O aeroporto estava completamente lotado de pessoas. Muitas com cartazes e com lágrimas nos olhos apenas esperando a chegada dela.

Demorou mais ou menos uma hora para que a loira em toda sua sensualidade aparecesse nos típicos saltos altos, com óculos escuros e a mala prateada.

– Ino! – Os fãs gritavam e se empurravam para poder vê-la ou tentar tirar uma foto. A loira acenava com um meio sorriso. Parecia uma modelo na passarela.

Os fotógrafos e reportes também lutavam por um espaço tentando captar volta da queridinha do Japão a seu território.

A loira foi em direção ao seu carro cercado por fãs.

– Ino o que você diz sobre essa sua volta ao Japão?

– O que eu digo? – A loira retirou os óculos, balançou as madeixas e sorrisos. – Eu digo que a verdadeira diva está de vota. – E voltou para dentro de seu carro.

RS

– Okay. Você tem certeza que está bem? – Tenten perguntou pela milionésima vez enquanto Sai sorria de maneira falsa. Ele sabia que a rosada estava odiando aquela sessão interrogatória.

– Eu já disse que sim. – Ela respondeu, mas não era verdade. Estava abalada com a revelação e com medo, mesmo que no fundo. O pai tinha morrido há oito anos. Exatamente no mesmo dia em que Sasuke e Naruto partiram para Tóquio para “tentar” aquilo de ser celebridade.

Aos dezesseis anos ela tinha contratado um detetive, sem o consentimento da mãe, para investigar a misteriosa morte do pai. Quando descobriu que a família Uchiha estava envolvida o ódio que nutria por Sasuke aumentara exponencialmente.

– Mas você está muito abatida. - Tenten insistia.

– Eu disse que sim.

– Não adianta, ela vai continuar a dizer que está bem. – Sai se pronunciou recebendo um soco.

– É bom que esteja porque a minha amiga está voltando e precisamos preparar uma festa em comemoração.

– Você gosta demais de festas. – Sakura falou enquanto eles subiam as escadas do apartamento.

– Querida meu pai é produtor musical e dono de bares e minha mãe era organizadora de festas. Gostar de eventos está no meu sangue. – A morena disse com um ar de felicidade, mesmo referindo-se a falecida mãe. – E acredite eu vou fazer o evento do ano.

– Do que você está falando? – Sakura perguntou encarando a amiga.

– Perdoe esse ser de ingenuidade. – Sai se pronunciou colocando a mão na cabeça da amiga de forma protetora. – Ela não sabe de absolutamente nada. Tão bobinha.

– Mas... – Sakura tentou falar, mas Sai a interrompeu.

– Caso você não saiba Hyuuga Hinata é prima de Hyuuga Neji. E Sabaku no Temari é irmã de Sabaku no Gaara o que quer dizer que ao realizar uma festa para as duas acaba se fazendo um evento para a Smoky Factory.

– Exato! – Tenten falou enquanto abria a porta de seu luxuoso apartamento.

– Espera! – Sakura praticamente berrou. – Mas você sempre disse que seu sonho era estar ligada a Smoky Factory.

– E realmente é. – Tenten começou a se explicar. – Você tem que entender que eu sou amiga da irmã e da prima e não deles e nunca fui muito ligado a eles. Eu mal os via quando ia à casa da Temari ou da Hinata. Foi coincidência o fato dos dois terem sido selecionados para virarem trainees. Eles não eram amigos até entrarem na gravadora.

– Isso ainda soa estranho. – Sakura disse enquanto analisava a imensa sala de estar da cobertura da amiga.

– Na verdade não se você pensar bem. Mas você é bobinha então te perdoamos por isso. – Sai se manifestou recebendo novamente um soco no braço.

– Vocês querem alguma coisa? – A morena perguntou sentando-se no sofá e ligando a imensa televisão de plasma.

– Não. – Os dois responderam em uníssono sentando-se ao lado de Tenten. Os três ficaram assistindo a maratona de Vizinhos Assassinos até que Sai disse que precisava voltar para hotel que estava ficando porque voltaria para Okinawa.

– Então você vai? – Sakura perguntou encarando a amiga.

– Claro. Quero ver o que ele tem a oferecer. – Tenten respondeu com um sorriso amargo.

RS

A morena estava sentada em uma mesa mais afastada do café. Estava extremamente calmo com pouco mais de duas pessoas sentadas e o lugar começara a cheirar a café puro e forte, como ela tanto gostava.

Ela tinha pedido apenas alguns biscoitos e uma xícara de café com chocolate quando ele chegou ocultando as longas e atípicas madeixas em um boné e na camisa de moletom preta. Ele procurou por alguém até que seus olhos se encontraram com os da morena. Discretamente ele se sentou levantando levemente o boné para que ela tivesse completa visão dele.

– Tenten. – Neji praticamente sussurrou. – Fico feliz que tenha vindo.

– Que bom. – Respondeu alegre mordiscando um biscoito de chocolate que tinha pedido.

– Eu precisava te ver.

– Eu sei que sim. – Retrucou a morena um tanto quando seca.

– Eu tenho tanto para te falar.

– Aposto que tem Neji. – A morena o cortou rapidamente. – Eu até entendo que você tenha passado por um período difícil quando entrou na gravadora, mas você me abandonou.

– Você tem que entender Tenten. – Neji tentava se explicar sem sucesso. Ele perdia os sentidos quando estava com ela. – Eu não podia falar com ninguém. Sequer minha mãe sabia. E eles obrigaram que eu não namorasse pelo menos pelos primeiros anos.

– Ainda não vejo motivos. Primeiro você diz que me ama, eu te apoio nessa ida para a gravadora e depois você nem olha na minha cara e eu tenho que fingir que entendo? – Ela se exaltou um pouco chamando a atenção de algumas pessoas, mas logo se acalmou.

– Tenten...

– Neji! – Bradou ríspida. – Você é quem não entende. Você não sabe o quanto eu sofri. Sofri quando partiu e quando voltou. Quando apareceu no bar do meu pai e sequer olhou para mim. Sofri enquanto fingia não ter absolutamente nada com você. Sofri por te amar. Mas por mais que eu ainda tenha algum sentimento por você eu não posso deixar você pisar em mim novamente. – A morena disse com os olhos marejados enquanto se levantava sorrateiramente.

–Tenten não vá! – Ele praticamente sussurrou enquanto acompanhava os movimentos dela. – Então pelo menos me ajude a debutar solo na agência do seu pai. – A morena franziu o cenho com a proposta. O que aquele homem tinha na cabeça? Por um momento ela tinha acreditado que ele realmente a amava.

– Eu vou ver o que posso fazer. – Foi tudo o que disse saindo do estabelecimento deixando duas notas em cima da mesa para pagar o que tinha consumido.

Neji ficou por um tempo ali, digerindo tudo o que tinha acabado de acontecer. E por mais que doesse vê-la o tratando de tal modo, ainda sentia que poderiam ficar juntos.

RS

Sakura estava em seu apartamento realizando alguns projetos para a faculdade. Nunca tinha pensando que seguir a carreira de jornalista poderia ser tão complicada. Porém, por mais que fosse árduo amava aquilo que fazia.

A música com batidas leves tocava ao fundo o que a ajuda a se concentrar. Pink Floyd sempre seria uma boa opção.

Ficava imaginando o que Neji estaria conversando com Tenten no exato momento e teve que se controlar ferozmente para não ligar para ela. Não estragaria o encontro de maneira nenhuma e depois a morena certamente lhe contaria.

Voltou a se concentrar nos estudos quando ouviu o leve ressoar da porta. Alguém batia de maneira rude na porta. A rosada se levantou e se encaminhou em direção a porta. Maldito porteiro que não avisava quem estava subindo.

Abriu a porta um pouco receosa e seus olhos esmeraldinos se arregalaram ao ver o ruivo parado a sua frente.

– Gaara. – Falou quase que em um sussurro. – O que faz aqui?

– Você deveria me convidar para entrar. – Disse de maneira ríspida com as mãos enterradas no bolso da calça preta e larga. Tinha um boné na cabeça, provavelmente para preservar sua identidade.

A rosada deu espaço para que ele passasse e fechou a porta.

– E então o que veio fazer aqui? Pensei... – A fala de Sakura foi cortada quando ele colocou as mãos em seu rosto e selou seus lábios em um beijo. Sakura ainda não entendia as intenções de Gaara. Primeiro ele a beijava e depois a evitava e depois voltava a beijá-la novamente. Mas não poderia deixar de admitir que era muito bom ter a sensação do corpo dela próximo de si.

O beijo foi ficando cada vez mais feroz e como se já conhecesse o caminho ele a levou até o quarto deitando o corpo pequeno dela na cama. Ele passava as mãos insistentes pelas coxas dela sem deixar de concentrar no beijo.

Porém antes de avançarem batidas duras na porta começaram a reverberar por todo o local. Os dois se entreolharam e quando Gaara estava prestes a se levantar uma voz conhecida se fez presente.

– Sakura! – Chamou Sasuke enquanto Sakura e Gaara ficavam sem reação.