Angels And Nightwalkers escrita por Annie ONeal


Capítulo 6
Reflexões da Madrugada


Notas iniciais do capítulo

Então gente, resolvi apressar um pouquinho e postar esse cap hj msm, pq eu geralmente posto sábado né e vou viajar nesse findi.
Segurem seus nervos, vamos lá;



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River fechou os olhos sentindo o calor do sol da manhã sob sua pele, entrando nos seus ossos o enchendo de energia e disse a si mesmo pela talvez vigésima vez naquela manhã que não, o beijo não significara nada. Mas droga, ele não conseguia tirar o sorriso bobo da cara.

Sendo sincero; ele tinha se aproximado de Crouser num momento crítico, quando ele estava se sentindo vulnerável e não deveria considerar nada significativo. Alguns segundos depois,quando se afastaram, Crouser tinha pedido que ele saísse, não do jeito seco que fizera no dia que pedira para sentir o coração, mas de um jeito suave que o surpreendeu.

River não sabia o quer esperar, mas sabia que não iria muito além disso. Não importava, o fato era, Crouser já devia ter se tocado e devia estar mais que arrependido de ter beijado outro macho. E agora que as coisas finalmente estavam se encaixando e se ajeitando para eles, ele que não ia deixar que voltasse a ser do jeito tenso que eram antes. Então ia agir com normalidade, como se nada tivesse acontecido, para que Crouser se sentisse o menos desconfortável possível. E talvez eles esquecessem isso.

Mas quem ele estava querendo enganar? Não ia esquecer isso nem tão cedo.

Uma sombra caiu sobre ele tapando o sol e quando ele abriu os olhos viu Parish ali, com um sorriso afetado e torto, cheio de algo que ele não soube identificar. Parecia que ia contar uma piada, mas o que saiu foi:

- E então, a fim de vingar seu homem? – River franziu testa.

- O que...?

- Crouser. Sabe os caras que estavam putos com ele e que ele foi atrás e aí você o salvou e toda essa parafernália? – River se sentou arrumando a postura.

- Fale mais.

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Mas a verdade era que a súbita mudança de comportamento de Crouser era pura e simplesmente por que ele tinha perdido as forças quando beijara o anjo. De repente não confiava mais em si mesmo perto dele. Ele se virou na cama tentando não pensar nisso, não reviver as imagens, as sensações.

Mas era quase impossível. Ele ergueu os olhos para o relógio. Já passava da uma da tarde. Mas em que diabos ele estava pensando? Deixou-se levar pela proximidade, pelo momento... Não devia deixar isso acontecer. Nunca. Mas e agora que tinha acontecido? Como isso ia afetar os dois?

Ele não queria que as coisas ficassem estranhas nem nada assim, mas não ia dar para agir como se nada tivesse acontecido certo? E honestamente, o que ele sentia por River? No começo era irritação, depois tolerância e em algum ponto tinha passado para algo que parecia amizade.

Algo que o fazia querer estar perto do anjo e sentir que faltava algo se o loiro falante não estivesse por perto. Ele tinha se acostumado, era isso. Era uma estranha sensação de solidão, como se de repente ele sentisse falta dele ou como se precisasse de alguém do lado de sua cama para conseguir dormir. O que era ridículo, claro.

Ele rolou na cama de novo grato por River estar lá fora no sol. Ah, insônia. Fazia tanto tempo desde que ele passara um dia em claro. Suspirou. Precisava dormir, esquecer. Ou comer. Ele sentiu as veias queimando ao pensar nisso.

Era isso. Só fome. Um lanchinho da madrugada cairia bem agora.

Crouser se levantou decidido. Precisava de um pouco de sangue, só isso. Se vestiu pensando em quem iria encontrar. Morgan estava fora de questão. Ele não queria nem pensar nela, e ela devia estar ressentida ainda por ele não ter ido procurá-la. Ia exigir mais do que ele podia pensar em dar. Fazer. Tanto faz.

Ele saiu do quarto e andou pelos corredores sabendo por intuição aonde ir. Só tinha aquela pessoa que sabia o acalmar quando sua mente estava um turbilhão, que ficava do seu lado não importava a situação.

Crouser ergueu a mão e bateu silenciosamente na porta do quarto. Esperou alguns segundo antes de ouvir um “entre” baixo e confuso. Quando ele abriu a porta viu a cama dossel e a confusão de lençóis e travesseiros que rodeava Other.

- O que foi...? – Ele perguntou confuso esfregando os olhos turvos de sono. – Aconteceu alguma coisa?

- Nada. Só me deu fome. – Other o olhou como se não acreditasse.

- E você veio aqui? Cadê a Morgan? – Crouser entrou fechando a porta suavemente atrás de si.

- Dane-se a Morgan. E eu precisava conversar e você sabe que ela serve pra tudo menos pra isso. – Other assentiu e abriu um espaço na cama para o amigo.

- O que houve?

- Primeiro comer. – Other revirou os olhos e alongou as presas. Se aproxima de Crouser, mas ele não se mexe.

- Você precisa deixar. – Other diz o olhando. Percebe que os olhos o amigo estão fixados nele. – O que?

- Nada. – Crouser balança a cabeça como se acordasse de um devaneio. Inclina o pescoço sem desviar os olhos. Other revira os olhos de novo e se aproxima.

- Você está todo estranho hoje. – E sem mais comentários ele afunda as presas no pescoço de Crouser que solta um gemido contido. Quando o sangue de Other passa pelos sulcos nas presas entra em suas veias ele se sente tão aliviado que mal consegue respirar. Não tinha percebido o quão faminto estava.

Other estava sobre ele, Crouser sentia o peso familiar e o cheiro embriagante de uvas frescas. Foi cedendo aos poucos, e acabou deitado com o outro vampiro por cima de si. Sentia o corpo se encher de força e uma energia positiva que parecia limpar de dentro dele toda a confusão com River, a pressão da visita do irmão, tudo.

Alguns segundos depois quando ele sentiu os lábios de Other se afastando de seu pescoço ele suspirou satisfeito. O amigo limpou as gotas de sangue do pescoço do Crouser com a língua e passou a as costas da mão na boca limpando o que restara ali. Estalou a língua com um sorriso e retraiu as presas saindo de cima de Crouser, que continuou deitado como se tivesse perdido as forças, não ganhado.

- Ok, já fiz minha parte. Agora fala o que deu em você hoje.

- Meu irmão apareceu. – Crouser disse com uma voz morta, mas que de certa forma estava afogada em emoção. Other engasgou.

- C-Como? O que ele queria? Ele não te expulsou né? Aquele anjo tem cuidado de você não tem?

- Sim, River não é o problema. – Quer dizer, era, em parte. Mas ele ia chegar lá.

- Esse é o nome dele?

- Meu irmão veio me fazer uma proposta para diminuir minha pena.

- Que loucura. Sério mesmo?

- Sim. Eu desconfiei no começo, mas o cara parece sincero. – Other ergueu uma sobrancelha.

- Isso é bom...?

- Não sei. – Por alguma razão, Crouser não conseguiu contar que o irmão também voltara no passado, mas isso era algo que ainda estava confuso para ele próprio.

- Vocês estavam distantes há muito tempo. Acho legal ele... Se importar com você. – Other deu um sorriso para o amigo. – E o que mais? Parece que tem mais coisa te perturbando você só não esta falando. – Crouser sorriu. Other o conhecia tão bem.

- É só isso. Não consegui dormir depois e estava com fome.

- Sei... Você não esta ainda pensando naquilo do Heaven né? Aquilo não foi culp-...

- Não é nada disso. – Crouser o interrompeu antes que o amigo pronunciasse as palavras que ele não suportaria ouvir. Ficou ali deitado encarando o teto e acabou pensando, mesmo sem querer, em Heaven. Seu maior e mais íntimo fracasso.

Quando sentiu o peito apertar e as lagrimas arderem nos olhos sabia que era o momento de parar. Seu limite. Ergueu o corpo se apoiando nos cotovelos notando que Other tinha caído no sono ao seu lado. Ele era fraco para ficar muito tempo acordado. Crouser deu um meio sorriso e afagou os cabelos lisos escuros de Other. Na penumbra do quarto e com o reflexo das velas acesas e das pesadas cortinas do quarto seus cabelos parecia roxos.

Fazendo uma nota mental para comentar mais tarde que aquela cor lhe caia bem ele se levantou da cama e saiu o quarto o mais silenciosamente possível. Voltou para seu quarto sabendo que River e sua falação constante iam distrai-o e evitar que ele pensasse no que não devia. Não queria.

Porém, quando entrou no quarto ele estava mortalmente vazio. O silencio parecia frio e o cheiro de framboesas tão característico do anjo estava suava, quase extinto, como se fosse um fantasma ou sua imaginação. Vampiro franziu a testa. Já passava da hora usual de River voltar. Ele recuperava as energias rápido e não levava mais que duas horas longe e sempre, sempre voltava.

Crouser tentou não se preocupar. Ele devia ter ido ao céu, ou algo assim. Mas que droga, o anjo devia ter uma vida além de ficar vigiando ele o tempo todo. Se ele ainda fosse o que era, essa era a oportunidade perfeita para sair. Só que ele tinha mudado. Estava preocupado. Mesmo que não quisesse admitir.

Lembrou-se da conexão mental, que o anjo tanto fizera estardalhaço. Se concentrou e o chamou, tentando não soar desesperado. Nada. Nem uma resposta. Ele podia sentir a presença do anjo, mas era como se ele não pudesse vir. E não respondia. Tentou de novo, fechando os olhos e dando tudo de si.

Nada.

Pensou em sair a procura dele, já era o por do sol afinal. Mas e se ele voltasse? Começa a andar de um lado para o outro feito um leão enjaulado. Dês de quando ele se sentia tão dependente, tão... Droga, isso não ia dar certo. Estava tudo nem, a ficar tudo bem. Um bom banho frio o ajudaria acamar os nervos.

Crouser entrou no banheiro e bateu a porta fechando os olhos. Mas. Que. Droga. Precisava se aclamar. Voltar a ser o vampiro frio que era. Com um suspiro ele começou a desabotoar a camisa preta e em segundos ela estava no chão. Antes que ele pudesse continuar, ele ouviu um barulho do lado de fora. A porta de vidro da varanda batendo.

Contra sua vontade, ele sentiu o coração acelerar. Ele abriu a porta do banheiro subitamente quase a arrancando fora e a próxima coisa que sentiu foi o doce aroma cítrico de framboesas. River estava ali, do lado de dentro, apoiado na porta de vidro, de costas para ele. Se curvava para frente como se sentisse alguma dor.

- River...? – E o vampiro se deu conta que era a primeira vez que chamava o guardião pelo nome. O anjo se virou para ele e Crouser de um passo para trás. Ele estava pálido como a morte. Abriu um sorriso que beirava o fraco e o assustador, mas que era apenas uma tentativa falha de dar seu sorriso usual.

- Oi... Desculpa o atraso. E eu ouvi você me chamar, mas eu não... Eu vim o mais rápido que pude.

- O que raios aconteceu?? – Crouser se recuperou do choque e se aproximou o anjo a passos largos. – Onde você estava? E por que-... – O vampiro fez uma pausa e focou os olhos no corpo do anjo que ainda estava meio curvado, e para a mão dele que não deixava o lado esquerdo do tórax. Viu o brilho escuro que escapava por entre os dedos pálidos do anjo. – Isso... Isso é sangue?


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Notas finais do capítulo

Muahaha.
Ficou bom? *-*
Quero coments hein?! Sou movida a comentários!

Ah, e gostaram da nova capa? Eu estava achando a antiga mto sombria pro River xD

Beijo gente, até o próximo o/



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