Jogos Vorazes, 1° Edição. escrita por Yukine


Capítulo 11
Arena.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Eu atrasei novamente, e não me orgulho nada disso. Mas antes capitulo atrasado do que capitulo não postado (?) kkkkk Espero que gostem :D



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Admito que a nota surpreendeu-me de começo, pois eu não esperava um onze de ninguém, mas se tratando de Victor o meu pensamento parece bobagem. Sinto que cada vez mais estou à beira da morte, só espero morrer antes por desidratação do que pela mão de Victor ou Paul. Me pego distraído quando vejo Killey se despedir do público e finalmente terminar a divulgação das notas.

O dia inteiro é maçante. Não temos mais treinos e nem saímos do Hotel. Milene não é de conversar e eu não sou de puxar assunto, o jeito é dormir e aguardar pela manhã que finalmente iremos entrar na arena. Acordo e percebo que ainda é noite, mas não faço idéia de que horas sejam. Vou até o banheiro e vejo que estou com o rosto marcado pela textura do roupão que só agora percebo não ter tirado para dormir. Lavo bem o rosto e o pescoço para tirar o suor e me deito novamente sem olhar as horas. Não por esquecimento, mas porque o horário é a pior coisa a se saber quando se conta os minutos até sua morte. Não consigo mais dormir e o calor não ajuda em nada, o que eu quero mesmo é fugir dali, levar Milene comigo de volta para o Distrito 1 e reencontrar meus pais. Mesmo que eu tenha decidido não desistir, lutar e quem sabe ganhar, eu não consigo parar de pensar em morrer. Eu estou ficando cada vez mais maluco de tanto pensar em morte, em formas de como posso morrer e em quem fará isso. Será que um suicídio seria a resposta? Eles iriam ter que encontrar outro garoto para por em meu lugar e eu não precisaria ser a cobaia desses imbecis. Não sei se quero isso, não quero que outro garoto morra em meu lugar por um capricho meu. Se eu não quiser morrer, terei de matar.

– Esqueça o seu próprio sangue quando o de outros estão em jogo. Esqueça o seu próprio sangue quando o de outros estão em jogo. Esqueça o seu próprio sangue quando o de outros estão em jogo. Esqueça o seu próprio sangue quando o de outros estão em jogo... – Eu repito isso para mim mesmo incontáveis vezes até o clarear do dia.

Ouço a porta abrir no andar de baixo, os irmãos L vieram nos levar.

Levanto da cama e caminho até a porta com firmeza. Saio do quarto e desço as escadas para ir de encontro a eles.

– O que houve com você, garoto? – Pergunta Lea.

– Por que a pergunta? – Digo.

– Esses olhos inchados, esse cabelo emaranhado e você ainda está de roupão. Você não tomou banho hoje, pelo o que vejo.

– Eu fui dormir ontem à tarde e então acordei no meio da noite e estou acordado até agora.

– Meio da noite? Você está acordado desde as duas da madrugada. Eu ouvi o seu falatório sozinho a noite inteira. – diz Milene ao chegar à sala.

– Duas da madrugada? – pergunto - Que horas são agora?

– Nove da manhã – diz Lee – Você não deveria ficar acordado até agora. Você vai estar exausto na arena.

– Eu lamento. Mas sinto-me melhor do que nunca.

– Você está estranho, sabia? Hoje era o dia em que você deveria estar chorando e implorando para que não o levassem. Espero que não faça nada de errado antes de nós entramos na arena.

Antes de irmos para a arena, todos os tributos são chamados até um salão, onde são postos de frente para a treinadora Reval.

– Tributos, hoje será o dia em que vocês lutarão bravamente até a morte, para defender a honra dos seus Distritos. Ao entrar na arena, vocês irão por em jogo suas vidas e sua honra, e é por isso que todos vocês treinaram duro para que ela não seja posta em vão. Ao adentrarem na arena perceberão que um grande chifre dourado irá estar entre vocês. A Cornucópia. É lá onde vocês encontraram suprimentos, armas e tudo que precisaram para se defender e sobreviver na arena. Uma contagem será iniciada a partir do momento em que todos estiverem em suas bases, não saiam de lá antes de a contagem findar. Bom Jogos Vorazes, e que a sorte esteja sempre a seu favor!

A preparação para a entrada foi mais rápida do que eu imaginei. Todos nós vestimos uniformes: calça de tecido grosso, botas de caminhada, uma camiseta e uma jaqueta, tudo na cor preto. Nós agora estamos em um setor que nunca vi antes, um grande corredor leva a uma bifurcação, a única coisa que tenho tempo de dizer é “Boa Sorte” e então nós nos separamos. Lee me acompanha, enquanto Lea vai com Milene. Ao chegar ao nosso destino, vejo que não estou na arena e sim em outra sala, menor, mas que tem uma enorme plataforma no chão. Deve ser a base que Reval nos disse. Lee agora está apreensivo e sua barbicha azul está suada.

– Parece que você está mais nervoso do que eu, Lee.

– Ah, garoto. Eu não queria que isso acabasse assim. Eu juro. Espero que tudo que eu fiz te ajude na arena, agora vamos. Você precisa ficar na sua base, pois já está na hora de subir.

– O que você quer dizer com “subir”?

– Você logo verá... Mais uma coisa: Ouvi por ai que o idealizador planejou algo para os tributos que forem desobedientes, então siga TODAS as regras que lhe foram descritas. Não se preocupe, tudo o que eu te disse, Lea está dizendo a Milene, então suba e se possível, ganhe.

– Quem sabe, Lee. Obrigado por tudo.

Subo na base e então um vidro grosso desce até em a plataforma que estou pisando. Estou dentro de um tubo. Lee aperta um botão que pisca em cor verde – creio que seja a confirmação de que o rato já está pronto para ser caçado – então a plataforma sobe.

Um clarão em meus olhos me deixa ligeiramente cego e então vou recuperando a visão aos poucos. Estou em uma planície, formando um circo junto com vários outros tributos ao meu lado. Todos nós formamos um tipo de anel que circula a Cornucópia por completo e acima dela, uma contagem vai decrescendo a partir do número 60. O local é cercado por árvores que mais parecem uma mata com tanta vegetação rasteira, mas percebo que a região também é alta, com alguns picos e montanhas e mais abaixo há um grande lago coberto por lodo e vitórias régia. Tento localizar Milene em meio a tantos outros tributos e vejo-a bem mais ao longe. Tento-me comunicar, mas ela não ouve nada do que digo. Ao meu lado direito vejo a garota do Distrito 10, ela não para de olhar para o seu parceiro que está a poucas plataformas a seu lado, já ao meu lado esquerdo está o garota do Distrito 4. Ela está chorando e tremendo muito, me faz querer rir, pois eu sou assim. Ou pelo menos era até a madrugada de hoje. A contagem está cada vez mais baixa.

Onze.

Dez.

Nove.

Quanto mais baixo o número, mais troca de olhares da garota do Distrito 10 com seu parceiro e mais choro da garota do 4.

Sete.

Seis.

Cinco.

A apreensão das duas chega a dar ódio.

Quatro.

Três.

Antes de soar o gongo, há uma explosão que me deixa surdo e então sinto o sangue quente da garota do Distrito 10 pingar em meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Agora vem a parte que eu sou mal. Já disse que adoro histórias de terror?



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