Ele não veio falar comigo, isso me incomoda, talvez o meu jeito tosco e infantil tenha estragado tudo aquilo que poderia resultar em algo entre nós. Se ele ao menos soubesse como eu fico quando não falo com ele… Sabe aquela impressão que falta algo? É assim que me sinto quando não falo com ele. Talvez eu não seja o suficiente, talvez eu esteja cega de amor… Mas o que eu posso fazer? Exatamente nada. A única coisa que posso deixar acontecer é o sofrimento vir, devagar e dolorido, até me consumir por inteira e num certo ponto, vou esquecer.

- Vicky Bispo

POV Bella:

Eu passei a manhã toda esperando que Edward dissesse algo. Não algo do tipo "eu te amo, Bella"– não que eu esteja negando que não quero que ele diga isso, sim, eu quero muito que ele diga que me ama... Mas eu quero que ele diga isso do jeito certo.

Mas hoje eu esperava que ele fosse me cumprimentar, puxar assunto com um sorriso no rosto e a voz confiante. E isso não chegou nem perto de acontecer.

Durante a aula inteira, ele tentava não me olhar e quando olhava, seus olhos verdes demonstravam o quanto estava distante, confuso e nervoso. E provavelmente ele estava assim por minha causa. Claro, tudo é culpa da Bella. Enquanto seus olhos me encaravam, eu abaixava a cabeça envergonhada e sentia calafrios.

Era visível que hoje não está sendo um daqueles dias que você se sente feliz. Eu não me sentia feliz, eu não me sentia nem perto disso. Eu estava triste. Não, aquilo que eu sentia não era tristeza. Era algo pior. Algo como amor e dor, tudo junto.

Eu me sentia bem fisicamente, mas a situação dos meus sentimentos não estão nada organizados. Eles estão embaralhados, me deixando confusa todos os dias e tudo isso, por causa do Edward. Ah, Edward. O principal motivo - e também a solução - dos meus problemas. O que acontece é que ainda estou surpresa como ele domina com facilidade minhas emoções e sentimentos.

O sinal tocou interrompendo meus pensamentos e avisando que as aulas acabaram por hoje. Reuni minhas coisas rapidamente e coloquei de qualquer jeito dentro da minha mochila, querendo sair logo da sala.

Peguei minha mochila e pendurei no meu ombro, praticamente correndo eu sai da sala sem olhar para trás. Eu não ousei olhar para o Edward, pois poderia me arrepender disso... De novo.

(...)

Na volta para casa, no carro só estava eu e a Alice, Edward provavelmente pegou carona com a Tânya e se eu dissesse que não estou incomodada, estaria mentindo. Não queria nem imaginar o que eles estão fazendo.

– Bella? - Alice me chamou e quando percebi, já estávamos na frente de casa.

– Hm?

– Você está tão pensativa hoje ... O que houve?

– Nada - menti. Quem me dera se hoje tivesse acontecido algo.

– É o Edward, não é?

– Sempre foi - suspirei pensativa.

– Não se preocupe com ele. Sinceramente ele não te merece e você sabe disso. Você merece algo melhor. - não conseguia pensar em alguém melhor do que Edward... Será que existe?

POV Edward:

Observei Isabella sair da sala sem olhar para trás. O que aquela garota tinha? Algo nela causava a minha insônia, algo nela fazia eu pensar nela o tempo todo, algo nela prendia minha atenção. E era por isso que estava com a aparência péssima hoje.

– Eddie?

Olhei para a porta e encontrei Tânya escancarada na porta, com um sorriso malicioso e um vestido marcando seu belo corpo.

– Olá Tânya - sorri para ela tentando mostrar que estava bem. Fui até ela e enlacei sua cintura e a beijei, sem pressa. Mas então percebi que não era os lábios dela que eu queria junto aos meus.

– Vamos? - falou mordendo os lábios com a voz cheia de malícia.

Sorri para ela assentindo.

Fomos apressados até seu carro, e ela dirigiu até sua casa.

– Seus pais estão em casa? - perguntei enquanto ela dirigia rápido demais, rápido até para mim que gostava de correr.

– Não. - respondeu

(...)

Abri os olhos e lembrei onde estava. Estava deitado na cama da Tânya, dentro do seu quarto. Olhei para o lado e vi seus cabelos loiros revoltos no travesseiro, com as costas nuas e ouvia sua respiração pesada, mostrando o quanto estava cansada. Mas dessa vez, não foi tão mágico como das outras vezes. Não era com a Tânya que eu queria estar. Não era seus beijos. Não era os seus toques... Acho que nunca foi.

Sorri tristemente e beijei a cabeça da Tânya, saindo da cama e m e vestindo rapidamente. Peguei um bloco de notas que havia no criado-mudo e escrevi um bilhete.

Sai dali sem fazer barulho, caminhando nas ruas frias de Forks.