Angels And Nightwalkers escrita por Annie ONeal


Capítulo 7
Estranha Fraqueza


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas?! Sentiram saudade? lol
Esse demorou um pouquinho né? E não ficou muito grande xD
Curiosos?
Aí vai;



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   River deu um sorriso fraco.

   - Hmm, é, mas está tudo bem.

   - O inferno que está! O que houve? – Crouser queria se aproximar mais, mas o sangue dava vertigens.

   - Bom, digamos que eu meio que trombei com seus perseguidores, e eles se lembram de mim.

   - Malditos filhos da puta. – Crouser xingou e quis sair, mas River se pôs em seu caminho.

   - Já passou, eu fiz um belo estrago e quem sobrou já deve estar longe. – Crouser fez uma pausa admirando a coragem e bravura de um ser que parecia tão frágil e delicado. Baixou os olhos.

   - Me deixa ver. – River ri.

   - Está tudo bem, vou ficar bem. Só preciso tomar cuidado para não sujar seu tapete de-... – A voz de River some e ele se desequilibra numa subia tontura. Crouser o apóia imediatamente, passando os braços ao redor dele e o encostando em seu próprio corpo.  Sentiu muito do liquido quente contra seu abdômen.

- Droga, River... - Crouser diz, se sentindo totalmente aterrorizado. E o mais bizarro era que ele na se lembrava da ultima vez que se sentira assim. Ele trás o anjo para sua cama.

   - Ah não, nem vem. Você nem me levou pra jantar antes. Que tipo de garoto você acha que eu sou? – Era pra ter soado como uma piada, mas Crouser estava nervoso demais para rir, e a expressão de dor no roto do anjo não ajudou.

 - Calado, jantar é a ultima coisa que você tem que pensar agora. – Ele se afasta somente um segundo para pegar algumas toalhas brancas limpas. A camisa fina do anjo tingiu-se de carmesim do lado esquerdo todo. Isso piorava muito sensação do vampiro e o cheiro doce de sangue fresco o estava deixando ansioso. Quanto mais intenso o cheiro, mais sangue parecia haver.

   Crouser engoliu o medo e desabotoou a camisa, e quando viu, arfou.  Um corte grande e um tanto profundo, feito por uma espada, adaga ou algo igualmente afiado traçava uma linha vermelho escuro que descia do meio das costelas até o quadril. Uma fúria queimante se agitou dentro do vampiro.

  - Por Deus, você está sangrando muito.

  - Vai ficar tudo bem... Só preciso de um pouco de luz solar evitar movimentos bruscos e vai dar tudo certo.

   - Se você ainda não notou faltam algumas malditas horas para o sol nascer. Até lá você já vai ter perdido todo o sangue. – River fechou os olhos.

   - Vai ficar tudo bem... – Murmurou de novo.

   - Como pode ser tão otimista mesmo morrendo?! – A fúria quente se transformou num pânico frio como gelo. Era a segunda vez que alguém morria em seus braços, e se recusava a deixar acontecer de novo, se recusava a falhar. Já tinha sido bem traumático da primeira vez.

   Ele precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa. E rápido, se não... Ele não queria pensar no “se não”. Ele não pensara da primeira vez, deixara o pânico tomar conta e agora Heaven estava morto.  Se concentrou o máximo que pode. Pensou na luz solar que ia demorar tanto ainda. Pensou no corte aberto que matava seu Guardião lentamente.

   Pensou na habilidade de regeneração rápida dos vampiros. Ele estava muito pior na primeira noite e não fora preciso mais do que algumas horas de sono para que ele se sentisse novo em folha. E esse poder de cicatrização rápida era ainda mais forte nos vampiros guerreiros por causa da freqüência que acontecia.

   - Eu... Eu posso fechar isso pra você. – River abriu os olhos subitamente ao ouvir essas palavras.

   - Nem pense em chegar perto de mim com uma agulha ouviu? Eu vou ficar bem.

   - Não assim... – Crouser para e suspira. – Eu posso regenerar você com a... Como foi que você chamou? “Coisa de vampiro”. – O vampiro desenhou aspas no ar e o olhou como se o estivesse desafiando a aceitar uma proposta tão absurda. Mas era River. Ele era doido. Claro que concordou.

   - Vá em frente. – O anjo sorriu, e Crouser pôde ver alem da fachada que ele estava se esforçando. Tudo bem. Ele subiu na cama e se aproximou de River que já estava com a respiração fraca. Droga, ele tinha que ser rápido. Abaixou a cabeça tentando não pensar, mas assim que pôs a ponta da língua pra fora, ele se retraiu.

   - Sou um ser das trevas e você, da luz. Se eu fizer isso vai ficar uma cicatriz. – E Crouser odiaria marcar o corpo perfeito de um anjo... Especialmente aquele. Ele sentiu o corpo de River ficar tenso debaixo do seu. Até que o anjo finalmente abandona a atuação e implora;

   - Ah, pelo amor de Deus, se você pode fazer alguma coisa pra parar a dor, apenas faça. Por favor. – Crouser não precisava ouvir mais nada. Se ele tinha admitido estar com dor, as coisas deviam estar muito ruins. Ele se inclinou e fechou os olhos.

   Quando sua língua tocou o sangue um choque subiu por sua coluna e River gemeu, agarrando seus cabelos negros, afundando seus dedos nele. Esse som, misturado com a leve dor e com o gosto doce cítrico dele quase fez Crouser ir ao delírio.

   Mas como o bem treinado vampiro guerreiro que ele era ele se enterrou em autocontrole e se forçou a fechar o corte, apenas. Passou a língua com cuidado por toda a extensão do corte, e então, juntado todas as poucas forças que lhe restaram ele se afastou, sentindo as mãos do anjo deslizarem frouxas, largando-o.

   - Muito... Obrig-...

  - Shhhh. Não precisa dizer nada. Precisa ficar parado e descansar. Eu não sei como isso pode te afetar então... – Os olhos azuis de River estavam quase fechados, mas ainda se mantinham nele. Ele ainda tenta falar alguma coisa antes de apagar num sono pesado, que mais pareceu um desmaio.

   Crouser se encheu de pavor, mas se obrigou a acalmar os nervos e prestar atenção no peito do anjo subindo e descendo numa fraca, porém constante respiração. Mais recuperado, ele se levanta devagar, sentindo as pernas tremerem e leva a camisa e as toalhas ensangüentadas para o banheiro. Isso precisava ficar longe da sua vista.

   Pensou em sair e caçar os malditos, mas não podia deixar River. Seus olhos voltaram-se para a cama involuntariamente mais uma vez.  River parecia estar imerso num sono tranqüilo, mas ele se lembrava bem do que ele tinha lhe dito; que anjos não dormem, a não ser em situações extremas. Ele olhou para o céu escuro e de repente, soube o que fazer.

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   River sentia-se tonto. Seu corpo parecia flutuar. Morrer era assim? Era bem mais desconfortável do que ele se lembrava. Se bem que da primeira vez ele tecnicamente não passou pelo processo de-... Calor. Um calor familiar e extremamente revigorante.

   Sol.

    Ele tentou abrir os olhos e a luz que os inundou foi a coisa mais deliciosa entre as ultimas horas angustiantes. Exceto talvez pela língua de Crouser... Ei.

   River se senta rapidamente sentindo o corpo balançar pelo choque e pelo equilíbrio ainda não recuperado. Aquilo tinha mesmo acontecido? Ele olhou em volta. Estava na sacada do vampiro cercado de almofadas e não havia nada de sangue à sua volta, apenas a claridade do dia. Então devia ter sido verdade. Um calafrio lhe subiu pelas costas.

   Tudo tinha sido muito rápido, Parish o chamar, eles encontrarem os vampiros, a batalha da qual ele se lembrava muito pouco. Quando tudo acabara ele fizera um esforço e voltara. Sentia uma dor fora de proporção nas costelas e achou que pudesse ter quebrado alguma coisa até sentir o sangue.

   Aí Crouser o tinha achado e tinha cuidado dele. Tinha fechado o corte, tinha feito ele abandonar a idéia certa que ia morrer. Tinha falado com ele suavemente e o acalmado guiando ele para um sono que o manteve estável até o amanhecer finalmente chegar.

   O anjo se levantou sentindo cada fibra de seu corpo renovada e cheia de força, sob a luz morna do sol. Já era quase meio dia, ele já estava ali tempo suficiente. Olhou para o local logo abaixo das costelas e sentiu um misto de alivio e surpresa. Uma fina linha pálida marcava o que fora sua sentença de morte. Era maior do que ele imaginara. O vampiro que dizia não lhe suportar tinha salvado sua vida... Por mais difícil que fosse de entender, ele precisava agradecer.  

   Abriu a porta da varanda e entrou na escuridão total do quarto com um sorriso. O quarto estava frio e não havia nem sinal do vampiro. O anjo fechou a porta atrás de si, fechando as pesadas cortinas e fazendo o ambiente voltar ao negrume de antes. Seus olhos demoraram a se acostumar, mas a logo ele viu uma luz suave escapando pelo vão da porta do banheiro.

   Correu ate lá e abriu a porta sem dar a mínima para coisas tipo privacidade. Bater na porta pra que né? Como se algum dia ele tivesse se importado. O vampiro se virou para ele instantaneamente, um tanto sobressaltado, mas pareceu relaxar um pouco ao notar quem era.

   O sorriso de River sumiu quando ele viu os braços de Crouser. As marcas vermelhas se espalhavam pelas mãos, antebraços e pelos bíceps, subindo pelos ombros e terminando mais claras no rosto. Ele tinha olheiras escuras de quem tinha passado o segundo ou terceiro dia em claro.

   - Crouser... O que-...

   - Estou bem. – O vampiro assumiu sua postura fria enquanto vestia uma camiseta rapidamente e se dirigiu pra fora do banheiro. O anjo o seguiu, claro.

  - Não, não está! Você se queimou, você... – River parou, se dando conta. – Você me pôs pra fora no nascer do sol... Não é?

   - Tanto faz. – Crouser não estava olhando para ele. – Fico feliz que já esteja bem. – Ele adicionou como se comentasse sobre o tempo. River não entendia. Como ele podia ser tão bipolar? Se pôs na frente do vampiro obrigando-o a olhá-lo.

   - Me deixa agradecer. Você salvou minha vida... Muito obrigado, era eu que devia fazer isso, eu-...

  - Não importa. – Crouser desviou-se dele. Essas palavras fizeram o anjo perder a compostura.

   - É claro que importa! Por que você faz isso? Fingir que nada aconteceu? Você se importa de verdade comigo ou não? Achei que me odiasse, que se eu morresse nem faria diferença. - O vampiro parou e virou apenas a cabeça para olhá-lo por cima do ombro.

   - Cale a boca. – A voz de Crouser estava baixa e sombria. Só que River não ligava. Ele já estava no seu limite. Precisava entender.

   - Vem calar! Cansei, droga. Toda vez é a mesma coisa, primeiro você diz que me odeia, que não me suporta e em seguida faz algo significativo, algo que mostra que você se importa... A gente se aproxima e ai você se afasta. Por que você não se deci-...

   Crouser o interrompe de súbito, o puxando pelo colarinho da camisa e o trazendo para perto de si, colando seus lábios nos do anjo falante, calando-o. River suspira e sente o copo ceder facilmente ao toque sutil do vampiro. Quando ele se afasta ligeiramente o anjo não resiste:

   - Acho... Que essa é uma excelente forma de me fazer calar a boca. – Crouser sorri e o beija novamente.

   - Você fala demais.                                      


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Notas finais do capítulo

Entãooo....??
O que acharam?
Preciso de coments hein?
Não vou demorar tanto pra postar o próximo, até mais pessoas! o/



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