Eu vou com ele? Mas que porra? Ele endoidou? Quer morrer? Morrer como? Sei lá, acho que quando estou prestes a morrer penso coisas sem noção... Mas que porra?!

De tantas garotas aqui, ele vai lá e escolhe justo EU para ir SOZINHA com ele no carro. Pode ser isso, ele é um maníaco sexual indomável. OMG, ele vai aproveitar quando ningué estiver por perto e me estuprar, ele quer meu corpo nu!

- Mas é nem fudendo que eu vou sozinha com você... – murmurei para ele, que me respondeu apenas com um olhar gélido e um sorriso de canto. Segurou meu braço com força e me puxou para perto dele.

- Quer que eu chame seu amiguinho Kiba para fazer companhia pra gente? – sussurrou no meu ouvido, para logo depois rir. Tanta gente nesse mundo para ele colocar no carro junto com nós dois e ele propõe que logo quem vá com a gente? Quem, quem, quem? O KIBA!

- Vai se fuder, já disse que não saio daqui...

- Bem, eu tentei ser legal...

- O que você quer dizer com... EI, ME SOLTA CARALHO! – mas não fazia a menor diferença gritar ou não, ele tinha me segurado pela cintura e jogado no próprio ombro como se eu fosse um saco de batatas ou coisa mais insignificante. Eu acho que nunca vi um cara tão bruto, imagino como é esse ser na cama... Sem comentários. – MANDEI ME SOLTAR, PORRA! – ele deu um tapa forte na minha coxa, que com certeza vai deixar a marca. – QUER UM CHICOTE EMPRESTADO, FUNCIONA IGUAL!

- Quer calar a porra da boca? Eu tenho certeza que minha mão é bem pior que um chicote, quer experimentar? – já calei! Pronto, já calei! Precisava partir pra violência moço, precisa? Não, não precisa!

Não disse mais nada, com um medo realmente grande daquele cara e de sua mão chicote. Ele me colocou no banco do passageiro e fechou a porta, dando a volta no carro e entrando no motorista. Pela janela eu pude ver o Sasuke olhando para mim do banco de motorista do carro do lado, enquanto Naruto e Hinata conversavam no banco de trás. Suigetsu levava Ino em outro carro que já estava partindo e Gaara saía dali emburrado na moto mais bonita que eu já vi.

- Pode começar a falar – Itachi disse com a voz calma, ligando o carro e começando a andar com uma velocidade um tanto... Exagerada. – Anda, fala logo, tô esperando garota! – Kami, esse bicho é bipolar, uma hora fala calmo e logo depois fica irritado do nada... Isso não é de Deus não...

- Falar o que? Credo, deixa de mal humor... – murmurei, cruzando os braços.

- Fala porque você não gosta do tal Inuzuka, sendo que vocês já namoraram – gelei na mesma hora. Eu não queria falar isso com ele, é óbvio que não, ele não sabe nada da minha vida e quando vai querer saber alguma coisa, vai ser logo isso? Não, não e não! Ele deu uma freada brusca no meio da rua, fazendo um dos carros atrás bater e um monte de buzinas começar.

- Por que diabos você fez isso? – perguntei, olhando para o sorriso cínico dele.

- Não vamos sair daqui enquanto você não começar a falar... – vi pelo retrovisor um dos caras que bateu o carro atrás de nós tirando o para choque do carro e vindo em nossa direção com uma gana assassina.

- ARRANCA!

- COMEÇA A FALAR!

- EU FALO, MAS ARRANCA, PORRA! – ele riu, vencedor, pisando no acelerador na mesma hora e eu suspirei aliviada, vendo o maluco se distanciando cada vez mais de nós. Eita porra, eu vou ter que falar.

- Não tem nada a me dizer?

- Eu... Eu e ele namoramos – ele revirou os olhos.

- Não diga...? Por que terminaram?

- Porque... Teve uma noite que aconteceu uma coisa e... – eu pensei que ele ficaria constrangido em ouvir isso, mas foi pelo contrário, ele apurou ainda mais os ouvidos. SAFADO DO CARAMBA! – Ele fez uma coisa horrível e depois que teve a sorte de eu perdoá-lo, ainda teve a coragem de me trair. É um completo maluco, pirado, psicopata perseguidor, NÃO DEIXA AQUELE CARA CHEGAR PERTO DE MIM! – sim, eu terminei berrando feito uma maluca. Pois é. É.

- Hm, acho que entendi, vocês transaram e depois ele te traiu, por isso você acha que ele é um maluco psicopata? Não acho que seja muito justo... – aquele cara é retardado? Não entendeu o que eu disse? Acho que vou ter que dizer com todas as palavras para ele, não queria chegar a esse ponto, mas... É o que temos para hoje!

- Até não seria justo, se eu tivesse transado com ele por livre e espontânea vontade, mas como não foi bem assim, acho que tenho o mínimo direito de achar, sim, ele um maluco psicopata – ele me encarou com os olhos arregalados, surpreso. Eu sentia que estava com as bochechas vermelhas de vergonha, não é todo dia que eu digo uma coisa dessas, ainda mais para um cara totalmente bipolar como ele.

- Quer dizer... Ele te forçou?

- Ele jogou sujo, sabia que eu não tenho a menor resistência com bebida e me embebedou. Depois, simplesmente se aproveitou disso.

- E você o perdoou depois disso? Mas você é mais burra do que eu imaginava!

- Já tinha acontecido, para quê ficar relembrando? Além do mais, nos conhecemos nas férias passadas no Havaí, eram só férias, nunca mais nos veríamos então... Por que não? Mas então ele me traiu e com isso eu não podia competir, não tinha como perdoar.

- É, acho que pensando por esse ângulo você não parece assim tão burra.

- É para eu considerar isso como um elogio?

- É para considerar como uma proteção – ele parou o carro na frente da casa e me puxou para um abraço bom e quente. Acolhedor. Beijou a minha testa e acariciou meu cabelo, eu já sentia lagrimas de raiva descendo por meu rosto. – Eu não vou deixar aquele maluco chegar perto de você... Não vou...