Encontro Surpresa escrita por Flor de Cerejeira


Capítulo 9
O caso é a data, quando será?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/39754/chapter/9

Rin estava virada de lado e sentia o peso de um braço sobre seu corpo.

Estaria sonhando? Onde estava?

O quarto estava muito escuro, e ela se demorou a lembrar, es­tremecendo, que estava no quarto de Sesshoumaru. Era ele quem estava deitado ali, o braço masculino aconchegando-a com seu calor. Em seu sono, devia ter se abraçado a ela, envolvendo-a.

Podia sentir a respiração dele em seu pescoço, lenta e profunda. Aquilo foi o suficiente para despertá-la totalmente, deixando toda sua sensibilidade em estado de tensão.

Com os olhos fechados, tinha consciência de cada milímetro de seu próprio corpo, queimando onde se encostava a ele. A sensação do abraço era maravilhosa. Tudo que ela queria era poder se virar e beijar seu peito, seu pescoço. Tocar levemente sua boca com os lábios até que ele acordasse e a amasse.

Podia fingir que estava apenas se movendo, adormecida...

Quantas oportunidades teria de estar tão próxima a ele? Claro que poderia criar uma situação muito embaraçosa.

Mas o desejo falava mais alto. Podia deixar que suas mãos cor­ressem por todo o corpo dele enquanto o beijasse com suavidade... Poderia também parar a qualquer momento, se ele, por exemplo, ameaçasse acordar.

Queria apenas saber, nem que fosse por um instante, como seria pertencer àqueles braços, sentir a pele masculina sob seus lábios.

Rin experimentou se mexer suavemente, e ele continuou apenas respirando em seus cabelos. Como podia continuar dormindo, ela pensou com ressentimento, enquanto ela estava ali, queimando de desejo? Como podia não sentir o quanto ela o queria?

Respirando profundamente, Rin suspirou como se sonhasse e se colocou de frente para ele. Mas ante o movimento dela, Sesshoumaru prontamente se virou para o outro lado. O braço que estava sobre ela passou a envolver o travesseiro.

Mesmo no sono, Sesshoumaru parecia determinado a resistir a ela.

Bem, iria verificar essa disposição dele.

Rolando no lençol aquecido pelo corpo dele, Rin se encostou ao corpo aconchegante. Em pé, Sesshoumaru era muito mais alto que ela, mas deitados, ela podia se encaixar perfeitamente. Podia pôr o braço em seu peito e mantê-lo muito perto. Podia encostar o rosto contra seu ombro e sentir o perfume de sua pele sem que acordasse.

"Pare com isso", Rin avisou a si mesma severamente. "Ele vai acordar!"

Com um gesto seus lábios podiam tocar a pele macia das costas dele... e suas mãos pareciam ter adquirido vida própria escorregando por debaixo da blusa do pijama e tocando a pele de sua cintura. Estava brincando com fogo, mas não se importava mais. Não podia se conter, não queria.

Já passava a mão por todo o peito macio, suave e len­tamente. Apertava seu corpo todo contra ele e depois se voltava ao seu pescoço, beijando... Beijando...

Estava desabotoando o primeiro botão do pijama quando pela primeira vez sentiu que a respiração dele se alterava.

Ela o tinha acordado.

Devagar, foi levantando a cabeça até que pôde ver o brilho dos olhos dele no escuro. Não poderia fingir que estava dormindo.

Uma parte de sua mente teve certeza de que se arrependeria mais tarde, mas ali não havia lugar para o arrependimento.

Sesshoumaru continuava imóvel ao lado dela, apenas piscando os olhos, mantendo-os abertos e esforçando-se por despertar.

Mas ele apenas olhou-a por um longo tempo, antes que seu braço se levantasse vagarosamente e a puxasse, com um movimento de­liciosamente lento, para mais perto de si, como em um sonho.

Quando por fim seus lábios se encontraram, Rin se inclinou sobre ele, e eles se beijaram avidamente, uma vez e mais uma, e outra, como se quisessem compensar o tempo de espera.

Com a outra mão, Sesshoumaru acariciava as costas através da seda da camisola. O beijo se aprofundava, e sua mão logo fez com que a camisola escorregasse para cima, acariciando suas coxas, a parte de detrás de seus joelhos, seus quadris.

A mão quente sobre sua pele nua a fazia ofegar, mais e mais excitada. Quando o procurou, em suas partes mais íntimas, Sesshoumaru não se conteve e rolou abruptamente para cima dela. Com um sus­piro de satisfação, Rin o abraçava e instintivamente seu corpo se movimentava sob o dele.

 

Ofegantes e envoltos em um mesmo ritmo, vagarosamente foram sendo arrebatados por uma sensação profunda de prazer, que au­mentava de intensidade a cada instante.

Rin não pôde conter os gemidos ante a aproximação do prazer intenso. Quando Sesshoumaru percebeu que ela já atingira o clímax, entre­gou-se à própria satisfação, totalmente absorvido por sua força.

Ele ficou algum tempo imóvel, ainda sobre ela, respirando rui­dosamente. Pouco depois, deixou-se cair de lado, para murmurar:

— Sinto muito. Eu honestamente não pretendia...

Rin não suportaria ouvi-lo negar a importância daquele momen­to. Estava envolta na sensação mais maravilhosa que já experimen­tara em toda a sua vida. Não queria estragar aquilo.

— Você realmente sente muito?

Sesshoumaru virou-se de lado, olhando diretamente nos olhos dela.

— Não — ele disse com honestidade depois de um momento. — Não, e também não posso dizer que não sabia o que estava fazendo. Mas não planejava que isso acontecesse... E se você ficar grávida?

— Não vou ficar. Ainda estou tomando pílulas. Escute — ela disse, em tom persuasivo —, não machucamos ninguém. Somos adultos. Acho que nós dois precisávamos de um pouco de carinho, e conseguimos isso. O que há de errado?

Ela precisava ter muito tato para não alarmá-lo, para que não pensasse que era uma tola sentimental.

— Só vou estar aqui por duas semanas, e já que vamos dividir o quarto, por que não podemos aproveitar um pouco? A menos que isso realmente o incomode... — ela terminou com cuidado, pertur­bada pelo fato de ele continuar a observá-la em silêncio.

— Suponho que devo me resignar a isso? — ele perguntou, com um jeito malandro que não era usual.

Levou alguns segundos até que Rin percebesse que ele a estava provocando. Confusa, mas aliviada, ela sorriu para ele.

— Apenas temporariamente — tentou reassegurar. — Apenas enquanto sua mãe estiver por aqui.

— Claro — disse Sesshoumaru expressivamente.

O principal era que ele não a tinha rejeitado, ela ponderou. Haveria outras noites como aquela. Rin não poderia pedir mais que isso.

O barulho dos pneus nos cascalhos fez com que Raito disparasse a latir, e Rin parou por um instante em frente ao espelho do hall, correndo os dedos pelos cabelos em uma tentativa de acalmá-los.

Estava muito nervosa antecipando como seria conhecer a mãe de Sesshoumaru.

 

Sesshoumaru e Risa haviam ido buscá-la no aeroporto e aquele era o mo­mento da verdade.

Sob a luz fria da manhã, Sesshoumaru não fizera nenhuma referência à noite anterior. Agiu como sempre, reclamando do estado da cozinha e proibindo Risa de ir encontrar a avó com calça jeans e tênis. Rin perguntou-se se teria sido apenas um sonho, mas seu corpo ainda pulsava com a lembrança do prazer que experimentara.

Satisfeita mas ainda com sono, ela mal podia concatenar duas palavras e sua conversa no café da manhã fora completamente in­coerente, ao julgar pelos olhares divertidos que Risa trocava com Sesshoumaru depois que ela respondia alguma coisa.

Chegara o momento de conhecer a terrível e astuta mãe dele.

Pelo menos, Rin pensou olhando uma última vez para seu re­flexo no espelho e dirigindo-se para a porta, não haveria dificuldade alguma em convencê-la de que estava apaixonada. Estava pisando em nuvens, tinha a aparência confusa.

A primeira vista, ela tinha pouco em comum com seu filho. Ela parecia irmã dele, elegante, com um cabelo prateado curto e bem-arrumado. Mas logo se percebiam os mesmos olhos dourados e brilhantes.

Esperando para cumprimentá-la na sacada, Rin se viu envolvi­da em um abraço afetuoso.

— Nem posso lhe dizer como fico feliz por Sesshoumaru ter encontrado alguém para amar — a mulher logo disse. Ela segurou os braços de Rin e examinou seu rosto com cuidado. — Sesshoumaru não me disse o quanto era bonita.

Sesshoumaru estava tirando uma enorme mala do carro, mas ouviu o que diziam.

— Ora vamos, mãe. Rin não é bonita.

Já acostumada às grosserias de Sesshoumaru, Rin sorriu, esperando que ele não houvesse esquecido que supostamente estavam noivos.

— Oh, obrigada! — ela exclamou, sem encontrar dificuldades para incorporar seu papel de noiva. — A honestidade tem mesmo um certo charme — ela completou, fazendo uma careta.

Sesshoumaru deixou a mala na porta. Olhando para a mãe, que ainda o olhava indignada, ele acrescentou: — Ela é linda, não bonita. E eu não lhe disse isso porque sabia que poderia ver com seus olhos.

Houve um momento de silêncio. Sesshoumaru parecera tão convincente, que por um segundo ou dois, ela se perguntou se ele realmente pen­sava aquilo. Sesshoumaru parecia ser um ótimo ator.

 

— Não é típico de Sesshoumaru? — ela perguntou, dando o braço para Rin. — Ele lhe deixa realmente irritada, e então diz alguma coisa que faz parecer impossível ficar tão furiosa quanto gostaria. Acaba sempre dando a última palavra com esse tipo de jogo.

Risa estava desesperada para apresentar Raito à avó. Ele estava latindo atrás da porta, louco para se unir a todos, mas o encontro não foi um sucesso pois ela não ficou nada impressionada. Deci­didamente, era tão sincera, e sem tato, quanto o filho.

— Que tipo de cachorro é esse? — ela perguntou, sem tentar disfarçar sua estranheza.

— Um tipo muito mal-comportado — disse Sesshoumaru. Risa logo correu em defesa de Raito.

— Não é não! — exclamou. — Ele é muito inteligente e perfeita­mente treinado, não é, Rin?

— Bem, talvez não tão perfeitamente — Rin tentou ponderar, lembrando-se das horas que passou com Risa tentando acostumá-lo a fazer suas necessidades longe do tapete e a não mordiscar os sa­patos, sem falar na comida roubada e o hábito de rolar nas camas.

— Mas onde foi que vocês o encontraram? — perguntou ela ainda impressionada.

— Tudo culpa de Rin — disse Sesshoumaru. — Ela caiu em uma pilha de lixo na chuva e levantou-se com esse cachorro no braço. Esse olhar desamparado desorganizou minha casa, meu escritório e está me custando uma fortuna em comida e veterinário.

— Oh, papai!

Os olhos da mulher se estreitaram enquanto ela observava seu filho, a neta e depois Rin.

— Parece que as coisas mudaram mesmo por aqui — ela disse. Aparentemente não se referia apenas ao filho. Quando olhou pela cozinha franziu o cenho do mesmo modo que Sesshoumaru havia feito. — Mal dá para colocar o pé aqui dentro, mas a casa toda parece dife­rente. Está mais aconchegante e... convidativa.

Rin tentou observar a cozinha com os olhos de um estranho, mas sem muito sucesso. Parecia familiar para ela, embora não es­tivesse tão imaculada como quando chegara, tinha que admitir.

— Sesshoumaru só conseguirá lhe dizer que está muito mais desorgani­zada, tenho certeza — ela disse, fingindo irritação.

— E é a mais pura verdade — ele disse, guardando algumas louças do escorredor, para conseguir apanhar as xícaras para o chá. — E a culpa também é de Rin.

— Bem, bendita Rin — ela concluiu.

— Também acho — ele disse por fim.

— Vou apenas me lembrar disso a próxima vez que reclamar de minha desorganização... — ela tentou brincar por não saber mais o que fazer. — Risa, você é minha testemunha!

A mãe do rapaz estava obviamente aflita por ficar a sós com Rin, então arranjou uma chance quando Sesshoumaru se ofereceu para mostrar-lhe seu quarto.

— Mostre-me você, Rin — ela pediu. Já no andar de cima, ela olhou o quarto de hóspedes com prazer. — Tudo aqui está adorável — ela disse, aspirando o perfume de um dos sabonetes que Rin escolhera para ela. — Estou me sentindo muito mimada. Obrigada.

Rin sentia-se ainda desconfortável.

— Sesshoumaru adora que esteja aqui — ela disse. — Ele já me disse várias vezes o quanto você tem sido importante para ele desde que Sara faleceu.

— Oh, aquele foi um momento terrível. — Ela suspirou, sen­tando-se na cama. — Fiz o que pude, mas Sesshoumaru não é uma pessoa fácil de se ajudar. Ele é muito fechado, guarda tudo só para ele. Bem, você deve saber como ele é teimoso. Sempre me preocupou muito vê-lo tão sozinho esses anos todos. Cheguei a pensar que ja­mais o veria feliz de novo.

— Ele amava muito Sara. — Rin não sabia porque repetia tanto o nome dela. Talvez para se lembrar que a noite anterior não mudara em nada os sentimentos de Sesshoumaru, independente do que dis­sesse na frente da mãe.

— Eu sei disso — disse. — Mas não podia continuar pen­sando apenas nele mesmo. Ele tem Risa. Faz tempo que digo que a menina precisava de uma mulher por perto. Veja a diferença! Nunca a vi tão animada, e Sesshoumaru diz que isso se deve a você.

Rin sorriu para ela, e prosseguiu:

— O que ele não percebe, é claro, é que a diferença está nele. Por anos ele parecia estar preso no fundo de um poço, rejeitando qual­quer pessoa que se aproximasse. Mas parece que você o fez baixar a guarda. E precisa me contar como conseguiu que ele aceitasse aquele cachorro maluco! Sesshoumaru odeia cachorros!

— Para falar a verdade acho que ele gosta mais de Raito do que admite — Rin disse, sorrindo.

— E isso prova o que estou dizendo — comentou, levantando-se.

— Não o via relaxado e brincalhão havia muitos anos. — Havia lágrimas em seus olhos quando abraçou Rin. — Sesshoumaru não vai lhe dizer... Você conhece o jeito dele. Mas posso dizer, com toda a segu­rança, pelo modo como olha para você, que ele a ama muito.

Nem mesmo a mãe dele e sua famosa perspicácia podiam compreen­der Sesshoumaru.

Rin sabia que ela estava errada. Mas era verdade que estava mais relaxado, ela também podia sentir isso. Se estava feliz ou não, ela não perguntaria.

Depois que a mãe dele chegara eles raramente ficavam sozinhos, a não ser à noite... Depois que fechavam a porta do quarto. E esse era um momento no qual as palavras não tinham a menor importância. Já haviam dito tudo que era necessário na primeira noite.

Para ambos, os dias que se seguiram estavam fora do tempo. Rin vivia lembrando a si mesma que aquela seria uma fase passa­geira, que era preciso aproveitar cada instante, dia após dia. E fazer o possível para não sofrer tanto quando terminasse. Ambos eram adultos e não levariam nada a sério.

Aquilo era o que Rin dizia a si mesma, mas não havia nada a impedi-la de se apaixonar mais e mais por ele. Em alguns momentos bastava que ele fizesse algo absolutamente comum, como colocar os óculos para ler o jornal, ou sentar-se com a filha no colo, e a pulsação dela já se acelerava, o desejo de tocá-lo, de beijar sua pele, passar as mãos em volta de seu pescoço e pedir que a levasse para cima, naquele instante, parecia sufocá-la.

A mãe dele era uma hóspede exigente, mas Rin gostou mais dela do que esperava. Ela era muito direta às vezes, e não tinha muito tato com Risa, mas claramente adorava tanto a neta quanto o irmão. E estava participando de tudo com extraordinário entusiasmo.

Quando Rin lhe contou da festa de noivado que fariam na casa de Sango, ela parecia não caber em si de excitação.

— Oh, mas isso é fantástico! — ela exclamou. — Se não fosse tão óbvio que estão apaixonados, eu ficaria em dúvida se vão mesmo se casar. Parecem não estar cuidando de nenhum preparativo... A data está marcada?

Sesshoumaru olhou para Rin.

— Não há por que correr.

— E também não há por que esperar — ela disse severamente. — Vocês já são adultos para tomar suas próprias decisões, nenhum dos dois têm qualquer compromisso e já estão vivendo juntos. O que há de errado em seguir em frente e se casarem logo?

— Isso é entre mim e Rin — disse Sesshoumaru, mordendo o lábio ante a interferência da mãe.

— Claro que sim, mas devem pensar nos outros também. — a mãe dele não desistiria facilmente. — Se você tivesse nos avisado antes, por exemplo as meninas poderiam ter vindo comigo. Tenho cer­teza de que os pais de Rin também vão querer se preparar para o casamento. Não estão sozinhos no mundo.

— Eles estão passando férias — Rin apressou-se a dizer, alivia­da por ter uma boa desculpa. — Essa é uma das razões pelas quais estamos esperando. Eles nem sabem sobre Sesshoumaru ainda.

— Bem, não entendo o motivo para todo esse segredo —  resmungou. — A sorte é que esses amigos prepararam uma comemoração; quem sabe isso os ajude a entrar logo no clima. Se deixar­mos tudo por conta de vocês acho que nunca farão nada.

— Mãe, será que pode, por favor, parar de querer organizar nossas vidas? Rin e eu estamos muito felizes assim.

— Se não querem pensar em vocês mesmos, pensem pelo menos em Risa.

— Risa também está muito feliz — Sesshoumaru disse tenso. — Não está, Risa?

— S... sim — Risa concordou com alguma hesitação. — Mas seria muito melhor se você e Rin se casassem logo — ela acrescentou, surpreendendo tanto Sesshoumaru quanto Rin. — Só então eu saberia que Rin vai mesmo ficar conosco para sempre e vai me ajudar a criar Raito.

A mãe se dirigiu a Sesshoumaru com um olhar de triunfo.

— Sua filha tem mais bom-senso que você. Posso não colocar o cachorro como prioridade, mas acho que no tocante a Rin, ela está certa. Pode perder Rin se não for cuidadoso, sabia? E você não quer que isso aconteça, não é?

Sesshoumaru olhou para Rin do outro lado da mesa. Ela estava se sentido muito desconfortável, não havia dúvida. Estava usando uma cami­seta de cor vibrante e seus cabelos caíam desalinhados pelos ombros. Suas faces estavam ruborizadas, e os olhos cor de chocolate que encon­traram os dele por um momento estavam vivos e brilhantes.

— Não — ele concordou com tranqüilidade. — Não quero que isso aconteça.

Rin pensou que já era tempo de aliviar aquela tensão.

— Não pretendo ir a lugar algum. Esta casa é muito agradável, Raito é um cachorro muito comportado, e acho que vocês dois tam­bém não são maus... — ela disse, provocando Risa. — Por que eu iria embora?

Para sua surpresa, Risa se aproximou carinhosamente dela.

— Você promete? — ela perguntou com uma emoção verdadeira. O que poderia dizer? Rin colocou um braço em volta dela e a puxou para mais perto.

— Prometo — disse, desejando que aquilo pudesse ser verdade.

 

— Será um jantar social — Sango disse a Rin pelo telefone no dia seguinte. — Assegure-se de que todos venham muito alinhados!

— Kagome disse que seria apenas um jantar.

— Não. Nós decidimos que seria um jantar de noivado com tudo o que a ocasião exige, já que você e Sesshoumaru se conheceram aqui.

— Para começar Sango, nos conhecemos no trabalho...

— Quero dizer o seu primeiro encontro social — Sango disse com firmeza.

— Sango — Rin tentou novamente com todo o cuidado, abai­xando seu tom de voz para o caso de sua “sogra” se aproximar da cozinha. — Sabe que isso é apenas uma encenação! O jantar é apenas mais uma tentativa para convencer a mãe dele.

— Claro que sei disso — disse Sango, com tanta dignidade, que Rin teve certeza de que ela e Kagome haviam se empolgado tanto com o jantar que haviam esquecido do pequeno detalhe de que era uma farsa. — Mas não há por que fazer as coisas como se não déssemos a você a devida importância — ela acrescentou, recobran­do sua empolgação.

— Bem, não exagerem! - Sango fingiu sentir-se magoada.

— Acha que eu faria isso?

—Kagome faria, com toda a certeza. Mantenha-a sob controle, Sango. A mãe dele parece estar aceitando bem esse suposto noivado até ago­ra, mas vai suspeitar se houver empolgação demais. Podem colocar tudo a perder!

— Relaxe — Sango disse simplesmente. — Vai ser divertido. Rin estava insegura. Ela adorava as amigas, mas sentia-se ner­vosa enquanto ela e Sesshoumaru se aprontavam para o jantar.

Já era difícil o suficiente manter a mentira na frente da mãe dele, quanto mais sustentar aquilo junto de seus amigos. Estariam aten­tos a ela e Sesshoumaru o tempo todo. E conhecendo Kagome e Sango como ela conhecia, levaria pouco tempo para que percebessem como ela realmente se sentia em relação a Sesshoumaru. Rin apenas torcia para que elas não tornassem isso público.

— Queria não ter de ir. — Ela suspirou enquanto procurava por seus brincos favoritos na caixinha sobre a cômoda.

Pelo espelho podia ver Sesshoumaru, arrumando o colarinho da camisa. Aquela intimidade, de se trocarem no mesmo quarto, causava-lhe arrepios a cada momento.

— Eu sei — ele disse enquanto abotoava os botões. — Por mim também ficaria em casa, mas esse jantar deixou minha mãe muito em­polgada. — Ele suspirou. — Ela provavelmente vai tentar recrutar aliados para sua campanha para marcar a data do casamento.

— Isso tudo está ficando complicado, não está? — Rin comentou, lembrando-se da promessa que fizera a Risa. Ela não podia ter feito uma promessa que não poderia cumprir.

— Foi minha culpa — disse Sesshoumaru. Ele estava colocando a camisa para dentro da calça. — Eu deveria saber que minha irmã não ficaria satisfeita apenas em saber que você existia. Aliás não vai ficar contente enquanto não deixar todos os detalhes acertados: desde as flores da igreja, até os hinos que vamos tocar. Em alguns momentos queria não ter começado esse teatro.

— Queria mesmo? — Rin perguntou.

As mãos de Sesshoumaru pararam de mexer na gravata, e ele olhou dentro dos olhos dela através do espelho.

— Não — disse com firmeza.

Para Rin foi como se o mundo parasse de girar. Sem tirar os olhos dela, ele terminou de ajeitar sua gravata e se aproximou va­garosamente para colocar as mãos nos ombros dela.

— Não posso imaginar o que faríamos sem você — ele disse, como se estivessem no meio de uma conversa. — Em todas as outras visitas dela só aconteceram desastres. Eu e Risa ficávamos ten­sos o tempo todo. Dessa vez está tudo mais tranqüilo, e é por sua causa. Minha mãe adorou você.

Ele fez uma pausa, as mãos quentes e fortes sobre os ombros dela. Rin encostou-se nele, apenas porque podia e era tão gostoso!

— Nunca agradeci de verdade tudo que você tem feito - ele disse formalmente. — E eu não me refiro apenas ao nosso teatro. A casa está mais gostosa... Risa está tão feliz.

— E você? — Novamente, Rin não conseguiu se controlar. Sesshoumaru gentilmente fez com que ela se voltasse para ele, até que pudesse olhar diretamente em seus olhos. — Estou feliz também — ele disse, inclinando-se para beijá-la.

Rin colocou os braços em torno da cintura dele, e abraçou-se fortemente ao seu corpo. Não foi um beijo longo, mas foi muito doce, aquele beijo era apenas entre eles. Nenhum dos dois poderia fingir que estava fingindo.

Quando Sesshoumaru a deixou, Rin mal podia parar em pé. Estava imer­sa na sensação que o beijo lhe despertara, sentia-se nas nuvens, como se fosse uma outra pessoa que estivesse descendo aquela es­cada, entrando no carro, com Sesshoumaru sentado ao seu lado.

— Rin, você está linda! — exclamou Miroku, demonstrando sua surpresa ao abrir a porta.

E os outros o seguiram:

— Está radiante.

— Deve ser o amor.

Rin mal podia ouvir o que diziam. Estava tendo muita dificul­dade em se concentrar em outro pensamento que não o de chegar em casa com Sesshoumaru, dizer boa-noite a todos, fechar a porta do quarto e beijá-lo de novo, esperar que desabotoasse seu vestido e deixá-lo escorregar pelo chão...

 

— Rin, Rin! Acorde! — Kagome estava balançando a mão em frente ao rosto dela, despertando-a de seus sonhos.

— O quê?

— O champanhe está quase estourando. Você tem que fazer um esforço para se manter no mesmo planeta que nós.

Piscando, Rin olhou em torno de si. A mãe de Sesshoumaru estava muito perto de Sango e Kohako, e os outros estavam encorajando Miroku a estourar o champanhe. Sesshoumaru estava lá também, mas um pouco à parte, sor­rindo com seu jeito austero. Rin estremeceu ao vê-lo, enquanto alguém colocava uma taça de champanhe em sua mão.

— Aí vai! — gritou Miroku, quando o champanhe estourou. — Pro­ponho um brinde a Sesshoumaru e Rin. Embora não parecesse a princípio, eles combinam perfeitamente, e nós desejamos a eles toda a felici­dade do mundo, porque ninguém mais do que eles a merece!

— Ao Sesshoumaru e a Rin! — os outros repetiram em coro. — Viva, viva!

Rin olhou para Sesshoumaru, imaginando o que deveria fazer naquele momento. Ele não parecia muito nervoso. Seus olhos dourados esta­vam brilhantes e ele estava sorrindo, e ela não pôde deixar de sorrir em resposta.

Conforme todos esperavam, ele se aproximou dela e a envolveu com um dos braços, puxando-a para bem perto de si.

— Obrigado — ele disse simplesmente. — Estamos muito agra­decidos a todos! — ele exclamou, olhando primeiro em volta e depois nos olhos de Rin, que brilhavam. — Não estamos, Rin?

— Sim. — Ela mal podia respirar, sem saber o que ele havia dito, mas sabendo que esperava sua concordância. — Oh, sim.

— Acho que isso não deixa margem a dúvidas — Miroku disse.

— Exceto sobre a data do casamento — A mãe dele resolveu aproveitar a chance.

— Sim, boa pergunta — Sango e Kagome disseram em coro, en­quanto Sesshoumaru soltava Rin com relutância. — Quando vai ser?

Sesshoumaru não deixou de fitar Rin.

— Logo.

 

 

 

 

N/A:

Meninas!

Eu não sei se vou dar continuidade à história, mas provavelmente eu pensarei em alguma one, ou fic de poucos capítulos, dando continuidade ao que vai acontecer no final. Vamos ver. Vai depender da minha disposição de idéias.

Estou cheia de idéias para a próxima fic que estou escrevendo... pretendo postá-la logo, mas só quando terminá-la.

 

No próximo e último capítulo:

 

... E depois se voltou ao filho.

— Não a perca nunca — disse enquanto o beijava. — Ela é a mulher de que você precisa.

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Encontro Surpresa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.