Trabalhos Do Amor escrita por Leitora compulsiva


Capítulo 5
Capítulo 5 - Te odeio!


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é para as novas leitoras ♥



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- Por que você me odeia!?

- Eu não te odeio tanto agora, só não gosto de você.

- Será!?

...

3 Meses antes...

Depois daquele episódio do "Será!?" eu e Rodrigo não nos falamos mais, ficamos dois meses sem trocar nem um oi, dois meses desde o começo do projeto, do sorteio das duplas, de tudo, os jogos de futebol começaram, e ele quase sempre jogava e quando os menores jogavam, ele era meio que o "treinador" já que passava as instruções. E eu voltei aos livros e papos jogados fora com as meninas. Renata continuava a "reinar" e agora tinha um certo ódio por eu não ter trocado de dupla com ela. Então ela fazia o possivel pra me detonar, como fazer piadinhas maldosas. Eu encarava de boa, até porque o que vem de baixo não me atinge. Ao contrario de mim e Rodrigo, o Alan e a Pri estavam se falando sempre, e ela cada vez mais nerd, e ele cada vez mais descolado, ele ajudando ela e ela dando dicas pra ele. Eu e o Rodrigo não estavamos nos falando até aquele dia.

Era um dia comum e chato, a professora de geografia tinha acabado de chegar e colocar todos em ordem.

- Oi alunos! - ela falava alunos como se estivesse falando retardados, idiotas. Eu mando aqui, e vocês só obedecem.

- A diretora está pressionando os professores para darmos trabalhos...

Ela foi interrompida por conversinhas, reclamações e vaias. Ninguem quer trabalho!!!

- Silêncio! SilêNCIO!

Ninguem deu a minima pra ela.

- CALEM A BOCA!!!

Depois desse grito todo mundo calou a boca.

- Trabalhos com aquela dupla do sorteio. Eu vou passar essa (ela fez uma pausa, mas ela queria falar bosta, merda ou algo do tipo ou pior) vou passar o trabalho. O projeto é que sejam trabalhos socias, o meu projeto é levar vocês para dar uma voltinha no Parque do Ibirapuera primeiro, e se todo mundo se comportar direitinho, vamos viajar para mais longe depois.

Uns obas, outras conversinhas.

- Calem a boca. Não terminei, agora vem a parte que vocês vão reclamar. O objetivo é a integração das duplas E que vocês conheçam a "natureza" e a geografia. Então levem câmeras, caderno e caneta. Vão anotar plantas, relevos, e essas coisas.

Todo mundo reclamou, eu e o idiota do Rodrigo no parque!? Será que seriamos vigiados!? Porque seria uma otima chance de mata-lo. Que droga!! Não quero fazer trabalho com o mané, idiota, metido do Rodrigo. Aff!

- Hoje é quarta. Amanhã iremos no Ibira, não esqueçam as coisas. Agora vamos as aulas.

A partir dai não escutei mais nada, não queria fazer o trabalho. Não podia mais trocar de dupla, eu tinha prometido pra mim mesma que não daria esse gosto pra Renata Metida, mas agora eu estava ferrada. Deixei os pensamentos de lado e comecei a desenhar no caderno durante a aula toda, tentei desenhar, mas o Rodrigo sempre vinha na minha cabeça. Rodrigo idiota! Projeto idiota! Professora idiota! Mundo idiota! Rodrigo não fazia o favor de sair da minha cabeça, acabei desenhando ele, demorei uma aula inteira, pra desenhar o rosto, o sorriso que diziam ser "encantador" e eu não sei como, pra mim era um sorriso babaca. Estava terminando os últimos detalhes, quando alguém me interrompeu por tras, na verdade alguma coisa macia tocou na minha nuca. Me virei rapidamente, era o senhor interrompe, Rodrigo.

- Er... O que você quer!? Por que me interrompeu babaca!?

Ele estava sentado em cima da mesa atras de mim, o que encostou em mim foi a sua mão, que ainda me tocava.  Não tinha mais ninguem na sala. Só eu e ele.

- Ui! Calma Nervosinha.

- Cadê todo mundo!?

- Recreio. Você ficou a aula toda brisando no seu caderno, imagino que desenhando. Acertei!?

- Sim eu estava desenhando. E por que você está aqui.

- Eu ia te tirar do transe. Opa! (Ele disse olhando diretamente para o meu caderno) Esse ai sou eu!?

- Er....

- Você me desenhou!? E depois fala que não sente nada. Sei não hein Malu. (ele disse brincando).

O que eu podia falar. Era ele, e ele viu, na hora que ele me interrompeu esqueci de fechar o caderno. Merda!

- É você! Imaginei que se te desenhase você sumiria.

- Funcionou!?

- Não.

- Por que eu sou real.

- Infelizmente né, Rodrigo! Seria muito melhor que fosse um desenho e que eu pudesse apagar.

- Tem muitas imagens minhas ai!? - ele disse pegando meu caderno.

Puxei o caderno das mãos dele. Não queria que ele visse meus desenhos. Não tinha nada de errado com eles, eram sobre Percabeth, A Seleção, Jogos Vorazes, Divergente, Alfas, Acampamento Meio-sangue, meus pensamentos, opinões, frases preferidas ilustradas ou simplesmente rabiscos. Mas era meu, era só meu, e pouquissimas pessoas eram dignas de compartilhar comigo. E se eu não podia ver os desenhos dele, ele não podia ver os meus.

- Ei! - ele protestou.

- Ei o que!?

- Deixa eu ver.

- Nem pensar.

- Por que não!? Bem você desenha, pelo que eu vi no meu retrato.

- Porque não.

- Porque não, não é resposta.

- Para de ser criança Rodrigo!

- Quero ver seus desenhos. Merda!

Ele veio pra cima de mim pra tentar pegar o caderno e eu estava afastando a altura da mão e ele cada vez mais perto e tentando pegar o caderno, cada vez mais perto. Já sentia seu hálito doce. E seu perfume doce, meio enjoativo. Alguém chegou na classe, muita gente chegou, e nos pegou assim, ele bem perto de mim, perto o suficiente para me beijar, e perto o suficiente para acharem que estavamos nos agarrando. Fotos, flashes e risinhos.  Rodrigo se afastou e eu também. Merda! Já não bastava aquele dia no corredor, indo pra enfermaria. Outra agora. Ahhhhhh!!!! Quero morrer! Ou melhor! Matar o Rodrigo, as lágrimas vindo, ele me pegou pela mão e saiu correndo comigo pelo corredor, e ele meio que me arrastou até um jardim, que eu nunca tinha reparado. Quando percebi que não tinha mais ninguem perto, me soltei e comecei a gritar.

- RODRIGO SEU IDIOTA! EU TE ODEIO!! ODEIO!!! ODEIO!!! - eu ainda tinha lágrimas no rosto, e batia no peito dele, o que não surtia efeito, já que ele era mais forte, e tinha era uns 10 centimetros mais alto que eu.

- EU TE ODEIO! VOCÊ ESTÁ DESTRUINDO MINHA VIDA!! O QUE ELES VÃO FALAR!?

- FICA QUIETA MALU!

Pela primeira vez na vida, eu vi o Rodrigo com expressão seria, e sendo mal educado, com cara de bravo. Decidi ficar quieta, não que ele mandasse em mim, mas ver ele daquele jeito, era melhor eu ficar quieta. Sequei meu rosto, e sentei na grama.

Depois de um tempinho, ele veio se sentar comigo.

- Er... Foi mal Malu. 

- Magina. Você só foi grosso, idiota, estupido. Garanto que se te vissem assim, aquelas bobas não cairiam no seu papo.

- Dá pra parar de me xingar!?

- Nunca.

- Ok. Eu aturo você, dessa vez eu mereci. Acho que fui muito grosso com você.

- Acha!? Serio!?

- Ai Maluzinha já disse! Mil desculpas, é que aquela situação me deixou nervoso, e eu precisava pensar, e você só me batia e ofendia.

- Você é um idiota Rodrigo!! As pessoas olham você e te julgam pela sua aparência fofa, e falam que é um bom garoto, se conhecessem esse Rodrigo, não me julgariam por odiar você.

- Olha Malu! Você é uma das únicas pessoas que me conhecem de verdade. Você conhece o Rodrigo todo, o cara legal e doce, o cara chato e azedo. Talvez seja a única que me conhece mesmo.

- Não te conheço todo!!

- Ah sim. Falta um beijo, não é!? Podemos consertar isso.

Ele se aproximou de mim e pude sentir o perfume doce. Eu me afastei.

- Não convencido. Estou falando dos desenhos. Não quero beijo nenhum seu. Nem amassos, nem beijos, nem nada.

- Ah, os desenhos. - ele pareceu meio triste pela rejeição.

- Quero ver os desenhos.

- Um dia quem sabe Malu.

- Um dia!? Quero ver agora.

- Não Malu. Você não vai ver, e acho que não queremos discutir por desenhos, a última vez não deu certo.

- Não deu certo mesmo. Mas ainda assim quero ver.

- Ok Malu. Prometo que te mostro algum dia.

Ficamos em silêncio. Até ele quebrar o gelo.

- Malu o que você falou "o que eles vão falar!? Quem era aquela!? Quer dizer, você nunca ligou pra isso, não que eu tenha percebido. Quem era aquela!? A Malu que eu conheço ou uma menina que liga para a popularidade, e para o que os outros vão falar!?

Merda!! Ele me pegou de surpresa. Eu me lembro de ter falado aquilo. Na hora eu fiquei mesmo preocupada, mas não com a reputação, quer dizer, o povo ia inventar uma história sobre ter pego eu e o Rodrigo sozinhos na sala, e bem próximos. Por que eu falei aquilo!? Quem era eu!?

- Eu não sei. Eu não sei porque bosta eu falei isso!

- Será!?

- Será o que!?

- Nada. É só que será que aquela é a Malu de verdade!?

Vish!

- E será que aquele era o Rodrigo de verdade!?

- Isso você terá que descobrir sozinha!

- Ai Rodrigo!

- Ai nada.

Fizemos uma pausa longa.

- Ei Maluzinha temos que voltar pra aula.

Ele já não tinha o tom melancolico de antea.

- Não! Aqui está legal.

- Quer ir pra casa!?

- Quero ficar aqui.

- Ah, gostou da minha companhia. Sei que sou muito lindo, maravilhoso e agradavél.

- Para Rodrigo!

- Eu também estou gostando de ficar aqui com você.

- Eu não disse que estou gostando de ficar aqui COM VOCÊ. Eu gostei daqui sem você principalmente.

- Para com isso Maluzinha.

Um vento frio soprou. Droga! Eu devia ter pegado uma blusa, tremi.

- Está com frio Malu!? 

- Pois é. Estou.

- Vem aqui!

- O que!?

Ele se aproximou de mim, sentou bem perto e colocou o braço no meu ombro, ele como sempre tinha o corpo quente.

- Você é muito fria garota.

- E você muito quente menino. 
- Está mais quente!?

- Estou.

- E eu ganho um obrigada!?

- Não.

- Que malvada. E eu aqui te esquentando.

Estavamos bem juntinhos e ele me esquentando. Tinha começado a esfriar, desde que chegamos lá.

- Ui! Morreria sem você aqui, bla bla bla.

- Obrigada mocinha. Agora o Super Homem, quer um agradecimento especial.

E ele aproximou o rosto do meu.

- Para Rodrigo! Desiste, não vai ganhar beijo Super Homem!

- Ok então Nervosinha, mas desistir nunca.

- Você vai cansar.

- Não vou nada.

Ficamos mais uma vez em silêncio. Mas dessa vez eu falei primeiro. 

- Quanto tempo estamos aqui!?

- Desde o recreio, atualmente eles estão tendo a última aula.

- E nos matamos. Aff!

- Temos que pegar nossas coisas. 

- Sim, mas como!? So se a gente tivesse na enfermaria ou algum lugar util.

- Enfermaria!

- Oi!?

- A gente pede pra Dorinha falar que estavamos lá.

- Ah e você acha que ela vai aceitar!?

- Se você não estragar tudo e entrar no jogo vai sim.

- Ai Meu Deus Rodrigo!

- Vem, temos que ir.

Nos levantamos e fomos rumo à enfermaria. Rodrigo deu a mão pra mim.

- Ei!

- Não estraga o plano Maluzinha. Segura minha mão. 
Eu e ele andamos de mãos dadas (Argh!) Dorinha estava lá sentada lendo um livro.

- Gracinhas!

- Oi Dorinha!

- Oi Principe, que bom ve-los aqui. Mas o que aconteceu!?

- Então Dorinha, eu e a Maluzinha estavamos bom...

- Rodrigo!

Entao aquele era o joguinho dele. Ótimo - só que não.

- Nos estavamos juntos, e perdemos a hora. Será que você pode dizer que estavamos aqui!?

Ai ficamos bem juntinhos pra ela pensar que era verdade. E ela pareceu acreditar. Ufa!

-  Mas com uma condição!

Ai Meu Deus!

- Que vocês me convidem pro casamento.

Comecei a rir sem parar. Casamento!? Nos não estavamos nem namorando, quem dirá noivos. Pra inicio de conversa eu nem gostava do Rodrigo!

- O que foi!?

- Nada Dorinha é que... é que...

Merda! Esqueci do plano.

- É que meu amorzinho fica muito nervosa quando se fala em casamento. Ela acha que eu nunca vou pedir ela. Apesar de eu ter falado que vou pedir, sim. Só que quando estivermos mais velhos.

- Awn! Que fofo principe. Vou pegar uns papeis pra voces. Mas não façam isso toda hora.

- Obrigada Dorinha. - Rodrigo disse, ela saiu e ficamos sozinhos.

- Você quase estragou tudo.

- Mas foi engraçado! Casar!? Oi!? Nos nem namoramos, e eu não mudei minha opinião ainda te odeio.

- Devia ter percebido seu amor. Poxa!

- Nunca gostei!

- Para de mentir. Eu sei que você gostou de mim e eu não correspondi, e seu amor não correspondido virou ódio.

- De novo isso!?

- Eu ainda tenho essa opinião.

A enfermeira voltou.

- Gracinhas podem ir.

Saimos da enfermaria, e fomos indo pra sala.

- Amanhã vamos no Ibira Maluzinha.

- Você pode levar uma câmera!? Eu levo uma, mas vai que...

- Ok eu levo. Leva as coisas pra anotar.

Chegamos na porta da sala. Todo mundo já estava arrumando as coisas. Então entramos e pouca gente percebeu, quer dizer até o grito da Renata.

- OLHA! O CASAL SENSAÇÃO VOLTOU!

Todos pararam o que estavam fazendo e olharam para nós.

- Voltamos! - Rodrigo disse sorrindo de bom humor.

- O que vocês fizeram esse tempo todo SOZINHOS!?

Renata sabia provocar.

- Fomos na enfermaria queridinha. Eu estava com falta de ar, e a Malu estava com dor de cabeça. Qual o problema Re!?

- Nenhum desde que você explique o que aconteceu aqui. Todo mundo quer saber. NÃO É PESSOAL!?

Milhares de sim. E agora!?

- Ai seus maldosos. Eu fiquei aqui no lanche com a Malu sim. Porém não rolou nada. Essa menina é de ferro.

- E o que você diz sobre isso!?

As fotos. Merda!

- Não te devo explicações Renata.

- Ui! OLHA GENTE ELE NÃO QUER ASSUMIR!

- Ok! Eu explico. A Malu anotou o trabalho da dupla e eu não, porém essa garota me odeia e não quis me emprestar, então tentei tirar a força. E vocês chegaram e pensaram besteira.

- MOSTRE O CADERNO MALU(CA)! AGORA! VAMOS VER SE É VERDADE.

Caraleo e agora!? O que eu faço!? O que eu faço!!!?

- Vai Malu pega o caderno de florzinhas e acaba logo com isso!

Caderno de florzinhas!? Eu tinha um único caderno de florzinhas, que eu não usava, e ficava jogado no fundo do armario. Melhor não discutir, mexi em tudo e achei o bendito caderno, levei até a rodinha, e Renata puxou das minhas mão, fui para perto do Rodrigo, e as pessoas se aglomeraram perto da Vad... Renata.

- O que você pensa que está fazendo!? - sussurei.

- Confia em mim. - sussurou ele.

- Não sei não. Eu nem uso aquele caderno. Vamos nos ferrar. - sussurei nervosa

- Não mesmo! - sussurou ele.

Renata veio e me entregou o caderno aberto em uma pagina escrita, tinham umas cinco paginas escritas. Mas como!?

- Não foi dessa vez Malu(ca), mas ainda vou te pegar.

- Ui Ui! Já deu por hoje Renatinha. Vou entregar os papeis pro professor, Malu arruma suas coisas, e vamos embora juntos, MAS É PRA COMBINAR DO TRABALHO DE AMANHÃ. Viu Renatinha, não confunda.

Ele foi até o professor e entregou os papeis da enfermaria, e eu arrumei minhas coisas.

- Vamos Malu!?

- Agora!

Saimos da escola juntos. E tomamos rumo a minha casa.

- Rodrigo como aquilo apareceu!?

- Jeff, Pri e Alan.

- O que vocês aprontaram!?

- Percebi que a Pri também não gosta muito de mim. O Alan não esta acostumado, é um nerd, mas levou de boa.

- Como você fez isso!?

- Mandei mensagem pro Jeff, e expliquei que estavamos pensando no que iamos fazer depois do acidente, e que nao tinha rolado nada. Expliquei o que ia falar. E pedi que ele falasse com o Alan e com a Pri, pra eles anotarem tudinho em um caderno e falei da desculpa e tals. E eles fizeram tudo. Super Homem salvou o dia novamente.

- Nossa! Meu Deus! Nos livramos de uma boa hoje. Agora que está explicado pode ir embora Super Homem. Te vejo amanhã, e com câmera.

Então segui em frente e deixei ele lá, sem olhar pra tras. 


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Notas finais do capítulo

Muitas confusões hehehehe
Que sorte a deles...
O que o parque reserva!?

Comentem, favoritem, recomendem...

Beijinhos