Ocean Wide escrita por Pih Chan


Capítulo 9
Capítulo 9 - Haoushoku Haki. Quem a Nami viu no pântano?


Notas iniciais do capítulo

Yay, me desculpem pela demora, eu realmente tive problemas em continuar isso, não foi exatamente um bloqueio, eu sabia o que escrever, só não parecia bom e eu fiquei com medo de começar a parte de "aventura" e parecer que estou apenas tentando enrolar, aliás, eu sou péssima com cenas de luta .-.
Mas yay, fiz um capitulo com quase o dobro do tamanho normal para compensar a demora õ/
Eu fiquei muito feliz com as reviews, me deixa contente de saber que estão gostando, esse capitulo é dedicado para todos vocês que estão acompanhando a fic õ/
Ps: LuNa mais leve, esse capítulo foi um "descanso" porque não acho que poderia (ou deveria) acontecer algo muito grande com eles em todo capítulo ou o final perderia a graça XD



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Capitulo 9 - Haoushoku Haki. Quem a Nami viu no pântano?

POV Narrador

(...)

O garoto do chapéu de palha comia desenfreado toda a comida que se encontrava sobre a mesa.

Num momento tinha um grande pedaço de carne nas mãos e no seguinte, tudo o que seus braços de borracha conseguiam alcançar.

—Não há sinais de luta. — Comentou o cozinheiro colocando mais pratos sobre a superfície de madeira apenas para terem todo seu conteúdo devorado pelo capitão segundos depois.

—Talvez eles tenham ficado entediados e foram dar um passeio. — Sugeriu Luffy em toda sua inocência.

—Ou se perderam procurando o caminho para o banheiro. — O espadachim abriu seu único olho bom e completou a ideia do capitão com uma expressão de tédio.

—Eles não são como você, marimo. — Retrucou o loiro conseguindo começar mais uma de suas brigas diárias com o esverdeado.

Nami rapidamente apartou a briga depositando um soco na cabeça de cada um dos rapazes, até mesmo no chapéu de palha que apenas ria dos outros dois companheiros enquanto devorava outro pedaço de carne.

—Ai! Por que você me bateu também, Nami? — Reclamou o garoto de cabelos negros apenas para ser completamente ignorado pela navegadora.

—Prestem atenção vocês três, vamos ter que procurá-los ou não poderemos sair dessa ilha, não é seguro alguém ficar aqui sozinho, mas temos que ter alguém no navio para o caso deles voltarem. Vamos formar grupos de dois.

Os olhos de Sanji transformaram-se em corações enquanto corria envolta da ruiva dizendo algo como “EU QUERO FICAR NO NAVIO COM A NAMI-SWAN”.

—Eu não me importaria de ficar aqui no navio com o Sanji-kun. — Declarou a ruiva. Essa frase parece ter um efeito estranho sobre Luffy que, por um segundo, parou sua comilança ao ouvi-la, mas a continuação lhe trouxe certo alivio. — Mas se ficássemos, Luffy teria de ir com o Zoro e essa combinação não poderia dar certo.

—Ei! — Gritou o espadachim já sabendo que Nami se referia ao seu senso de direção duvidoso.

Ela novamente ignorou os desvios da conversa tentando manter a ordem naqueles três idiotas.

—O Luffy certamente não vai desistir de ir — Colocou a mão no queixo ao ouvir o capitão concordar. — Sanji-kun, então ou você vai com ele ou fica aqui, o que acha?

Nami estava direcionando suas perguntas quase unicamente para o cozinheiro uma vez que esse era, num momento, o único membro sensato da tripulação presente.

—Vá com Luffy então, Nami-swaaan, vou ficar e preparar lanches para você e a Robin-chwaaaaaan. — Sanji girou no seu modo amoroso voltando ao fogão imediatamente.

Um quase inaudível som de desgosto escapou dos lábios do espadachim ao ouvir a série de poemas apaixonados que o cozinheiro recitava sobre a arqueóloga.

(...)

—Marmita pirata! Marmita! Marmita! — Repetia o capitão importunando o loiro enquanto esperava impaciente por sua comida.

A lerdeza de Luffy finalmente havia o deixado perceber o frio e agora ele usava um casaco vermelho, porém a bermuda e os chinelos permaneciam.

Embora tivesse que admitir que gostava de usar o agasalho de Luffy, a ruiva estava usando o seu próprio, já havia abusado demais da generosidade do garoto de borracha.

Era uma peça rosa claro com capuz nas costas, ela também usava um calça jeans e sapatos que não se importava de sujar. O cabelo brilhante de tom alaranjado mantinha-se preso em um rabo-de-cavalo destacando seu rosto.

Seu banho? Oh, não havia adiantado de nada uma vez que iria ter de se sujar novamente agora.

O loiro finalmente havia entregado o bentô ao chapéu de palha e agora se dirigia diretamente para a ruiva com esses giros e corações nos olhos.

—NEE NAMI-SWAN! — Agachou-se ao seu lado cavando em seus bolsos para finalmente encontrar o baby den den mushi (*) de tom rosado com a concha branca detalhada com pequenas bolinhas avermelhadas e espirais próximas os lábios. O cozinheiro estendeu a mão para entregá-lo à navegadora. — LIGUE QUANDO ENCONTRAR A ROBIN-CHWAN!

O perna negra chegou mais perto murmurando com a voz agora mais rouca para que apenas a ruiva ouvisse “Ou quando decidir me dar uma chance”, era apenas mais um dos flertes recorrentes de Sanji, mas por algum motivos parecia incomodar o garoto de borracha que ouvia mais ao fundo.

Ele não sabia ao certo o porquê, apenas sentia isso, resolveu ignorar. Onde estava Chopper quando ele precisava?

Nami apenas ignorou as últimas palavras do cozinheiro e seguiu para a borda do navio puxando o Luffy consigo.

(...)

Estavam chamando pelos companheiros fazia algum tempo, porém nada era ouvido em resposta.

Luffy estava pulando de árvore em árvore gritando de lá, Nami conteve um pequeno riso ao notar como o garoto lembrava um macaco ao fazer isso.

Ela recostou-se em uma raiz como suas cordas vocais e pés doíam, cerrou os olhos ao respirar fundo uma vez.

Seu grito ensurdecedor tomou conta do local até então silencioso ao abrir os olhos e deparar-se com o rosto do capitão tão perto.

Ele estava pendurado de cabeça para baixo em um galho usando seus poderes de borracha para esticar o pescoço até onde a ruiva se encontrava oferecendo-lhe um de seus genuínos sorrisos brilhantes característicos.

—Nami, estou com fome. — Reclamou ignorando o susto que pregou na companheira segundos antes.

—Você acabou de comer. — Retrucou irritada.

Ele se debateu infantilmente na suplica por mais um pedaço da deliciosa carne usando seus olhos de cachorrinho como arma secreta, tudo como se não tivesse pedido exatamente a mesma coisa para a navegadora minutos atrás.

—Pare com isso, Luffy, você vai se machucar. — Sua resposta veio friamente, ela tinha cedido da última vez, mas agora estava determinada a resistir.

Luffy abriu a boca para lhe dizer que sabia o que estava fazendo, mas não teve tempo uma vez que o galho em que estava apoiado partiu-se arrastando-o para baixo com ele. Intuição feminina? É talvez...

Nami olhou satisfeita para o garoto com a cabeça presa em um buraco causado por seu impacto naquela terra misturada com lodo nojento, apenas para inclinar-se perto dele e murmurar algo como “Eu avisei”.

O capitão se debateu novamente tentando soltar-se, mas sem sucesso, o que causou divertimento por parte da ruiva que ria da desgraça do companheiro.

Quando o garoto de borracha desenterrou sua cabeça direcionou seu olhar para Nami que continuava a soltar gargalhadas de sua cara suja de terra, ele apenas cruzou os braços e inflou as bochechas como se dissesse “Não tem graça”, mas isso só a fez cair mais profundamente em sua enxurrada de risos.

(...)

Nami limpou as lágrimas que se formavam no canto dos olhos depois de rir tanto e virou-se para o garoto do chapéu de palha que ainda a fitava com aquele mesmo olhar desde que começara a tirar-lhe sarro.

—Nós perdemos muito tempo, deveríamos continuar, prometi ao Sanji-kun que voltaríamos antes do pôr do sol.

—Yosh! — Ele exclamou agarrando a mão da navegadora gananciosa para que voltasse a correr clamando os nomes dos outros companheiros.

A ex-ladra de piratas tentou lutar contra a mancha rosada que rastejou em suas bochechas com isso. Ela sabia que podia deixa-lo guiar porque o seu senso de direção era quase tão ruim quanto o de um certo espadachim de cabelos esverdeados.

Foi quando uma ideia correu por sua mente como ela deixou seus dedos escorrerem pela mão de Luffy entrelaçando-se com os dele de modo que isso pareceu afetá-lo de alguma forma, pois virou-se para ela com as bochechas do mesmo tom das da navegadora que apenas lhe respondeu com um sorriso tomando o controle sob o caminho seguido por ambos.

Nami se sentia bem assim, tinha um sorriso estampado no rosto e por um segundo deixou seus olhos rolarem para a face do companheiro sorridente, mas não era como se isso contasse, afinal, esse era Luffy e estava sempre assim.

Um riso familiar ecoou pelo silêncio do pântano atraindo a atenção da ruiva que congelou ao achar ter visto aquele rosto que estava a muito perdido em suas memórias do passado, mas ao mesmo tempo tão claro em sua mente e o cabelo do tom incomum de vermelho-púrpura em meio das folhagens que os cercavam.

Por um momento, esqueceu-se completamente da presença de Luffy enquanto corria na direção de sua provável alucinação — mas que no fundo ela tinha um fio de esperança de que fosse real — arrastando o braço de borracha com ela.

Bom, até ser parado pelo dono do membro que estava atualmente confuso com a brusca mudança de caminho e a rapidez quase desesperada com a qual ela corria.

—O que foi, Nami? — A voz do capitão se fez presente tirando-a de seu transe.

Um sorriso se formou na face brilhante de Nami.

—Eu achei ter visto... — Olhou novamente para o caminho que seguia percebendo não haver nada de modo que seu olhar imediatamente caiu com o choque de realidade que a atingira. — Nada. Isso é impossível.

Luffy apenas deu de ombros, mas antes que pudesse falar algo, sentiu fortes presenças cercando-os, quis gritar para a ruiva algo como “Vamos ser atacados”, mas o tempo não fora suficiente.

Pessoas usando capas de tom musgo saltaram das copas das árvores ao perceberem terem sido descobertas.

Seu primeiro impulso é socar o inimigo mais próximo que avançava na direção da navegadora com um movimente ligeiro que o envia para longe deixando a marca de seus punhos de borracha no homem que cai por cima de mais três que se aproximavam.

Nami lança os três pedaços de seu clima tact para o alto fazendo o movimento certo para liberar bolhas geladas de tom azulado e quentes avermelhadas, o que ocasionou uma grande nuvem de tempestade acima deles.

Segundos depois, o clarão dos raios que eletrocutavam todos a sua volta era tudo que se via, parecia estar com um alcance maior desde a última vez que vira sua navegadora usar, mas não era como se isso afetasse o garoto de borracha.

Observando todos os corpos caídos, a ruiva não pôde deixar de soltar um riso de como isso havia sido ridiculamente fácil antes de entrelaçar os dedos com o capitão dando-lhe leves apertadas como um sinal para seguirem em frente.

Talvez, de fato, não tenha sido sua melhor ideia, poucos passos são necessários para encontrarem-se cercados novamente, Luffy preparou-se para atacar de modo que um simples golpe seu poderia derrubar a todos ali, mas tornou-se hesitante ao os ver segurado armas de fogo.

Balas não eram um problema para o garoto de borracha, normalmente faria jus a sua personalidade inconsequente e atacaria da mesma forma, mas dessa vez era diferente.

Seu coração parecia falhar ao pensar em por em risco a ruiva por uma de suas atitudes precipitadas. O que estava havendo?

O mugiwara permanecia imóvel de modo que Nami começa a se preocupar com sua falta de movimento.

—Luffy, o que você...? — Apenas não haviam sido atingidos ainda pois mantinham-se sem movimentos, sem representar qualquer ameaça para os inimigos que tornavam-se desconfiados com isso.

Ouvir a voz de Nami pareceu fazer Luffy e lembrar que também não poderia ficar parado como um sorriso confiante surgiu na face do garoto que agora levantava a cabeça revelando seu olhar intimidante que parecia criar uma atmosfera gelada entorno de si.

Haoushoku Haki. (*)

Pessoas de baixa convicção caíam uma por uma no chão de modo que espuma parecia sair de suas bocas e o rosto pálido completamente assustado.

Restavam quatro em pé embora a garota de cabelos azuis mais ao fundo e Nami parecessem ter se desgastado com o golpe, agora seria o momento em que Luffy acabaria com os dois inimigos restantes, mas não aconteceu.

As perna de Nami pareciam bambas a ponto de despencar e por algum motivo o capitão preferiu se preocupar em segurá-la, sua mente não funcionava da maneira correta, não conseguiu se concentrar até ouvir um “Não foi nada, não se preocupe” como resposta da mesma.

Isso deu vantagem ao inimigo que, se aproveitando da incomum distração do chapéu de palha, lançou as algemas de kairouseki (*) prendendo juntos o capitão e a navegadora.

Nami fez força para levantar-se mais rapidamente sabendo que agora era a última chance que teriam agora que o moreno se encontrava incapacitado.

Ela joga um pedaço de seu clima tact para o alto preparando-se para mostrar seu novo golpe que havia planejado durante seus dois anos de treinamento, mas Luffy era como um peso morto que só a atrapalhava agora.

Porém, para o azar da navegadora, a azulada encontrava atualmente recuperada também. Seus movimentos eram leves como folhas ao vento, mas ao mesmo tempo não deixavam de ser incrivelmente ágeis.

Um movimento rápido foi o suficiente para pegar a peça azul no ar antes que a ruiva o fizesse parando exatamente atrás da mesma de modo seu próximo movimento fora dar-lhes socos em pontos específicos de suas costas fazendo-a cair no sono.

Na situação em que se encontravam, acompanhá-la era algo fora de questão, se ao menos não estivessem presos um ao outro...

Ao observar a cena, Luffy tentou inutilmente usar suas últimas forças - que pareciam ser mais e mais sugadas pela pedra do mar - para tentar algo contra a garota com a capa de coloração diferenciada dos demais.

Ele teria acertado, poderia facilmente acabar com ela.

Se não fosse aquela maldita pedra, ele teria conseguido.

A visão de ambos se torna escura.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? O que poderia ser melhorado? E o que vocês querem que aconteça? Contem nos comentários õ/ Eu gosto de saber a opinião de vocês *u*
Aliás, eu estava pensando em escrever uma fic escolar, vocês leriam um harém Luffy x Nami, Luffyx Hancock e Luffy x mais um garota (Aceito sugestões da garota, se eu não conseguir pensar em mais nenhuma, provavelmente será a Vivi)?

*Den den mushi é o meio de comunicação mais comum em One Piece, são caracóis que possuem um comunicador em seu casco. Não são máquinas, são animais como todos ou outros, e talvez por isso pareçam tanto com seus donos. O baby den den mushi é pequeno e pode ser levado para vários lugares.
*Haoushoku Haki é pode ser traduzido como “Haki do Rei” ou “Cor do conquistador”, é o Haki da intimidação. Com ele é capaz de derrotar monstros enormes só com o poder do olhar. É o haki presente apenas em uma a cada milhão de pessoas.
*Kairouseki é uma pedra que transmite a mesma energia do mar e enfraquece os usuários de akuma no mi, é rara e usada pela marinha para fazer algemas e celas.