No capítulo anterior:

Naruto, Sasuke, Hana e Yamata participaram da cerimônia do clã Uzumaki até o toque de recolher. Naruto resolveu se afastar do grupo para descansar e relaxar um pouco. Mas como dizem: “Mente desocupada é oficina do diabo.” Ele lembrou- se de Orochimaru, e seu coração encheu de raiva. Depois olhou pra seus pés e lembrou- se do diário da parenta de Tsunade. Tentou vários meios de abri-lo, invocou até mesmo um sapo chamado Gamariki para o serviço. Mas foi um acontecimento do acaso que fez o diário se abrir. Naruto começou a lê- lo, no entanto, foi interrompido por Sasuke. Já na casa Uzumaki, o loiro foi pego pelo pesadelo. Dormir estava sendo uma tarefa bem difícil naquela noite. Até que novamente o caderninho passou pela sua cabeça, e assim tomando novamente sua leitura de onde parou. Agora, vamos saber o que aconteceu com a jovem Kunoichi que escreveu apenas uma frase na página 60?

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Era Showa: 1964.

Mais uma semana se passou. Desperdicei uma folha desse diário com “Depois de uma semana. Eu... EU...” Que ridículo. Porém, para tudo tem uma explicação, eu realmente queria que não tivesse, mas infelizmente tem. Depois de, agora, duas semanas eu tomo coragem para escrever o pesadelo que vivi nesses dias. “Por onde começo?” Essa é minha maior dúvida. Vou ser direta: Uzushiogakure sofreu um ataque. Pedimos reforços, mas o meu Tio- avô Nidaime negou. Acho que a vila da folha também foi alvo, pois os shinobis inimigos chegaram até aqui pelo porto de Konoha. É. Nada melhor do que atingir dois javalis com uma kunai só. Parece que a nação do redemoinho não é tão segura como eu achava que fosse. Eu fico me perguntando: Por que atacar um país como esse? Por quê? E os problemas só aumentaram. Alguns dias depois, acho que cinco, o Tio- avô Tobirama morreu, e passou o título de hokage mais uma vez para o sensei da prima Tsuna. Ele já havia o escolhido durante a primeira guerra ninja, quando elaborou um plano suicida. Quase morreu nas mãos da força Kinkaku. Só que o pior ainda estava por vim. A carta de Nawaki desejando seu feliz aniversário realmente chegou em Konoha, mas não ao destinatário. No outro dia de seu aniversário, meu priminho morreu em batalha após ser capturado em uma armadilha explosiva. Orochimaru estava junto com ele, e com outros dois genins. A morte do meu priminho foi ainda pior do que a de Karu. O corpo de Nawaki foi mutilado tão fortemente que era irreconhecível. Digo que foi pior, porque o Karu foi mutilado em morte, já com Nawaki... bom, ele não teve a mesma sorte. A prima Tsunade disse que o presenteou com o colar do vovô Hashirama (cena 1*), na esperança de fortificar o sonho dele em virar hokage. Acho esse sonho tão comum e patético, não sei por que os shinobis querem tanto virar um, não acho grande coisa. O colar do vovô foi recuperado por Orochimaru e dado novamente para minha prima . Ela deve ter sofrido muito com essa devolução. (Cena 2*) Doze anos... essa era a idade dele. Fiquei sabendo desse acontecimento com outra carta em resposta a minha, foi a própria Tsuna que a escreveu. Ela veio aqui um dia desses e contou coisas que não conseguiu escrever. Imagino a dor dela, eu sei como é isso. É engraçado né? Sempre ouvi dizer que os pais é que deveriam morrer antes dos filhos, mas a morte de Nawa provou que isso nunca foi uma regra a ser seguida, só a maneira correta de acontecer. Olha só... minha Baa- chan Mito cada dia ficando mais velha, porém viva e Nawaki nem conseguiu viver direito os seus doze anos. Cômico. O destino realmente sabe como pregar boas peças.

Pág.61

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Naruto parou de ler. Fechou o diário e colocou sobre a mesinha que ficava de frente para o sofá. Jogou suas costas no encosto do assento e em seguida olhou para o teto passando as mãos pelo rosto parando nos cabelos. Ele respirou fundo. Aquele diário continha muitas descrições pesada. Todos os acontecimentos sobre a vida da moça que nem sabia o nome, eram fortes demais.

–Baa-chan...---sussurrou bem baixinho.

O loiro apertou os olhos com força. Precisava de um tempo antes de voltar com a leitura.

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Era Showa: 1964.

A morte de Nawaki afetou toda a estrutura da nossa família. Foi o pior momento que passamos. Todos foram para o enterro, que foi simples, mas muito bonito. Minha tia chorava muito... havia acabado de perder o marido e de repente o filho mais novo. Tsunade era a que mais sofria, se é que isso é possível, porém, a que menos chorava. Na manhã seguinte eu e Tsunade nos despedimos com um abraço forte. Era hora de voltar para Uzushiogakure.

Pág. 62

Era Showa: 1964.

Estou de volta a Uzushio. Fiquei longe deste diário durante algum tempo. Gosto de escrever os dias que fico sem escrever para me manter a par do que andei fazendo, já que sou do tipo esquecidinha. É terrível se reencontrar com a família por causa de uma tragédia, mas a vida é assim.

Dizem que diários foram feitos para escrever tudo o que passamos durante o dia todo e manter essa mesma rotina sempre. Todavia, penso diferente. Esse aqui virou mais do que um caderno onde anoto coisas como “acordei de manhã, tomei café, saí...” e por aí vai. Este pequeno caderninho insignificante virou o meu confidente. Todos os meus maiores sentimentos eu transcrevo para cá. É esquisito. Eu escrevo para mim, mas tenho a estranha sensação de que alguém o vá ler no futuro. Situação que não pode acontecer. Nunca. Antes disso eu prefiro queimá-lo.

Pág. 63

Era Showa: 1964.

Passado alguns meses, recebi uma correspondência vinda de Konoha. Era de Tsunade. Ora, ora. Na carta dizia que ela conheceu um belo rapaz chamado Dan (Cena 3*), que defendia um ideal semelhante ao dela: a de que os Iryō-nin deviam ser atribuídos a cada esquadrão ninja. Ela só fala desse tal ninja. Jiraiya deve estar bem deprimido. Fico me perguntando: Será que ela está gostando dele? São apenas bons amigos, mas é assim que começa. Ela o descreve de um jeito bacana e acho que não é somente amizade. São coisas como ser um grande homem, se importar com a vila e os habitantes da mesma, amar a irmã e a sobrinha Shizune, ser sábio, honrado, inteligente... são tantas os elogios e qualidades que até eu estou me interessando. Agora eu ri. Tsunade provavelmente me mataria por esse último comentário.

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–Página sessenta e quatro. Está começando a vir coisas boas. Já estava mesmo farto de tanto sangue. ---disse sorrindo de olhos fechados.

–O que está fazendo aí, falando sozinho? ---perguntou uma voz feminina com um copo d’água na mão.

Naruto fechou o diário no mesmo momento. Olhou para trás do encosto do sofá e...

–Hana? A é que... eu não consigo dormir. Pesadelos.

–Humm... entendo. ---disse se aproximando.

A jovem colocou o copo de água sobre a mesinha de madeira que ficava diante do sofá e se sentou ao lado de Naruto. O mesmo se afastou um pouco.

#Perto demais, perto demais.# –--pensou.

–O que está lendo?

–Hã? N-nada não, só um livro sobre... sobre...s-sobre T-Taijutsu. É! ÉÉ isso. Um livro sobre Taijutsu. O clã Uzumaki aprecia e então estou... me aprofundando um pouco. Usar a minha própria energia do corpo, sem muita necessidade de manipulação de Chakra. É só isso. É isso o que eu... estou aprendendo. ---Falava, mas nem entendia o que dizia.

–Parece nervoso. Algum problema?

–Não. Não... nada não.

A garota soltou o ar dos pulmões e disse:

–Tá bom. Se você diz.

O silêncio pairou no ar brevemente. Hana tomou a palavra e disse de cabeça baixa meio acanhada:

–Sabe Naruto- sensei. Eu queria... que soubesse que não estou tentando te seduzir nem nada disso. Eu lhe respeito muito. Afinal, você é o meu sensei, me ensinou muitas coisas das quais me aperfeiçoei. Me perdoa se eu fui um pouco... inconveniente às vezes. É que... eu...

A jovem travou por um momento, olhou para Naruto mordendo os lábios inferiores e depois concluiu:

–...estava fora de mim. Por favor, me perdoe. ---pediu com uma fisionomia triste e arrependida.

Naruto ficou sem palavras. O que ele poderia dizer?

–T- tá tudo bem Hana. ---Sorriu bagunçando o cabelo da moça.--- Não fica assim, não gosto de ver os meus pupilos tristes. Só que você meio que me pegou de surpresa com aquela sua atitude, juro que não esperava.

A Yamanaka fechou os olhos coçando a bochecha.

–Desculpa.

Naruto parou de bagunçar o cabelo da mais nova e a olhou com carinho. Aquela sim era a menina de maria-chiquinha que conheceu no exame chuunin.

–Arigatou por me desculpar, não vai mais acontecer.

Ela chegou devagar perto de Naruto, e o abraçou. O loiro queria evitar aproximações com ela, mas... o que teria de errado em um abraço inocente? Ele correspondeu ao gesto da moça.

–Você... cheira a madeira Naruto- sensei. É tão bom. ---desabafou a garota amaciando o seu rosto no ombro do mais velho, que estava sem sua camisa.

Naruto não enxergou maldade, então tentou elogiá-la para retribuir o comentário.

–Você também é perfumada. Pelo seu cheiro acho que é... “aroma de rosas”.

Hana sai do abraço e sorri dizendo surpresa:

–Hey! É isso mesmo, como sabe?

Coçou a nuca respondendo com os olhos fechados:

–É que o Sasuke comprou um perfume pra Karin e... ---tampou a boca nesse momento. Falou demais.

–Há há há há. O Sasuke comprando presentinhos? Há há há. ---riu com a mão na barriga.

Naruto ouviu um barulho nesse momento. Percebeu que alguém estava indo para onde eles estavam. E se o vissem com Hana? Poderiam pensar besteira.

–Xiu...Xiu... ---fazia gestos de silêncio, mas a garota não parava de rir.

O loiro pensou rápido. Criou um plano e pós em prática no mesmo instante.

Jogou-se em cima da Yamanaka tampando a boca dela. Ambos acabaram caindo do sofá.

–Tem alguém aí? ---Irashi perguntou.

*Silêncio*

–E então? Quem era? ---Yamato se prontificou.

–Não sei. Ninguém respondeu e ficou silêncio de repente.

–O Naruto não está no quarto, vai ver é ele. ---concluiu Sasuke.

–O que fazem acordados?

–Naruto? O que você faz acordado! E o que estava fazendo na cozinha? ---Irashi se mostrou pasmo. --- Está roubando comida?

–C- claro que não. Só fui beber um pouco de água. Tive um pesadelo, só isso. Ninguém está imune a esse tipo de coisa.

O loiro tampava a boca de Hana sem olhá-la no rosto, estava visualizando o sofá. Prestava atenção na conversa dos rapazes com o seu clone, e no barulho de passos, caso tivesse. Já a jovem de cabelos castanho, se importava mesmo era no rosto de perfil do Uzumaki, ficava ainda mais lindo daquele jeito.

–Está certo. Vamos voltar pra cama. Não foi nada. ---Irashi proferiu.

–Vamos Baka. ---Sasuke chamou.

–Não, não. Eu vou dormir aqui no sofá mesmo. Não tô conseguindo pegar no sono lá naquela cama. Vou ficar bem aqui.

–Está certo. Não perca a hora de acorda. ---o Uchiha deu sua última palavra.

–Uhum.

Os rapazes voltaram a subir as escadas e se dirigiram para o quarto novamente.

“Poof” O bunshin se desfez.

O loiro respirou aliviado tirando sua mão da boca da garota. Ele olhou para ela e sorriu dizendo:

–Essa passou perto. Já pensou se eles vissem a gente?

Hana não respondeu, estava encantada com Naruto. O loiro levou seu olhar para ela e foi aí que a ficha caiu. Estava em cima do corpo da moça.

–O- opa. Desculpa. ---disse saindo de cima da jovem bastante vermelho e a levantando.

Ficaram sentados no chão se olhando. Naruto engoliu a seco.

–N-Naruto- san...

–O quê?

–Posso... posso te perguntar uma coisa?

–P- pode.

–Se... a Sakura não existisse na sua vida. Você daria uma chance pra mim?

Engoliu sua saliva como se estivesse engolindo uma pedra.

–Hana, olha eu...

A moça tampou a boca do rapaz levemente.

–Eu te fiz uma simples pergunta. Tudo o que eu quero é uma simples resposta. Sim ou não?

–Eu... ---falou com a respiração falha.

A garota ficou séria abaixando seu rosto.:

–Sinto inveja da Sakura. Ela conseguiu um homem que... (pausa breve) Você é um homem especial Naruto. ---proferiu por fim levantando sua cabeça e olhando fundo dos olhos azuis dele.--- queria alguém como você. Que ficasse ao meu lado, na verdade, eu não queria um cara parecido com você... eu queria e quero VOCÊ! Eu te quero tanto...

Hana levantou o rosto dele.

–Eu te amo. Não me importa que seja mais velho do que eu. Eu te amo.

A jovem foi se chegando perto de Naruto, fechou os olhos e deixou o loiro sentir seu cheiro. O ninja também fechou os olhos e abriu um pouco a boca, a fragrância da Yamanaka era boa.

Hana foi se aproximando cada vez mais perto. Era como câmera lenta. A jovem sorriu rápido com um semblante vitorioso, depois voltou a sua face séria. (Cena 4).

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–Naruto meu amor. Estou com tantas saudades. ---Sakura falava sentada na janela olhando para o céu estrelado.

A mulher abaixou a cabeça sorrindo passando a mão na barriga.

–Eu te amo Naruto. Ah! Tem mais uma pessoinha esperando por você também. Por favor, volte logo. Estamos na sua espera.

A Haruno Levantou a cabeça e um vento frio passou por ela fazendo seus cabelos esvoaçarem. Sakura se arrepiou. Um medo repentino, um desespero... passou pelo seu corpo. A mesma se encolheu apertando seus ombros com as mãos. Seu olhar ficou mais triste, não sabia o porquê disso.

O que era para ser um momento romântico na opinião da Haruno acabou virando momento de um medo fantasma.

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Os lábios de Hana tocaram nas do loiro. Era um beijo calmo.

Naruto a beijava com os olhos fechados. Foi quando lembranças da Haruno lhe vieram a mente. A rosada com seus doze anos o rejeitando, aborrecida. Depois... amiga, companheira, apaixonada, e... feliz. O sorriso que ele havia se apaixonado, o mesmo sorriso que roubou o seu coração.

Naruto abriu os olhos rápido como num susto. Afastou a Yamanaka de si pelos ombros.

–O- o que houve? Tá tudo bem? ---perguntou confusa.

–Não... Não, não está. --- cabisbaixo, respondeu ofegante balançando a cabeça. Os cabelos cobriam seu rosto. Estava se sentindo horrível e envergonhado.

–Naruto. ---disse ela preocupada. Parecia que o homem ia morrer de enfarte.

O loiro levanta sua cabeça devagar até um momento que a fitou rápido cravando os olhos.

–P- por que está me olhando...

–Eu sei o que você quer. Não sou inocente. ---a interrompeu de forma ácido ainda a segurando pelos ombros. Ele a apertava.

–D- do que está falando?

–Quero que saiba que eu amo uma única mulher. E não é um amor novo, nem temporário. Amo a Sakura desde que criança. Se você soubesse o quanto sofri por ela. O quanto tive que aguentar por ela. Ser desprezado, humilhado, quase morrer por uma garota que nem me amava. Se soubesse as coisas horríveis que ela fez pra mim... coisa que... é difícil de perdoar... ---dizia rápido, nem respirava.

–Então por que você não a deixa? Eu nunca faria nada disso com vo-

–MAS EU A AMO! ---retrucou rápido, a interrompendo por fim.

–Hã?

–Quando a gente ama alguém de verdade, a gente respeita esse alguém. Hana, eu sofri pra ser aceito e escolhido por ela. O Sasuke... ele era o cara que ela sempre foi apaixonada. A Sakura era o tipo de pessoa que morria por ele. Olhe agora. Eu e ela nos casamos. Faz ideia de tudo o que passei? Já imaginou a dor que é trazer o seu melhor amigo de volta para a pessoa que você gosta? O fato é que... eu não sou cego, não sou idiota, mas... quando se tem Amor, o sentimento verdadeiro não o mentiroso que é dito da boca pra fora. Não existem deslizes, não existem falhas. Esse tipo de desculpa só cabe aqueles que são fracos no desejo, na vontade e no próprio sentimento. Eu não sou assim. A Haruno Sakura é a mulher que escolhi pra compartilhar a minha vida. Não vou perdê-la por uma noite de prazer . Porque é só isso que iria sentir. Hana, eu não te amo.

O loiro a larga e se levanta do chão. O rapaz pega “seu” diário e diz de soslaio:

–Vá dormir Hana. E me trate apenas como parceiro de equipe ou “sensei”.

Andou um pedaço e depois disse de costas:

–Só respondendo a sua pergunta que me fez sobre te dar uma chance caso a Sakura- chan não existisse... Não. Mesmo que eu não amasse a minha esposa, você nunca seria escolhida por mim. Apenas uma mulher me fez esquece-la por um momento: Sayuri. Se ela não tivesse morrido... ---respirou fundo tentando não lembrar.---- A Hinata com certeza valia muito mais apena do que você, Hana. Tenha uma boa noite. ---concluiu virando seu rosto e caminhando até a escada.

Hana se irritou. Levantou do chão rápido e correu até ele o puxando pelo seu forte braço. Ela o virou e gritou irritada:

–Não me trate como lixo! Não vou conseguir te esquecer, eu... não consigo me controlar quando te vejo. Droga Naruto, eu só quero...

Um estrondo forte interrompeu as palavras da garota desesperada.

–O que foi isso? ---O loiro perguntou assustado levando seu olhar para a janela.

–Não sei, mas não me importo. Naruto tudo o que eu quero é...

–Agora não Hana. ---Falou se soltando da moça.

–Espera! Eu não terminei de falar!

–Está acontecendo alguma coisa lá fora. ---falou afastando as cortinas e abrindo a janela.--- Rápido! Vá acordar os outros!

–Mas...

–AGORA! ---gritou irritado a encarando.

A mesma ficou com uma fisionomia espantada, com a boca semiaberta.

Naruto levou seu olhar novamente até a rua.

#Tem alguma coisa errada.# –--pensou.

Saiu pela janela e correu pra ver o que era.

Parou. Pensou em algo olhando os lados. Concentrou chakra nos pés e nas mãos.

Subiu em uma arvore, segurou em seu galho e se balançou até ser lançado no telhado de uma casa alta. Pousou com os joelhos dobrados. Ele se levantou e viu a causa do estrondo.

–Estão atacando o vilarejo do redemoinho. Tem muitos ninjas. ---falou nervoso e suando frio.

Estavam invadindo as casas também.

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–Mãe!!!! Mãe!!! Mamãe!!! ---gritava uma garotinha em desespero no meio da confusão.

Um shinobi que não era uzumaki correu com sua Katana em direção a pequenina. A criança fechou os olhos apertando seu ursinho de pelúcia.

Quando a garotinha sentiu um vento forte e um barulho intenso, abriu os olhinhos se defendendo com a mão. Ela viu um ser muito brilhante em sua frente.

Naruto levantou seu rosto com as sobrancelhas franzidas de raiva, olhava para o ninja inimigo que se encontrava atrás da criança (Cena 5). O tal shinobi acabou escapando com uma técnica que Naruto nunca tinha visto antes. E mais, o símbolo do clã deles era diferente.

O loiro foi até a menininha. Abaixou-se até ficar do tamanho dela, tocou na cabeça da criança e sorriu amigavelmente.

–Vai ficar tudo bem. Calma.

–FILHA!!! ---O pai gritava acompanhado da mãe.

O Homem abraçou sua pequena ruivinha de olhos verdes (Cena 6), a pegou no colocou e fitou sério a Naruto. O loiro se levantou mostrando- se, também, com sisudez. Já imaginava o que ia acontecer: “monstro, raposa demônio... queria matar a minha filha!”.

–Arigatou, arigatou, arigatou, Domo Arigatou... ---falava mexendo a cabeça pra baixo e pra cima com os olhos fechados escorrendo lágrimas, enquanto apertava forte sua filha.

–Huh?! --- Naruto se assustou, não esperava por essa.

–Se não fosse por você a minha única filha teria... ---falou chorando emocionado e desesperado.

–Arigato. Arigatou, domo arigatou. ---A mãe agradeceu ainda mais nervosa tomando sua filha nos braços. Era uma mistura de sensações: medo, alegria, preocupação...

–Está certo. Vão para casa, cuidem um dos outro. Enquanto eu estiver aqui não vai acontecer nada com ninguém.

–Hai! A-arigatou. ---o homem disse.

O pai, a mãe e a menina corriam desesperados. A pequena sorriu dando um “Sayonará” com a mãozinha do colo da mãe para Naruto. O loiro sorriu correspondendo da mesma maneira.

O ninja virou-se e voltou com sua seriedade. O vilarejo estava um completo caos. Naruto se sentia perdido, mas ao mesmo tempo com o sangue fervendo. Lembrou- se das coisas horríveis que a prima de Tsunade passou por causa de tanta maldade. “Hoje, com quinze anos posso dizer: Eu sei o que é o amor, eu o conheci, mas por causa desse sentimento sincero também aprendi sobre o ódio”. Isso ressoava no coração de Naruto. Outra lembrança que o afetou foi a causa da destruição de Uzushiogakure. “Somos especiais meus pequenos, por isso fomos um clã temido e respeitado”... “Lembre- se, quando as outras vilas tomaram conhecimento da arte de Fūinjutsu, as nações começaram a temer e a respeitar a vila do redemoinho. Porém, foi de onde começou todo o respeito, que veio o medo. As outras nações começaram a ver a aldeia como uma grande ameaça. E a destruição foi inevitável”.

–Definitivamente. ---disse tremendo e apertando os olhos com força.--- Eu definitivamente não vou deixar a vila da minha mãe, a vila da prima da vovó, e agora a minha, ser destruída novamente.

Esbugalhou seus olhos gritando e apertando seus punhos como se seu coração fosse perfurado por uma Kunai. O Modo sennin estava ativado junto com o modo Kurama completo. O chakra da kyuubi ficou mais espesso, e o rosto da raposa se formou abrindo a boca e rugindo bem alto.

“Por mais que ele tentasse plantar no coração de seus parentes e das pessoas da vila sobre a chegada da verdadeira paz, eu sempre achei que no final... sempre no final... só restam palavras.”

Esse foi o ultimo devaneio que Naruto teve das palavras escritas no diário.

........X........

O loiro está muito irritado. Que atitude esse Uzumaki de cabelos amarelos tomará? Será que suas palavras vão ajudar novamente? E mais, que clã será que está atacando? Por que motivo? Naruto não reconheceu o símbolo, que nação será essa? E Como conseguiram passar por um jutsu de camuflagem tão bem feito? É o que saberemos no próximo capítulo.