A Princesa E O Plebeu escrita por Camy


Capítulo 5
4. Vinte e cinco anos


Notas iniciais do capítulo

Heey o//
Último capítulo da fic ://



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Eles tinham vinte e cinco anos e estavam se encontrando novamente às escondidas. Ambos estavam casados com pessoas diferentes, mas o amor continuava intacto. Amor não, desejo e amizade. Era o que ambos diziam a si mesmos.

- Como anda o principezinho? – Ash perguntou irônico, quando se encontraram na cachoeira.

- Gary é legal, você sabe – ela respondeu apenas – melhor que a May.

Ash riu. Esquecera-se de contar as novidades para a amiga.

- A peguei na cama com o Drew – revelou rindo.

- O QUÊ?! – ela gritou, desatando a rir.

Anos já haviam se passado, porém eles continuavam os mesmos. Leves e, quando juntos, livres. Ash morria de ciúmes de Gary, ela sabia, e Misty morria de ciúmes de May. Mas não mais.


 

Ele estava voltando para casa depois de ter ido passar um tempo com Misty. Sorria meio abobalhado, como sempre. Estava tão distraído que nem percebeu a porta aberta. Mas os sons estranhos que vinham de seu quarto foram impossíveis de ser não serem ouvidos. Ash coçou a cabeça, meio envergonhado, antes de invadir o próprio quarto.

A cena que encontrou o fez ter vontade de rir. Drew estava seminu junto de sua esposa. Ash mordeu o lábio inferior, tentando conter a risada que estava em sua garganta. Os olhos, tanto de Drew quanto de May, estavam mais arregalados do que Ash jamais vira; pareciam que pulariam para fora a qualquer momento.

- A-Ash – ela gaguejou após alguns segundos – eu, eu… é só que eu…

E ele não conseguiu mais segurar a risada. Estivera na sua frente o tempo inteiro! Os olhares, as piscadelas, as indiretas! Tudo estivera debaixo de seu nariz e ele não fora capaz de perceber. Assim como ninguém via as indiretas que ele e Misty lançavam um ao outro. Os olhares, os risinhos. Ninguém realmente percebia.

- Olha, May… – ele tentou parar de rir, mas a ironia era tanta!

Ele estivera sempre tão preocupado em esconder o seu caso, quando ela estivera tendo um próprio o tempo inteiro.

- Ash, perdão, eu – as lágrimas invadiram as safiras da morena.

- Hey, sério. Olha…

Mas Drew já se levantara e o olhava arrependido. Ash parou de rir, percebendo que teria que concertar o mal-entendido.

- Ash, desculpa cara. Olha só…

- Calados! – ele exclamou. Os dois pararam até mesmo de respirar. – ‘Tá tudo bem, sério. Continuem o que estão fazendo aí que eu vou… hm… dar uma volta, sei lá. A gente se fala depois, ok?

- Mas Ash!

- Querida, eu tenho o meu próprio caso. – ele piscou para o casal espantado e saiu do quarto, ainda rindo. Quando estava quase saindo da casa, gritou: – Aproveitem bem esses últimos minutos que eu volto em duas horas!


 

Misty arregalou os olhos, mas Ash apenas riu.

- Calma, minha ruivinha. Não disse que era você.

Ela desatou a rir do relato dele. Ambos conversaram sobre isso por algum tempo e então ela sorriu e novamente se foi. Ash não se prolongou na cachoeira tampouco. Ele foi para casa; precisava se arrumar para o baile que comemoraria o nascimento do primeiro filho de Violet.


 

A festa estava animada, todos dançavam, mas ele precisou correr para fora para tomar um ar. Já se conformara com o fato de que ela era casada, porém nunca realmente a vira beijar o marido idiota e metido a príncipe. Respirou fundo. May apareceu.

- Está tudo bem?

- Uhum.

Ele sabia que podia matar o desgraçado. Sua habilidade com a espada era conhecida por todos, afinal, era um Mestre de Armas.

- Não está não.

- Eu tô.

- Se eu não soubesse que é impossível, diria que está apaixonado pela princesa, Ash – comentou rindo. A amante do marido (amigo) realmente lhe interessava. Queria saber quem era a mulher que roubara o coração dele.

- Eu não estou apaixonado por ela – respondeu rápido demais, na defensiva demais.

May arregalou seus orbes e engoliu em seco. Ele não podia estar tendo um caso com a princesa, todos sabiam que isso era impossível… será que a amante era uma das criadas dela? Ele estaria tentando se aproximar da princesa por meio da amante? Ou será que eram duas? Ou três? As especulações começam a rodar na mente da morena.

- Você ama a princesa!

- Não! – negou, negaria até a sua morte.

- Ama sim! – ela sorriu triste. – Ash… você nunca será bom o suficiente para ela. – precisava fazê-lo desistir antes que saísse ainda mais magoado. Porque ela sabia que ele sairia magoado.

- Por que não?! – Ash se descontrolou.

Os olhos castanhos demonstravam raiva.

- Porque ela é uma princesa. – ela falou. Algumas lágrimas invadiram os orbes azulados. Sim, ele amava a princesa.

Ash saiu dali. Foi para sua casa. Sentia-se perdido. Sentia-se… traído. Porque ele era apenas um plebeu e ela, a princesa. Ela era casada e em breve daria a luz a lindas princesinhas e principezinhos e seria feliz para sempre. Mas em nenhum conto de fadas as princesas possuíam amantes. Em nenhuma história que conhecia os amantes se davam bem – May e Drew eram uma exceção – e ele sabia que não tinha nenhum futuro como estava. E foi por isso que tomou uma decisão. Esparramado em sua cama, ele tomou a decisão que mudaria o seu futuro para sempre.


 

Ela o abraçou assim que o viu, mas o abraço não foi correspondido. Misty o olhou com a expressão franzida. Estava confusa. Principalmente por não tê-lo visto na noite anterior.

- Que foi?

- Eu vou embora – ele despejou de uma vez, sem realmente olhá-la. Não conseguiria partir se ela lhe pedisse para ficar.

- Por quanto tempo? – ela parecia triste.

- Pra sempre.

A ruiva abriu o maior dos sorrisos e o envolveu em um abraço novamente. Ele não correspondeu. Não era mais Misty quem estava confusa.

- Que notícia maravilhosa, Ash! – ela ria. – Eu realmente queria falar sobre isso contigo, mas fiquei com medo de você não querer ir.

- O… o quê? – ele se irritou e a afastou; bruto. – Você podia ter simplesmente dito, sabe?

- Calma! – ela levantou as mãos em defesa própria. – Eu não sabia que você também queria. Não tinha certeza de como abordar o assunto. Pensei que quisesse ficar por causa de May – ela falou desgostosa.

- Podia ter dito, sabe. Eu ia embora com prazer!

- Para de ser tão bruto! – ela o repreendeu. – Esse era pra ser uma coisa boa!

- Claro, porque é maravilho saber que a sua melhor amiga te quer bem longe!

- Do que você tá falando?!

Eles já estavam a ponto de gritar.

- Eu digo que vou embora e você fica feliz!

Foi então que a realidade a atingiu; como um soco no estômago. As lágrimas se acumularam nos olhos esmeraldinos e quase escorreram. A voz não passava de um sussurro rouco.

- Você ia ir embora sem mim?

Foi a vez de Ash arregalar os olhos. Ela queria ir com ele?

- Você… o quê?

- Você vai simplesmente ir embora? Vai me deixar aqui? – ela parecia se sentir traída.

Ash estava petrificado. Ela estivera falando sobre fugir com ele? Realmente falando sobre fugir com ele?

- Pera aí! – ele levantou os braços. Estava confuso. – Você realmente fugiria comigo?

- Você realmente fugiria sem mim? – ela estava magoada, ele sabia.

Mas Ash estava feliz demais para acalmá-la. O moreno a abraçou e a girou, tomando os lábios dela nos seus como se fosse morrer caso não o fizesse. Ele tinha vinte e cinco anos quando disse que a amava pela primeira vez.

- Eu te amo – ele riu, a frase saíra sem querer, mas não poderia ser mais verdadeira – e eu iria ir embora por não conseguir mais te ver com o babaca do Gary.

Ela piscava, rindo, chorando, confusa. Tomou os lábios do amante nos seus. Aquela fora a declaração mais inesperada que já recebera em sua vida.

- Eu te amo – disse também, saboreando as palavras – e eu tinha medo de te pedir pra fugir comigo porque pensei que quisesse ficar com a May.

Eles riram, abobados. Ela correu para seu palácio, arrumando seus vestidos mais simples sem conseguir tirar o sorriso do rosto. Estava finalmente sendo ela mesma longe de Ash. Fez uma bolsa simples e pegou todas as suas economias. Havia o suficiente para comprarem uma casa boa, roupas e comida por alguns meses. Ela trabalharia – quis rir. Nunca se imaginara trabalhando, mas uma vida cheia de oportunidades e costumes novos estava se abrindo para ela. Misty quase não conseguia acreditar.

Correu de volta à floresta e, juntos, eles foram se despedir da cachoeira. Eles amavam aquele local mais do que a qualquer outro. E era o único do qual realmente sentiriam falta.

Não houve um último banho de cachoeira. Houve apenas o “adeus” que sussurraram ao mesmo tempo. Em breve estariam sendo procurados e precisavam fugir para longe. Ela se sentiu a maior das bandidas quando roubou um cavalo. Mas Ash estava ao seu lado.

Ele sempre estaria. E, sem nem mesmo olhar para trás, eles fugiram. Não havia mais princesa ou plebeu. Havia apenas Misty e Ash. E era exatamente assim que o conto de fadas deles terminava. Sem castelos ou palácios. Sem um baile comemorando seu amor. O conto de fadas – que jamais seria aceito – era simplesmente deles. E de mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

Último capítulo ://
Tem um epílogo que eu postarei em breve também, mas a fic acaba aqui mesmo.

Não houve grandes complicações para eles. Essa é a fic mais feliz que eu já fiz :3

Apenas uma estória de amor. Apenas a estória de amor que todos nós queremos. Não? Uma estória sem nenhuma preocupação, apenas amor.

Provavelmente as coisas não aconteceriam assim, mas, né. Em fic pode u-u

Obrigada pelos reviews, se quiserem, aceito sugestões, críticas e tudo o mais :33


Bjs e teh + ^3^/



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