(Por Dressa)

– O que você fez com ele?! – esbravejei.

– Ele está morrendo – ela declarou calmamente. -, você tem duas opções...

– Do que está falando?

– Isso é a pura e verdadeira chantagem, mas... quem liga? – ela perguntou.

– EU! Fale de uma vez!

– Ou você o beija ou essas garotas – apareceram cerca de uma dúzia de garotas que só poderiam ser filhas de Afrodite. – irão beijá-lo.

– Que elas o beijem! – comecei. – Mas, por quê?

– Primeiro teste, querida. – ela disse aquilo quase com nojo. – Iremos testar sua lealdade. Você tem trinta segundos para quebrar o feitiço ou então, ele morre.

– Elas podem beijá-lo! Por que eu?

– Beijar ele? O Di Angelo? – uma das garotas perguntou. – Ele me fez de boba, nunca mais minha boca toca na dele... mesmo seu beijo sendo incrível.

As outras concordaram suspirando, mas logo depois exclamaram “Bleh!”.

– Você não espera que...

– Quinze segundos, o beijo deve durar três segundos. – Hera falou olhando no relógio que estava em seu pulso.

– Oh! Céus! – falei nervosa. – Não é o príncipe que beija a princesa?!

– Ele é o Rei Fantasma! – outra falou como se fosse óbvio.

– Dez segundos...

– Beije-o logo! Se eu fosse você já teria beijado faz tempo.

– Mas você pode! – gritei.

– Mas eu não sou você. – a garota deu de ombros. – Espero que ele morra logo!

– Cinco, quatro, três, dois, um e...

Eu o beijei.

Quer dizer, eu lhe dei um selinho demorado... ele me beijou.

Thalia: “WTF?”

Annabeth: “... WTF?”

Pra ele o começo do beijo deve ter sido uma maravilha, mas para mim foi tipo girar aquelas caixinhas de onde sai um palhaço do nada ou então, quando a personagem do filme vai ver se o monstro está morto e, por acaso, ele não está.

O mesmo sentimento foi sentido por mim.

Em compensação, o resto foi... UAU! Aquela semideusa que falou sobre o beijo dele estava completamente certa!

(N/A: Eu sou péssima em escrever momentos com beijos ou qualquer coisa assim por que eu fico morrendo de vergonha. Acho meio impossível, algum dia, a pessoa aqui escrever um hentai).

A língua dele vasculhava todo o interior da minha boca, é claro que eu não iria ficar para trás. O beijo dele era diferente, puro desejo.

Mas, então o ar pediu entrada.

Separamos-nos e eu me lembrei das pessoas olhando para nós, sem pensar, eu o empurrei (porque nessas alturas ele já estava em cima de mim) e ele caiu do meu lado. Levantei-me, encarei seus olhos negros que estavam confusos e disse antes de me dirigir para meu quarto:

– Eu te odeio! – falei e fui andando rapidamente na direção do lugar onde estava a minha cama.

Annabeth: “Este também é o quarto dele”.

Droga. – pensei irritada.

Então, eu vi uma porta, uma simples porta.

Resolvi abri-la.

O que eu vi foi realmente, encantador.

Um lugar onde várias montanhas faziam algum tipo de muralha.

O que elas estão protegendo?

Um vale completamente florido. Em uma área, flores amarelas, em outras roxas, e assim ia... vermelhas, azuis, brancas e qualquer outra cor que imaginar.

Normalmente, um lugar com tantas flores teria mil insetos te mordendo a cada segundo, mas lá não. Nenhum.

O Sol brilhava alto, mas estava uma temperatura agradável de mais para aquela posição.

– Lindo lugar, não? – alguém atrás de mim falou e eu me virei.

– Quem é você?

– Perséfone, não está claro? – ela perguntou curiosa.

– Desculpe-me, mas ainda não tínhamos sido apresentadas. – me desculpei.

– Às vezes, quando meu marido não está no nosso reino, mesmo no inverno, eu venho aqui. Vamos! Entre!

Só então eu percebi que ainda estava do lado de fora, parada encarando aquele lugar divino.

– Só deixo Apolo, Ártemis e Atena entrarem aqui, os outros deuses não entendem a beleza deste lugar. – ela explicou. – Bom, agora eu deixo vós também. Tu és a única mortal que já pisou neste solo.

Eu a encarei.

– Por que sou tão especial assim?

– Cada uma daquelas flores que você plantou em casa! – a deusa exclamou. – Eu consigo sentir o seu amor por elas.

– Mas a maioria morreu no segundo dia – murmurei. -, eu consegui matar um cacto! Um cacto!

– Ah! Besteira, venha. Deixe-me mostrar o local.

– Eu beijei seu enteado! – exclamei, tapando a boca logo em seguida.

Por que, em nome de Afrodite, eu disse isso? – pensei aflita.

– Não... – comecei a falar, mas logo fui interrompida por uma risada delicada.

Afrodite, agora passava pela porta.

– Oh! Que lindo, seus olhos estão rosa... hum, agora estão negros... – a deusa da beleza refletiu.

– O que faz aqui?! – Perséfone exclamou irritada. – Já não lhe disse que sua entrada em Bella Vita é proibida?!

– Querida – Dite começou. -, só porque, há algum tempo, decidimos que sou a mais bela você me trata assim?

– Nunca decidimos isso e eu só estou lhe tratando assim porque interrompeu minha conversa com ela e porque, da última vez que veio aqui, teve relações com o meu marido. Meu marido!

Fiquei de boca aberta.

– Isso aconteceu faz dois milênios! – a outra deusa se defendeu. – Vamos esquecer isso!

Perséfone respirou fundo três vezes e disse:

– Tudo bem, fique – ela respirou fundo mais uma vez. -, mas se eu souber que sua magia chegou até meu marido, irá ser uma hera venenosa durante duzentos anos.

Afrodite estremeceu, mas logo voltou com seu perfeito sorriso.

– Tudo bem. – ela declarou, por fim. – Dressa, está parecendo uma filha de Atena com estes olhos!

Ótimo, todos esqueceram o que eu falei. – agradeci mentalmente.

– Ah! Já ia esquecendo – Perséfone falou. -, o que disse agora pouco mesmo, Dressa?

Annabeth: “Tenho certeza que seus olhos estão brancos no momento”.

Thalia: “Eu também”.

– Nada... – eu disse com a minha voz quase sumindo. – nada mesmo.

– Claro! Eu vi tudo, Dressa! Todos viram! E, hoje de tarde, irão passar para todos que tem a TV Hefesto, o mundo vai saber deste novo amor... ai ai! – Afrodite falou sonhadora.

Eu vou dar uma voadora nela! – pensei trincando os dentes.

Thalia: “Eu ajudo!”.

– Do que está falando Dite? – Perguntou Perséfone. – Está louca?

– Vamos lá Dressa, diga novamente o que aconteceu... ou eu terei de dizer pra você, como da última vez. – Dite falou em forma de desafio.

– Eubeijeiseuenteado. – falei o mais rápido que pude, mas pelo jeito não adiantou.

– COMO?! – A deusa do submundo falou/gritou.

– Mas a culpa é de Hera... – expliquei o mais rápido possível o que houve e o vermelho no rosto da deusa foi diminuindo. – As pessoas não podem me ver... sabe?

– Uhum sei, mas porque você continuou o beijo? – Ela perguntou curiosa.

Afrodite ficou dando risinhos idiotas.

Eu fiquei pálida, tenho certeza.

– Ele... eu... daí tinha o palhaço na caixinha... e também o monstro que estava morto, mas não está mais... entendeu? – eu “expliquei”.

– Sim. – Perséfone disse, simplesmente. – Você gostou do beijo, não foi?

*Modo pimentão: Ativado*

– NÃO... – eu disse e Perséfone me olhou tipo “Eu sei que você está mentindo”. – Talvez...

Afrodite começou a gargalhar alto, se ela não fosse uma deusa já teria morrido por não respirar.

– Eu... – ela tentou falar, mas começou a rir de novo. – sou... a melhor deusa desse lugar. Se eu não tivesse um carinho especial pelo Di Angelo... ai ai...

– Afrodite se apaixonou pelo menino, mas como ela tem que manter a “reputação” dela, resolveu só fazer com que suas filhas nunca conseguissem quebrar o coração do meu enteado, agora elas estão apaixonadas por ele só porque não cai aos pés delas. – Perséfone falou com tédio. – Vamos ignorar isso, eu tenho que mostrar o lugar ainda, vamos.

Olhando melhor, pude ver que entre algumas montanhas passava alguns fios de água, mas à medida que eu chegava mais perto, pude ver que eram rios largos.

– Esses rios são os únicos onde não existem Náiades, claro, poderiam existir, mas não acho isso importante no momento. – Perséfone explicou com um brilho nos olhos.

Havia milhares de peixes nadando na água cristalina que era o belo rio.

– Isso aí – Afrodite apontou para o rio. – é água mineral, por isso o rio não é tão gelado.

Abaixei-me, encostei a mão e senti a água refrescante passar pelos meus dedos.

– Posso tomar? Parece tão boa... – eu me referi à água que tocava.

– Mas, os peixes não... hum – Dite procurou a palavra certa. – defecam aí?

– São peixes mandados por Poseidon, são falsos. Não comem, não defecam, não dormem... apesar de que, de noite, eles somem da água, mas é porque tem um tipo de câmara onde eles ficam e blá blá blá! Não me interessei quando ele me explicou. – Perséfone deu de ombros.

– Posso tomar? – repeti.

A deusa fez um sinal com as mãos do tipo “tanto faz” e eu experimentei a água. Nada de mais, mas era boa.

– Muito boa, mas agora eu tenho que resolver esse, problema. Afrodite me ajuda? – perguntei com carinha de santa.

– Claro fofa! – ela respondeu.

Agradeci a Perséfone, falei o quanto o lugar era lindo e fui me retirando.

– Você fica muito bem de olhos verdes. – Perséfone gritou lá de longe, eu exclamei um “obrigada” e Dite fechou a porta.