—Você fez o que, Rose Weasley?! –vociferou Lillian Luna Potter, sua prima e melhor amiga, que nesse momento, estava em choque depois de ouvir o fato surpreendente de que sua prima, Rose Weasley, havia pedido seu sólido rival, Scorpius Malfoy, em namoro. –Acho que estou tendo palpitações.

Rose revira os olhos. Lillian era propensa a exagerar, mas dessa vez, sua prima estava certa. Lillian arqueia uma sobrancelha visivelmente confusa, e um pouco machucada de fato, por sua melhor amiga, desde a infância, não ter confidenciado algo tão grandioso com ela, como se apaixonar pela primeira vez na vida. Ainda mais, se essa pessoa pelo qual ela houvesse se apaixonado, fosse, ninguém menos, que Scorpius Malfoy, seu arqui-inimigo desde que Rose Weasley se conhecia por gente. O que para Lillian Potter, que adorava presenciar grandes acontecimentos, tornava as coisas extremamente interessantes.

—Por que não me contou que estava apaixonada pelo Malfoy, Rose? –A garota diz em um tom embargado. –sabe que eu nunca lhe julgaria. Somos melhores amigas, lembra?

Era verdade. Lillian Potter era a única garota com quem Rose poderia contar. Naquele momento, Rose percebeu que não seria nada fácil, como ela havia imaginado manter esse acordo. Afinal, havia se esquecido da parte em que teria de mentir para as pessoas que amava para dar á mentira, um ar “verdadeiro”. Era algo realmente cômico.

—Você ainda não sabe uma coisa sobre esse... Namoro. –Rose diz, e veem os olhos da prima sentada na cama á sua frente, brilharem de curiosidade.

Depois de selarem o acordo, Rose, - para a impaciência de Malfoy, - resolveu impor certas condições e regras para oficializarem o pacto.

***

—Primeira condição. –a garota disse em direção á Malfoy, que revirava os olhos, tentando se concentrar nas palavras da garota ruiva, e evitar caçoar do fato de que Rose Weasley conseguia ser tão autoritária, a ponto de impor regras e condições, sob um acordo que primeiramente nem fora imposto por ela. –Você nunca, jamais! – a garota enfatiza violentamente sacudindo seu dedo indicador, no rosto de Scorpius. –irá meter meu nome nas suas sujeiras, para ser expulso de Hogwarts!

—Nas nossas sujeiras, você quer dizer, Weasley. –Scorpius corrige a garota, lembrando de que a mesma participaria inversamente do plano.

—Que seja. –Rose diz impassível. –O que eu realmente quero dizer é que a culpa será estritamente sua. Tenho um currículo escolar perfeito, que não será arruinado um desajustado como você.

—Seria realmente triste acabar com a fama de nerd exemplar que você tem. –Scorpius diz ironicamente. –Mas acho que já discutimos isso, e se você não entendeu, o objetivo é esse.

O que Rose mais queria naquele momento, era voltar atrás nesse acordo, que a cada vez que se aprofundava, parecia mais absurdo e insano.

Mas, infelizmente, não podia aparecer com um namorado imaginário na frente de Scamender, que caçoaria dela, até o final do ano letivo. E era por isso, que Rose não virou ás costas para Malfoy, pois no fundo, a garota sabia que Scorpius seria o namorado postiço perfeito para ela.

Pois não havia a menor hipótese de se apaixonar pelo garoto. Pelo menos é o que ela pensava...

—Segunda condição. –Weasley prosseguiu. –Namorados bem... Você sabe. Devem...

—Se beijar? – Malfoy completa divertido. Esse acordo aos olhos dele estava se tornando cada vez mais interessante.

—Exato. –Rose diz corando levemente, fazendo Scorpius sorrir. –Então enquanto estivermos em publico, você irá somente segurar minha mão, e manter sua língua asquerosa, o tempo todo, dentro de sua boca, ouviu bem?

Scorpius ri e ergue os braços, em um gesto de inocência.

—Como quiser senhorita. –Rose já estava ficando levemente estressada pelo fato de o garoto ser extremamente infantil, e não levar nada á sério. Resumidamente, Scorpius Malfoy era quase o tempo todo, um completo imbecil. Na outra metade do tempo, Malfoy dormia.

—Terceira e última condição. –Rose suspira antes de prosseguir. –Não vamos, em hipótese alguma, nos envolver emocionalmente. –Ela dizia mais para ela, do que para Malfoy. –O relacionamento é falso, assim como os sentimentos também serão. E quando estivermos á sós, voltaremos a ser os autênticos Rose Weasley e Scorpius Malfoy...

—Eu volto a lhe odiar. –Scorpius diz para si mesmo.

—Como a natureza estipulou, - Rose conclui.

Malfoy sorri maliciosamemente, e avança sorrateiramente, para Weasley, fazendo a mesma, recuar alguns centímetros receosos. O garoto a segura bruscamente pela cintura, e com a outra mão livrem acaricia o queixo da garota, impedindo a mesma de se mover.

Não que não pudesse afinal Malfoy a pressionava levemente, de modo, que se a garota quisesse se soltaria de seus braços rapidamente. Mas o toque dele, sobre ela, parecia agir como um dardo tranquilizante fazendo suas pernas ficarem involuntariamente bambas.

—Para mim tudo bem, ruiva. – sussurrou ele em seu pescoço, arrepiando a garota. Vendo o efeito que causou sobre a garota com sua aproximação, Malfoy sorriu vitoriosamente. –Mas acho que você quem vai ter que se preocupar... Para não se apaixonar por mim.

Rose o empurra, fazendo-o rir, estava adorando brincar com as sensações que causava no corpo e na mente de Rose Weasley.

—Última condição, Malfoy. –Ela diz visivelmente furiosa, fazendo o garoto parar imediatamente de rir. –Nunca mais se encoste a mim dessa maneira, filhote de doninha.

E sai marchando em direção á estrada que levava de volta á Hogwarts.

—Hey, namorada. –Malfoy grita, e involuntariamente, Rose se vira. Odiara-se por seu impulso ter agido antes dela.

Malfoy correra até ela, e segurou em sua cintura, assustando-a repentinamente.

—Oque pensa que está fazendo?! –Rose diz tentando se soltar do aperto forte do garoto.

—Acompanhando minha namorada ué. –O garoto disse um pouco alto demais, para que um grupo de garotas bonitas do sétimo ano ouvisse. E ficassem estáticas com a informação. –Então, digamos assim, eu andei pensando depois de você me empurrar por pensar não conseguir resistir aos meus encantos por tanto tempo, -Rose revira os olhos. Sim, um completo imbecil, que tinha o ego extremamente inflado. –Como você pretende fazer Hogwarts inteira, acreditar que de um dia para o outro, paramos de nos odiar, e começamos a nos amar intensamente?

Rose realmente não havia pensado nisso. Malfoy percebera, e se orgulhou por ter sido mais ágil do que a garota.

—Pois então, eu tenho a resposta perfeita. –Ele diz satisfeito. –Estávamos em um relacionamento escondido, e somente agora, resolvemos assumir nosso relacionamento publicamente. Acontece com mais frequência do que você pode imaginar.

Rose estava surpresa por não conseguir pensar em uma historia tão obvia como essa. Obvia e que se encaixava perfeitamente na historia do plano.

—Muito bom Malfoy. –Ela diz realmente admirada. –Brilhante.

—E você, Rose, tem que parar de me chamar de Malfoy em publico. –Ele diz franzindo a testa enquanto afagava o queixo pensativamente. –Que tal você me chama, de...

—Loiro oxigenado? –Rose caçoa. Scorpius fecha a cara.

—E você que tal, Cenourinha, ferrugem, pimentinha, tijolo...

—Cala a boca, Malfoy. –Rose diz corando.

—Ué, seu cabelo é meio laranja... - ele diz examinado um fio de cabelo da garota.

—Vamos logo, o passeio a Hogsmead está quase no fim.

O que parecia ser um acordo fácil, agora passava longe dos olhos de Rose Weasley. Aquilo estava cada vez mais propenso a dar errado.

***

—Então foi isso? Um namoro fictício? Com Scorpius Malfoy? –Lillian dizia em um tom mesclado a surpresa e intriga, pela informação nova distribuída pela prima, que não conseguira guardar a informação somente para si, sendo que Lillian Potter era a única pessoa que sabia de todos os seus segredos. – deixara apenas de fora a parte em que suas pernas ficaram ligeiramente bambas. Isso, Rose manteria apenas para si. Lillian tinha o direito de saber tanto para que Rose tivesse uma cumplice com quem discutir suas confissões sobre aquele acordo insano, quanto para servir de álibi caso o plano saísse errado.

—E porque será que o Malfoy, com tantos amigos desajustados, que fariam o serviço perfeitamente, escolheria justamente você para ajuda-lo?

Rose não havia pensado por esse lado, e nesse momento, se fazia a mesma pergunta.