My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 20
Conexão


Notas iniciais do capítulo

Oie!!! Bom, esse capítulo é bem breve, mas o próximo já vou adiantando está muitooo fofo, nem sei com tanta fofura veio a brotar da minha imaginação! Pensava que só tinha talento para escrever terror, mas com essa fanfic estou surpreendendo à mim mesma. Espero que gostem desse capítulo!
BOA LEITURA!



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Ren não entrou na sala depois do recreio, tinha “matado” a aula na quadra. Tentava arrumar alguma forma de dizer a Kelsey que ela poderia ajudá-lo a ficar livre do que o atormentava desde quando era bebê. Pensava que ela estava tão interessada na história do príncipe guerreiro como Sr. Kadam dissera que poderia começar conversando sobre isso, se havia algo que chamava a atenção da garota ou se a mesma estava interessada por outros motivos como ter visto alguma coisa que assustara.  Ela acreditaria na hipótese de alguém ser amaldiçoado por que a deusa Durga queria proteger o seu reino? Se sim, para ele já era meio caminho andado.

O mais importante no momento era se ligar à Kelsey, se ela fosse mesmo capaz de ajudá-lo a se livrar do tigre branco, já lhe daria um pouco de paz, pois o sentimento que estava sentindo estaria explicado. Seria pura intuição e não o tipo de atração que pensava que estava sentindo desde quando chegou à cidade e a viu.

****

―Kelsey acorda! – Tifany exclamou cutucando a amiga quando o sinal de término da aula batera. – Anda Ren já deve estar te esperando.

―Ren? – Kelsey falou sonolenta, mas logo se lembrando que ele havia pedido para acompanhá-la.

No fundo para Kelsey nada fazia sentindo, as atitudes de Dhiren que variavam de repulsão à aproximação eram um mistério. Sabia que toda vez que chegava perto dele uma sensação diferente passava pelo seu corpo e entrava no coração como se fosse um choque. Esses sentimentos a fizeram acreditar que estava apaixonada por ele, mas agora depois do que aconteceu quando desmaiou já estava duvidando que o que sentisse fosse algo mais do uma simples “paixonite” e não amor de verdade.

O motivo dele querer ficar com ela na enfermaria, não passava de uma simples preocupação. Entretanto querer levá-la até em casa, já era um pouco difícil de digerir, pois ele era Ren, o dono da escola e Kelsey, uma simples aluna que mudou de cidade e escola porque seus pais não tinham condição de se sustentarem na outra cidade.

As duas saíram da sala em silêncio, Tifany estava com um sorriso no rosto por Kelsey, que apresentava a expressão séria por estar desconfiada dessa repentina aproximação de Ren. Passaram pelo bebedor para Kells tomar água e acordar um pouco, e depois foram para o banheiro, pois Fany insistira para que ela passasse um gloss nos lábios.

―Tifany, ele só vai me acompanhar e aposto com você que vou ficar em silêncio a maior parte do tempo, já que não consigo falar sem gaguejar perto dele.

―Você não vai ficar em silêncio! Toda vez que Ren falar algo e você não ter o que responder faz “harãn” vai ser tiro e queda!

―Acho que vai ser mesmo, um tiro mortal e uma queda de 500 metros. – falou abafado, pois Tifany apertava sua bochecha para dar uma corzinha – Esses seus beliscões dói sabia?

―Você está muito pálida e ao invés dele te levar para casa vocês vão ter que ir para o hospital!

Após muitas apertadas nas bochechas de Kelsey e um pouco de gloss vermelho na boca elas saíram do banheiro. A maioria dos alunos já haviam saídos do prédio e se direcionavam para o portão. Dhiren já estava esperando Kelsey, sentado no banco que a viu pela primeira vez.

―Anda logo! – Tifany gritou quando viu Ren, Kelsey andou um pouquinho mais rápido, mas sentia seu corpo cansado e pesado.

 Dhiren a viu indo a sua direção e se levantou, com um sorriso no rosto. Cumprimentou Tifany e depois Kelsey, que parecia não estar feliz com ideia, entretanto tentou sorrir em resposta. Seu coração estava acelerado e a sensação que Ren lhe passava estava lhe dando medo, não sabia o que era aquilo, mas uma angustia de estar ao lado dele começava a crescer, como se tivesse um pressentimento de iria descobrir algo triste sobre o passado dele.

―Podemos ir? – ele perguntou se virando.

―Claro – Kelsey respondeu olhando para as pessoas que os encarava.

―Não se preocupe Kelsey, aposto que amanhã vai surgir um boato sobre nós dois, mas meus interesses são amigáveis, somente isso – a garota não estava acreditando que ele havia falado aquilo com tanta naturalidade e educação, se fosse outra pessoa realmente iria soar rude, pensou.

―O-O que você queria conversar comigo? – ela perguntou baixinho.

―Bom, já que você e eu fizemos as pazes quero conversar sobre você. Somos amigos agora,  Certo?

―A-amigos? – ela pausou e lembrou-se de quando estava na enfermaria – Isso, somos amigos.

Os dois estavam caminhando a passos lentos, Kelsey aparentava estar calma, mas sua pulsação dizia o contrário. Ren ainda não conseguira uma forma de tentar a convencer a ajudá-lo, era difícil só de imaginar que Kelsey sairia correndo se realmente não fosse ela a pessoa destinada a auxiliá-lo a descobrir mais sobre seu passado e sobre o futuro.

―Kelsey – ele falou olhando para frente – o Sr. Kadam disse que você se interessou pela história do tigre branco, isso é verdade?

Um choque passou pela espinha de Kelsey e no mesmo instante ela se lembrara do tigre branco em frente sua casa. Não queria mais pensar naquilo, ela já tinha até desmaiado por ficar pensando no tigre e ter essa conversa com Dhiren era inconveniente e sem sentido já que ele não acreditaria em nada do que ela dissesse, como seus pais e Tifany.

―Sim. Eu gostei das imagens na porta de madeira do colégio.

―E foi somente por causa disso que estava curiosa? – ele interrogou com um ar curioso, mas disfarçado.

―S-sim. Algum problema? – ela disse em um tom baixo de vergonha.

―Nenhum. Mas é que eu gosto muito dessa história, se quiser posso te contar novamente. Quer ouvir?

A pergunta de Ren era tentadora, o mito era realmente fascinante para Kelsey. Ela sentiu algo especial quando Nilima terminou de contar, mas, o mesmo sentimento de alegria se tornou mais tarde em medo. Tudo pareceu tão real e presente que a assustara.

―Acho melhor não – respondeu rapidamente para Dhiren sem hesitar.

―Tudo bem – ele falou aceitando a resposta – Mas podemos conversar sobre a história?

Kelsey queria dizer não. Não, porque nesse exato momento a imagem do tigre voltara a sua mente. Ele ia e voltava, como uma ciranda e isso era agonizante.

―Se você quiser – falou ainda mais baixo.

―Ela ainda continua a acontecer, sabia? – Kelsey negou – Minha mãe me contava que a descendência do tigre ainda ocorre atualmente, mas as pessoas não acreditam porque a deusa Durga não deixou escrito. Para crentes, às vezes, não basta ter somente fé, necessita também da parte racional.

―Racional? – Kelsey perguntou curiosa.

―Sim. As escrituras. É a forma que o homem antigo teve de trabalhar com seu lado racional. Escrever é considerado uma das coisas mais racionais inventada por nós.

Kelsey, não estava acreditando naquilo. A descendência continuava? Era impossível, como Nilima mesmo disse: iria se enfraquecendo e desapareceria de acordo com o tempo que fosse passando.

A voz de Ren ecoava em sua cabeça, ele parecia contar como uma pessoa sabia, que sabe tudo sobre sua cultura. Os seus olhos azuis encaravam o céu, a cada palavra pronunciada com um tom confiante, e as cores se misturavam quando Kelsey o encarava. Era como se em suas íris tivesse um espelho que refletisse tudo com a tonalidade azul, mas com o céu era diferente. Os dois se mesclavam e tornavam um só.

―Há um príncipe que após décadas recebera a essência do tigre para si. Mas ele não tinha laços sanguíneos com o da história. Ficando assim um mistério sobre o que acontecera para que a criança, mesmo no berço, recebesse uma parte de Durga.

―Isso é... – Kelsey procurava uma palavra para dizer, mas estava tão maravilhada que não conseguira terminar a frase.

―Isso é? – Ren disse e olhou para ela com um sorriso no rosto.

―Não sei. – respondeu depois de os dois ficarem em silêncio – Por que a deusa fez isso? Para proteger o reino do príncipe?

―De acordo com o que ela contara para o menino, uma vez que os dois se encontraram em seu templo, é. Mas se não me engano ela disse que tinha algo mais importante do que isso, algo que colocaria vidas em perigo e que o príncipe precisava se preparar. E o mais importante encontrar alguém. – sua voz expressava dor e tristeza.

―E ele encontrou? – a história envolvia Kelsey como se ela estivesse vivendo o que Ren contava.

―Sim. Mas, tudo se repetiu como o outro príncipe da primeira história. A pessoa que ele se apaixonou morreu. Ela não o amava, queria qualquer outro mesmo o jovem herdeiro do trono.

―Ela era boba – Kelsey murmurou.

―Talvez, mas não se pode obrigar ninguém a te amar, ainda mais quando essa pessoa descobre, sem querer, quem é o seu verdadeiro eu.

Quando Ren acabara de pronunciar a frase, Kelsey instantaneamente parou de andar. Eles estavam em frente ao bosque no mesmo lugar onde se esbarraram. Uma brisa leve passara levantando algumas folhas que estavam no chão, o ambiente parecia calmo e sem movimentação, fazendo a voz de Dhiren somente se misturar com o som das árvores.

Agora, por algum motivo tudo fazia sentindo para Kells. Quando ficou inconsciente, ela não estava imaginando, eram verdadeiramente Ren e Kishan brincando no trono, sem dúvida. O felino era somente uma sombra e ele não a olhava, e sim encarava Dhiren que estava na mesma direção que a sua. Os mesmos olhos. As mesmas expressões. A mesma dor que percebera.

Se tudo não era um mito. Se era realidade.  O Tigre branco e Ren eram os mesmos. 


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Notas finais do capítulo

Gostou? Eu queria tanto postar o próximo capítulo ainda hoje, só que vou deixar para amanhã. Amo suspense!



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