Realizando Sonhos escrita por NarutinhaDattebayo


Capítulo 44
Capítulo 44: Páginas Sangrentas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Quase que o capítulo não sai né? hehe. Infelizmente pra quem gosta de ação, ainda não teremos nesse capítulo. Eu ainda estou estudando os jutsus e blá, blá,blá.

Vamos conferir o que "Páginas Sangrentas" trás de inovador? Boa leitura.



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No capítulo anterior de "Realizando sonhos":

Naruto e Sasuke voltaram para a casa de Irashi através da técnica do Hiraishin no Jutsu. Os dois amigos receberam uma broca da família Uzumaki por saírem sem avisar. Não demorou muito Yamato e Hana chegaram, e acompanhados de Naruto. Foi uma surpresa descobrirem que o ninja que estava com eles era um clone. [...] Enquanto Yamato, Sasuke e Irashi discutiam sobre a roupa que iriam usar na cerimônia, Naruto se concentrava no diário da prima de Tsunade. Mas foi interrompido por Irashi que trazia consigo algumas vestes para o loiro. O mesmo tomou um baita susto. [...] Yamato perguntou ao Uzumaki como ele conseguiu aprender a técnica de Minato. Naruto não respondeu, apenas pensou tendo um flashback do dia em que a guerra acabou. [...] Após sair do quarto. Naruto deu de cara com Hana, a moça jogou charme, mas o Uzumaki deixou bem claro que seu amor era por Sakura. A jovem Yamanaka ficou triste e ao mesmo tempo aborrecida. [...] Chega o grande momento da cerimônia, a lua começou a aparecer e o som do taiko foi iniciado. O que acontecerá no capítulo de hoje?

A fogueira foi acessa e a batalha Uzumaki foi iniciada.

–Olha só o movimento deles... são incríveis. ---Naruto falou admirando e acompanhando a encenação de batalha enquanto o Taiko era tocado.

–O nosso clã, apesar de prezar as técnicas de selamento, também gosta de lutas ninpou¹. Apreciamos muito lutas mano a mano, mostra que um shinobi pode ser independente de chakra. ---Irashi se dirigiu animado para o loiro, quase gritando, pois o barulho dos gritos e palmas dos ruivinhos era extremo.

¹Arte ninja.

O loiro olhou para o ruivo rapidamente e sorriu, pois Irashi dizer “O nosso clã”, foi um sinal de aceitação por parte dele.

As pessoas batiam palmas enquanto os dois ninjas lutavam. Era um teatro, como já foi dito... um mostrava a coloração de seus cabelos (ruivo) e o outro os cobria representava ser de outra nação.

–Isso é demais! É diferente de tudo o que eu já vi. A forma como eles chutam... cara. Que bacana.

–Não acho isso grande coisa. ---Sasuke se prontificou dando de ombros.

Naruto sorria e se empolgava com aquilo. Hana olhava para ele com o coração batendo forte. O sorriso do ninja era de tirar o fôlego, e o brilho do seu olhar era cativante.

Quando a luta terminou, Shizuka, líder do vilarejo, se manifestou. Ele não era um homem que se sentia superior aos outros, era simples. O velho parabenizou os shinobis que lutaram e tomou a palavra:

–Hoje estamos comemorando a estabilidade da nossa amada Uzushiogakure. Podemos ser um clã escondido, mas somos pessoas felizes e de corações libertos. Todos sabem que o país do vórtice foi destruído e muitos se espalharam pelo mundo. Não foi um extermínio total, pois hoje estamos aqui, reunidos e festejando o nosso sucesso. Como costume, de três em três meses realizamos essa cerimônia. Pode parecer exagerado um tipo de festejo que é quase um aniversário, mas todos sabem que isso é a nossa forma de agradecer pela vitalidade do clã Uzumaki. Como eu havia prometido a vocês, hoje... irei contar a nossa história. Não temos o hábito de lembrar os acontecimentos ruins do passado, no entanto, às vezes se faz necessário olhar para uma cicatriz, para então nos lembrarmos da cura. Apesar de sermos um clã bastante agitado, carregamos marcas... que infelizmente nos fazem chorar, mas que felizmente nos fazem fortes.

O velho se sentou em uma pedra, um pouco afastado da fogueira, e começou a contar sobre a vida do clã. Shizuka falou praticamente tudo o que havia dito para Naruto quando conversaram filosoficamente pela primeira vez, e um pouco mais. O velho falava bastante, mas já no finalzinho, ele tocou em um ponto crucial da história, que deixou Naruto boquiaberto.

–...Sendo assim, de acordo com os nossos antigos manuscritos... nós Uzumakis herdamos o corpo do próprio Rikudou Sennin. Este foi capaz de selar o Bijuu de dez caudas, Juubi, em seu próprio corpo se tonando seu Jinchuuriki. Para isso usou uma espécie de selo poderoso e desconhecido de outros shinobis daquele tempo. Uma técnica que o clã Uzumaki domina, a arte do Fūinjutsu. Outra habilidade que herdamos foi a de possuir uma enorme quantidade de chakra. Somos especiais meus pequenos, por isso fomos um clã temido e respeitado. Agora, depois de anos... estamos erguidos novamente.

O velhote se levanta. Ele abre os braços e conclui:

–Aproveitem o festival. Festejem! Festejem! E lembrem- se: ganhamos a dádiva de termos o corpo e o espirito de um “deus”. Não somos um clã qualquer, somos o clã Uzumaki.

As pessoas sorriram, aplaudiram, gritaram... e começaram a comemoração.

O time Yamato estava reunido em um local qualquer, comentavam sobre o que o líder Uzumaki havia falado.

–Nunca imaginei que Uzushio tivesse problemas com Konoha. E essa história do clã ter o corpo do... Rikudou sennin... nossa. ---Hana comentou ainda pasma com tudo que Shizuka havia falado.

–Tem muita coisa que Konoha oculta e poucas pessoas sabem. Somente o Hokage é que deve ficar a par de tudo.

–Você não me parece nada surpreso com toda aquela história. Você por acaso já sabia? ---Sasuke indagou desconfiado.

–Não. Mas eu sou um anbu. ---respondeu de forma equilibrada, sem dar certeza.

–E você Naruto? Com certeza ...

–Tá querendo desconfiar de mim Sasuke?! Pois não tenho nada a esconder. E se quer saber, eu e o velhote conversamos muito, sim. E nessa conversa ele contou quase tudo o que ele falou aqui. Só não dessa última parte.

#Uzumakis descendentes do corpo do Rikudou Sennin... Talvez essa seja a explicação para a Kurama e as outras bijuus falarem que eu era ele. Elas me viam como ele. Sempre tive curiosidade e dúvida quando falavam assim. Tudo faz sentido agora, por isso é que eu não ficava como o tio Bee... ele conseguia atingir as formas do Hashibi, mas eu não... minha aparência ficava diferente, amarelo reluzente.# –--refletia pensativo.

Enquanto Naruto pensava, Sasuke olhava para ele como quem queria decifrá-lo.

Sabe aqueles momentos em que queremos que algo acabe logo e não termina? O time Yamato estava assim. Mesmo Naruto que era todo animado, estava começando a ficar estressado com a tal cerimônia que mais parecia festa.

O loiro resolveu se afastar de seus amigos e ficar em um canto reservado. Estava ocupado em seus devaneios.

–Ah! Estou cansado. ---falou colocando suas mãos para trás da cabeça, fechando os olhos e esticando todo seu corpo. Estava sob uma árvore relativamente grande.--- Não vejo a hora de voltar para Konoha. Eu gosto daqui, mas... sinto falto do pessoal e principalmente da Sakura- chan. Minha doce Sakura. Eu vou ser pai... ---sorriu de boca fechada.--- ela será uma garota linda. Só que...

Foi nesse momento que Naruto abriu os olhos franzindo o cenho. Tirou as mãos de trás da cabeça e afastou sua costa da árvore se sentando melhor. Sua fisionomia mudou completamente.

–Orochimaru... #Cobra maldita. Se ousar tocar em um fio do cabelo da minha filha. Eu o mato. O mundo não irá sentir falta dele. Precisamos de paz, não de guerra. E essa cobra... #

O loiro apertou os olhos e a mão esquerda como quem queria socar alguém, acirrou os dentes e refletiu:

#Eu vou matá-lo. Assim que a minha filha nascer, eu vou procurar esse maldito antes que o pior aconteça. Afinal, eu sou um ninja, não um santo.#

Abriu os olhos novamente abaixando a cabeça. Naruto olhou para os pés e lembrou- se do diário. Tirou seu sapato, olhou para os lados... ninguém.

“Kai”

“poof”

–Esse diário... já estou me irritando. Não gosto de indecisões.

Naruto deixou o objeto no chão e se levantou. Andava de um lado para outro com as mãos no bolso sempre olhando pra o caderninho.

#Eu não posso ler... não posso. Mas eu tô muito curioso. Contenha- se Naruto!# –--Era uma luta entre as vontades do Uzumaki.

–Ahá! Tive uma ideia. ---falou sorrindo, batendo a base da mão direita (fechada, na vertical) na palma da mão esquerda (bem aberta).

Tocou em seu queijo dizendo:

–Se eu jogar o diário no chão... ele caiu acidentalmente, aí eu poderei ler. Tecnicamente eu não o abri, ele simplesmente caiu. Beleza!

E assim fez. Pena que não deu certo. Jogou várias e várias vezes o diário no chão e ele sempre caia fechado. Tentou abri- lo com um graveto, mas esse se partiu ao meio e acabou sem abrir o caderno. Vários métodos, todos falharam.

–Já chega!

Mordeu o polegar cravando os olhos. Fez alguns selos: Javali, Cão, Pássaro, Macaco, Carneiro:

“Kuchiyose no Jutsu!”

“poof”

Um sapo de cor verde claro com olhos roxos e padrões amarelos por todo o corpo e um grande arco vermelho violeta nas costas e maquiagem que inclui batom vermelho, blush rosa nas bochechas e revestimentos ao redor dos olhos, aparece.

–Huh? Quem é você? Por que me chamou aqui?

–Não tá lembrado de mim , não Gamariki? ---falava dando de ombros.

–Huh?! Você? Aquele moleque tampinha loirinho que Jiraiya me fez beijar?

–Não me lembra disso! Dattebayô.

–Você tá mudado hein? Está mais alto... só resta saber se está mais inteligente, ou mais burro.

–O quê?! Quer calar essa boca?

–Não fala assim comigo! Eu ainda estou muito magoado pelo que me fez.

–E o que diabos eu te fiz?

–Como assim o que fez?! Está esquecido que me nocauteou?

–Hã? Isso faz muito tempo, eu era uma criança e... não foi proposital. Eu ainda estava aprendendo a sair do genjutsu.

–Ah! Mas você também não me convidou para o seu casamento. E isso sim é atual.

–Nani? É claro que te convidei. Dei seu convite para o Gamakichi te entregar. Agora se você não foi...

–Coitado... ele ainda deve estar tímido depois do nosso beijo. –--disse com um ar... apaixonado?

–H- hein?! ---falou entrando em pânico se defendendo com o braço.--- M-mas v-você é homem.

–Pra início de conversa eu sou um SAPO, e não um homem. E eu não o beijei porque quis, eu tropecei e cai em cima dele. ---retrucou em tom grave profundo.

–Ufa... ---respirou aliviado.

–Ah! Mas ele é realmente muito fofo. Uma graça. ---falou com uma voz aguda.

Naruto soa um pouco se mostrando enojado. Balançou rápido a cabeça se recompondo.

–Tá. Porque me invocou? Porque não o Gamakichi?

–Ele é muito... grande sabe? Ele ia chamar muito a atenção. Você não. Tem o tamanho ideal.

–Hã? E o que quer de mim?

–Quero que abra aquele diário e o leia em voz alta.

–Huh? Diário é?–--disse pegando o livrinho e folheando.--- que interessante. E de quem é?

–É da vovó Tsunade.

O sapo larga o diário no mesmo momento.

–Ei. O que te deu?

–Esse diário é da T-Tsunade- chan? Eu não vou ler. Ela tem fama de ser agressiva quando quer.

–P- peraí. Não é dela não, é da prima dela.

–Pioro. Ler algo de uma pessoa que nunca vi? Haha. Invoque outro meu querido. Não faço esse tipo de coisa.

–QUÊ?!?! Mas você tava todo animadinho e de repente...

–Eu leria se fosse uma pessoa qualquer. Mas de algo que envolva Tsunade- chan não. Nunquinha.

A veia da testa de Naruto dilatou. Gritou aborrecido:

–EU NÃO SEI POR QUE TE INVOQUEI! SEU SAPO AFEMINADO!!!

–Como ousa? Parece que você não mudou nada tampinha estourado. Como me arrependo do dia em que te beijei. –--falou cruzando os braços.

–HÃÃÃÃ?! A- aquilo foi pra treinamento. F- foi o beijo Genjutsu. Dattebayô!!

–Atrevido. Você não passa de um...

“Poof”

–Eu não vou ficar ouvindo um sapo que mais parece uma rã. Agora tenho outro problema...

Naruto pega o diário do chão e o observa.

O rapaz não percebeu, mas seu pé descalço estava justamente pisando em um formigueiro. O Uzumaki assim que notou, gemeu de dor soltando o diário, que por sorte caiu aberto.

O ninja passava a mão no pé quando percebeu o caderninho. Parecia até um milagre, a dor do pé havia passado instantaneamente. O loiro apanhou o objeto e leu a primeira folha.

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Era Shouwa: 1958.

Hoje, completando 15 anos, ganhei esse diário para guardar os meus mais íntimos segredos.

A festa de aniversário foi muito especial, todos se reuniram em Uzushio. Ganhei diversos presentes, uma pena que o tio Hashirama não esteja mais entre os vivos. Sinto a falta dele, ele era um avô formidável, sempre com um sorriso aberto e confiança extrema nas pessoas. Eu sabia que a Mito baa- chan sentia a falta dele, mas não demonstrava. Ela me deu um Kimono verde encantador, disse que era a cor favorita do vovô. O meu tio- avô Tobirama me presenteou com uma kunai incrível, a vô Mito deu uma bronca nele. Já a minha prima Tsuna me presenteou com este diário. Acho que foi um dos melhores presentes que já ganhei, pois não consigo desabafar com as pessoas, mesmo com a minha melhor amiga. Do Nawaki ganhei um beijo na bochecha, já que ele tem cinco anos e não podia me presentear com nada. Depois do festejo, todos nos despedimos e assim voltamos para Konoha, pois eu e Tsunade tínhamos missões importantes para fazer com os nossos respectivos times.

Pág1.

Era Shouwa: 1958

Quem diria que a missão ia ser tão difícil. Tivemos que...

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–Naruto. O que está fazendo aí sentado? ---perguntou Sasuke.

O loiro se levantou rápido mantendo o diário atrás de si.

–N- nada não. Só... estudando a arte de selar hehe. ---Soriu forçado suando um pouco.

#Ai caramba. Será que ele percebeu alguma coisa?#

–Huh? Porque está sem o seu... Hunf. Eu não quero nem saber. Coloca o seu sapato, já vamos voltar para aquela casa. O tal toque de recolher já foi dado.

–Serio? Tá. Vai indo na frente... vou logo em seguida. ---disse balançando a mão direita para frente com desdém.

Sasuke desconfiou, mas seguiu em frente. Naruto selou o diário novamente no solado do sapato, colocou o calçado e partiu as pressas.

No caminho, todos olhavam com desconfiança para Naruto. Ele estava calado e muito pensativo.

#“Era Shouwa: 1958” que diabos de calendário é esse que eles usavam? Não tem data, mês... somente ano. Que saco, vai ser complicado entender as coisas. Mas vou me esforçar ao máximo.#

Ao chegarem na casa, todos se trocaram e se recolheram nos quartos. Naruto estava animado, na manhã seguinte era à volta para Konoha, à volta para casa, para sua amada Sakura.

Irashi, Sasuke, Yamato e Naruto foram para o quarto masculino e Shina e Hana para o feminino. A mãe dos irmãos foi para o seu.

Noite tranquila, calma, céu bonito. Pena que o loiro não conseguia dormir, aquele maldito pesadelo com Orochimaru matando Tsunade e em seguida prestes a matá-lo o atormentava novamente. Dessa vez era mais forte, mais intenso. A dor da alma e do corpo parecia ser real, era como se tudo fosse verdade, mas ao mesmo tempo não. Naruto abriu os olhos respirando ofegante. Seu coração estava acelerado, suava tanto que estava completamente encharcado. Sentou- se na cama e passou as mãos pelos cabelos. Olhou para os homens e viu que todos dormiam tanto que perto de uma pedra, era ela quem se mexeria. Levantou, foi para o banheiro e tomou um banho. Usou a mesma calça, mas a camiseta não. Estava fedendo de suor e toda encharcada. Pegou a roupa e colocou dentro de um saco, dirigiu-se para o quarto sem fazer ruído e a deixou ao lado de sua cama, para no dia seguinte guarda-la antes de partir.

Deitou- se no colchão novamente, nada de dormir. Mexia-se para um lado e para o outro. Sentou- se na cama e ficou pensando. Olhou para o sapato que continha o selo que fez e decidiu continuar a leitura do diário, só que não ali, mas na sala.

Encaminhou- se para o compartimento e depositou seu corpo no sofá. Abriu o diário e continuou com a leitura.

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Era Shouwa: 1958.

Quem diria que a missão ia ser tão difícil. Tivemos que nos esconder, eu e a equipe toda tremia de medo. Era tempo de guerra. Parecia que a paz havia virado utopia. Quando conseguimos sair de onde nos escondíamos, o pior aconteceu. Karu foi assassinado do jeito mais aterrorizante que eu já vi. Sua cabeça... é difícil dizer. Enquanto escrevo não consigo segurar as minhas lágrimas e a minha dor, mas preciso ser forte. Sou humana, eu sei, mas a dor de perder alguém que compartilhamos bons momentos é difícil. Percebi isso no dia em que vi o Karu morrer. É forte demais e dói muito. Conseguimos fugir, mas eu senti tanta raiva, tanto ódio que antes de continuar eu precisava matar o responsável pela morte do meu amigo. Atitude impensável, completamente impensável. Quase morri. Sorte que o sensei me salvou. Já não sabia mais de nada, não sabia o que eu era. Viveria como uma mulher que não conseguiu se vingar da morte do parceiro. Morreria sem ter alcançado a minha vingança. Só voltamos para a vila após concluirmos a missão. Sempre achei isso horrível, abandonar um amigo, mas terminara a droga da missão. Eu admito, já perdi a esperança da paz. Meu avô Hashirama sempre falava sobre o objetivo de alcança-la. Também adorava falar sobre a realização de um sonho que ele e seu melhor amigo, um homem que nunca conheci, alcançaram. Mas sabe de uma coisa? Por mais que ele tentasse plantar no coração de seus parentes e das pessoas da vila sobre a chegada da verdadeira paz, eu sempre achei que no final... sempre no final... só restam palavras. Depois do desastre, voltamos com uma equipe para pegarmos o corpo de Karu, para nossa surpresa... ele estava em pedaços. Já em Konoha, ele foi coberto com um pano. Chamaram os familiares e amigos. Karu era um jovem alto, mas como estava todo fatiado, o tamanho dele ficou similar a uma criança de dez anos. Malditos... se os nossos inimigos viram que ele estava morto, pra quê o fatiaram? Pura diversão? Eu fui ao enterro, levei flores. Até agora não caiu a ficha sobre a morte dele. O meu melhor amigo e... o amor da minha vida. Hoje, com quinze anos posso dizer: Eu sei o que é o amor, eu o conheci, mas por causa desse sentimento sincero também aprendi sobre o ódio.

Pág.2

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–Ela deve ter sofrido muito. Quase não consigo ler, a página está toda borrada... é como se um copo d’água tivesse... ---Naruto parou de falar.--- Claro, ela chorou quando escreveu isso.

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Era Shouwa: 1958.

Faz três semanas que não toco nesse diário. A vida de um shinobi é difícil. A palavra tempo é algo que um ninja na "era" de hoje não tem. Estou tão farta da minha vida que não tenho vontade nem de respirar. Queria morrer, melhor que isso, queria virá uma Taka e voar para bem longe. Pena que isso é impossível. Provavelmente morreria com uma kunai enfiada no meu coração, já que até o céu está perigoso. Que mundo nós estamos. Vou parar por aqui, o sensei está me chamando para uma missão. O que diabos vêm por aí? Será que eu sobreviverei? Gostaria de saber o futuro.

Pág.3

Era Shouwa: 1958.

Dois meses, dois infinitos meses. Vi todos os meus amigos morrer. Eu não sei mais quem sou, não aguento mais ser Shinobi, ser uma Kunoishi, não aguento mais essa guerra. Queria fugir de tudo isso. Mas para onde? O ar, o céu, a água, a terra... tudo... tudo está sob o efeito da guerra. A humanidade está morrendo, se já não morreu. Hoje tive um devaneio em pleno campo de batalha quando vi diversos ninjas passando por um shinobi ferido sem as suas dua mãos. Ele era inútil agora. Gritava de dor, e ninguém o ajudava. O problema não era somente as mãos amputadas, era a katana que o perfurou pela barriga. Com dor, sem atendimento médico, sem suas mãos para fazer selos... era o fim para ele. Eu tentei ajuda- lo, mas quando o toquei... vi um monte de papel bomba grudado nele. Antes de correr, eu olhei no fundo daqueles olhos negros e vi as lágrimas dele. “Diga a minha filha que eu a amo.” Era por isso que ele pedia socorro, queria que alguém dissesse isso a filha dele. Eu assenti com a cabeça. Fugi dali com um jutsu de Doton - Iwagakure No Jutsu*. Eu o vi explodir em pedaços. Cumpriria com o desejo dele, era a maior alegria e satisfação que ele poderia ter sentido quando morreu. O riso estampado em seu rosto foi a prova disso.

Pág.4

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*Elemento Terra - Técnica de Ocultação em Pedras. (O usuário entra em rochas, escapando de alguns ataques).

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Era Showa: 1958.

Depois da morte do homem desconhecido, me foquei em encontrar a filha dele. Procurei, procurei... parecia que ela era uma alma penada, ninguém a conhecia. Foi aí que eu me trombei com Orochimaru, membro do time de Tsunade, para me ajudar. Ele parecia saber o que eu estava fazendo. Parecia que sabia sobre o meu desespero em encontrar a tal garota que nunca vi. Ele se ofereceu a ajudar, mas me pediu algo em troca. O que ele queria era difícil de conseguir. Pra quê querer as células do meu avô? Não sabia e continuo sem entender. Eu não obtive êxito, então o ajudei de outra maneira: derrubando os empecilhos e deixando o caminho livre para ele. Foi o melhor que pude fazer. Aquele homem com aparência de cobra ficou satisfeito e me ajudou a encontrar a garota, mas para o meu azar...

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–Morta! A- a garota que ela queria tanto achar estava morta? ---Naruto falou em estado de choque engolindo a seco.

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... Seu corpo estava completamente... estraçalhado. O cheiro era insuportável e as moscas em cima do corpo... não gosto de lembrar da cena, só que esse diário é o caderno dos meus sentimentos, e não do meu dia- a dia em si. Orochimaru não me pareceu nada surpreso, acho até que ele já sabia. Nada eu disse. Desde daquele dia que eu e ele fizemos um acordo, não voltamos a nos falar e combinamos de nunca contar a ninguém sobre o nosso contato, nem mesmo para prima Tsuna. Às vezes nos encontrávamos, mas era como se nunca tivéssemos nos visto.

Pág5.

Era Showa: 1959.

Já faz muito tempo que não escrevo. É que passei pela fase “Estou sem ânimo”. Não tive vontade nem de tomar banho. Detalhe: estou com a idade de dezesseis anos.

Chegou o dia de dar Sayonará a Konoha. Eu e minha família moraremos em um novo país: Uzushiogakure no sato. Sinto por me separar de Tsunade, ela era a única que sabia bem a luta que se travava dentro de mim. Despedida nunca foi uma coisa legal, em minha opinião isso nunca será. Nawaki já estava com seis anos, crescia muito bem. Seria talvez a última vez que o veria. Durante a viagem, me passava pela cabeça flashbacks de tudo que vivi na vila da folha, desde momentos bons até os ruins. Confesso que ao mesmo tempo em que eu estava triste, estava feliz. Nunca mais eu participaria novamente de uma guerra, afinal, o país do vórtice era a nação perfeita. Não tinha motivos para sofrer ataques, e isso me confortava. Era um lugar completamente seguro. A sorte estava do nosso lado. E isso é muito bom.

Pág.6

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E foi assim, Naruto lia o diário da prima de Tsunade com uma expressão facial de angustia, nojo, pena, sofrimento... nada de bom aquele caderninho transmitia a ele. As horas iam se passando e a cada página que lia, queria mais e mais. Sabe aquele tipo de história que te prende? Que te faz dormir pensando? Ou melhor, nem te faz dormir porque te segura de tal forma que é quase como um feitiço? Héh... era isso que Naruto estava passando. Ele lia tudo vivenciando a vida da tal mulher que nunca viu. Às vezes até se esquecia de que a “personagem” principal era uma mulher. A história era muito pesada para o sexo frágil, era o que achava.

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Era Showa: 1964.

Nossa! Já estou com 21 anos, parece mentira. Uzushio continua um lugar incrivelmente maravilhoso. Nunca me senti tão em paz comigo. Desde que eu e minha família viemos para cá, tenho tempo de sobra para escrever neste diário. Confesso que estou com saudades de Konoha, principalmente da Tsuna. E Nawaki como estará? Ontem foi o aniversário dele, gostaria de ter ido, mas essa segunda guerra ninja nos impediu. Fica difícil sair de um país rumo a outro com a situação que está se passando atualmente, é muito perigoso. Tudo o que fizemos foi mandar uma carta para ele desejando “feliz aniversário e muitos anos de vida”. É simples, espero que ele goste. O que vale é a intensão.

Pág. 59

Era Showa: 1964.

Depois de uma semana, eu... EU...

Pág. 60

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–Que estranho. Ela só escreveu essa frase? A página está toda manchada... o que diabos será que aconteceu nesse dia? Huh? Peraí.

Naruto voltou com várias páginas e tirou a seguinte conclusão:

–Essa folha está borrada que nem a página dois. Ela provavelmente chorou e não teve coragem de escrever o que sentia... mas por quê? Vou ler a página seguinte. ---disse virando as folhas até chegar a 61.

.......... X ..........

O que será que aconteceu com a prima de Tsunade para ter chorado? O que terá acontecido? No capítulo seguinte saberemos, mas para quem conhece a história de Tsunade, já deve saber.

Capítulo 45: Ataque!


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Notas finais do capítulo

OBS.: Se vocês tiverem o interesse de calcular os anos aí do diário com base na idade dos personagens na fic, não vai bater com o nosso ano atual. Eu preferi assim, porque no mundo de Naruto a tecnologia não está assim tão avançada. Analisei por isso.' Fiz até uma tabela pra não me perder hehe. Outra coisa, só para efeito de conhecimento, a jovem parenta (tá certo "parenta" é feminino de parente ^.^) de Tsuna não escreve na "costa" da folha. Isso ainda vai ser dito, é porque vocês podem estranhar.

No capítulo que vem estou confiante de que terá ação, mas... não estou garantindo nada. Eu não gosto de colocar capítulos chegando a 5.000 palavras ou mais (só se necessário), acho que isso cansa vocês né? Ou estou enganada? Bom. Até quinta.