Inopino escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 1
Capítulo um


Notas iniciais do capítulo

Olá para todos que decidiram gastar seu tempo lendo minha mais nova Fic! Sim, eu estou superfeliz por terem feito isso!

Quero começar dizendo que sempre morri de vontade de escrever uma Fic de Vampire Academy, mas nunca tive muita coragem de fazer. Esse meu sonho maluco iniciou assim que eu comecei a ler VA - que foi há uns quatro anos - e amei Dimitri logo de cara. E como eu já tinha iniciado uma Fic semelhante, - porém em House of Night - decidi que terminaria ela antes de postar essa aqui. Bom, não deu muito certo, porque a minha ansiedade falou mais alto, hehehe.

Preferi ler muitas, sério, muitas outras Fics com o ponto de vista dele antes de escrever a minha. Não que eu tenha roubado ideias nem nada, - até por que quem ler vai entender o que eu estou falando - mas é que eu precisava para chegar a uma personalidade que eu considero como dele, o que é muito difícil. Aceitei um enorme desafio ao começar a escrever essa história e espero que vocês aprovem.

Esse é um capítulo meio introdutório, por isso está curtinho, mas a história vai ir aumentando aos poucos, não se preocupem.

Um agradecimento mega especial à Fe (Meredith Hathaway) e à Mandy (Agnes), que me inspiraram a postar logo e a modificar a minha capa. E, ah, Mandy, sua linda, valeu pela revisão, se tu ler vai ver as pequenas modificações. Obrigada, fofas, esse capítulo é de vocês!

Em suma, espero que vocês gostem,

Boa leitura!



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Capítulo um

As fotografias borradas diante de minha visão eram um sinal claro de que deveria ser bem tarde na noite. Havia um peso morno pressionando meus ombros e me impedindo de estar alerta. Por mais que eu me esforçasse para tanto, sentia as minhas costas gritarem por um descanso que fosse depois daquele dia longo. Em um último esforço, pincei meu nariz entre os dedos indicador e polegar, na altura dos olhos, puxando a pele a fim de focar melhor a atenção. É claro que não adiantou muita coisa, mas felizmente sabia de cor qual era o nome escrito naquela ficha à caneta hidrográfica vermelha — a cor dos alunos problemáticos —, uma vez que o lera dezenas de vezes ao longo das últimas semanas.

Rose Hathaway.

Estava tão cansado de ouvi-lo por todos os lados. Parecia que, desde que descobrimos o paradeiro da princesa Dragomir, tudo sobre o que os guardiões podiam falar era a respeito da dampira que a acompanhava. O centro das atenções se tornara ela, só o que se discutia era sobre ela. Por causa disso, eu acabei por descobrir tudo de ruim que pudesse haver em um aprendiz, apenas por entreouvi-los dialogando a respeito. A comoção fora tamanha que me pegara diversas vezes rumando meu olhar pela sua foto, coisa que definitivamente não faria em circunstâncias normais, esquadrinhando o seu rosto em busca de alguma dica que pudesse me fazer entender por que a estudante era assim tão impopular.

Mas quem me olhava de volta era sempre uma adolescente normal.

— Belikov, você tem uns minutos? — A voz de Alberta me arrancou de meus pensamentos e fez meu corpo se enrijecer. Não estava à espera de sua aparição, o que me alertou para o fato de que estivera distraído — um crime imperdoável na minha profissão.

Estendi o braço para abaixar o volume da música que tocava no aparelho de rádio portátil. Na pressa, minha mão se chocou com o copo de café esquecido em cima da mesa, fazendo com que o líquido vertesse e se espalhasse pela superfície, encharcando a papelada.

— дерьмо! — Exclamei sem pensar, tentando quase inutilmente remover os arquivos da área degradada. Por sorte, eu os estudara tantas vezes que conhecia bem seu conteúdo, especialmente o do diagrama da região de Portland, de todos o mais importante.

Entreouvi os passos suaves de Alberta enquanto ela se aproximava de mim para me ajudar na tarefa, vendo de relance que ela escondia um sorriso, pelo modo como repuxava um dos lados da boca. A guardiã calmamente juntou os papéis limpos e os organizou dentro da pasta, ao passo que eu pensava o que diabos faria com o restante que estava encharcado.

— Deixe isso aí. — Ela posicionou a mão sobre a minha, contendo-me. — Desculpe por ter te assustado assim. Eu juro que bati na porta, mas acho que você não escutou.

— Não, não se desculpe. Realmente, estive distraído. — Levei minha mão à cabeça e, com os dedos, esfreguei ligeiramente a testa, que latejava. — Eu tenho sim alguns minutos. O que você precisa? É sobre a missão de amanhã?

Ela meneou a cabeça devagar.

— Eu não preciso de nada. A diretora Kirova quer falar com você.

— Agora? — Lancei uma olhadela ao relógio pendurado na parede, vendo que eram quase 08:00 da manhã. Para uma Moroi, que tinha menos tolerância à incidência dos raios solares, a sua resistência era admirável. — Você por acaso sabe o que ela quer comigo?

Alberta se limitou a encolher os ombros, indicando a minha pequena tragédia.

— Não faço ideia. Por que não vai enquanto eu tento salvar essa papelada? — Assenti e me adiantei na direção da saída, mas o seu chamado me fez estacar novamente. Olhei para ela, a ponto de vê-la sacar um molho de chaves do cinto. — Aqui, use a saída dos fundos. Kirova comentou que não queria nenhum par de ouvidos atento ao que ela tem a lhe dizer.

— E essa agora? — Franzi meu cenho, tomando o chaveiro das mãos da guardiã com desconfiança. Porém, nenhum de nós tinha exatamente controle sobre a diretora da Academia, nem sobre suas nuances de humor, então Alberta não teria como me fornecer maiores detalhes. Dei de ombros. — Bom, já que é assim... me deseje sorte!

Ouvi seu riso pouco antes de atravessar a porta, e o eco de seu sussurro me acompanhou pelo corredor enquanto eu deixava o aposento:

— Acho que sorte é do que você menos precisa.

≈VA≈

O prédio administrativo era mais amplo e pomposo do que o dos guardiões, e quase sempre se encontrava mergulhado na penumbra. Naquela hora da manhã, porém, brilhava suavemente pela ação da luz. Enquanto me esgueirava pelo caminho lateral usando as chaves de Alberta — em respeito ao desejo de Kirova de não ser vista por ninguém —, perguntei-me qual assunto seria tão urgente ao ponto de não poder esperar pelo dia seguinte.

Com o som de minhas botas atritando no piso polido como o único indício de minha presença, dei duas batidinhas na porta da direção para me anunciar.

— Entre. — Veio a voz lá de dentro.

— Com licença, a senhora me chamou? — Postei-me no batente entreaberto, vendo que a diretora se encontrava em pé, admirando a vista de fora por uma fresta na cortina.

Ela sequer se virou para mim.

— Sim, Belikov. Tenho um assunto importante para discutir com você.

Assenti, deslocando-me ao seu encontro. Não me sentei, e ela tampouco me indicou que o fizesse, apesar de eu não estar de guarda naquela hora.

Pelo visto a conversa seria breve.

— Eu nem sou capaz de encontrar as palavras para dizer o quanto a missão de amanhã à noite será importante. Você sabe disso muito bem. — Começou, enfim se virando em minha direção. Mantive-me em silêncio, ouvindo. — Há forças por trás disso que você não pode nem imaginar. Você terá a seu dispor um grupo de guardiões experientes, e foi escolhido para liderá-los porque confiamos na sua discrição e sabemos de sua eficiência.

— Obrigado, diretora.

— Não me agradeça ainda. Faça isso quando tivermos a princesa Dragomir segura dentro de nossas paredes. Foi difícil o bastante termos passado dois anos correndo atrás de pistas falsas e insuficientes. Eu não quero que isso volte a acontecer.

— Não acredito que seja o caso. — Argumentei, procurando manter minha voz estável. — A senhora conhece o plano e acompanhou os treinamentos pessoalmente. A chance de não funcionar é muito pequena. Quase ínfima, eu diria.

Kirova arrebitou o nariz, abrindo um sorriso quase irônico.

— Uma chance ínfima ainda é uma chance.

— Como qualquer plano, este não é à prova de falhas.

— E que bom que mencionou isso. — Ela disse, como se estivesse à espera daquela declaração desde que iniciara nossa conversa. Kirova se inclinou e descansou ambas as mãos sobre a mesa do escritório, baixando o tom para um murmúrio, a expressão enrijecida. — É exatamente por isso que o chamei aqui. Quero que você preste bem atenção ao que vou dizer agora, Belikov: há apenas uma falha em seu plano, e eu sei qual é.

— Qual? — Perguntei, tomado de surpresa.

— Rose Hathaway.

Ah, aquele nome outra vez. Por pouco não soltei uma risada enervada.

— A dampira? Por que ela seria uma falha no plano?

— Você pode achar graça, mas não a conhece como eu. Rose Hathaway foi a responsável pela fuga de Vasilisa, foi quem a manteve escondida e longe da Academia por todo este tempo. Ela é uma erva daninha que deve ser erradicada a todo custo, pois representa tudo o que não pode haver em um guardião: indisciplina, teimosia, irreverência. Belikov, quero que saiba que, quando sua equipe estiver em Portland e as coisas desandarem, a preferência no resgate deverá ser apenas uma, entendeu? Isso é uma ordem.

Franzi o cenho, piscando os olhos para espantar o cansaço. Não havia outra explicação ao que eu acabara de ouvir além das horas de sono que me faltavam.

— Desculpe, diretora... o que a senhora está me dizendo?

— Se precisa que eu seja mais clara, que assim seja. Caso você perceba que Rose se revela um obstáculo ao seu plano de ação, não quero que hesite em deixá-la para trás, você entendeu? Belikov, Rose Hathaway não é o alvo da missão. A princesa, sim.

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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal! Como estão?

Queria aproveitar o espacinho final para dizer a você, novo leitor ou antigo leitor, que Inopino veio passando por uma série de mudanças nos últimos tempos. Como a maioria sabe, eu havia parado de escrevê-la há alguns anos, mas recentemente tive uma espécie de injeção de adrenalina e decidi fazer o possível para terminar a fanfic.

Até me dar conta de que eu não poderia retomá-la do ponto em que parara, pois a escrita já não tinha mais nada a ver comigo. Então, voltei ao ponto inicial e repensei cada cena, cada capítulo, buscando uma construção mais atual do Dimitri, além de condizente com quem eu sou no momento. Acho isso muito bom, pois eu mesma estou com a idade que o Dimitri teria (na verdade, até um pouco mais velha), o que me permite ser muito mais verossímil. Enfim, espero que apreciem as mudanças.

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