O Anjo Caído (HIATUS) escrita por Manu


Capítulo 14
Capítulo XIV - "Sentimento desconhecido"


Notas iniciais do capítulo

Ooooi!
Deeus, amei escrever esse capitulo!( voces nao tem ideia o quanto! *u* ) Imagem do capitulo, caso nao apareça: https://lh3.googleusercontent.com/SyMztCpfuaJRQ5UMs-QP7xAJQIW04pCEx6XyKSQVXIM=w500-h230
Boa Leitura, meus seres celestiais! s2 u-u



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Levantei da cadeira já com um plano em mente: pressionar o pescoço da garota até que ela fizesse alguma coisa. Sim... Eu não tinha nada melhor em mente. Contudo, tinha a quem culpar: Sophie. Aquele anjo desgraçado poderia ter me dito um método qualquer para identificar quem é esse tal humano “importante”... Humph.

Ela tinha colocado a última peça de louça no escorredor quando eu cheguei atrás dela. Cassie se virou no mesmo momento e eu coloquei minha mão sobre o seu pescoço.

Vi sua face surpresa e pressionei sua garganta. Ela colocou suas mãos sobre o meu braço que a segurava soltando um suspiro curto. Olhei para os seus olhos e engoli em seco... Então eu congelei. Congelei com aquele brilho que seus olhos verdes irradiavam com aquela expressão angustiada. Eu respirei forte e ela retirou meus dedos de seu pescoço.

“Uriel...!”, exclamou Arian.

— M-me desculpe... — Pedi sem mais nem menos, automaticamente. Arian? ... Não. Eu mesmo, de algum modo.

Ela olhou para mim com uma expressão indignada, porém nem tanto quanto Arian se sentia.

— Como assim “me desculpe”?— Perguntou acariciando o pescoço vermelho. — Arian, o que você tem?

— Eu não sei... — Sussurrei. — Não consigo lhe ferir.

— Como?! O que disse?! — Perguntou incrédula sobre minha afirmação.

— Eu... Não consigo. Simplesmente não consigo... — Afirmei outra vez.

Minha face estava estupefata, paralisada. Eu não acreditava. Não encontrava um por que... Não entendia.

Pisquei meus olhos demasiadamente e olhei para as minhas mãos.

— Seriam... Seriam... — Olhei para ela com a visão levemente turva (seriam as emoções do menino bege se excedendo?) e as mãos agora abaixadas. — Os seus olhos?

— Você está passando bem? — Indagou com um olhar de estranhamento.

— É claro... São os seus olhos. — Afirmei com as pupilas dos olhos sem praticar nenhum movimento. — Seus... Olhos verdes.

Abri aquele guarda-roupa e vi. Vi os olhos da esperança. Eram verdes...

Tentei levantar minha espada contra aquela criança, era a última que sobrara. A lâmina chegou a encostar-se àquele pescoço fino, porém... Eu não consegui. Não fui capaz. A criança ruiva e pequena fungava, contendo suas lágrimas com os olhos lacrimejantes olhando diretamente para mim.

Comecei a movimentar a lâmina para retirar sua vida, entretanto... Ela continuava a fungar me fitando com aqueles olhos.

Qual era o problema? Era a última... A última habitante de Arcadia. Os anjos iriam se puser a chorar só de saber que ela teria morrido. Poderiam desistir da Guerra neste momento mesmo... E esta acabaria. A vitória seria dos meus três irmãos e, principalmente, minha. O céu teria perdido. Meus irmãos e eu teríamos ganhado... Governaríamos o mundo ao nosso modo. Ou melhor... Ao meu modo.

— Por... Favor. —Implorou derramando algumas lágrimas.

A voz suave, a expressão triste... Meu corpo celestial tremeu e eu fiquei boquiaberto. Minha espada foi ao chão, dei alguns passos para trás sem respirar, entorpecido por aquele olhar. Meu corpo... Ficou vulnerável de repente. Feito o de um humano... Continuava a tremer. Minha boca ficou seca, e eu, incapaz de executar qualquer ação... Dali me retirei.

Era como Deus tinha dito... Impossível. Impossível para mim. Mesmo assim eu ainda não acreditava na afirmação dele... Era definitivamente impossível. Não havia como ter luz nas profundezas do meu coração. Não havia como... Simplesmente não. ... Não.

— Foi... Por causa disso que eu não te matei antes. — Observei minhas mãos outra vez. Eu enxergava sangue nelas... Mesmo que estivessem limpas.

— Você... Está delirando, Arian? — Perguntou-me.

Não a respondi. Apenas dei as costas, observando minhas mãos.

Vermelho. Vermelho. Vermelho... Aquela memória do borrão voltou e dessa vez foi até o final. Uma visão completa do meu passado momento de fraqueza. Como?... Sophie? Minha consciência? Minha mente neste momento trabalhava para encontrar a resposta. Entretanto... Por acaso a buscava no chão?... Porque era para ele que eu olhava nesse momento. E nem sabia por quê. Penso que este tempo de convivência com humanos está me prejudicando, implicando consequências desastrosas a mim. Estou praticando atos sem sentido, justamente como eles... E essa sensação estranha em meu coração nesse momento. Tenho receio sobre a possibilidade de ela ser minha culpa, já que Arian está... Intrigado e com certa fúria ao meu respeito.

— Por quê? Por que estou sendo afetado por eles...? Minha natureza é mais superior que isso... Mais forte. Por quê?

— Arian. — Ela chamou sobrepondo a mão sobre meu ombro. Senti algum tipo de arrepio por sua causa.

A ruiva se pôs em minha frente. Colocou suas mãos em meus ombros e me olhou de modo sereno, preocupado.

— Você está bem? — Perguntou. Sua voz soou tão suave que meu coração se aqueceu.

Suspirei. Por que a expressão dela era tão... Inocente? Por que se preocupava comigo?

— Hein, Arian? — Seu olhar expressava pesar. Colocou sua mão em meu rosto. Era quente... Reconfortante. — Como se sente?

— Eu não sei. — Respondi sinceramente.

“Cassie...”, suspirou Arian.

Suas sobrancelhas estavam arqueadas de um jeito diferente e eu tentava decifrar qual expressão era aquela, pois me fazia sentir algo desconhecido. Algo que eu tinha certeza que não era apenas Arian que me forçava a sentir. Olhos misteriosos. O que tentava me demonstrar? Pena...? Quem sabe... Podia ser desconfiança?... Não. Tristeza?... Eu não tinha certeza. Talvez... Simplesmente dó. Eu realmente não sabia.

Ela me abraçou e de súbito tudo que eu sentia se intensificou. Claro... Eu e Arian sentíamos aquela mesma coisa estranha em alta dose. Poderíamos ter um ataque cardíaco naquele exato momento.

Arian e eu abraçamos a garota de volta fortemente.

— Arian... — A pequena sussurrou.

A sensação que ela nos proporcionava era magnífica... Intensa. Talvez ela fosse mesmo a descendente da profecia. E por isso nos sentíamos assim. Presumo que... Era a graça dela agindo sobre nós. Mesmo assim... Todo aquele sentimento não parecia ser involuntário. Ah... Então o dom dela chegava a tal patamar, me fazendo desejar sentir aquilo?... Era isso? Bom... Pelo menos essa era a única hipótese a qual eu conseguia pensar.

— Por que faz isso comigo? Sentir algo tão forte no peito... — Falei.

Ela saiu do abraço, mantendo suas mãos em meus ombros. Suas bochechas apresentavam certo rubor. Uma vez Arian tinha me dito que isso significava vergonha, logo concluí que... Ela se arrependia dos seus atos?

— Eu... Gosto de você, Arian. — Afirmou timidamente, sem olhar em meus olhos.

Ok. Eu sabia que ela não odiava o branquelo apaixonado. Porém, dizer de modo repentino assim, sem razão alguma, que não tem desgosto a respeito dele... É idiota. O que ela queria demonstrar?

O menino bege estava surpreso e eu não lhe entedia. Emoções humanas... Deixo de tentar entende-las daqui em diante. Simplesmente desisto... Sério.

— Eu... Eu também gosto muito de você, Cassie. — Os lábios de Arian proferiram de repente. Cobri a minha boca com a mão, surpreendido.

Ela sorriu com aquelas bochechas rosadas e retirou a mão de Arian de seus lábios, aproximou-se, ergueu-se pelos pés para alcançar-me e sobrepôs sua mão em meu rosto, outra vez. Soltei um suspiro curto instintivamente — novamente, sem sentido algum —, deixei meus lábios entreabertos e ela fez o mesmo, ainda se aproximando.

“Cas...sie”, pensou Arian.

A respiração de nós três (Arian, Cassie e eu) estava forte, sem falar sobre a rapidez dos batimentos e a amplitude do calor psicológico em nossos corpos.

“Pare... Está me matando”, pensei ao sentir que o coração de Arian parecia estar perto de explodir.

Os lábios dela deram um leve toque por um segundo nos meus, depois a ruiva se afastou e suspirou. Também suspirei, pois nossa respiração estava tão intensa que Arian e eu ofegávamos.

Ela... Iria nos beijar. Contudo, não o fez.

— C-cassie... — Balbuciei e engoli ar.

Ela também engoliu em seco me observando arfar. De modo repentino ela fechou os olhos e correu em nossa direção e encaixou seus braços em volta do nosso pescoço. Segurou a nuca albina com sua mão esquerda e aproximou-nos.

Minha respiração e frequência cardíaca nunca haviam estado tão fortes em minha vida nem de humano, nem de anjo.

Ela entrelaçou seus lábios nos nossos levemente de modo breve, convidando-nos para um beijo. Eu... Não consegui resistir, agarrei seus quadris com vontade, apertei seu corpo contra o meu e nos beijamos. Não entendi nada do que sentia, claramente já havia a beijado antes... Mas dessa vez foi diferente. Algo dentro de mim a desejava mais do que qualquer coisa na Terra, no mundo... No universo. Aquela sensação foi incomparável a qualquer outra.

Eu quis... Puramente quis que aquele beijo durasse para sempre. E isso não era culpa de Arian.

Cassie e eu separamo-nos por falta de ar.

Lá estávamos nós, ofegantes outra vez.


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Notas finais do capítulo

Demorei 13 intermináveis capítulos para postar essa cena de romance! (porque, cá entre nós, amo escrevê-las heheh). Espero que tenham gostado! :V
E notícia: estou sem internet em casa, então... Desculpem-me por nao saber quando irei postar o próximo capitulo e por, possivelmente, demorar a responder os reviews!