Capitulo 3 - Estamos perdidos. Quem está nos observando?

Pov narrador

Haki de observação não parecia ser o suficiente para o espadachim e o cozinheiro que mal conseguiam acompanhar os golpes do monstro e quando o acertava, não parecia fazer efeito.

Quando Luffy finalmente alcança a mão de sua companheira, o inimigo aproveita-se de sua guarda baixa e antes que pudessem notar, ambos são lançados para o ar deixando os outros dois para trás.

O jovem do chapéu de palha poderia ter agarrado alguma árvore e voltado à luta, mas sua mente estava preocupada com a ruiva. Seu corpo de borracha poderia protegê-lo do impacto, mas não podia dizer o mesmo de Nami...

Num impulso, esticou os braços entrelaçando-os na navegadora trazendo-a para mais perto com o intuito de protegê-la.

Atingem o chão com força, mas continuam a rolar pelo mesmo até se separarem e o risonho capitão parar 2 metros à frente batendo sua cabeça em uma das árvores.

Só agora sentia as dores do golpe cuspindo sangue ao se levantar. Aquela coisa havia usado haki de armamento? Bom, não importa, ele já havia aguentado coisa pior, aquilo não era nada.

Ele deposita seu chapéu de palha em sua cabeça ajeitando-o para que não caísse de novo e então sentou-se debaixo de uma árvore onde havia batido a cabeça.

Graças ao capitão, Nami não havia se machucado muito, apenas alguns poucos arranhões e leves ralados, nada que não pudesse suportar. Ela segue na direção do companheiro sentando-se ao seu lado.

—Obrigada Luffy. — A ruiva tinha consciência do que seu capitão fez para ajuda-la.

—Não foi nada, shishishishi. — Luffy abaixa o chapéu fazendo sobra em seus olhos.

POV Nami

Passam-se alguns segundos em que ficamos em silêncio e eu pensava como faríamos para voltar para o Sunny, mas realmente não queria sair dali e correr o risco de ser atacada de novo.

Até me pergunto se Sanji e Zoro estavam bem, mas confio neles, sei que ficarão bem, eles são fortes.

Um som alto quebra o silêncio que havia se formado. Que som era esse? O que mais poderia ser? O ronco da barriga de Luffy, eu já até sabia o que viria depois.

—Aaah, que fome. — “Eu não disse?” rio mentalmente de quão previsível poderia ser o capitão.

—Não Luffy, você não vai sair que nem um desembestado atrás de comida agora. — Puxo sua mão forçando-o a sentar-se novamente.

—Por quêêê? — Luffy curvou os lábios em um biquinho adorável enquanto reclamava com uma voz manhosa.

—Não sabemos onde estamos e nem como voltar para o sunny, nem a profundidade dessa “água” e aquele bicho pode voltar e nos atacar novamente. — Digo rapidamente na esperança de impedi-lo.

Luffy me encara por um instante fazendo-me corar, então abre um largo sorriso repleto de confiança.

—Se aquele bicho voltar, eu chuto a bunda dele. Shishishi. — Diz ignorando todo o resto das coisas que lhe disse. Como não previ isso?

—Se você cair na água, eu não vou te salvar. — Uso minha última carta escondida na manga mesmo sabendo que isso não iria convencê-lo.

—Shishishi, tudo bem, vamos Nami. — O capitão abre mais ainda o largo sorriso que tinha estampado no rosto.

“Ele ouviu algo do que eu disse?” penso com uma gota cômica formando-se em minha cabeça.

Sinto seu braço de borracha entrelaçando-se em minha cintura e minhas bochechas atingiram uma leve coloração rosada, sou puxada para longe da árvore onde estávamos para cima de algumas raízes que se enrolavam entre si e formava uma espécie de chão.

Luffy pulava como um macaco atrás de algum animal que pudesse comer e eu era obrigada a segui-lo já que ele segurava minha mão puxando-me para que eu fosse atrás dele.

Estava sendo comida viva por todo tipo de pernilongo que pudesse haver ali e depois de alguns minutos de caminhada, começava a achar que eles seriam a única coisa que encontraríamos ali.

Aproveitava para procurar Sanji e Zoro quando me deparei com o maior crocodilo que já havia visto em toda minha vida - contando com os de Alabasta - preparado para nos devorar.

Luffy tinha os olhos brilhando quando viu a criatura, mas logo ficou sério encarando-o como seu almoço.

—Yosh! Gomu gomu no... Pistol! — Esse golpe eu conhecia bem, mas parecia que também tinha ficado mais forte depois dos dois anos de treinamento com o imediato do rei dos piratas.

(...)

Luffy improvisou uma fogueira, eu não sabia que ele poderia fazer algo assim, mas pelo jeito o avô dele o jogou numa floresta o forçando a sobreviver por conta própria para que ficasse mais forte quando era criança. Oh, missão cumprida Garp-san.

Não estava com muita fome, mas aceito um pedaço apenas para me prevenir de sentir mais tarde quando talvez não tivesse o que comer, então como bem pouco, mas não posso dizer o mesmo de Luffy.

Devorou tudo que viu pela frente, salvo pelos ossos que por pouco não foram devorados também.

—Acho que teremos que fazer turnos para dormir. — Tinha muito sono, meus olhos já se fechavam, mesmo sendo cedo.

—Por quê? — Indagava fitando-me com aqueles olhos curiosos enquanto comia os últimos pedaços do crocodilo.

—Não sabemos nada sobre esse lugar e já fomos atacados, não podemos abaixar a guarda, entendeu?

—Certo, então é um lugar misterioso. — Ele bate uma mão na outra como se tivesse entendido, mas estava claro que isso não tinha acontecido.

—Um vigia, o outro dorme e depois trocamos. — Sou direta tentando fazer a explicação mais simples possível. — Quem vigia primeiro? — Senti num tanto culpada por torcer para que ele se oferecesse.

—Pode deixar, shishishi, — Ele abre um grande sorriso de orelha a orelha. – não estou com sono, vai você, Nami.

—Tudo bem, então me chame quando estiver cansado, mas NÃO durma antes disso!

Encosto-me no tronco da árvore na qual estávamos encima de suas raízes com a intensão de dormir, meus olhos fechavam, não demorou muito e já estava completamente apagada.

(...)

A luz que batia em meu rosto obrigou-me a acordar.

Estava nublado, poucos raios de sol conseguiam passar entre as nuvens, o dia parecia ser daqueles em que eu normalmente estaria congelando, mas estranhamente me sentia até aquecida.

Demoro um pouco para me acostumar com a claridade, mesmo não havendo muita, mas quando finalmente consigo, a primeira coisa que vejo é o garoto com chapéu de palha e cabelos negros.

Calmos e silencioso, ele parecia fitar algo ao longe, nem parecia ser o capitão hiperativo que eu conhecia, aquele que simplesmente não consegue ficar parado nem mesmo um segundo.

Não estava com sua camisa vermelha, apenas sua bermuda azul, faixa amarela igual a do Zoro e seu característico chapéu de palha.

—Luffy... — Sussurro sem pensar, mas ele parece ouvir.

—Ah, você acordou Nami! — Um largo sorriso abre-se em seu rosto.

Fito o céu mais uma vez percebendo o que havia acontecido.

—Você não dormiu a noite toda? — Indago tentando ter alguma ideia de que horas eram pela posição do sol. Devia ser algo perto da uma da tarde. — Te falei que era para me chamar quando sentisse sono.

—Você parecia tão bem dormindo, não quis te acordar. — Ele continua com um sorriso no rosto, mas parecia maior que o anterior.

Ao olhar para o lado, vejo meus braços cobertos por uma manga vermelha descobrindo o que houve com seu casaco. Devia ter percebido que estava mesmo mais quente que o normal.

Observo o casaco por alguns segundos.

—Você estava tremendo de frio à noite. — Ele parece ler meus pensamentos.

—O-Obrigada. — Gaguejo corada sem saber exatamente o que fazer ou dizer.

Meu olhar pousa sobre Luffy por um segundo, talvez eu não tivesse percebido antes, mas ele realmente havia mudado nos últimos dois anos, de fato não havia perdido o ar infantil ou a inocência característica, mas seu sorriso parecia ter ficado mais bonito, ele ainda exalava a mesma confiança que tinha quando nos conhecemos, talvez até mais, a cada ilha estava mais perto de finalmente conquistar seu sonho.

Leves recordações de quando li o jornal que contava sobre a morte de seu irmão passam por minha cabeça como num flash. Ace havia morrido diante de seus olhos, não, não foi isso, ele morreu em seus braços e eu não estava lá para ajudar.

A única vez que ele precisou de mim, eu não estava lá, isso parecia tão injusto... Tão... Egoísta de minha parte, como deixei isso acontecer?

Nenhum membro da tripulação sequer tinha tocado no assunto desde que nos reencontramos, ninguém queria lembra-lo que seu irmão estava morto, mas mesmo assim, sentia como se todos quisesse o mesmo que eu: poder pedir desculpas por não ter estado lá e lhe dar um abraço.

—Oe, Nami, tudo bem? — Saio do transe com a voz de meu capitão que me fitava de perto. Droga! Fiquei mesmo olhando para ele todo esse tempo?

—S-sim. — Coro um pouco com a proximidade. — Estava apenas pensando... Err... Em como vamos voltar ao Sunny. — Minto afastando-me um pouco.

Ele vira a cabeça apoiando-a em seu ombro e faz um biquinho fofo.

—Mas nem vimos a ilha direito, ainda tem muitas aventuras nos esperando por aqui. — O moreno começa a se animar e esboça um sorriso novamente em seu rosto. — Shishishi.

—Idiota! — Digo dando-lhe um soco na nuca. — Não vou sair por ai procurando uma aventura suicida com um monstro atrás da gente!

Luffy esfrega o local atingido onde agora se formava um galo enquanto resmungava.

—Oe Nami, se pensar assim não sairemos do lugar nem para ir pro Sunny. — Ele diz para minha surpresa, realmente havia ficado um pouco mais esperto.

No começo tento convencê-lo, mas depois de muita insistência por parte do capitão, acabo cedendo.

Luffy me segura levando-nos para cima enquanto ele pulava de árvore em árvore apenas esticando o braço vago.

Parecia se divertir, tinha um largo sorriso estampado no rosto e conseguia ouvir sua risada exagerada quando, por alguns segundos, ele soltava seu braço do galho de uma árvore segurando-se em outra, mas como só tinha uma mão vaga, então, por um curto espaço de tempo, ficávamos completamente soltos no ar e começávamos a cair até ele se prender a outro galho e voltávamos a altura original.

Essas quedas pareciam agradá-lo muito, mas não podia dizer o mesmo de mim, sentia um frio na barriga e sempre achava que ele ia acabar errando e cairíamos de verdade.

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Pov Narrador

Aos poucos, a ruiva vai se acostumando e começava a dar leves risadas junto com seu capitão a cada “queda”, pareciam estar se divertindo, mas assim abaixaram a guarda não percebendo que estavam sendo observados a distancia.

—São a Gata Ladra, recompensa de 16 milhões, e Mugiwara no Luffy, 400 milhões. – Dizia uma das várias figuras escondidas entre as raízes das árvores segurando os cartazes de procurado. — O Perna negra, 77 milhões, e o Caçador de Piratas, 120 milhões, também estão na ilha, o resto da tripulação está dentro do barco, um total de 800.000.050 berries pelo bando todo.

—800 milhões... — As raízes ali passavam por baixo e por cima e se entrelaçavam formando um tipo de toca onde quase não havia luz. Da parte mais escura sai uma figura encapuzada, pouco mais alta que todos ali, sorrindo maliciosamente.

—E 50 berries! Shuashuashuashuashuashuaw! — Brinca outra figura saindo das sombras, dessa vez baixa, aparentando ter entorno de 80 anos, enquanto ria de seu modo estranho parecendo um maluco ali no meio.

—Não é de se jogar fora... — O encapuzado ignorava completamente o velho ao seu lado começando a dar uma leve risada. — Sho, você fez um ótimo trabalho separando-os, será mais fácil com eles separados.

—Atacamos agora? — Algumas algas se juntavam no chão dando a forma a uma pessoa.

—Não, isso seria muito fácil, tenho uma ideia melhor. — Ele dizia com um olhar confiante. — E acho que tenho a pessoa certa para o trabalho... – O encapuzado sorri maliciosamente de novo.