Jogos Vorazes, 1° Edição. escrita por Yukine


Capítulo 13
Carreiristas.




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Nataly está com raiva, consigo ver isso mesmo em cima da árvore. Peter anda em direção ao corpo e retira a bolsa que o garoto morto tem nas costas.

– Esse filho da puta ia levar nossa comida. Se não fosse por mim nós morreríamos de fome, sua imbecil.

– Desculpa – disse Nataly, envergonhada.

– Não precisa se desculpar, garota. Esse imbecil não fez mais do que a sua obrigação.

A voz certamente é familiar – Achamos a sua garota – disse Vinn, me cutucando com o cotovelo – e parece que ela se juntou com os tributos do 2. E agora, o que você quer fazer?

É estranho, mas me sinto traído. Sei que é bobagem, mas por um instante pensei que a única pessoa em quem Milene confiaria para ser seu parceiro seria eu. Falsa. Com aquele papo de não confie em ninguém, mas se juntando com esses dois. Minha vontade é de cravar uma faca na nuca de cada um dos três ali em baixo. Por que não?

– Você está maluco? Eles estão em maior número, vão acabar conosco.

– Estamos aqui para matar uns aos outros. Milene me traiu com aquela conversa fiada. Você vai me ajudar ou vai ficar só olhando? Afinal, você é meu parceiro. – digo com sarcasmo.

– Que tal se nos juntarmos a eles?

A minha vontade naquele momento era de matá-lo e jogar o corpo em cima daqueles idiotas lá em baixo. Porra! Isso virou brincadeira? Vamos nos tornar todos amigos. Amigos masoquistas.

– Você só pode estar de brincadeira. Isso não é um jogo comum, Vinn, se liga! Eles só vão esperar nós dois dormirmos para cortas nossas gargantas. Eu não confio neles, assim como ainda não confio em você.

– Vamos fazer um acordo: Nos juntamos a eles, mas quando virmos que não há mais saída e que eles vão nos matar, nós dois nos separamos deles e seguimos como estamos agora, que tal?

– Gus?! GUS É VOCÊ?!

Só agora percebemos o quanto eu falei alto, mas já é tarde. Peter está com seu arco e flecha apontado para mim e Vinn com seu tridente apontando para ele.

– Abaixa o arco – diz ela ameaçando Peter com o machado que antes estava preso a sua cintura.

– Me dê um motivo para não matá-lo. – diz Peter rindo.

– Por que os dois agora são nossos aliados.

Outra voz que é realmente fácil de conhecer, mas impossível de crer.

– Victor! Pede para ele abaixar o arco – pede Milene.

– Por que temos que nos aliar a esses dois, em?! Já não bastamos nós quatro?! Eu vou matar esses dois idiotas e ninguém vai me impedir.

Vinn está suando frio, mesmo não sendo ele que está sendo mirado.

– Por favor – diz ele – Nos deixe juntar a vocês. Podemos ser de grande ajuda.

– É por isso que queremos vocês no grupo – diz Victor – Desçam aqui, não vamos fazer nada com vocês.

– Como se a sua palavra nos valesse muito – digo.

– Viram?! Eles não confiam em nós, vamos nos atacar assim que tiverem a chance! – Peter está realmente alterado, suas pupilas estão dilatadas e seus dentes rangem – Me deixe matar esses dois antes que um deles nos mate!

– Já chega.

Victor leva seu facão pro alto e o desce, fazendo um corte no braço de Peter o fazendo baixar o arco. Nataly fica boquiaberta enquanto Peter grita de dor. A garota tenta ao máximo o fazer ficar quieto, mas é praticamente impossível.

– ESSE FILHO DA PUTA CORTOU MEU BRAÇO! ESTÁ SANGRANDO, ESTÃO VENDO?! NATALY, POR QUE AINDA NÃO O MATOU SUA VADIA?! ANDA LOGO!

– Cala a boca, Peter. Levanta logo e vamos embora, seus gritos vão atrair mais gente.

Depois de descemos e nos acertamos, andamos na direção oposta em que eu e Vinn estávamos indo. Chegamos a uma caverna que fica ao pé de um grande rochedo. Lá Nataly fez um curativo no braço de Peter que estava cada vez mais insano. Racionamos alimentos e materiais e ficamos ali. O clima não era o pior possível. Milene tentou falar comigo algumas vezes, mas eu não aceitei suas explicações. O silêncio só é quebrado quando ouvimos o barulho de um canhão novamente.

– O que será isso? – digo, tentando puxar assunto.

– Não sei, mas já é o quarto – diz Vinn.

– Quarto?

– Sim – diz Milene – Dois depois das explosões, o terceiro quando Peter matou o garoto do Distrito 7 e mais um agora.

Lembro que não tinha ouvido por causa da minha surdez temporária.

– Será que é um contador? – pergunto.

– São as mortes. Até agora, quatro dos vinte e quatro tributos morreram. Toda vez que um morre, um canhão aciona. Acho que é para avisar aos outros que não viram a morte de perto.

– Milene... – digo meio sem jeito, pois estou puxando assunto com ela novamente – o que você viu das explosões?

– Nada. Apenas sangue e restos. Os dois tentaram sair antes de o contador findar e choveram em sangue, os idiotas. Morreram mesmo depois de serem avisados para não burlar regras.

Essa foi a ultima coisa a ser dita, até que a noite finalmente chegasse. A caverna era fria, úmida e cheia de insetos. Nenhum de nós combinou em se revezar, todos estavam acordados. Nataly junto a Peter que resmungava. Victor na borda da caverna olhado para a Lua e Milene afiando seu machado em uma das pedras. Vinn estava caindo de sono, então digo para que ele durma que eu vigiaria, ele agradece e recosta sua cabeça na parede para descansar.

Eu me pego acordando com Victor puxando a minha botina. Ele pede para que eu faça silencio e me chama para ver algo. O céu está brilhando com uma luz clara e forte. É quase impossível olhar diretamente.

– Conhece está canção? – pergunta.

– O hino da Capital, como não conhecer – digo – Mas por que aqui?

O céu começa a bilhar em pixels e então uma imagem se forma no céu. Betty, a garota chorona está no céu, em forma de imagem. Seu distrito aparece escrito em baixo de sua foto e em seguida some, dando lugar ao garoto do Distrito 7, e em seguida os tributos masculino e feminino do Distrito 10.

– São os mortos – digo.

– Sim – concorda Victor – É assim que eles nos mantêm informados? Bela maneira. Pena que meu rosto nunca irá aparecer ali.

– Como sabe que não irá? – pergunto com um tom de desafio

– Não vou deixar, e eu creio que vocês também não irão. Já entendi como funciona isso, e eu não vou ficar mais dentro dessa caverna. Acorde todo mundo, vamos fazer um reunião.

Depois de explicarmos tudo o que houve enquanto eles dormiam, Vinn começa a chorar e tenta esconder, mas sabemos que é por causa de Betty, do 4. Todos ouvem com muita atenção tudo o que dissemos e então Victor começa a explicar seu plano.

– É o seguinte. Se nós ficarmos parados aqui seremos presas fáceis dos outros tributos. Eu não nasci para ser a caça, e sim o caçador. Nós temos que caçá-los antes que nos cacem. Vamos matar todos eles até que não sobre mais nenhum para nos intimidar. Vamos crescer dentro dessa arena e intimidar todos que se opuserem a nós. Seremos Carreiristas!

Todos parecem ter gostado da idéia, menos Milene. Seu rosto não está nada bem, e me parece que irá explodir.

– Como vocês podem aceitar isso? É um absurdo! Não vou sair por ai caçando pessoas. PESSOAS! Eles não são nenhum tipo de bicho e eu não sou um desses predadores selvagens.

– Todos concordaram Milene, você terá de vir conosco por bem ou por mau – berra Victor.

– Eu quero que todos vocês se fodam! Maldita hora em que eu concordei me juntar com vocês três .

– Já disse, é por bem ou por mau.

– Nenhum de vocês pode me obrigar, podem ir. Divirtam-se. Eu vou ficar aqui e sobreviver da minha maneira.

– Se você for ficar aqui então teremos de te matar uma hora ou outra, que seja.

O sangue de Milene escorre e seus olhos viram, até que Victor tira a espada de sua garganta.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem :) Comentem, favoritem e indiquem a história se estiverem gostando. Conto com o apoio de vcs.



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