O Anjo Caído (HIATUS) escrita por Manu


Capítulo 13
Capítulo XIII - "Sophie"


Notas iniciais do capítulo

Tentando colocar imagem aqui no capitulo, mas tá tenso! hahaha
Uhules, pelo menos ele está aqui! Postadinho! heheh (^o^)/ Sei que a postagem aqui não foi tão rápida, mas... Eu estava numa preguiça...! hahah
A imagem... Era para ser esta: https://lh5.googleusercontent.com/-E_70a_Nr61g/UtM_QpnLilI/AAAAAAAAAYk/fVBhFYG8ZKA/w444-h117-no/OAC.jpg rsrsr



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Olhávamos para aqueles olhos negros já sem esperança. Estávamos nos últimos suspiros de vida. Nossa visão falhava, se tornando mais escura gradualmente ao mesmo tempo em que nossas pálpebras... Começavam a se fechar por conta própria. Era como se eu estivesse ficando adormecido no mesmo momento em que em meu peito sentia uma dor enorme.

Perto da morte... Estávamos perto da morte...

“Uriel, Arian! FECHEM OS OLHOS!”, ordenou uma voz em nossa cabeça.

Fechamos de uma vez, fracos. E então sentimos uma luz muito forte, vindo a nossa frente, mesmo de olhos fechados. O pescoço de Arian foi solto e nós caímos no chão. Com dores nas costas, tronco e afins, tomei todo o ar que me faltava, abrindo lentamente os olhos enquanto ajeitava o corpo.

A primeira coisa que vi foi Eileen jogando algum tipo de fumaça negra na direção do céu, caindo de joelhos logo após e finalmente seu corpo foi ao chão.

Ofegamos com as sobrancelhas quase juntas ao observar aquela cena. Difícil era não me perguntar por que diabos tinham possuído aquela garota... Seria só por minha causa...? Para falar a verdade, nem mesmo lembro o que fiz para descer a essa Terra.

Matei...? Sim, matei. Sei disso por causa daquela visão que me foi mostrada. Eu matei pessoas, mas mesmo assim, por algum motivo... Tenho a sensação que já paguei por este pecado. Não por estar a alguns meses convivendo neste mundo de humanos... Por intuição mesmo. Meu instinto diz isso. E meu coração também. Mesmo que eu saiba que apagaram parte da minha memória e também que eu suspeite de alguma manipulação de lembranças... Algo me diz que a minha punição já foi dada e cumprida.

Mas quem sabe... Isso pode ser igualmente outra manipulação que fizeram. Ou não... Entretanto esta dúvida com certeza não me levará a lugar algum. Talvez...

— Uriel... Temos que conversar. — Disse o ser guardando suas asas e faca no bolso. — Tenho pouco tempo antes que os demônios voltem a me perseguir. — Olhava para os lados.

“Perseguir a ‘você’... Parece até que esqueceu o que acabou de acontecer...”, pensei alto com raiva.

“Um... Anjo” pensava Arian.

“Qual é a tua Arian? Eu também sou um e convivo com você faz meses... Não fique surpreso agora!”, contrapus. Arian estava impressionado por ver asas? Humph... Era isso mesmo?

— Sophie, não é? — Perguntei.

— Sim. — Respondeu-me solenemente, curvando-se com a mão direita no peito.

— Para um anjo que admira os humanos do sexo masculino, habitar um corpo do sexo oposto não deve ser tão divertido... — Comentei e soltei um riso de canto. — Provavelmente não teve muitas alternativas...

Sophie riu. Tinha cabelos curtos brancos, olhos castanhos e majestosas curvas. Belo receptáculo conseguira... Humph. Totalmente ao contrário de mim que consegui um garoto albino magrela... Não que tenha sido escolha minha. Na verdade, nunca seria.

— Como me reconheceu?

— O anjo da sabedoria sempre sabe onde tem de estar. Creio eu agora que tu me contarás o que se passa e porque manipularam minhas memórias... E você é o único anjo que usa gargantilhas.

Uma gargantilha de bronze com um diamante no centro era o que Sophie utilizava... No céu ou fora dele. Ela riu.

— Sabia que tinha deixado escapar algo... Contudo... Penso que será melhor que eu dê meu recado neste momento, urgentemente.

Cruzei os braços arqueando a sobrancelha.

— Recado? Humph... Prossiga. — Disse desafiante.

— A última descendência da habitante de Arcadia... É de extrema importância, Uriel. Apesar de ser apenas um humano de que falamos... Este é diferente dos outros. Quando todos os outros habitantes de Arcadia foram mortos... Algo aconteceu com a graça que Deus tinha dado a eles. Suas almas claramente foram para o céu, mas a energia que estava armazenada em seus corpos... Foi atraída a descendente. Então, tal energia foi doada de descendente a descendente em forma de dom. E, de geração a geração... Inexplicavelmente, cada descendente que nascia possuía mais dons que o anterior. Hoje... O atual descente da última descendência de Arcádia... É um dos humanos mais poderosos que existe. Arrisco a dizer que... Tem capacidade de matar multidões, legiões de demônios, arcanjos e até anjos. Este poder... Em mãos erradas... Pode causar inúmeras tragédias e eminente desgraça.

“Oh meu Deus...!”, falou Arian.

— Esse humano é tão valoroso assim? — Indaguei.

— De fato... Sim. Sua função na guerra é crucial.

— Como suspeitei... Está ocorrendo uma guerra. — Expus.

De repente ouviu-se um ruído alto vindo de longe. Por instinto, Sophie virou-se para a direção de onde o som tinha vindo e expôs suas asas.

— Eles estão chegando. — Avisou o anjo de cabelos brancos.

“Quem está chegando?”, disse o medroso mostrando sua decadência outra vez.

— Demônios... — Falei ao olhar para o mesmo local a qual Sophie olhava.

— Utilizarei meus dons outra vez, para te tirar daqui e tentar identificar traços característicos do humano descendente. — Explicou juntando as mãos ao fechar os olhos, como se fosse orar.

— Espere! Primeiro... Me diga...! — Comecei desesperado.

— O humano descendente da última habitante de Arcadia... — Falou e abriu os olhos lentamente. Beijou os dedos indicador e médio da sua mão esquerda juntos e depois os sobrepôs em seu peitoral.

— Me diga quem manipulou minhas memórias...! — Clamei.

— Tem olhos verdes... Cabelo comprido e...! — Sophie fez esforço para obter mais informações.

— Me diga...! Q-quem fez isso comigo...?! — Implorei no tom de voz mais alto que consegui.

O ser colocou sua mão direita em meu peito murmurando algo em latim... Maldito seja! Parecia nem ligar para o que eu dizia!

— Sua vida foi repleta de tragédias familiares e... — o ser começou a sangrar pelos olhos e narinas — E SEU NOME TERRENO É...! — Sophie disse com a voz num tom de voz que não mais parecia humano. — É...!

Uma luz emitida pelo corpo de Sophie de tal modo que tive de fechar os olhos para que não me tornasse cego.

Tudo estava claro... Muito claro. Até que a luz simplesmente sumiu.

***

Abri os olhos... Havíamos perdido a consciência por um intervalo de tempo. Culpa de Sophie, provavelmente...

Olhei ao redor e percebi que agora estava caído na calçada de outro local.

“Estamos em casa...!”, proferiu Arian ainda surpreso.

Sim... Pelo jeito estávamos mesmo em frente à casa dos Etthan. Não preciso nem dizer a raiva que senti acerca de Sophie... Aquele ser inescrupuloso nem se deu ao custo de me responder quem manipulou minhas memórias!... Eu realmente desejo o matar. Sophie poderia ter ao menos dito o nome do maldito...!

Ah... Se bem que o infeliz pode muito bem ser anjo e por isso Sophie pode estar o protegendo. Maldito anjo amante de humanos...! Se eu o encontrar mais uma vez... Não escapará de ser agredido por mim... Mesmo que seja inocente! So...phie...!

“Finalmente... Finalmente!”, ele se alegrou.

Revirei os olhos... “Esse humano...”, pensei.

Andei até a porta, ainda nervoso e toquei a campainha de vez... Ouvi alguns passos rápidos e alguém abriu a porta.

— Arian! — Proferiu a ruiva e repentinamente a garota pulou em mim.

“Cassie...!”, suspirou Arian.

Por incrível que pareça, mesmo estando repleto de fúria anteriormente... Senti algo estranho no meu peito. Uma sensação reconfortante, que me provocava alívio. Era como... Uma coisa que ouvi falar chamada felicidade... Ou algo parecido. Não tinha certeza. E eu não conseguia entende-la... Aquilo era repentino... Acontecera do nada. Aquilo era... Arian? Eu não tinha a mínima ideia de onde aquilo tinha vindo de tão forte que era. E, sinceramente... Também não estava certo se de fato fora mesmo culpa de Arian...

Ela de repente saiu do abraço.

— Digo...! — Ela fez uma cara intrigada e colocou as mãos no quadril, como na outra vez que corrigiu os meus modos. — Onde estava esse tempo todo, Etthan?! Já passa da meia noite e ainda mais Dona Molly e eu ficamos sabendo pela polícia que você fugiu do hospital!

Engoli em seco e em seguida retomei minha posição: bufei e passei por ela sem dar satisfações.

“Está louco?!”, indagou Arian.

“Fique quieto...”. Eu não tinha mais nenhuma parcela de bom-humor para ficar respondendo ao menino bege. Simplesmente estava cansado disso tudo. De toda essa vida terrena.

— Para onde está indo Arian Etthan?! — Ela perguntou com as sobrancelhas quase juntas.

“Ah, Deus...! Ela vai te matar!”, ele alarmou com medo.

Olhei para ela com tédio. Então, sem aviso prévio, minha barriga roncou. Ela bufou olhando para mim.

— Está com fome? — Perguntou cruzando os braços e arqueando a sobrancelha direita.

Percebi que uma de suas mãos segurava uma... “Concha”. Uma daquelas coisas que se usa na cozinha.

— Sim... — Admiti virando a cabeça para o lado, irritado. Senti-me humilhado... Tudo por culpa desse corpo e suas necessidades!

Ela suspirou.

— Venha... Eu fiz sopa. — Chamou fazendo um gesto com uma das mãos.

Seguia a garota até a cozinha, rendido pelo desejo de comer.

— Tome. — Ela falou servindo uma tigela com a comida dentro.

Olhei diretamente nos olhos verdes dela... Espere. Eu disse “verdes”?

Cassie foi até o telefone e discou um número.

— Vou ligar para a Dona Molly. Ela foi à delegacia para informar o seu... “Desaparecimento”. — Comentou.

Ela parecia estar com certa raiva de mim... Mas eu realmente não dava a mínima para os sentimentos dela. Até porque... Eu tinha algo mais importante para me preocupar.
Eu agora... Tinha uma suspeita em mente.

“Arian... Essa... ‘Cassie’... Tem olhos verdes”.

“Sim, Uriel... Só percebeu agora, é?”, perguntou e riu... O idiota não entendia o que eu estava querendo dizer. Claro... É apenas um humano. Impedido de ter pensamentos tão longínquos quanto os de um anjo, como eu. Ou, vai saber... Talvez apenas seja tapado de nascimento.

“Não, moleque... Eu digo... Você não prestou atenção no que Sophie disse?”

— Sim, ele já está em casa... — Ela falava no telefone.

“Sim, eu penso que lembro um pouco... Algo sobre um humano superpoderoso... É isso que você está querendo falar? ”, perguntou o de sobrenome Etthan.

“Sim... Você percebeu que a Cassie... Tem olhos verdes e cabelos compridos?”, perguntei tentando forçar o raciocínio do menino.

“Percebi... Mas o que tem isso a ver com Sophie...?”.

“Não é Sophie, Arian... É o humano... O humano da profecia...”.

“Ó! N-não...! Você não pode estar pensando que a Cassie seja...!”, disse se dando conta do que eu havia deduzido.

“Sim...”, afirmei.

Entreguei a tigela à garota.

“Mas ela é apenas uma humana normal...! E-eu a conheço desde quando éramos crianças! Uriel... Não pode ser! Você está completamente equivocado...!”, ele contestou.

Soltei um riso de canto a qual a ruiva foi capaz de ouvir. Ela olhou para mim, estranhando-me. E depois voltou a lavar a louça.

— É o que vamos ver... — Falei pretensioso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! heheh Obrigada dark kaco e Thalessa Ketlen pelos reviews no capitulo anterior! E Summer, que favoritooooooooooou! *-*
Beijos, até o próximoo! ~hehe