Skins: A quarta geração escrita por JW


Capítulo 9
Carl


Notas iniciais do capítulo

O próximo cap será centrado em todos os personagens. Alguém irá morrer :D
Beijones até :3



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O sol bate no meu rosto, fazendo com que eu me acorde da pior maneira possível. Reviro-me na cama, lutando contra o sono, se tem algo que realmente me deixa de mau humor é acordar cedo.

Meus olhos teimam em fechar, mas eu luto contra a preguiça e os abro, pulo rapidamente da cama, e percebo que meu ''amigo'' de baixo esta ereto. Tem coisa melhor do que uma masturbação matinal para animar o dia? Enfio minha mão dentro da cueca, e na minha cabeça vem a imagem da Sarah, de seus cabelos pretos, despenteados e rebeldes, acelero o ritmo, logo depois vejo sua boca carnuda, sua pele macia, ouço seus gemidos, de nossas transar, o ritmo se acelera cada vez mais até eu gozar na cueca.

Depois disso eu tomo um banho, um banho longo. Mais um dia chato começa, mais um dia de aulas intermináveis, mais um dia em que Sarah me deixa de lado para ficar com o Will. Na verdade ultimamente eu tenho sido trocado pelo Will tanto pela Sarah quanto pelo meu melhor amigo Frank, que de uma hora para outra virou gay, e resolveu esquecer-se dos amigos heteros.

Eu realmente fui pego de surpresa com essa história de Will e Frank, eu nunca sequer imaginei uma coisa dessas, Frank sempre pegou garotas comigo, na minha época de solteiro. Eu não sou preconceituoso e nem nada, mas que me abalou, me abalou. Suspiro fundo. E começo a me arrumar para a aula.

O dia se decorreu como eu imaginava, quando eu estava indo para a escola liguei para Sarah, caiu na caixa postal, ela me ligou e adivinha: ''Desculpe amor, estava falando com Will, no celular''.

No intervalo, na hora do lanche, ela sentou com quem? Will, e Frank. E na hora de voltar para casa, com que ela foi embora? Will, tudo com Will.

Passei o dia todo sem receber sequer um beijo dela. Estou me sentido excluído. Sarah não se aproxima de mim desde aquele dia louco na festa, em que Frank e Will saíram bêbados e drogados e no outro dia acordaram com tatuagens uma com o nome do outro, além de ser ridículo, é muito gay.

Eu realmente tinha que dar um basta nisto, iria falar com a Sarah se não resolvesse falaria com Will, ele que ficasse com Frank e me desse um pouco de espaço com a minha namorada. Sexta-feira havia chegado, após a aula. Todos foram se sentar no gramado na frente da escola. Eu, Sarah, Frank, Will, Paul.

De longe, observei Lea, sentada em um banco, sozinha, fazendo as unhas. Não sei o porquê, nunca fui próximo dela, mas senti muita pena, ela se encontrava como eu. Sozinho.

–Vocês nunca vão perdoar a Lea? - perguntei de repente.

Sarah virou-se me fitando surpresa.

–Porque está falando nisto?

–Sei lá, ela está sozinha, sem amigos, Carlie a traiu. Vocês não sentem nem um pouco de pena dela?

Will intrometeu-se.

–Lea não é uma pessoa digna de pena, Carl.

Aquilo me irritou profundamente, eu já começava a adquirir uma antipatia por Will, além de ele me roubar Sarah e Frank o tempo todo, ele ficava se metendo nas coisas que eu dizia. Aguentei calado.

Sarah pareceu se incomodar com a minha pergunta. Cheguei ao cangote dela e a cheirei.

–Vamos ir para minha casa hoje? Olhar um filme?

Ela me olhou como se aquele convite fosse uma ofensa grave.

–Você está louco?! É sexta-feira, pelo amor de Deus! Vamos sair beber, ir a alguma festa, ficar loucos! - ela disse animada.

Frank nesse momento imitou um uivo de cachorro.

–Este é o espirito garota! - disse ele animado.

–Não sei se vocês sabem, mas a vida não se resume, a festas, ficar bêbado e se drogar! – meio que gritei irritado.

–Ei! Calma ai Carl, relaxa! – falou Will tentando amenizar a situação.

–Relaxa o caralho! Cresçam vocês três! - disse apontando para Sarah, Frank, e Will - E você Sarah, quando quiser passar um tempo com o seu namorado venha falar comigo!

Levantei-me irritado, deixando os quatro para trás.

–Carl! Volte aqui agora!- ouvi Sarah gritar.

Fingi não ouvir e continuei caminhando, eu mataria alguém naquele momento, a raiva parecia consumir cada parte do meu corpo. Eu havia explodido.

Na sexta-feira á noite, esperei por muito tempo uma ligação de Sarah, pedindo desculpas, ou simplesmente querendo conversar, mas como sempre não aconteceu. A garota que eu amava era assim, indiferente, pouco apegada, orgulhosa, e raramente demonstrava algum sentimento muito menos o de culpa. Decidi sair, se eu ficasse mais um pouco trancado em casa, eu não aguentaria, meu peito doía, eu estava triste, meu coração estava em pedaços, e mais uma vez a culpa era dela, da Sarah.

Beber para esquecer essa era a solução. Fui para um bar perto da minha casa, fazia muito tempo que não sai sozinho, sempre saia com os meus amigos, que agora, só me faziam sentir raiva. Depois de algum tempo e muitos copos resolvi me levantar e voltar para casa. Quando me levantei, vi Lea sentada em uma mesa, com um cinzeiro, e uma garrafa de vodka. De cabeça baixa, ela parecia estar pior que eu. Resolvi me aproximar.

–Oi Lea.

Ela levantou a cabeça, e ao me ver, pareceu ficar desinteressada.

–Oi Carl – respondeu secamente.

–Posso? -perguntei afastando uma cadeira.

–Infelizmente ainda não tenho dinheiro para comprar bares -me respondeu, rindo debochadamente e tomando um gole de vodka.

Sentei-me ao lado dela, e acendi um cigarro para acompanhar ela.

–Eles também foderam com você não é mesmo?

–De que merda você esta falando Carl?

–Will, Sarah, Frank, nossos amigos.

–Eles não são meus amigos mais, e outra eu fodi com eles primeiro.

Eu sorri, tentando ser simpático, mas Lea estava ácida, amarga.

–Tem noticias da Carlie?

–Não, não tenho noticias, daquela vadia traidora.

Vi que aquela pergunta a irritou. Ela levantou-se rapidamente, quase caindo, fui mais rápido e a peguei pelo braço, não a deixando cair. Nesse momento, senti uma excitação, percebi que ela também, minha respiração foi ficando acelerada, e a dela também, a enlacei pela cintura, e beijei, com força, ferocidade. Foi como se um fogo, começasse a queimar o meu corpo por dentro. Em questão de alguns minutos já não estávamos mais no bar, e sim no quarto de Lea. Aquela garota realmente tinha algo diferente, ela transava feito um animal, com uma ferocidade e vontade incrível. Em pouco tempo os dois conseguiram chegar ao orgasmo, praticamente juntos. Depois ficamos ali, deitados um do lado do outro olhando para o teto, sem sequer no tocarmos, a culpa e a vergonha começou a tomar conta do meu corpo.

–Seus pais será que ouviram? -perguntei, quebrando o silêncio que reinava.

–Não... Os dois tomam remédio para dormir, desde que Carlie sumiu. Não acordam de jeito nenhum

–Você sente falta dela não é Lea?

–Sim, e isso é o que me da mais raiva.

Eu não olhei para Lea, mas tinha certeza que seus olhos estavam marejados com lágrimas.

–Mas o que eu ela fez foi muita filha da putagem.

Lea deu uma risada irônica, e levantou-se da cama, ela estava nua, mostrando seu belo corpo esquio e cheio de formas.

–Nós acabamos de fazer o mesmo Carl, acabamos de trair a Sarah... Eu e você, no meu caso somos pior, porque eu a conheço desde criança, já fomos melhores amigas.

Só naquele momento que a minha ficha realmente caiu, Lea tinha razão.

–Acho melhor eu ir embora - me levantei, e comecei a juntar minha roupa pelo chão.

–Eu também acho - Lea acendeu um cigarro e o começou a tragar. - E nem preciso dizer, que a Sarah nunca poderá saber disso, as coisas comigo e ela já são complicadas demais.

Eu acenei positivamente com a cabeça, e deixei o quarto. O sexo com Lea, tinha sido o melhor da minha vida, mas era diferente com a Sarah. Com Sarah havia amor, já com Lea era apenas físico. E depois disso um mar de frieza atingia os dois.

***

Março havia chegado, as férias estavam cada vez mais perto, mais um ano escolar acabaria as coisas estavam tão mudadas, entre todos nós, o nosso grupo parecia estar desmoronando, as coisas pareciam ficar cada vez mais fodidas.

Já fazia um mês, desde a transa com Lea, o ato não havia se repetido, mas a culpa ainda me corroía. Minha relação com Sarah continuava na mesma, e o fim parecia chegar.

Will e Frank continuavam fortes e firmes no namoro, meu melhor amigo Frank, não estava tão presente na minha vida, não ia mais jogar vídeo game na minha casa nos fins de semana, ou jogar bola, também já não saímos procurando garotas na rua, é o tempo muda todo mundo, ou melhor ''namoros'' mudam todo mundo

Paul andava meio sumido, não ia mais a festas como antes, vivia trabalhando para sustentar a mãe, já que o pai havia deixado eles, eu tinha pena do cara, que estava sempre cansado, acho que era muito peso para ele, ter que trabalhar estudar e cuidar da mãe. Paul era um grande cara.

E Carlie? Essa ainda continuava sumida, haviam boatos de que ela estava em uma boate de strip no outro lado de Bristol, no lado ''barra pesada'' da cidade.

James o cara rico que andava com a gente e bancava nossas festas, continuava sendo muito mal falado, sempre gastando rios de dinheiro com garotas, sempre metido em confusões, e ultimamente com negócios sujos, o cara não tinha mais contato com nós, também se nos procurasse depois do que tinha feito, seria muito cara de pau.

Lea, Lea era a que mais tinha sido afastada do grupo, desde o Janeiro ela não saia com a gente, graças a sua atitude de espalhar a foto do Will e Frank se beijando pelo facebook. Se dependesse de mim Lea já estaria perdoada.

Depois da nossa noite de sexo, eu pensava muito nela, liguei algumas vezes para ela, para tentar conversar, mas ela sempre recusava minhas ligações, meus sms, tudo.

Sarah continuava na mesma, só pensava em sair com Will, e festas nos fins de semana, regadas a bebidas e drogas, já estava ficando de saco cheio disso! Nós havíamos transado apenas uma vez depois que traí ela com Lea, um dia quando meus pais haviam saído e me deixado com a casa. No início a culpa pela traição me corroía, mas ela ia diminuindo a cada convite que Sarah me recusava, a cada beijo que ela virava o rosto, a cada vez que ela deixava de ficar comigo para ficar com Will.

Acordei em uma manhã decidido a dar um fim naquilo. Eu iria acabar com a Sarah, e dizer á ela que a tinha traído, mas não falaria com quem. A manhã passava e a minha coragem de fazer o que eu tinha vontade de fazer passava. Mas no intervalo, quando estavam todos juntos lanchando, eu cheguei ao ouvido da Sarah e disse:

–Preciso conversar com você, te contar algo.

–Eu também Carl, mas deixe isso para amanhã.

–Não tem que ser agora! - disse firme.

–Então fale.

–Sarah é algo particular.

Ela irritou-se.

–Não esta vendo que estou lanchando com o Will e o Frank? -respondeu ela alterada, chamando atenção de Will, Frank e Paul.

–Então quer que eu fale na frente deles? Então eu falo! - gritei.

–Carl, não precisa gritar com ela! - intrometeu-se Will.

–Cale a boca! Isso é comigo e ela! - gritei apontando o dedo para Will. Naquele momento o refeitório todo já nos observava. - Eu estou rompendo com você Sarah, e eu te traí, há um mês atrás!

O silêncio reinou no lugar, todos observavam a cena calados, e em choque.

–Eu acho que estou grávida - sussurrou Sarah ainda em choque, levantando-se e saindo correndo pelo refeitório.

Will levantou-se e antes de sair atrás dela, me presenteou com uma bofetada forte no rosto.

–Seu ridículo escroto! Precisava falar essas coisas na frente da escola toda?! Você me da nojo Carl!

Depois do tapa ele saiu atrás de Sarah, Frank e Paul também saíram dali. A escola toda me olhava, alguns perplexos, outros rindo da desgraça aleia, e alguns com um olhar de repulsa e julgamento.

''Meu Deus ela não pode estar grávida...'' me deixei cair na cadeira, já não sentia aquela raiva imensa, mas eu tinha uma sensação horrível de parecer a pior pessoa do mundo.

''Meu deus, o que eu fiz?'', minha ficha começava a cair ao poucos, junto com o inferno que se tornaria minha vida.


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Notas finais do capítulo

(Texto revisado 20.12.2015)



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