POV Bella:

Antes de sair do carro, Alice me fez questão de me lembrar sobre a festa:

- Não se esqueça da festa! - falou com um sorriso enorme - Vou te buscar amanhã, para a gente se arrumar na minha casa.

- Ah, a festa... - falei sem me preocupar em parecer desanimada. Alice percebeu a minha desanimação, mas para a minha sorte iminente, ela perguntou nada e somente disfarçou. Antes de sair do carro, sorri para ela e corri até a porta da frente, entrando em casa.

Joguei a mochila em qualquer lugar à minha frente e encostei na porta, deslizando meu corpo até me sentar no chão frio, mas não me importava com a temperatura. 

Suspirei. Que dia longo e cansativo. Sim, estava cansada. Não aguentava mais essa indiferença do Edward para mim e aquele jeito frio que ele me olhou hoje, só concratizou o fato de que nunca vai dar certo. Nunca vai dar certo, se fosse para dar certo, já teria acontecido. Isso é um fato.

Meus olhos começaram a arder sem eu perceber, pisquei rapidamente, antes que começasse a chorar, pela milésima vez. Levantei-me do chão e subi as escadas, sem pressa. Deixei minha mochila em cima da cama e tirei meus sapatos. 

Tentei me concentrar na lição de Geometria e a matéria era Trigonometria, mas a unica coisa que se passava na minha cabeça era qual seria o ângulo perfeito para beijar a boca do Edward... Argh! Suspirei e deixei meus cadernos de lado, inconformada de nem conseguir me concentrar em uma simples lição, porque tudo me levava a pensar nele.

Decidi pegar meu exemplar surrado de O morro dos ventos uivantes ( N/A: Clichê esse livro né? ), que por coincidência, teria que ler o livro para a próxima aula de Literatura Inglesa, mas isso não era problema porque é pelo menos a quinta vez que leio esse livro. Desci com o livro em mãos e me sentei no banco na varanda, fora de casa, com um cobertor sobre meu colo enquanto me concentrava nas palavras do meu livro favorito.

Já havia lido esse livro muitas vezes, mas sempre o lia de novo e de novo, como se pudesse ter esquecido algum detalhe. O livro não é muito famoso, mas gosto dele. Apesar dele não ser famoso, é clichê. E tenho que confessar que histórias clichês são bem a minha cara.

Começou a ficar escuro e fiquei com dificuldade para ler, por causa da falta de luz. O frio também aumentou, me fazendo tremer. Me agarrei mais ao cobertor e entrei em casa. Charlie logo chegaria e ainda não fiz o jantar.

Havia me esquecido de novo de ir ao mercado! Não tinha nada para comer, só o resto de pizza que não devia estar muito bom... Já era tarde para ir no mercado e improvisar algo, e mesmo que desse para ir, estou sem carro. Ligar para Alice e pedir carona para o mercado estava fora de cogitação.

Decidi ligar para um restaurante qualquer e pedir um jantar para a viagem. Liguei e esperei o jantar chegar.

Depois de alguns minutos, ouvi a porta ser destrancada e vi Charlie aparecer logo depois, sorrindo ao me ver sentada em um dos sofás da sala.

- Olá Bells - falou. Só o meu pai me chamava de Bells...

- Oi pai - sorri de lado - Como foi seu dia?

- Foi parado - falou - É o esperado ao ser policial da menor cidade do país. - é - concordei.

- O que você está assistindo? - falou tentando fazer um dialogo decente comigo.

- Na verdade, não sei - voltei a fitar a televisão - Estava procurando algo para me distrair - algo sem ser o Edward.

Ele sorriu.

Eu e meu pai nos dávamos bem. Ele não se intrometia na minha vida e nem eu me intrometia na vida dele. Apesar de não conversamos muito, gosto da nossa relação.

(...)

Nunca tive tanto medo de um sábado em toda a minha vida. Virei-me na cama, a fim de tentar encontrar o sono que perdi e tentar não pensar nesta festa por pelo menos, mais 15 minutos.

Mas no momento que fechei meus olhos novamente, meu celular tocou no criado mudo. Nem precisei olhar no visor para saber que era a Alice. Atendi o telefone bufando.

- Oi Alice

- Bom dia, Bella Adormecida! - falou extremamente animada. AVISO: Não queiram ver a Alice extremamente animada. é um saco. - Dormiu bem? Espero que sim, porque nosso dia vai ser cheio e você precisa estar disposta!

Alice não me deixava responder, ficava falando e falando. Não contrariei e fingia que prestava atenção. Finalmente depois de muito tempo, ela desligou o telefone e fui me arrumar para ir a Port Angeles, como Alice havia me informado para ir.