Fairies Never Die. escrita por KoushiiHime


Capítulo 14
Caçador de Cabeças




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Hoje era o segundo dia. Um membro da Sabertooth estava morto e qualquer um poderia ser o próximo a morrer. Não estou com medo, na verdade, estou curiosa... Seja lá quem for que matou Miniel é um espírito estelar, e existem poucos magos... Sendo assim, não há muita coisa para resolver esse caso. A não ser as palavras escritas no diário que Charllote encontrou.


"Por cinco anos deixei eles acreditarem que estive morta. Não quero que ele me veja desse jeito, clamando por Zeref. Seja lá quem for que estiver lendo isso saiba, mesmo que seja você, querido, eu peço perdão. Desculpe,—. "


Lembro que a última parte estava borrada. Talvez quem tenha escrito apagou ou a tinta caiu em cima. Pelo jeito que essa pessoa escreve, acho que posso concluir que é uma mulher...Uma maga celestial?


–Nashi, você está bem?– Disse Mizore, um pouco preocupada.


– Não é nada, só estou pensando sobre o que estava escrito no diário que Charllote encontrou...



Desde que chegamos aqui, eu não havia conversado com Mizore. Ela sempre parecia distante ou era eu mesma que estava distraída. Hoje vamos sair todos juntos para procurar alguma coisa para comer, e três irão ficar aqui. Nas nossas condições, não podemos nos arriscar.


– Devido aos acontecimentos...– Reed disse olhando para Dean, que pareceu um pouco triste– Decidimos que metade ficará aqui e a outra irá procurar alguma coisa para comer, já que os peixes não parecem uma boa ideia...

– Você não tinha decidido que ficariam só três? Nós somos onze, contando com os gatos.– Gale disse, sem descruzar os braços.

– E como assim nós? Você é o único que está mandando aqui!

Eu não me contive e acabei gritando de novo e teria feito mais do que isso se Darin não tivesse me puxado pelo braço. Reed foi o único a tomar decisões aqui desde que chegamos, e eu não estou mais o aguentando. "Nashi faça isso", "Nashi não se atrase", "Nashi não quebre isso", "Nashi não destrua isso", "Nashi não bata nele"!

Darin me puxou um pouco mais para trás, querendo disfarçar minha raiva. Se Reed tivesse percebido isso, talvez teríamos uma briga aqui e isso não levaria à nada. Até eu tenho que admitir que sempre crio confusões à toa.

– Nashi, Darin, Raven, Mizore vão para a parte do rio, Dean, Gale,D'Artagan vão sair para a parte da montanha. Eu, Charllote e os dois gatos vão ficar aqui.

– Ah é? E por que você tem que ficar aqui? E isso é mais do que a metade! Não decida as coisas desse jeito!

– Nashi, eu fiz essa divisão antes daquele tal de Miniel ser morto e desculpe de meu plano faria mais sentido se ele estivesse aqui, mas ele não está, então eu decido o que acontece!

Darin não me segurou dessa vez. Pude sentir meu braço se soltando, e o puxei para dar um soco em Reed. E assim eu fiz. E infelizmente, para minha surpresa, ele não teve reação alguma. Diferente dos outros, que pareciam um pouco confusos. Menos Raven, ela parecia estar sorrindo. Eu deveria saber que ela gosta de ver o barraco ao vivo... Achei que Charllote iria se colocar na frente, como sempre faz, mas dessa vez ela não fez nada além de sentar. Só espero que ela não se volte para o lado emo da força, porque é o que está parecendo...

– Darin, não deixe Nashi destruir tudo, algumas árvores podem ter pistas ou algo que possa ajudar, então fique de olho em coisas desse tipo.– Reed disse, se virando para mim e indo em direção à Charllote.

Como assim sem reação? Eu esperava um soco de volta, um insulto, até mesmo uma briga, mas não "sem reação"! Que droga! Reed, o que você é?

– Nashi, é melhor irmos logo, já vai dar meio dia, a julgar pela posição do Sol e ainda não comemos nada.– Darin disse, me puxando.

Esse gatinho esperto, queria saber de onde tirou esse cérebro mágico felino e que planos maquiavélicos ele tem. Planos maquiavélicos do tipo me acordar cedo nos fins de semana ou não me deixar comer doce...

Peguei minha mochila que estava jogada à um bom tempo em um canto qualquer e coloquei nas costas. Darin se colocou na minha cabeça e ficou ali. Raven não se importou em pegar uma mochila e Mizore parecia mais com sono do que fome. Na verdade, eu também estava com sono, porque é um saco acordar cedo e descobrir que está em uma ilha cheia de monstros, com alguém tentando te matar e que dormiu em uma pedra cheia de musgo e formigas. A parte de acordar cedo foi a pior de todas.

Já estávamos andando à um bom tempo e eu me perguntava o que eu estaria fazendo agora se nossos pais não tivessem ido à aquela mesma ilha, a que estamos agora. Talvez eu estivesse em um trabalho com eles ou estaria em casa comendo e fazendo bagunça. Realmente, é difícil pensar em algo que nunca existiu. É como ter lembranças falsas e você se sente como se nunca tivesse vivido de verdade. Eu gostaria de saber se todos se sentem assim também.

Agora estávamos na parte perto do rio. Aquele mesmo rio em que tivemos uma experiência não muito agradável e que me faz arrepiar só de pensar naquele cenário de horror de ontem. Acho que ainda posso ver manchas de sangue nas pedras e tem uns peixes pequenos comendo o resto de carne que sobrou e...Eu não deveria estar vendo isso, Nashi má! Nashi má!

Raven fechou os olhos. Tenho certeza que ela não quer ver isso de novo. Darin estava quase dormindo na minha cabeça, porque eu sentia ele ficando mais pesado. Exceeds são mais leves quando estão acordados, porque sua magia Aera os deixa mais leves. Já quando dormem têm o peso de um gato normal. Mizore estava quase se arrastando atrás de mim, e na verdade, ela não falou nada desde que saímos. Acho que seria melhor pergunta se está bem, ela está muito atrás...

– Mizore, está bem aí atrás? Você não parece muito bem... Precisa de ajuda?– Eu disse, meio que gritando.

Não obtive resposta, mas ela continuava vindo. Ela andava meio estranho, parecia que não aguentava o próprio peso. Isso é sono mesmo? Porque se for, ela está prestes a ficar em coma! Raven parou de andar e começou a olhar para Mizore com uma expressão estranha. Parecia estar analisando algo.

– Nashi, se ela levantar o braço direito, suba na árvore o mais rápido possível.– Ela disse, quase sussurrando para mim. O que isso quer dizer?

– O quê voc -

Antes que eu terminasse minha pergunta, algo escuro surgiu do chão como uma sombra e veio na nossa direção. Fiz o que Raven mandou e peguei no galho mais perto acima de mim, e fiquei lá como um gatinho. Darin acordou assustado, e como qualquer gato, saltou para a árvore e fincou as garras ali. Raven recebeu o ataque no meu lugar. Ela não recebeu dano algum.

– Nashi, essa é uma sombra demoníaca. Ou assim meus pais nomearam, porque não há nome exato para isso. Eu vou ver se consigo tirá-la do corpo da Mizore antes que ela morra!

– E eu? Eu quero ajudar, não pode lutar sozinha e me deixar aqui pendurada em uma árvore como um macaco! Eu quero ajudar!

– A magia dela é gelo e água, agora ela está possuída e usando magia de sombras, se você queimá-la, ela morre!

Não disse nada. Não posso ajudar nem lutar. Não quero matar Mizore e não quero que Raven se machuque lutando por mim. Lutar sem magia com uma coisas dessa é como um pássaro atacar uma árvore, sem dano algum e completamente inútil. Essa é a primeira vez que me sinto assim.

O corpo de Mizore ainda estava abaixado, apenas o braço direito levantado como se quisesse alcançar algo à sua frente. Ela deu mais um passo, saindo da sombra das árvores e mostrando uma pele cheia de marcas pretas onde antes não haviam nenhumas. Ela estava em uma cor acinzentada, e parecia um zumbi. Nunca tinha visto isso antes. Raven estava lutando agora, e repelindo os ataques das sombras que vinham em sua direção. Acho que essas tais sombras demoníacas só atacam o que está à sua frente, então por isso Raven me pediu para ficar aqui em cima. Se atacar por trás fosse útil, Raven já o teria feito. Eu tinha que tentar alguma coisa, então arranque um galho acima de mim e joguei no rio, fazendo um som leve. Só não sabia que o galho iria prender entre duas rochas, e agora a água que passava fazia um barulho alto o suficiente para a sombra ouvir e pensar que alguém estivesse ali.

A "ex" Mizore se voltou para o rio, dando uma chance para Raven a derrubar. As sombras que estavam no chão se dissiparam, e a coloração cinzenta de Mizore desapareceu. Acho que meu plano funcionou.

– Raven, posso descer agora? Acho que já foi embora.

– Tudo bem, acho que não tem problema.

Desci e fui em direção às duas. Ambas estavam no chão, mas Mizore estava quase como se estivesse desmaiado, já Raven estava ajoelhada. Darin, que havia permanecido quieto, agora estava se soltando aos poucos do tronco da árvore. Nunca pensei que ele fosse tão medroso. Cheguei perto de Mizore, que parecia estar tremendo. Encostei em seu braço e percebi que sua temperatura estava abaixo do normal, até mesmo para uma maga do gelo.

– Espera.– Raven disse.

– O que foi? Ela ainda está... "Possuída"?

– Não, a sombra já se foi. Só que ainda tem algo errado. Deixa eu olhar direito.

Peguei Darin, que ainda estava com medo, e o abracei. Acho que é uma mania minha abraçar Darin sempre que algo acontece. Raven chegou mais perto do corpo de Mizore e abriu a boca dela.

– Acho que se ainda tiver algo no corpo dela, vai aparecer como uma coloração diferente na língua ou o tamanho dos dentes. Já vi algo parecido em um livro e dizem ainda que a boca fica completamente preta. Não é o caso, ela está limpa. Pelo menos de uma sombra demoníaca.

– Como assim "pelo menos de uma sombra demoníaca"? Ainda tem alguma coisa nela?

– Talvez sim.

– "Talvez", "pelo menos", ninguém tem certeza de nada nessa ilha?

– Eu tenho.– Uma voz estranha disse, fazendo eu e Raven olharmos na direção do corpo de Mizore.

Estávamos talvez à um metro de distância dela agora, quando começou a se mexer. A "ex" Mizore levantou uma perna de cada vez, como uma boneca articulada se levantando sozinha, sem saber se mexer direito. Estava com os olhos fechados quando se levantou e um sorriso maníaco apareceu em seu rosto, revelando dentes afiados e fazendo um líquido preto pingar na grama. Os olhos se abriram e estavam completamente vermelhos. Um rosto psicótico que não pertencia à Mizore estava ali agora, e em suas mãos, fios prateados cintilavam na luz. Aquelas coisas certamente cortariam qualquer coisa, desde pedras até nossas cabeças.

- Eu tenho certeza de que vocês tem tempo para brincar comigo...


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Notas finais do capítulo

Clima tenso aqui o.O



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