A Patricinha e o Lobisomem escrita por elizabeth beans


Capítulo 12
Capítulo 11 - Ano novo, Velhos habitos




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Ano novo, Velhos habitos.

 

 

Seth P.O.V.



Nada daquilo parecia certo pra mim.

Ir atrás da garota do Jake - que ele já disse umas dez vezes que não era a garota dele, mas tudo bem porque nem ele sabe o que está falando – Roubar carros, roubar roupas, roubar convites de festa, quebrar câmeras de vigilância, bater um pouco e roubar mais alguma coisa.


Se não fosse o risco de ter acontecido algo realmente serio com os pais da Srtª Weelow eu não estaria me metendo nessa. Minha mãe com certeza me esfolaria vivo se descobrisse onde estou agora e Leah iria ajudar ela nesse serviço.


Que bela forma de passar o fim de ano.


Já tava era passando da hora de eu arrumar um imprinting pra mim. Gostaria que tivesse um botão que agente aperta em algum lugar para ligar e desligar essa coisa de lobos. A maioria do bando se arrumou e eu ficava aqui jogado as traças, ou era arrastado para rondas com Colim e Brad, as crianças. Sentia saudades dos Cullen também, mas isso eu devia realmente guardar à sete chaves dentro da minha mente se não quisesse levar uma surra, liderada certamente por Jacob.


O humano que Jake nocauteou do lado de fora da boate para pegar os passes livres e o terno era um desses seguranças grandalhões que metiam medo na molecada. Claro, pra um lobo ele não era pário e nós sabíamos que aquilo não era muito justo e nem muito direito, alem do que já era pra ele ter voltado à consciência e Jake ter voltado com a garota. O que ele estava fazendo lá que não voltava? Será que viemos ao clube errado? E o humano, será que tinha morrido ou entrado em coma e coisa do tipo?


Conferi os sinais vitais. O coitado tava só dormindo mesmo. Menos mal.


E foi então que eu ouvi a voz do Jake mesmo com os ruídos da musica muito alta. Parecia chegar cada vez mais perto de onde eu e o segurança desacordado estávamos esperando, logo atrás do clube noturno em uma viela que dava pra um beco desses sujos com caçambas amarelas de lixo.


Ele estava aos berros com a Srtª Weelow e não é como se eu quisesse ouvir nada, mas eu tenho ouvido de cachorro sabe, literalmente. Fiquei na minha e tentei bloquear a conversa deles pra dar privacidade. Não que tenha funcionado!





Jacob P.O.V.



Aquela droga de boate tinha gente demais, nenhum ar circulando, nenhuma saída discreta e um DJ idiota que parecia decidido a tocar só musicas estranhas feitas com gente bêbada grunhindo.


Pra não falar que aquele cara de quem eu peguei o paletó emprestado não era tão largo nos ombros mesmo que as mangas estivessem perfeitamente ajustadas em mim e eu parecesse bem patético com o meu jeans e os sapatos dele, no minimo um tamanho menor que meus pés.


Mesmo quando se é um lobo, acredite, a dor ainda significa alguma coisa. Meus pés estavam com certeza me provando isso, nesse exato momento.


Era impossível de identificar Amelie naquele bolo de gente, todos vestidos com cores claras em panos muito brilhantes, parecendo tão iguais em tudo, como um rebanho. Pelo seu cheiro não era possível, já que era tudo tão abafado que meu olfato foi para o espaço. Mesmo com minha visão privilegiada eu estava sendo cegado pelo conjunto de luzes muito coloridas e irritantes. Minha audição aguçada escutava cada nota da musica, muito ruim, mas não conseguia distinguir a voz dela no meio de tudo.


Aquilo era, oficialmente, minha nova definição de pesadelo e eu me perguntava a cada segundo o que eu ainda estava fazendo ali, o que Seth ainda estava fazendo lá fora, ao lado de um humano desacordado e o que EU ganhava com toda essa situação, exatamente.


E nem uma resposta vinha a minha cabeça.


Mas ai eu me obrigava a pensar em Marta toda desesperada com alguma noticia bombástica pra dar à Mily e a Kim mais desesperada ainda por ter sido convencida – enquanto tentava ser uma boa pessoa com Amelie – à mentir por ela e com o perigo de se desmascarar bem no meio de uma provável tragedia familiar e eu continuava ali parado como o pateta que eu era, olhando pra todo lado com os sentidos prejudicados e quase humanos, até que um brilho vermelho me chamou a atenção e eu vi aquele maldito rubi em forma de coração que o padrinho sanguessuga tinha dado pra ela de presente.


O colar estava no pescoço de uma garota completamente bêbada, vestida de um jeito muito sensual, com um vestido colado e decotado nas costas e na frente.





Ela dançava amparada por um cara que claramente estava se aproveitando para passar a mão nela onde podia e não podia e que parecia tão bêbado quanto ela, com um corte de cabelo cheio de gel ou sei lá o que esses playboys usam por ai pra fazer o seu cabelinho estupido ficar assentado em suas cabeças de ovo.


Nas mãos ela tinha um drinque grande com uma sombrinha colorida na borda e ela parecia totalmente alucinada, enquanto arruinava seu penteado dançando com tanta fúria que teria acertado alguem de forma fatal se dançassem muito perto deles, e, apezar de tudo, estava fantástica.

Ainda era a mulher mais bonita da festa, e foi isso, e não finalmente a reconhecer, que me fazia acreditar que eu tinha encontrado a nossa fugitiva adolescente. Com certeza, portando uma documentação falsa só pra melhorar um pouco a minha situação se algum policial estupido fosse nos parar.

Bater em mais humanos parecia ser minha sina da noite. Certamente o segundo cara a apanhar seria aquela coisinha com quem ela dançava. O moleque ia aprender a passar a mão na vovozinha dele. Rumei para o meio da pista principal afim de pega-la e acabar logo com esse fim de ano desastroso, mas alguma coisa me impediu.


A contagem para o dia 1º de janeiro tinha começado.





Amelie P.O.V.



Não há nada como a inconsciência parcial de quase um litro de Vodka no seu sistema. Era como se eu flutuasse na pista de dança e ao mesmo tempo arrastasse os meus saltos D&G como se fossem bigornas. E nada disso realmente importava, porque o meu estado completamente embriagado me impedia de ser consumida por todos os sentimentos que me assolavam, desde que eu pus na boca a primeira gota de álcool dessa noite maldita.


Minha melhor amiga era uma vadia falsa, meus pais não estavam nenhum pouco preocupados se eu vivia ou morria e nem um cartão de Boas Festas me mandaram, e, eu fugi, voluntariamente, das únicas pessoas no mundo que me trataram bem. Só para estar aqui, no meio de toda essa multidão e na companhia de ninguém;


Esperar o fim desse ano e o começo do próximo na completa solidão interior, de porre e sem nenhuma disposição para acordar desse torpor induzido tão cedo. O que deveria ser uma passagem importante era para mim, assim como boa parte da minha vidinha insignificante, um grande acontecimento em branco, literalmente de Branco.


A musica parou e os telões começaram a exibir uma seleção de fogos ao redor do globo como estava previsto. Luke deu um passo a frente com a clara intenção de me abraçar mas não era ele quem eu queria ali, então eu dei meu próprio passo, pra mais distante dele e cruzei meus braços junto ao peito desejando que os malditos 10 segundos pudessem durar apenas um piscar de olhos e que a musica voltasse, que o bar reabrisse e que eu pudesse me esquecer da minha miséria com mais um pouco de bebida gratuita.


10


9


8...


De repente era como mergulhar em uma poça de gelo. Porque eu estava sentindo tanto frio se aquela pista estava tão cheia...?


7


6


5...


Uma lagrima caiu do meu olho que felizmente estava maquilado com produtos a prova d'água. Eu era tão patética!


4


3...


- Feliz ano novo! - Uma voz rouca e grave sussurrou no meu ouvido, me aquecendo e me fazendo acreditar que tinha endoidado de vez, porque agora eu tava alucinando também.


2...


Minha alucinação me virou de frente para ELE, segurou as minhas bochechas em suas mãos sempre tão quentes e grandes e me beijou sem hesitar.


1...


ZERO!!!


A nossa volta explodia o ano novo e os gritos de vivas de todas as pessoas do clube, enquanto eu nem sequer me importava de estar realmente louca e beijava de volta fingindo com toda a vontade que aquele beijo era REAL, que Jake estava mesmo ali e que eu estava caminhando nas nuvens sem nenhum efeito da Vodka; apenas dos lábios macios e fartos grudados aos meus em um roçar suave e profundo que me fez surda, muda e sem sentidos por todos aqueles instantes.



Jacob P.O.V.



”Pronto , agora ferrou de vez!”– Eu pensei assim que a musica parou e as pessoas começaram a se abraçar e se preparar para a passagem do ano. Era, de repente insuportável, imaginar Amelie beijando aquela coisinha engomadinha com quem ela dançava.


Mas era isso que ia acontecer, não era? Ele se esfregou nela durante toda a musica, estava claro que escolhera ela para o “beijo da virada” e todas as outras tradições. Queria pular em cima dele e deixa-lo desacordado, em um pior estado do que o segurança la fora, e ao mesmo tempo, eu sabia que não faria isso, assim como não fui capaz de ir atrás daquela sanguessuga nojenta que matou a minha melhor amiga, a mulher que eu amava; transformando-a num monstro igual a ele. Covarde era o que eu era.


A minha frente uma garota também parecia passar pela mesma situação que eu. Ela era incrivelmente loura e parecia uma stripper pela roupa que vestia, que era bem mais curta do que a maioria. Em uma fração de segundo enquanto eu desejava fechar os olhos para não ver Mily e o playboy aos beijos, ela tinha em sua face a mesma expressão e olhava para a mesma direção.


Ia me virar e esperar que eles acabassem...


Mas antes de qualquer atitude minha, eu vi Mily dar um grande passo para traz, ficando bem mais próxima à mim do que à ele, e a vi cruzar seus braços em torno do decote de uma maneira angustiada e desprotegida.


Um jeito que me lembrou, pela segunda vez, uma certa garota humana que eu conheci a muito tempo e que sempre agia assim quando estava sofrendo. Depois disso foi automático. Era a minha deixa. Ela tinha esclarecido bem as coisas com seu acompanhante.


Cheguei nela de fininho, de perto eu podia sentir claramente o aroma de sua pele. Foi como se eu me embebedasse. Não prestava mais atenção a nada.


- Feliz ano novo! - minha voz saiu sozinha. Ela tremeu e eu percebi feliz que tinha soltado os braços da prisão que fazia em torno do peito. Me reconheceu imediatamente. Talvez até esperasse por mim. “Não seja presunçoso, Jacob” - pensei enquanto a virava, tomando-a nos braços claramente intencionado.


Seu rosto exibia uma gama de expressões que iam do panico à alegria. Seus lábios se entreabriam em sintonia com os meus. Ela não refugou meu beijo nem por um instante sequer, como se estivesse se entregando em minhas mãos de uma forma completa.


Não sei quanto tempo agente se beijou, sentindo o gosto um do outro sem preça. A boca dela ainda tinha um traço marcante de álcool mas não era desagradável. Talvez eu devesse falar serio com ela. Acho que o que nós dois precisávamos naquele momento era um ultimato. Essa coisa de amizade colorida já tinha dado o que tinha que dar.


Eu imaginava se ela recusaria um relacionamento de verdade e mesmo que boa parte de mim ainda tivesse calafrios só de pensar em compromisso com qualquer mulher que fosse, estava claro demais pra quem quisesse ver que nós estávamos destinados a nos encontrar; combinar e descombinar na medida certa.


- Hei você! - o humano imbecil, praticamente gritou no meu ouvido. Ele tinha me cutucado também, mas é claro que eu nem me dei conta disso já que a força dele era como uma pena para mim.


Nos separamos, Mily ainda estava ofegante e virada de frente para mim. Apoiei ela pela cintura e a coloquei a meu lado pronto para a interferência.


- O que quer? - ladrei para o humano que pareceu vacilar um passo para traz quando olhou bem para mim. Reconheci na hora, era o mesmo playboy que dançava com ela antes.


- Quem é ele Weelow? - perguntou pra ela dando mais um passo a distancia. Covarde!


Mily fez sua expressão mais autoritária e ergueu aquela sobrancelha perfeitamente arqueada dela. Eu conhecia aquela expressão e aquele cara estava prestes a levar um toco daqueles. Um sorriso se formou nos meus lábios. Mas então, algo na expressão dela mudou quando olhou na direção contraria a nós e deu de cara com a garota loira que eu vira antes.


- Jake, pode pegar uma agua pra mim? - ela me olhou com um sorriso fácil que não era nem um pouco sincero. Eu desconfiei na hora. - Por favor? - ela acrescentou com mais vontade. Lhe dei as costas, mesmo sabendo que devia era ter pego ela de qualquer forma e levado embora já que tínhamos coisas mais importantes a tratar, mas mesmo assim, a anta aqui seguiu direto para o bar.




Amelie P.O.V.



Sim, eu iria embora com Jacob, na verdade, eu quase deixei que ele me arrastasse pra um canto qualquer com aquele beijo perfeito. Só que, bem... Eu ainda tinha contas a acertar, que mesmo cheia de vodka eu era capaz de me lembrar.

Como eu não precisava que Jake visse o que eu faria, o mandei até o bar por um momento. Dois minutos apenas. Não seria uma tarefa difícil e eu teria terminado o que precisava fazer em menos que isso.

A uns quatro metros de mim, encarando sem disfarçar e com a cara de quem não comeu e ainda por cima vomitou, a minha ex-melhor-amiga tentava garantir que ninguém chegasse perto do alvo dela nessa festinha horrível. Alvo esse, que era o mesmo cara que tentou e tentou a noite inteira e mesmo bêbada, eu não fiquei com ele.

- Trace. - eu chamei assim que a batida da musica diminuía para ser substituída, um "time" perfeito.

Ela subiu aquele nariz fino a custa de plastica até quase o nível de sua testa e sustentou meu olhar, arrogante.

Luke tinha voltado a dançar quando viu que eu não dera atenção à ele. Se esfregava com uma garota qualquer a uma distancia ridícula de mim.

Sem desviar meu olhar e sem nem piscar pra não perder a cara de fracassada dela eu o puxei pela gola da camisa social, a essa altura, toda aberta. Apenas olhei pra ele a fração de segundo necessária para chamar a atenção para a minha mordidinha estratégica no lábio inferior.

Ela atira e ela acerta!



Lucas me puxou para si e me grudou em sua boca, que já era uma velha conhecida minha, desde a nossa puberdade. Não foi o melhor dos beijos. Eu poderia ter suspirado de tédio. Mas beijei ele com os olhos bem abertos e encarei ela durante cada segundo do beijo.

Quando eu me soltei do garoto pronta para ir até o Jake e sair daquela noite podre, Luke foi arremessado à uns dois metros do lugar onde estava, abrindo espaço na multidão da pista.

Virei-me assustada procurando a razão daquilo. Jacob ainda estava com seu punho erguido e agora ele me olhava com muita fúria, uma cara de dar medo, mesmo!




Jacob P.O.V.



- Ficou louco!? - ela esbravejava tentando ser ouvida através da musica muito alta. Eu ouvia, se ouvia!


O que ela queria que eu fizesse?Eu vi quando o panaca se virou pra ela e a agarrou. Ela não necessariamente lutou contra ele mas eu vi quando ELE agarrou ela. Estava no meu direito socar ele, tanto que o franguinho ainda estava no chão. Com ela eu conversaria mais tarde.


Os seguranças começaram a convergir para a confusão no centro da pista, era hora de dar o fora.


- Vem. - dei uma olhada seria pra Amelie, aquilo não era discutível.


- Não mesmo! - ela empinou o nariz e tava tentando dar uma de bêbada pirracenta pra coima de mim. Como se fosse adiantar alguma coisa.


Pequei ela e joguei no ombro com a maior facilidade, saindo dali antes de ter que botar mais alguns humanos a baixo. Estava mesmo irritado com essa droga de lugar e tínhamos coisas realmente importantes a tratar. Ainda nem tinha avisado sobre os pais dela. Quer dizer, avisado que acontecera algo, porque saber mesmo eu não sabia de nada. Precisávamos já estar em La Push uma hora dessas. Realmente não dava pra perder tempo.


Ela gritou e gritou, lutou em vão me chingando e me chamando de homem das cavernas, de louco, de desequilibrado. Queria que eu a colocasse no chão.


- Quando você se comportar como uma pessoa adulta eu deixo você transitar como uma, por enquanto você vai aqui mesmo. - respondi controlando meu gênio, pois por mais controle que tivesse, ainda sim meu sangue não poderia esquentar ali no meio daquele tanto de gente, literalmente. Ela continuou gritando. Desci um pouco mais sua cabeça para que ficasse mais distante do meu ouvido. Os protestos aumentaram.


Lembrei da ultima vez que fiz a mesma coisa, no Natal; Agente acabou se beijando pela primeira vez.


Dei uma gargalhada quando ela me chamou de animal, tinha feito a mesma coisa da outra vez. “Eu sou mesmo, meu bem!” - quis muito gritar de volta, mas deixei pra la. Enfezar ela não seria de grande ajuda agora que eu precisava de certa colaboração para encontrarmos o Jared e cairmos na estrada.


Cheguei no beco onde tinha deixado Seth e o segurança desacordado e a coloquei no chão procurando o moleque com os olhos. Ela estava enlouquecida. Nunca vi nem o Paul naquele estado. Apontou um dedo pra mim e avançou aos poucos como uma cobra pronta para o bote.


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Notas finais do capítulo

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
desculpem qualquer demora , espero que gostem!!!!!!!!!!!^^