Jogos Vorazes, 1° Edição. escrita por Yukine


Capítulo 2
A Colheita.




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Depois do que ocorreu ontem a noite, meus pais e eu fomos para cama. Meu pai apenas me deu um beijo de boa noite e um sorriso fingido para que eu me sentisse melhor, já minha mãe, como sempre, tentou me consolar dizendo que isso é apenas uma brincadeira da Capital, e que é impossível eu ser escolhido entre tantos outros garotos do Distrito 1, mas mesmo com aquelas palavras e com aquele beijo eu não consegui pegar no sono.

Pela manhã, enquanto minha mãe preparava o café, um dos pacificadores bate em minha porta, então resolvo abrir, mesmo minha mãe pedindo para que eu não fosse. Quando abro a porta, o pacificador me entrega um envelope com um papel amarelado e um grande selo vermelho com o símbolo da Capital no centro. Fecho a porta e corro para perto da minha mãe para abrirmos juntos, então vemos que o que contem ali são apenas instruções.

Colheita.

Comparecer as doze horas na praça do Edifício da Justiça.

Esteja limpo(a) e bem vestido.

Não chegue atrasado.

Ao chegar, obedeça aos informantes.

Se um tributo recusar ir à colheita será executado.

Cornelius Snow.

Termino de ler as regras com um aperto no peito e vejo que minha mãe está chorando ao meu lado. Ela acaricia meus ombros e pede para eu ir para o banho, pois já são quase meio-dia. Tomo um banho rápido e saio da banheira. No meu quarto vejo que uma das camisas do meu pai e seu par de sapatos estão sobre a minha cama. Os visto de um jeito estranho e vou até a cozinha para que minha mãe me ajude a arrumar a gola da camisa.

– Você está lindo - diz com lágrimas no rosto.

– Obrigado. Mas o papai não vai gostar que eu use os seus sapatos novos. - digo - E por falar nele... ele vai para a colheita?.

– Claro querido, ele irá. - então me abraça tão forte que minha camisa desabotoa.

Quando estamos próximos ao Edifício, vejo outras crianças do meu distrito indo na mesma direção. Garotos e garotas que eu conheço e que agora estão prestes a morrer por causa dos idiotas do 13. Um palco enorme foi montado em frente as portas do Edifício, fazendo que sua entrada fosse bloqueada totalmente. Em frente ao palco, uma fila de pacificadores sentados em pequenas mesas, um com um grupo de garotas e outro com um grupo de garotos. Resolvo ir atrás dos garotos e quando pego na mão da minha mãe para vir junto, ela é barrada por um dos pacificadores, que a coloca junto com outras dezenas de mães atrás de uma barreira. A fila de garotos vai diminuindo. Cada um passando por um dos pacificadores, e depois indo para frente do palco, divididos por sexo. Quando chega a minha vez, uma pacificadora de cabelos negros e olhar frio pede para que eu estenda a minha mão. Ela segura meu dedo indicador e então o fura com um objeto que jamais saberei o nome. Ouço um pequeno apito e ela pede para que me junte aos outros garotos.

Depois de todas as crianças passarem pelo mesmo objeto estranho que eu, uma mulher magra e de cabelos pretos e lisos sobe no palco. Ela tem os lábios verdes, e os maiores cílios que eu já vi. Sem dúvidas que era mais uma palhaça da Capital.

– Bem vindo, todos - diz ela sorrindo - Esta é a primeira edição dos Jogos Vorazes e eu, Lea Frankie, fui escolhida para ser a acompanhante de dois de vocês hoje, mas, antes disso, vamos ver um filminho que eu trouxe da Capital para todos vocês.

O tal "filminho" na verdade era um vídeo curto, onde todas as imagens que passaram para nós ontem na tv estavam sendo repassadas, mas agora, com um discurso sobre como a guerra foi importante e como os Jogos Vorazes são uma representação de honra para os distritos. Quando o filminho termina, Lea vai até um dos enormes globos de vidro que estão sobre ao palco e diz:

– Como é de costume, as damas primeiro. - então ela mexe vários papéis que estão lá dentro e finalmente escolhe um. Ela abre o pequeno papel e anuncia o nome.

– Milene Axe!

Uma garota de cabelos curtos e castanhos vai em direção ao palco quase sem respirar, ela sobre o primeiro degrau e depois hesita, até que Lea resolve descer e ir buscá-la pessoalmente.

– Bom, agora é a vez dos cavalheiros.

Enquanto ela ia em direção ao globo eu me lembrei das jóias que minha mãe e meu pai faziam e, com toda a delicadeza que eles lapidavam aquelas pedras ela tirou o papel de dentro do globo e então, o nome foi anunciado.

– Gustav Bridges!


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Notas finais do capítulo

Segundo Capítulo, YAY! Esse realmente eu gostei de escrever, e espero que vocês gostem de ler (:



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