A Princesa E O Plebeu escrita por Camy
Notas iniciais do capítulo
Epílogo :33
~~enjoy
Eles estavam sentados em duas cadeiras de balanço. Eram idosos, todos os amigos que fizeram na pequena vila em que se refugiaram já haviam morrido. Eram os últimos. Viveram juntos por vinte e cinco anos, sendo que se conheciam há quarenta e cinco.
A cadeira balançava lentamente. Já haviam perdido um filho por doença, mas tinham outros três que eram suas maiores alegrias. Os cinco netos também lhes eram mais do que bem vindos, mas naquela noite estavam sozinhos.
- Estou exausto, meu amor – ele sussurrou, estendendo a mão para ela.
Misty sorriu e segurou na mão do marido. Nunca casaram na igreja, mas eram casados de coração.
- Eu também, querido. Acho que estamos velhos.
Eles riram. Os anos passaram, mas eles não mudaram. A felicidade e a infantilidade que sempre cercou o amor dos dois eram mais do que necessárias para a relação tão feliz. Ele jamais a traíra, mesmo que todos os maridos acabassem fazendo isso em algum momento da vida – naquela época, ao menos.
- Eu sou um garanhão de vinte anos ainda. Você que envelheceu – ele falou rindo.
As brincadeiras jamais morreriam, mas eles sentiam o Shinigami se aproximando. Ela, que ainda era mais forte, grudou sua cadeira na dele e apoiou sua cabeça no ombro do amado.
- Você é um babuíno, isso sim.
Eles riram. Ele tinha cinquenta anos quando se voltou para ela e o último beijo do casal foi trocado. Apenas um singelo selinho. Misty se apoiou no ombro dele novamente e a cabeça de Ash se apoiou na sua. Ela acariciou a mão enrugada e a levou até seus lábios, beijando os dedos dele. Não teve nenhuma resposta. Não precisou verificar. Conseguia sentir o Shinigami ao seu lado.
- Eu já estou indo, meu garanhão.
Ela sorriu e fechou os olhos, apenas esperando pela morte que não tardou a vir. E, assim, eles se foram. Juntos, da mesma forma que fugiram do reino há muito esquecido. Juntos, da mesma forma que enfrentaram as dificuldades da vida. Juntos, do jeito que queriam ir.
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c':
The End, meus amados.
Sim, eu sei. Uma fic simples e sem nenhum problema, né? Mas eu gosto dela. É... inocente. Eu achei, pelo menos. Eles não enfrentaram os problemas que as ações deles deveriam ter acarretado. Não tiveram nenhum problema ao fugirem, nunca foram encontrados, nunca sentiram vontade de voltar. A vida deles foi simples. Nenhum problema. Eu acho que escrevi essa fic porque é o que todos queremos, não? Encontrar nosso grande amor e, com ele, fazer inúmeras loucuras sem, jamais, sofrer as consequências delas. Viver feliz para sempre. Viver com o nosso primeiro namorado o resto das nossas vidas. Fazer do nosso primeiro grande amor o único.
É a minha ideologia, essa fic. Quando as coisas não derem certo, fugiremos para outro lugar. Sem ressentimentos, sem remorso, sem nada. Só fugiremos. Simples assim.
Como toda fic, essa me marcou pela facilidade que me veio. É uma fic que me veio antes de dormir, que eu escrevi em um dia e que eu fui postando (com muita força de vontade, porque eu queria postar todos os capítulos no mesmo dia) com poucos dias entre um capítulo e outro. Ela não me marcou como "Em busca da verdade", porque não é longa ou problemática. Ela é rápida. Simples. Assim como os nossos pensamentos. Minha ideologia, quando eu escrevi essa fic, era essa. Agora, apenas algumas semanas depois, já mudou um pouco. Eu teria feito eles encontrarem alguns problemas. Teria feito-os brigarem uma vez. Teria feito eles se amarem com mais intensidade. Acho que é assim com todos nós. Nossos pensamentos mudam do dia pra noite, de um segundo para outro e, então, tudo o que planejamos também muda. Mas, ao mesmo tempo, nossas crenças mais profundas continuam as mesmas. O destino deles, a vida fácil que eles tiveram, continua sendo algo que eu quero, é claro, só não sei se teria graça uma vida sem nenhum problema. O que contaríamos aos nossos netos? "Oh, querido, nada demais me aconteceu". Nossos problemas que dão as melhores histórias. Por mais estranho que isso pareça, porque ninguém quer sofrer. Jamais. Mesmo assim, quem seríamos se aquela pessoa que amávamos tanto não tivesse partido? Se aquela pessoa que achávamos tão legal não tivesse partido o nosso coração? Qual seria a nossa personalidade, se nunca tivéssemos sofrido? Eu acho que seríamos infantis, como eu fiz eles nessa fic. Nenhum deles pensou antes de agir. Eles foram crianças, mesmo aos cinquenta anos, porque nunca sofreram. Não nessa fic, pelo menos.
De qualquer forma, obrigada por ler até aqui.
Bjs e teh + ^3^/