uma criatura diferente.

– E não pensaram na possibilidade de ser mais de uma criatura?

– É impossível tantas criaturas se escondendo na cidade e não serem achados nas patrulhas. A cidade é pequena e ampla, como devem ter percebido, não tem muito lugar para se esconder.

– Então onde vocês acham que ela pode estar?

– Aqui - disse ele por fim, estava mais próximo da garota agora - Entre nós.

Katherine o encarou.

– O quê quer dizer?

– O único lugar que pode estar se escondendo seria onde nunca procuraríamos, ou seja, entre nós. E como já concluímos que ele pode mudar de forma, pode ser qualquer um nessa sala.

– E você está nos contando isso porque...?

– Tenho certeza que ele não está entre nós, e se duas pessoas estranhas chegam aqui procurando abrigo depois de dezessete anos, eu definitivamente desconfiaria delas.

– Espera - pediu Rox - Você acha que somos a Besta?

– Prendam-as - ordenou Gerald, e todos os homens que antes apenas apontavam armas para elas avançaram, e mesmo elas se debatendo, eles conseguiram prendê-las.

E estavam ali, presas pelos pulsos e sentados no chão frio desde aquele momento. Estar presa na mesma cidade fantasma que Rox, que não era nem um pouco lógico, já era horrível, mas ter ficar presa na mesma sala que ela já era pedir demais.

– O quê você acha que eles vão fazer com a gente? - perguntou Katherine tentando se soltar novamente.

– Provavelmente vão nos matar.

– Encantador! - elas ficaram um tempo em silêncio até Katherine tentar olhar para o anjo por cima do ombro novamente - Você se arrepende agora de ter entrado na minha mente?

– Talvez - Katherine ficou em silêncio - Estou brincando - ela riu - Não é como se eu tivesse escolhido isso.

– Você nunca me contou nada sobre você - disse ela - Quero dizer, você sabe tudo sobre mim, você vive na minha cabeça, mas eu não sei nada sobre você.

– É perigoso demais - a voz de Rox pareceu embargada - E eu não acho que você precise saber.

– Bom, você vive na minha cabeça, eu acho que eu deveria saber.

– Olha onde minha presença te trouxe - murmurou ela.

– O quê quer dizer?

– Eu apenas... - mas antes que ela pudesse responder, a porta da sala onde elas estavam abriu e o velho, Gerald, entrou - ...sinto muito.

– Então - começou ele - As duas moças decidiram contar alguma coisa?

– Eu realmente não sei o quê mais você quer saber - disse Rox.

– Talvez da onde vieram poderia ser um começo.

– Sabe, a sua insistência de que somos um monstro legendário me ofende profundamente - comentou Katherine.

Gerald se agachou de frente para ela e a encarou.

– Quando resolverem parar com os comentários sarcásticos talvez eu pense em soltá-las.

– Então se eu apenas ficar quieta você vai nos soltar? - perguntou Katherine - Porque infelizmente não consigo nos ver contando alguma coisa sem nossos toques especiais e comentários.

– Apenas digam de onde vieram e eu as solto.

– Do Brooklyn - sorriu Katherine.

– Como vieram parar aqui?

– Você não acreditaria se eu contasse - ele a encarou e ela suspirou - Um demônio Shax me jogou em um portal negro, algo que não é muito comum, e olhe só, estou aqui.

Gerald olhou de uma para outra, como se esperasse elas fossem começar a rir.

– Estão brincando? - elas negaram com a cabeça - Ótimo, mais uma teoria sobrenatural.

– Teoria sobrenatural? - repetiu Rox.

– Há quem diga por aqui que a Besta não é humano, eu pessoal acredito um pouco nisso - ele as encarou - Por mais que uma pessoa seja ruim, não acho que um ser humano conseguiria matar tanta gente assim.

– Você tem muita fé no ser humano - comentou Katherine - Se eu fosse você eu tentaria me controlar, você não os conhece tão bem quanto eu.

– O quê sabe sobre o assunto, garota?

– Eu vi do que eles são capazes de fazer quando estão desesperados, ou pior ainda, quando querem poder.

Katherine estremeceu internamente quando se lembrou dos poucos rituais satânicos que Jim e Wes a obrigaram a ver no último mês, ela vomitou depois de cada um deles.

– Se eu te disse que sei como nos tirar daqui, e isso inclui você e seus refugiados, você nos soltaria? - perguntou Roz abruptamente, Gerald a encarou.

– O quê você disse?

– Você me ouviu - disse ela - Nos solte e eu tiro todo mundo daqui.

– Como...?

– Isso eu só respondo quando estiver tomado um banho e depois de ter comido alguma coisa, eu não como uma comida de verdade a séculos!

– Por que eu confiaria em você? Para mim vocês ainda são a Besta.

– Porque eu sou sua única e última chance - respondeu ela, indiferente - Ou você aceita minha ideia, ou morre aqui como o resto de seu povo.

Gerald se levantou e saiu da sala, Katherine quis xingar Rox, mas segundos depois, a porta se abriu novamente, e Rosely e Jamie apareceram, estavam sem as armas agora, e Katherine se perguntou se levavam alguma pistola em um dos bolsos de sua calça, e se pretendiam usá-las contra elas.

Mas ao invés disso, Jamie se agachou perto das duas e soltou os nós da corda que prendiam seus pulsos. Katherine os massageou aliviada, e arregalou os olhos quando percebeu que estavam sangrando. Jamie pegou o braço da menina e examinou seu pulso.

– Acho melhor você por alguma coisa nisso.

– E como você espera que eu encontre um remédio apropriado nesse lugar abandonado e parcialmente destruído?

Ele riu.

– Você vai ver - depois virou para trás e encarou Rosely que fitava a cena a sua frente - Gerald mandou você dar algumas roupas para elas vestirem, lembra?

– Eu por acaso sou surda? - ela se aproximou do grupo e ajudou Katherine a levantar enquanto Jamie ajudava Rox - Vamos logo antes que eu me arrependa.

Eles saíram da sala e começaram a andar por um corredor cheio de portas. Katherine olhou para trás uma última vez tentando pegar algum detalhe que não tinha reparado antes. A sala não tinha nada, apenas o poste em que seu pulso estava preso, então ela apenas deu de ombros e continuou seu caminho. Rosely as conduziu até uma porta que era exatamente igual as outras, ela a abriu e empurrou Rox e Katherine para dentro depois também entrou, e fechou a porta na cara de Jamie quando este deu indício de que as seguiria.

– Garoto idiota - disse ela - Ele realmente gostou de você, já estava até pensando em te ver nua.

Katherine a encarou com os olhos arregalados e as sobrancelhas arqueadas.

– O quê?

– Ai garota, você é mesmo muito burra - ela balançou a cabeça - Nós não temos muita roupa aqui e tudo que eu tenho está ali - ela apontou para uma pequena pilha de roupas amontoadas no chão - Vocês escolhem o que vão usar e nem pensem em reclamar porque é isso ou nada.

Katherine olhou para o quarto novamente, era exatamente como o que ela estava presa, só que este tinha um colchão surrado no chão e mais alguns pertences e armas espalhados, além de ter uma pequena janela pela qual só se via a escuridão. Já era de noite.

– E onde vamos tomar banho? - perguntou Rox.

– Banho? - ela riu - Só no final de semana, e é no rio, então acho que Jamie vai ver seu sonho se realizar.

– Ah, cale a boca - pediu Rox.

– Sabe, garota-lobo, eu poderia te matar aqui e agora, sorte a sua que Gerald enfatizou as palavras "mantenha-as vivas a qualquer custo".

Depois de dizer isso, ela saiu do quarto, batendo a porta com força atrás de si. Rox bufou e começou a trocar de roupa, ela foi obrigada a tirar o lobo de sua cabeça e Katherine admirou surpresa seu cabelo, ele era ainda mais lindo assim descoberto. Katherine olhou para as mudas de roupas em suas mãos e depois para Rox, envergonhada por ter que tirar a roupa na frente dela, depois deu de ombros. Ela vivia em sua cabeça, pensou ela, se tinha que ver alguma coisa, já teria visto.

Ao se trocar, ela tentou olhar seu reflexo na janela mas não conseguiu, a única chama de luz do quarto vinha de uma vela no chão na outra extremidade do quarto, então ela tentou enxergar como ela estava. Katherine resolveu continuar com sua regata, apenas trocou sua calça jeans grudenta por um shorts surrado de Rosely, e pôs uma camisa se flanela vermelha xadrez. Rox não estava muito diferente dela, tirando o fato de usar uma camiseta larga e desbotada cinza e não mais suas roupas habituais.

Era estranho, muito estranho não vê-la como ela sempre estava, com o bustiê de estampas selvagens, a saia longa que se arrastava pelo chão e a cabeça de lobo cinzento, que ela deixara no chão perto do colchão. Katherine pegou a cabeça e pôs sobre a dela própria, depois se virou para Rox com um sorriso.

– Estou arrasando?

– Não, que horror, ficou horrível em você, tira isso.

– Por que você usa isso na cabeça? - perguntou.

– Não sei direito, apenas gosto de lobos, eles são como...como algo que eu sempre quis ser.

Mas Katherine não conseguiu perguntar mais nada, pois nesse exato momento, a porta do quarto se abriu e Rosely pôs sua cabeça para dentro, ela tampava os olhos com uma mão.

– Estão vestidas?

– Sim - responderam simultaneamente.

– Ótimo - ela abiu mais a porta - Vamos está na hora do jantar.

Katherine e Rox se entreolharam mais seguiram a garota, não tendo muitas outras alternativas.

De repente ela sentiu.

Não era como se tudo tivesse ficado em silêncio, era mais como se ela só prestasse atenção naquilo, nas batidas de seu coração. Ele estava acelerado, e ela o ouvia como se este estivesse próximo ao seu ouvido. Ela parou quando ouviu outra coisa. Aquilo era água? Katherine olhou ao seu redor mas quase caiu. Sua visão tinha ficado turva, seus ouvidos zumbiam agora e só uma coisa era audível: seu coração e correntes de água. Ela piscou com firmeza tentando se estabelecer, e suas pernas vacilaram, ela caiu no chão.

Então ela abiu os olhos. Não estava mais no corredor cheio de portas iguais, ela estava debaixo d'água. Katherine tentou sair de lá mas não conseguiu, tentou se mexer mas percebeu que estava presa, presa dentro de uma caixa de vidro. Aquilo se parecia com um caixão, pensou ela com medo. Ela começou a se debater mais e mais, começou a gritar mas ela estava debaixo d'água, nem que quisesse alguém a ouviria. Pelo vidro, ela não via nada, apenas a escuridão, e quando uma sombra pareceu se aproximar dela, Katherine piscou de novo, e percebeu que tinha caído no chão.

Ela levantou a cabeça abruptamente, tentando encontrar ar, ela se sentia como se estivesse sendo sufocada. No meio de seu escândalo, ela agarrara algo, percebeu que tinha sido o braço de Jamie, que agora a envolvia em um abraço caloroso. Ela sentiu as lágrimas escorrendo pelo seu rosto antes de conseguir se controlar. O quê tinha acontecido?

Ela começou a olhar para todos os lado e viu Rox, em um canto um pouco afastada, seu rosto estava pálido, e Katherine poderia jurar que ela estava prestes a chorar. Tentando se desvencilhar de Jamie, o cabelo dela grudou em seu próprio rosto e ela passou a mão pela cabeça. Seu cabelo estava molhado. Não como se ela tivesse suado após uma maratona, mas estava pingando; Como se ela tivesse mergulhado a cabeça debaixo d'água.


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