POV Bella:

Durante a aula, Edward não me disse mais nada. Aproveitei que ele não estava conversando comigo e comecei a pensar que, infelizmente não consigo prestar a atenção nas aulas à dias! Mas esse pensamento foi desviado para o fundo da minha mente, quando eu vi pelo canto do olho o professor de Geometria passando nas fileiras para vistar as lições dos alunos e, quem não havia feito, levaria uma marcação na caderneta que seria mostrada aos pais.

De repente me bateu o desespero, e percebi que não adiantava ficar desesperada, eu era educada o suficiente para pedir a lição emprestada para o Edward e seria impossível fazer a lição as pressas quando o professor está a duas carteiras de distância de você.

– Isabela, cadê sua lição de casa? - olhei para cima e vi o olhar ranzinza do professor sobre mim. Droga. Estou fudida.

– Eu esqueci em casa. - eu menti e não sou boa com mentiras. Não poderia dizer que não consegui fazer porque estou perdidamente louca por esse garoto ruivo com os olhos verdes que senta ao meu lado.

– Bom, eu não vou esquecer de anotar na caderneta e depois informar ao chefe Swan. - falou ocupado anotando em meu nome a observação " Não fez lição de casa" . Sim, ele conhecia meu pai. Todo mundo conhece meu pai!– Se eu fosse você, ficaria preocupado com suas notas. Ele me olhou, daquele jeito como se fosse o "juízo final da minha vida" e desviou o olhar, indo verificar as lições do Gregory, um garoto nerd pra cacete que sentava atrás de mim.

Suspirei aliviada e percebi que ele me olhava.

– Que foi? - crispei meus lábios

– Precisa de ajuda? - perguntou arqueando as sobrancelhas - Se quiser, posso te ajudar - "Você mais atrapalha do que ajuda" pensei em dizer, mas não disse. Engoli as palavras para dentro e elas continuaram presas na minha mente. Em vez disso, dei outra resposta.

–Não - mordi os lábios, meio nervosa.

– Certeza? - insistiu.

– Sim - o timbre da minha voz saiu sarcástico e percebi que ele não se convenceu com a minha resposta, então eu só sorri tentando parecer convincente. Meu sorriso provavelmente parecia uma careta.

Ele continuou a me encarar por um tempo, quando por fim tocou o sinal e ele desviou o olhar do meu, saindo da sala sem pressa com a mochila grande nas costas.

Era fato que não conseguia me concentra em nada ao lado de Edward Cullen e eu odeio isso. Guardei meu material ás pressas e sai em direção a sala de coordenação . Bati três vezes na porta e ouvi um sussurrado entre.

– Olá Kate- cumprimentei a mulher a minha frente, seu nome escrito em seu crachá preso ao suéter. Usava óclinhos meia lua e o coque loiro preso firmemente em cima da cabeça. Tirou os olhos do computador assim que a chamei.

– Isabela, certo?

– Sim - respondi e ela ficou me olhando, querendo saber o que eu estava fazendo ali - Eu quero mudar de sala.

– Por quê, querida? - perguntou com gentileza.

– As minhas notas estão péssimas e acho que se eu mudar de sala, meu desempenho será melhor.

– Tem certeza de que é esse o seu problema?

– Sim - eu não tinha dúvidas de que Edward era meu problema. Só não podia informar isso a ela.

– Ok. Irei averiguar se tem outra sala do segundo ano do Ensino Médio com vagas. Te informo amanhã. -

– Obrigada - sorri em forma de agradecimento.

– Não há de que - sorriu.

Acenei um tchau e sai da sala. Odiava ter que ficar longe dele, mas era preciso e bom, eu não iria criar tantas expectativas com ele longe. Eu havia vantagens em mudar de sala, e essas vantagens prevaleciam sob as desvantagens.

Voltei ao corredor já vazio. Todos já haviam corrido para o calor do ar condicionado de seus carros ou todos já haviam ido embora para suas casas após um longo dia de aula. E eu estava sozinha. Segurei na alça da minha mochila e marchei até a saída da escola, sem pressa de ir para a escola.

Assim que cheguei no estacionamento, tomei um susto por causa da tamanha surpresa ao vê-lo encostado na minha caminhonete. Toda a sua superioridade e sensualidade exalando, fazendo a minha Chevy vermelha desbotada parecer algo completamente diferente do mundo dele.

Mas então sua cabeça se levantou e seus olhos me encontraram, e nos seus lábios, um sorriso apareceu.

– Pode me dar uma carona?

Carona?!Por que diabos ele estava me pedindo uma carona? Ele havia me beijado no sábado, no domingo estava pouco se fudendo e hoje, em plena segunda-feira, em pleno dia que estou de mal humor, ele vem fofo na aula e no final do dia me pede uma carona?!

– E Alice? - ergui as sobrancelhas. Não me preocupei em esconder em como estava desconfiada.

– Eu a dispensei.

– Por quê? - isso tinha que ter um porque. E eu quero que ele me dê motivos muito bons, por que, sinceramente, cansei das suas palavras que simplesmente são jogadas no ar.

– Por que eu estou com saudades de você - falou. Em seus olhos não encontrei nenhum resquício de mentira, eram tão límpidos como os olhos de uma criança ingênua. E eu fiquei sem chão. Ele estava mesmo com saudades? Oh porra, ele sabia como foder com minha cabeça, me deixar confusa e entregue a ele. Submissa. Não, submissa não, só entregue e... Fraca.

– O que...?

Eu tentei pensar em algo coerente para respondê-lo, mas nada veio e ele foi mais rápido, inclinado a cabeça para me beijar e confirmar o que ele havia dito a segundos atrás. Roçou seus lábios nos meus, e a sensação já tão conhecida por mim veio. Aquele formigamento nos lábios, um formigamento bom. O fogo começou a percorrer cada ínfima célula do meu corpo, explodindo nas minhas veias e concentrar-se dentro do meu peito. No lugar onde estava o tal conhecido coração. Todo o meu corpo entrou em ebulição e senti que cairia se seus braços não estivessem tão firmes na minha cintura e minhas mãos agarradas em sua blusa. Eu não conseguia pensar em mais nada, nem no modo em como ele atrapalha minha vida, nem do jeito que mesmo que ele atrapalhe, ele deixa a minha vida mais gostosa e proibida. Não conseguia pensar no meu nome. Nos meus problemas. A única coisa que eu pensava era que, pelo amor de Deus, que ele nunca mais pare de me beijar.